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What an IMPACT! #1 - Um ciclo vicioso


Olá a todos, o meu nome é Pedro Soares e sejam bem vindos ao ‘What an IMPACT!’, um espaço onde se irá fazer análises e refletir um pouco sobre a situação da empresa que todos gostam de odiar, a maravilhosa e sempre lúdica Impact Wrestling. Este espaço será quinzenal, pelo que haverá sempre algo que mereça comentário.

Para esta edição de estreia achei por bem ver quais os principais problemas que a empresa teve e ainda tem.

Passaram já 4 semanas desde o maior Pay-Per-View do Impact e desde então temos visto muitas alterações, sem nada ter mudado na verdade. O que mais me preocupa é o facto de isso se ter tornado uma constante desde há muito tempo. Toda a gente sabe dos problemas que a empresa teve (e dos problemas que nunca teve, mas quem gosta de criticar não está preocupado com isso), o que fez com que a sua reputação, que já não era boa, ficasse ainda pior, provocando um ciclo que muito dificilmente será quebrado.

Este ciclo que falo é o facto de haver tentativas de mudança, mas nunca se notou muita diferença entre o antes e o depois. Para ajudar a negatividade temos os anti-Impact que por muito que se faça as coisas bem, só dizem mal. Mas atenção que isto de dizer mal não é só sobre o produto apresentado, mas também sobre decisões que acontecem nos bastidores, algo que, sinceramente, nenhum de nós deveria querer saber, porque o objetivo sempre foi e sempre será apreciar aquilo que nos é apresentado, quer gostemos ou não.

Quantas vezes ouvimos “Este ano é que vai ser! Vamos apresentar um produto diferente e vai ser tudo melhor. Temos lutadores novos e que estão prontos para dar tudo!”? Este discurso acontece todos os anos já desde 2014 e certamente não irá mudar tão cedo. Grande parte é culpa dos críticos que não reconhecem quando a empresa faz algo diferente, criando depois uma onda de ódio que afeta a produtividade.

O Impact Wrestling continua a cometer os mesmos erros que cometia quando prometia mudanças, sendo que os vou explicar a seguir.

X Division


- Há muito tempo que esta divisão perdeu o interesse que em tempos teve e uma das principais mudanças que a empresa sempre prometeu seria dar a relevância que a X Division merecia, porém falharam completamente de todas as vezes que tentaram. Lembro-me de em 2014 termos o regresso de Low Ki para a divisão e as promessas de relançar a mesma, no entanto ao fim de poucas semanas tudo voltou ao mesmo. Combates sem sentido, personagens sem desenvolvimento, ZERO storylines… Mas o pior de tudo sempre foi a falta de interesse no título e o facto da defesa do mesmo em PPV’s ser sempre um combate com vários lutadores, normalmente um Ultimate X.
- Continuamos com o mesmo problema este ano, muitas promessas não cumpridas, um abanão no início, mas a queda logo a seguir, falta de personagens e um título sem valor. Após o Bound For Glory nada mudou e nada vai mudar.

Personagens


- Falo agora daquele que muito provavelmente é o ponto mais importante que é a falta de personagens e/ou o desenvolvimento das mesmas. A última grande personagem original do Impact é o Ethan Carter III. Desde então não vimos mais ninguém que se tornasse tão relevante e com uma construção realmente genuína. Atualmente há lutadores que ganham fama fora do Impact e ao chegar já são apresentados com estatuto, algo que prejudica a empresa do ponto de vista da criação de novas estrelas. Este é um problema que afeta também outras empresas, que têm de contar com a fama que cada lutador ganha por si para não preencherem o seu plantel com desconhecidos. A solução passar por arranjar um equilíbrio, mas não me parece que aconteça tão cedo.

Títulos


- A falta de prestígio que os títulos do Impact têm neste momento é preocupante. Eu culpo as más escolhas de booking e o ponto anterior. Há muito que há a sensação que um título já não é tão requisitado, à exceção do Global Championship, o que traz um problema que muito tem a ver com a falta de personagens.

Candidatos automáticos


- Não quis juntar tudo no mesmo tópico por isso dividi em três (Personagens/Títulos/Candidatos automáticos), mesmo sabendo que a parte dos títulos seria pequena. Mas tem uma razão de ser. Este é o último ponto dos problemas do Impact Wrestling que cita quase qual o maior problema da empresa. É mau quando há um campeão que tem de defender o seu título contra um lutador que não se estreou assim há muito tempo, mas que por ter ganho a fama que ganhou a empresa aposta tudo nessa pessoa. Temos o caso de Rob Van Dam que se tornou campeão porque era mais conhecido que AJ Styles (ai 2010 como tenho saudades) ou até mais recentemente Alberto El Patrón ou Johnny Impact que pouco tempo depois de se estrear foi colocado na posição de candidato.
- Isto não acontece só com os lutadores vindos doutro lado, também acontece dentro da empresa, basta ver que Petey Williams lutou pelo Global Championship sem qualquer tipo de construção e depois de falhar a conquista do X Division Championship no Bound For Glory.

Apesar de haver novos lutadores que podem trazer algo diferente para a empresa, o ciclo é vicioso e tudo continua na mesma. Nestas semanas depois do PPV temos um campeão a defender o título só porque sim, temos personagens novas mas sem grande explicação, temos personagens que não desenvolvem, temos uma desvalorização de títulos e temos uma divisão que muito promete, mas não entrega, nada de nada.

No entanto nem tudo está perdido, há muito potencial em termos de storylines, temos um torneio feminino que até agora entregou um bom combate, um push a um lutador bem talentoso na X-Division e pelos vistos uma quadrilha em volta do título máximo da empresa. Agora só podemos esperar para ver o que acontece, mas é certo que o especial Genesis deverá ser de facto especial.
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