Ultimas

Undisputed Article #18 - Montanha Russa

Olá, sejam bem-vindos à décima sétima edição do “Undisputed Article”, um espaço onde exponho os meus pensamentos sobre o desporto de entretenimento que mais me apaixona: Wrestling!

Após mais um longo hiato derivado de afazeres académicos e profissionais, trago a vocês um assunto que me tem ocorrido nos últimos tempos, principalmente enquanto via mais de 10 horas seguidas dos programas da WWE para pôr tudo em dia. Esse assunto é Consistência.

Nos últimos anos, a WWE tem dito repetidas vezes que vai entrar numa “Nova Era”. Disse-o em 2016, aquando da divisão de marcas. Disse-o em 2014, quando Triple H numa promo referiu que estávamos a entrar na “Reality Era”. Disse-o em 2018, quando dispensou os “General Managers” da Raw e da SmackDown. Disse-o já em 2019, quando introduziu a (estúpida) regra dos “Wild Cards”.


E parece que esta situação vai continuar. Agora vamos entrar mais uma vez noutra “Nova Era”, com a SmackDown a ir para a Fox e com a WWE a contratar Paul Heyman e Eric Bischoff para os papeis de escritores principais da Raw e da SmackDown, respetivamente. Mas será que é desta que vai haver uma Era que perdure no tempo?

Desde que me lembro, a WWE apresenta-nos uma programação muito errática. Uma semana as brands estão separadas. Passado uns tempos estão juntas outra vez. Depois separam-se. Agora estão só meias separadas, com 4 ou 5 ou 6 ou não-sei-quantos a poderem aparecer nos dois programas.

Depois, temos os eternos problemas dos monstros que um dia são monstros e no outro dia já nem aparecem. Alguém se lembra do Lars Sullivan? Ele já não aparece há umas semanas… Alguém se lembra do Braun Strowman há uns anos que era praticamente a única pessoa capaz de fazer frente ao Brock Lesnar? Agora anda a fazer combates de braço-de-ferro e a puxar cordas com o Lashley.


E os Cruiserweights? Eram uma parte integrante da Raw em 2016 e agora são uma segunda divisão de desenvolvimento, a par do NXT, com lutadores que não têm oportunidades de brilhar na Raw ou na SmackDown e têm menos de 205 libras a irem lutar para lá, ou então lutadores que quando saem de lá para as divisões principais raramente aparecem em TV, como Buddy Murphy e Cedric Alexander.


E as divisões de Tag-Team? Alguém se lembra do quão monstros eram os Authors of Pain no NXT? Ou os War Raiders que eram praticamente invencíveis? Ou então, alguém se lembra que os B-Team eram os campeões da Raw e defenderam com sucesso os seus títulos no SummerSlam do ano passado?! Já para não falar dos Revival, uma das melhores equipas do mundo, terem perdido esses mesmos títulos na WrestleMania para uma equipa que não ganhava um combate há anos…


Ou então aqueles “Pushes” engraçados, como o do Jinder Mahal, que foi campeão da WWE durante mais de meio ano em 2017 e até em 2018 ganhou o Título dos Estados Unidos na WrestleMania e teve uma rivalidade com o Roman Reigns, para agora ser um dos “jobbers” que corre literalmente atrás do Título 24/7 e que já não é uma ameaça credível para ninguém.


É isto que quero dizer com consistência. Lutadores que, num dia, estão no topo do mundo e, no dia seguinte, já ninguém se lembra deles e desaparecem de televisão. Lutadores que não aparecem em televisão durante meses e depois recebem oportunidades por títulos na WrestleMania. Histórias que são interrompidas a meio porque a Direção Criativa simplesmente já não quer saber daquele lutador.

Se leram o meu último artigo, logo a seguir à WrestleMania, podem ver que eu estava bastante esperançoso para com o futuro dos programas semanais da WWE. Houve bastantes mudanças nos plantéis da Raw e da SmackDown, havia a possibilidade de haver combates novos e frescos, novas rivalidades, coisas interessantes e diferentes estavam em perspetiva. Tínhamos campeões novos, novas caras que apareceram do NXT e do 205 Live, e talento que nunca mais acabava.


Mas esqueci-me de um pormenor muito importante. Quando a direção criativa não tem qualidade, não há talento no ringue que salve. Não interessa se tens lutadores capazes de ter combates de 5 estrelas se não sabes promover um PPV. Não interessa se tens dos melhores faladores ao microfone do mundo se os amarras a uma promo previamente escrita por um escritor que pouco percebe de Wrestling.

Pouco adianta teres dois plantéis (ou três, se juntares os Cruiserweights) capazes de fazer Pay-Per-Views de grande qualidade se os impedes de brilhar ao fazeres Pay-Per-Views que contêm as duas Brands...


E com este comentário, dou por finalizado o meu artigo, acho que foi uma boa maneira de voltar à atividade, ao expor os meus sentimentos de desilusão e frustração com a programação da WWE, que é, em termos de talento, a melhor promoção de Wrestling do mundo, mas que não dá vontade de ver porque não sabem escrever programas.

Deixem o vosso comentário na caixa de comentários embaixo, ou no Facebook, no Twitter ou no Instagram. Sigam a nossa página no Twitter em @WNoticias, ou a mim, em @JorgeeVieiraa e dêem a vossa opinião. Quanto à próxima edição do “Undisputed Article”, prometo que será mais cedo do que tem sido nos últimos tempos, e aconselho a que, se ainda não viram, vejam o Evolve 131 que foi excelente. Nem que seja para ver o Adam Cole a defender o título do NXT. Até à próxima edição, “BAY-BAY”!
Com tecnologia do Blogger.