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Trono do Fã - Capitulo I - RoH na Destination America

Antes de iniciarmos esta aventura, gostaria de desejar-vos as boas-vindas a este novo espaço do Wrestling Noticias e também apresentar-me. Como podem ver, eu sou o Rei AR, alguém que tal como a maioria dos leitores é um fã deste fantástico universo que é o wrestling. Para além disso, sou também um user do Fórum de Pro Wrestling. Este fórum é um dos parceiros do Wrestling Noticias e actualmente pode orgulhar-se de ter já seis anos de histórias para contar, sendo também  o único forum português dedicado ao wrestling no activo.

Então, mas o que esperar deste espaço? Aqui no Trono do Fã, aquilo que poderão ver será acima de tudo a minha opinião enquanto fã sobre qualquer coisa que me tenha chamado à atenção recentemente, sendo que não irei focar-me em especifico numa determinada companhia até porque não sou capaz de seguir nenhum produto religiosamente, mas sim, apenas algo que seja capaz de captar de me entreter durante um bom tempo. Já agora, o nome o Trono do Fã, deve-se ao facto de eu ser grande fã de filmes como o Senhor dos Anéis e o Rei Leão e de actualmente seguir a série Game of Thrones. Sei que alguns de vós poderão achar o nome um pouco lame, mas pronto foi o nome que me surgiu e não me apeteceu estar a perder mais tempo com isso.


Espero que tenham gostado da apresentação, mas está na hora de falar sobre algo que agitou imenso a comunidade de wrestling nos últimos tempos. Poderia perfeitamente dedicar este artigo estreia para analisar  a run que Kevin Owens está a ter na WWE, mas decidi falar sobre o mais recente programa da Destination America: Ring of Honor. Infelizmente, começo já por dizer, que ao contrário de muita gente não fiquei assim tão entusiasmado com esta bomba que permitiu com que a RoH tivesse uma exposição muito maior. Dificilmente a RoH conseguirá ter ratings superiores aos da TNA, mas a Ring of Honor não têm a mesma pressão que a TNA, porque este acordo será muito provavelmente mais barato do que aquele que a Destination America tem com a TNA. Agora imaginemos que a RoH consegue trazer a tão desejada publicidade  que a TNA foi incapaz de trazer ao canal, aí sim, a companhia de Dixie Carter poderá estar em apuros.

Mas isso pouco ao nada têm haver com a minha falta de entusiasmo. Essencialmente, isso deve-se à ( falta de ) qualidade do seu produto actual. Primeiro, considero que o booking da RoH é bastante previsível. Isto significa que existe uma certa lógica no booking da companhia, mas é necessário que os combates e as storylines sejam capazes de captar o interesse do seu público e de outras pessoas. Ainda há um tempo, tive o privilégio de assistir a Virgin Suicides de Sofia Coppola. E qualquer pessoa que queira assistir a esse filme fica logo nos momentos iniciais a ter uma ideia de como o filme poderá terminar. Mas o modo como a história é contada associado a outras coisas, fazem com que o espectador não perca o interesse no filme. Infelizmente não é isso que têm acontecido com a RoH. 

O que é uma pena, pois durante bastante tempo a RoH foi algo único. Procuram ser diferentes daquilo que era por exemplo apresentado na WWE e com isso conseguiram construir uma identidade. Claro que eram visíveis as suas influências vindas do Japão e da antiga ECW, mas Ring of Honor conseguia apresentar algo em que eram diferentes, sem chegar claro ao ridículo que é construir um ringue de seis lados simplesmente para ser diferente porque sim.
                                                                            


Uma coisa que a Ring of Honor podia perfeitamente promover durante um bom par de anos era a qualidade dos seus combates. E podia mesmo chegar a dizer que apresentavam o melhor wrestling do planeta. Claro que um promotor exagera sempre na qualidade do seu produto, mas hoje em dia ao fazerem-no estão claramente a mentir aos seus fãs e eles irão aperceber-se disso. E meus caros, ninguém gosta de se sentir enganado. É óbvio que os combates não estão a ter a qualidade dos combates que a NJPW têm apresentado nos últimos anos e mesmo olhando apenas para os Estados Unidos da América, a WWE apesar de por vezes apresentar shows semanais um pouco aborrecidos, tem conseguido em PPV e nos especiais dos NXT apresentar combates de grande qualidade.

Mas há mais, hoje em dia olho para o roster da Ring of Honor e não vejo a mesma qualidade nem o mesmo star power que possuíam há um tempo atrás. Em parte, é algo natural até porque a RoH não tem o poder para  manter os seus top guys, quando uma WWE ou uma TNA estão interessados em alguém do seu roster. Ainda assim, têm pode combater esse êxodo de talentos isso criando "estrelas", mas não é isso que têm acontecido.

Vamos então olhar para o plantel da RoH com mais atenção. Sim, temos o Samoa Joe e o AJ Styles que têm o nome que nenhum dos seus outros workers têm, mas o primeiro não está na forma de há dez, nove anos atrás que fez dele um dos melhores brawlers do planeta e para além disso neste momento já está com um contrato exclusivo com a WWE, pelo que pouco mais veremos dele na RoH. O segundo está ligado à NJPW,o que impossibilita o Phenomenal One de ser uma presença assídua nos shows da Ring of Honor assim como as opções de booking para ele ( a NJPW não está interessada em ver um dos seus top guys perder). Ainda assim, a Ring of Honor têm alguns nomes bem capazes e que merecem que lhes seja dado destaque, são eles:

Adam Cole

Adam Cole é já há algum tempo, um dos meus wrestlers favoritos. Há uns meses atrás assinou um contrato exclusivo com a RoH, impedindo-o de competir por exemplo noutras companhias onde tinha grande destaque como a PWG. Ou seja, esta vinda da RoH para Destination America era algo que já estava a ser planeado com algum cuidado à algum tempo.
Mas falando de Adam Cole em particular, há qualquer coisa de especial nele. Um excelente associado a um carisma que raramente costumamos ver companhias mais pequenas fizeram dele o melhor heel que a Ring of Honor poderia ter em 2014. Quem gostar da personagem de Shawn Michaels antes da lesão que o atirou para fora dos ringues, vai sem dúvida notar as influências e acima de tudo gostar deste jovem talento. Apesar de não achar que ele pertença ao topo da pirâmide no que toca ao melhor talento in-ring, não deixar de ser genial e já apresentou vários combates de grande qualidade.

reDRagon

A criação dos reDRagon foi muito interessante. Bobby Fish foi parceiro de Eddie Edwards no Japão e Kyle O'Reilly foi treinado por Davey Richards. Ora  isto começa num segmento, onde Kyle O'Reilly acusa o seu mentor de ser um entrave à sua carreira até que mais tarde após uma troca de palavras entre ele e Davey Richards, O'Reilly admite que sempre vê o American Wolf como um irmão mais velho, apenas para o atacar segundos mais tarde. Seguiu-se a habitual rixa no ringue, até que Fish vêm em socorro de O'Reilly, estando assim concluído o primeiro capitulo que levou à criação de uma das melhores equipas do mundo, que teve como objectivo inicial destruir Davey Richards.

Individualmente, O'Reilly pode ser muito bem o melhor pure worker da RoH, sendo que actualmente estará na final do Best of Super Juniors da NJPW contra KUSHIDA. Embora não seja propriamente alguém que brilhe com o microfone, o seu talento no ringue é tão grande que acredito que ele têm tudo para ser o às da da divisão junior da NJPW. Já Fish, embora seja  apenas um pouco inferior ao seu parceiro no ringue, é bem capaz de ser um dos melhores talkers que a Ring of Honor têm. O seu único problema é talvez a sua idade.

Briscoe Brothers


Os Briscoe estão sem qualquer sombra de dúvida, ligados para sempre à história da Ring of Honor. Se olharmos para o resto do plantel da RoH, eles e Christopher Daniels são os únicos que podem gabar-se de terem estado presentes no primeiro show da companhia. Com a diferença claro, durante esse intervalo de tempo, o Fallen Angel já esteve ausente da RoH.

Como tal, não é surpresa que sejam a equipa que por mais vezes conquistaram os RoH World Tag Team Champioship. Mas Jay e Mark Briscoe já não são uma equipa envolvida constantemente na divisão de equipas da Ring of Honor.

Jay têm sido alvo de um grande push, sendo que já não sofre um pinfall há pelo menos dois anos e a juntar a isso, Jay Briscoe no ano passado igualou o feito que apenas Austin Aries tinha conseguido na RoH ao sagrar-se pela segunda vez RoH World Champion. Jay não é melhor talento no ringue da RoH, mas consegue ser um brawler competente e acima de tudo é um bom trash talker. Já Mark é o loose canon da RoH e nos últimos tempos têm andado pelo midcard da companhia.


Jay Lethal

Jay Lethal é excelente a imitar Randy Savage e muito de vós estão sem dúvida familiarizados com o seu trabalho na TNA. E para além de ser excelente a imitar um dos maiores ícones do wrestling, Lethal é também um wrestler bastante competente. Actualmente, é um heel gerido por Truth Martini e têm tido um longo e interessante reinado enquanto RoH Television Champion, sendo que já defendeu o seu titulo contra nomes como Roderick Strong, Alberto El Patron e Jushin "Thunder" Liger, KUSHIDA entre outros mais.

Este ano, durante a sua rivalidade com Alberto El Patron, Lethal começou a promover-se como o único RoH Champion e a partir daí tornou-se bastante óbvio que estávamos para no caminho para um Champion vs Champion entre Jay Briscoe e Jay Lethal. Este combate vai mesmo acontecer no Best in the World e o vencedor irá unificar os RoH World Championship e o ROH Television Champion. Esta já não é a primeira vez que a Ring of Honor unifica os seus dois titulos principais, pois em 2006 Bryan Danielson e Nigel McGuiness tiveram um clássico onde o American Dragon saiu como vencedor.





Claro que haveriam outros nomes que poderiam ser destacados, como os Young Bucks, uma equipa que apesar de eu achar bastante overrated deixam qualquer público norte-americano ou japonês completamente electrizado. Roderick Strong, a quem eu gosto de chamar Randy Orton das indies por ser alguém excelente a trabalhar com os top guys e ser bem consistente no ringue apesar das suas lacunas enquanto talker. Os últimos meses deste último senhor têm sido excelentes. Também temos Michael Elgin, um powerhouse que começou a dar nas vistas após o seu five-star match com Davey Richards e que teve um dos melhores momentos do ano passado da RoH ao ter uma conquistar finalmente o RoH World Championship. Infelizmente, Elgin acabou um pouco por perder-se e ser alvo de um heel turn, sendo que neste momento não consegue ser relevante. Por último, Silas Young, sobrinho de Stan Hansen um dos maiores gaijins de sempre. Silas têm uma personagem bem trabalhada e interessante e é um talker bem consistente. Após derrotar Kevin Steen, esperava-se um push que o iria atirar para o Main Event da RoH, mas infelizmente acabou lesionado e só há pouco tempo regressou aos ringues.

Bem, sem mais demoras, termino assim este Capitulo I do Trono do Fã. Em principio todas as semanas serei capaz de lançar um novo artigo, por isso até ao próximo Sábado, tomem as vossas vitaminas, façam as vossas orações e forem curiosos mergulhem no Universo que é o Forum de Pro Wrestling!
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