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A Alternativa Fenomenal #9: Wrestling Feminino


Saudações a todos, e bem vindos a mais uma Alternativa Fenomenal. Hoje falarei sobre uma parte do wrestling que normalmente é ignorada (acredito que depreciada seja a palavra mais adequada a se usar aqui, no entanto) pela atual WWE, no que diz respeito ao seu main roster. Trata-se do wrestling feminino, que diferentemente do que acontece na Big E, encontra em suas alternativas o verdadeiro valor e respeito que lhe são merecidos. 

Creio que todos os leitores entendem a situação das Divas da WWE. Normalmente, aquelas escaladas para se juntar à atual divisão feminina do roster principal não possuem a menor percepção sobre o que é luta livre. São, em sua maioria, modelos, atrizes, dançarinas, ou qualquer outro tipo de profissional, as quais raramente possuem talento e habilidades para se apresentar em um show de wrestling, sendo que a pequena parte que realmente entende da modalidade fica presa à visão depreciativa de Vince McMahon e seus writers. Lutadoras conhecidas do público como Paige, Natalya, Emma (acreditem ou não, ela é uma excelente wrestler), e até mesmo AJ Lee, tem seu talento ridicularizado com gimmicks sem sentido, lutas com tempo minúsculo e falta de booking apropriado. Estes fatos acabam por dar uma imagem negativa ao wrestling feminino, e fazem com que os fãs passem a ignorar suas lutas e até mesmo a existência da própria divisão (quem nunca usou a luta das Divas para fazer uma pausa para preparar um lanche, ou ir ao banheiro?). No entanto, as empresas alternativas à WWE assumem uma postura completamente diferente do que se vê na empresa de Connecticut. Lutas com tempo médio a alto, gimmicks e storylines interessantes, e a presença de lutadoras que sabem o que fazem no ringue, mostram que existe sim wrestling feminino de alto nível, com lutas excelentes e wrestlers que não devem ser ignoradas. A partir daqui, apontarei o trabalho realizado por diversas promotoras (e até mesmo pela “divisão de base” da WWE) para apresentar ao mundo a verdadeira luta livre feminina e incentivar os espectadores a se aprofundarem na grandeza dessa divisão muitas vezes esquecida pelo grande público. Vamos a elas; 


1. TNA – Conhecida por muitos, a divisão feminina da TNA costuma ser apontada como uma das melhores no mundo. As Knockouts, como são conhecidas as lutadoras de lá, sempre se mostraram como grandes conhecedoras de wrestling, tendo apresentado ao longo dos anos, lutas bastante elogiadas devido às habilidades in-ring das lutadoras e pela forma sólida como conduzem seus combates. O tratamento dado pela companhia as suas wrestlers costuma ser bom (apesar dos já conhecidos problemas envolvendo salários na empresa de Dixie Carter), e a divisão possui boas storylines e rivalidades desenvolvidas com cuidado pelos writers (mas às vezes, acontece de ter algumas falhas). A divisão costumava ter dois cinturões à sua disposição, o TNA Knockouts Championship, que é o cinturão feminino principal, e o já retirado TNA Knockouts Tag Team Championship. 
Lutadoras de destaque: Angelina Love, Awesome Kong, Gail Kim, Taryn Terrell, entre outras. 





2. Lucha Underground – Apesar de haverem lutadoras na LU, não há uma divisão feminina propriamente dita, especialmente por serem apenas três wrestlers femininas (das quais uma, a enigmática Black Lotus, nem sequer estreou-se em ringue ainda). No entanto, as luchadoras participam de algo não muito visto pelos fãs de wrestling: intergender matches, ou seja, lutas onde elas enfrentam homens. E apesar do claro pensamento de que elas teriam total desvantagem nestas lutas, as luchadoras da LU mostraram que possuem fibra e skills o suficiente para entrar no ringue e realizar ótimas lutas contra os homens. Aliás, entre os atuais Lucha Underground Trios Champions, encontra-se a lutadora (muito conhecida dos fãs) Ivelisse Veléz, apenas comprovando que as mulheres tem um espaço muito bem assegurado entre os grandalhões da empresa. 
Lutadoras de destaque: Sexy Star e Ivelisse Veléz. 





3. Shimmer Wrestling – Dentre as companhias independentes de wrestling, a Shimmer é conhecida por ser a que possui maior visibilidade no que diz respeito a wrestling feminino. Fundada em 2005 por Dave Prazak, em Chicago, a companhia foi concebida para ser um local onde lutadoras tanto americanas como de outros países pudessem ter uma plataforma onde mostrariam de forma séria suas habilidades de combate. A empresa trabalha com gravações regulares e quatro grandes eventos numerados por ano, que são depois transformados em DVDs e vendidos, inicialmente no site da Ring of Honor (devido ao trabalho de Prazak como comentarista na RoH) e depois em lojas ao redor dos USA. O roster da companhia não é fixo, mas compõe-se de várias das maiores e mais condecoradas lutadoras do mundo, sendo que entre os vários nomes que já competiram lá, encontram-se Awesome Kong, Sara Del Rey, Santana Garret (a Brittany da TNA), Serena Deeb (da stable Straight Edge Society na WWE) e Jennifer Blake (da AAA). 
Lutadoras de destaque: Candice LeRae, Cheerleader Melissa (a Raisha Saeed/Alissa Flash da TNA), “Sweet” Saraya Knight (mãe da Paige da WWE), Mercedes Martinez, LuFisto, entre outras. 





4. Shine Wrestling – Empresa-irmã da Shimmer, fundada também por Dave Prazak, em 2012 na Florida. A Shine segue os mesmos princípios de sua empresa-irmã, e compartilha boa parte de seu roster com a mesma. A empresa trabalha com divulgação através do lançamento de DVDs e com a realização de eventos numerados por ippv. Dentre suas Alumni, além de várias lutadoras que também competiram pela Shimmer, encontram-se Angelina Love, Nikki Roxx, Rain (que já lutou pela AAA e pela TNA, usando o nome de Payton Banks na empresa de Nashville), Mia Yim e Marti Belle (as atuais Dollhouse, Jade e Marti Bell, na TNA). 
Lutadoras de destaque: Taylor Made (a Tori da WWF), Leva Bates (a Blue Pants do NXT), Jessica Havok (também lutadora da TNA), Ivelisse Velez (também da Lucha Undergorund), Amber Gallows (mulher de Doc Gallows e manager do Bullet Club na New Japan), Kimber Lee entre outras. 

OBS: Como não consegui encontrar uma luta completa ocorrida em evento da Shine, deixo para vocês um combate envolvendo a ex-campeã da Shine, Mia Yim, e as atuais Shine Tag Team Champions Kimber Lee e Cherry Bomb, enfrentando a atual Shimmer Champion Nicole Mathews e as duas vezes Shimmer Tag Team Champions, The Canadian Ninjas (Portia Perez e Andrea).






5. AAA – Representando a lucha libre pura, a AAA possui a mais conhecida divisão feminina do México onde, assim como feito na LU, é bastante comum que as luchadoras enfrentem não só umas as outras, mas também homens em lutas de duplas mistas ou em combates intergender. As lutas desta divisão seguem os mesmos moldes das apresentadas na divisão masculina, tendo um ritmo bastante rápido, golpes arrojados e visualmente interessantes, e alguns dos exageros comuns na lucha libre. Para além do título AAA Reina de Reinas Championship, título feminino da companhia, as mulheres também disputam o AAA World Mixed Tag Team Championship, um dos únicos títulos no mundo reservados para a competição de duplas mistas. 
Lutadoras de destaque: Sexy Star (também da Lucha Underground), Taya Valkyrie, Fabi Apache, Mari Apache e Jennifer Blake. 





6. NXT – Por último citarei o NXT, o território de desenvolvimento da WWE. Aqui podemos ver perfeitamente a diferença gritante de qualidade entre os shows principais e a “divisão de base” da empresa de Vince McMahon. Storylines bem construídas, lutas com tempo suficiente, e rivalidades interessantes tornaram o NXT na salvação para os fãs de wrestling feminino, no que diz respeito ao produto da WWE. Além do melhor tratamento dado ao booking da divisão, as lutadoras presentes no NXT, diferente da maioria das que estão no main roster, possuem bom conhecimento sobre a modalidade e recebem treinamento diretamente de nomes como Sara Del Rey, Billy Gunn, Jason Albert (e durante um bom tempo, do falecido Hall of Famer Dusty Rhodes), que ajudam de forma competente a moldar as suas habilidades. Há ainda entre as NXT Divas, algumas que trabalharam (ou trabalham) em companhias independentes, como Bayley (conhecida como Davina Rose), Becky Lynch (conhecida como Rebbeca Knox) e a lutadora esporádica Blue Pants (Leva Bates da Shine). 
Lutadoras de destaque: Charlotte, Sasha Banks, Bayley e Becky Lynch. 


Infelizmente, possuo pouco conhecimento sobre as companhias de wrestling feminino japonês (representantes do chamado joshi-puroresu), mas deixo uma recomendação aos leitores que também busquem saber sobre essas companhias que seguem o estilo nipônico de luta livre. 

Após esta pequena listagem, eu espero que os leitores percebam que o wrestling feminino não se reduz ao fraco produto apresentado atualmente pela WWE, e desenvolvam algum interesse em assistir aos shows dessas companhias e em conhecer o trabalho das lutadoras que citei neste artigo, pois são estas empresas que ainda procuram desenvolver e apresentar ao mundo a qualidade e o empenho dessas profissionais, que assim como qualquer lutador masculino, arriscam sua saúde para nos proporcionar nosso meio de entretenimento favorito da forma como desejamos ver ele: com o devido respeito às lutadoras e com combates e storylines dignos para as mesmas. Aproveitem a leitura, e até a próxima.
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