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Slobber Knocker #66: SummerSlam num outro (meu) Universo?


Bem-vindos a mais um Slobber Knocker e já devem ter entendido pelo título que trago mais um artigo referente ao SummerSlam. Continuo a minha streak e ainda tenho a minha tradicional revisão para a próxima semana. Creio que se possa dizer que, sem querer, dei mais hype ao SummerSlam do que à própria Wrestlemania. Mas acontece....

Outra coisa que podem notar no título é que isto não é totalmente novo. Não é novo, aliás. Já usei o mesmo título e mudo apenas uma palavra, o nome do evento. Já o fiz anteriormente para a Wrestlemania e vou agora fazer exactamente o mesmo para o evento do Verão. Lembram-se daquelas vezes em que me tento armar em booker e lanço para aqui umas ideias que, vai das sortes, devem ser tão boas como algumas que tiveram em 1993 - um paralelismo ao artigo da semana passada. Mas não importa, lanço-as.

Talvez haja uma pequena diferença entre este e o anterior: no anterior eu despejei umas ideias que tive. Neste tive uma ou duas ideias e para completar um artigo tive que amanhar outras ideias - uma que seja apenas um pequeno remendo em algo que já vai acontecer e outra que seja a mais brutal das fantasias. Uma ideia do impossível que se pode amanhar aqui a um canto deste SummerSlam fantasioso.

Mas para vermos o quão bem não correrá esta minha sessão de ideias, aqui começa:

Então e Curtis Axel?


Uma coisa que é impossível passar-nos despercebida. Não há planos para o título Intercontinental a constar no alinhamento do SummerSlam deste ano. Com muita pena, porque Curtis Axel não só é um Campeão digno, mas também está em desenvolvimento, apesar do seu imenso talento - tem que desenvolver a sua personagem e vender a sua postura "ameaçadora". Mas não consta no alinhamento daquele que é possivelmente o segundo maior palco da WWE do ano.

A ideia que tive para um adversário foi logo imediata quando este regressou. E se falo em regressos, é possível que também já vos tenha ocorrido quem é. Mas algo que cheguei a pensar foi precisamente que Rob Van Dam batia lá certinho. Van Dam é um grande nome mas temos que nos lembrar que a maioria do seu percurso deu-se pelo midcard, portanto um salto até ao título Intercontinental não lhe ia afectar nada. E temos que nos lembrar que tal cinto é suposto ter imenso valor e um nome com tanto hype no seu regresso e a carregar estrelato pode encaixar lá e só lhe faz bem. 

E olhando para o canto de Curtis Axel, vemos um homem que deve ser ligeiramente familiar a Rob Van Dam. Mas ligeiramente só. Tal acontecimento até daria a entender que este seria o exacto propósito para o regresso de RVD- ajustar contas com Heyman. Nem era preciso um build-up assim tão progressivo, indo directamente ao assunto, a gente cá entendia. RVD, como todos os outros, acabou tendo os seus problemas com Heyman após este ser o seu braço-direito e maior apoio e um ajuste de contas seria suficiente para iniciar a história. Van Dam podia muito simplesmente lembrar a Heyman que há coisas que ele ainda não esqueceu. Podiam começar com simples trocares de olhares no backstage que já nos transmitiam uma grande e forte mensagem.


A partir daí podiam ir aproximando-se progressivamente. Van Dam podia rivalizar a curto prazo com uma estrela de midcard/topo e ser colocado num combate Tag Team com CM Punk que se opusesse ao seu breve rival e a Curtis Axel, que teria as suas desavenças com Punk por resolver. Heyman para prejudicar Punk, também tentaria tácticas que atrapalhassem RVD... Que também não estava livre de problemas com Heyman. RVD conseguiria o pin em Axel - Punk resolveria os seus problemas com ele mais "à séria" num one-on-one - e guardava lugar na corrida ao título no SummerSlam. A partir daí vinha a promoção que consistia em RVD lembrar Heyman dos seus problemas do passado, desde o mais recente caso de traição em 2006, recuando ainda mais até à queda da ECW que o "Whole F'in Show" culpava no homem que a ergueu, precisamente. As coisas ficariam azedas e Curtis Axel estaria lá sempre para proteger o seu mentor e azedaria a coisa também entre si e RVD. Chegava ao SummerSlam e tínhamos um combate brutal com Axel a vencer de forma segura, porque para mim é isso que RVD devia fazer agora - colocar malta over - e o Campeão Intercontinental precisa de umas vitórias "pesadas".

Mas há razões para isto não poder acontecer e é muito simples: Paul Heyman tem demasiado tempo e preocupação ocupados com a sua rivalidade com CM Punk. Feud demasiado grande para dar espaço para atenção a outra rivalidade menor, envolvendo o mesmo homem. É certo que na Wrestlemania ele trabalhou a dobrar e tanto a feud CM Punk/Undertaker como a Triple H/Brock Lesnar foram gigantes. Mas tanto num caso como outro, ele estava lá mais para auxiliar. Neste caso, a rivalidade gira mesmo à volta dele. E se foi necessário lançar uma vinheta com Brock Lesnar a dizer que aquela rivalidade não é entre Heyman e Punk com Lesnar a servir apenas de músculo... É porque é mesmo assim. Heyman conseguiria vender duas histórias ao mesmo tempo mas uma ia ficar muito ofuscada, daí que não alimentasse muito a minha ideia inicial deste "Curtis Axel vs Rob Van Dam" pelo título Intercontinental. E isto ainda pode acontecer mais tarde porque continua a bater certo...

Passemos a outro caso que cheguei mesmo a pensar que fosse acontecer mas vi a história a desvanecer aos poucos e apercebi-me que não era esse o plano:

Believe in the Shield!


Por acaso isto consiste mais numa ideia que eu achava que ia acontecer do que uma que eu gostava que acontecesse, porque até nem é nada de extraordinário. Via Mark Henry e os Usos tão lançados em deitar os The Shield abaixo que achei que o plano era colocar esta malta toda a dar espectáculo no SummerSlam. Mas deixaram a rivalidade desvanecer lentamente e avançaram para outro rumo - um rumo algo apressado e por cima do joelho.

Mas via maneira de termos um duplo campeonato no SummerSlam. Mark Henry virou Face e com a ajuda dos Usos andou a tentar tratar da tosse aos Shield. Não teve muito sucesso mas ficou sempre aquele sabor de que as contas não estavam ainda justas. Os Shield já são um grupo poderoso, quanto mais quando têm algo que lhes dá mais poder ainda. E esse algo são os títulos. O grupo heróico desafiaria os Hounds of Justice para colocarem os cintos em jogo no SummerSlam - o dos Estados Unidos contra Mark Henry  e o de Tag Team contra os Usos... Que eu precisava muito de explicar isto - mas não separadamente. Se os Shield gostam de trabalhar os três em conjunto então que venham os três e trabalha-se assim. Ambos os títulos em jogo, a equipa que conseguisse o pin ficava com ambos os cintos. Isto já foi feito antes e colocaria os Shield em alguns apuros porque um mínimo erro - como os que originaram as suas únicas duas derrotas - poderia fazê-los perder tudo. Ambrose podia perder o seu título, se Rollins ou Reigns sofressem o pin. Da mesma forma que uma dupla perderia os cintos por causa da falha de um outro. Alguma tensão poderia criar-se entre eles. Ou pelo menos era essa a história que nos tentavam vender, as suas promos no titantron mostravam-nos tão seguros como sempre.


O que vale é que nunca se desentenderiam porque a mudança de título nunca chegaria a acontecer. Durante o combate talvez vendessem a história de um certo nervosismo com as circunstâncias em que nunca tinham estado. Mas nada que os fizesse parecer fracos, é a última coisa que devem fazer. Mas talvez um pouco vulneráveis para parecer que Henry e os Usos tinham conseguido entrar-lhes minimamente na cabeça. A confiança neles mesmos prevalecia e eles seriam os vencedores. Mas de uma forma um pouco "à Shield", o que causaria desagrado nos adversários, que teriam segundas tentativas separadamente no Night of Champions.

Achava que tal podia acontecer, mesmo que não fosse um desejo tão intenso. Mas até nem era má ideia. Undertaker não está em condições para ajustar as suas contas, mas não há problema. Até achava porreiro porque Mark Henry era um bom "contender" para dar valor e atenção ao cinto Americano - Dean Ambrose deu-lhe valor, agora é só continuar a acumular. Acabou de sair de uma rivalidade pelo principal título mas não vê o título dos Estados Unidos como algo que o rebaixasse e após a sua Face Turn conseguiu ficar over. Uns adversários porreiros para Ambrose sair por cima e era óptimo para si e para o cinto. E Mark Henry já não tem nada a provar.

Mas não aconteceu e pronto, não se perdeu um "dream match". Mas ficou a sensação de "sem rumo" quanto a ambos os cintos e quanto ao trio demolidor. Lá conseguiram amanhar RVD para lá - o que está bem jogado, tendo em conta o que eu disse sobre valorizar o cinto e essa conversa toda - e veremos até onde é que vai esta milionésima Turn de Big Show e uma aliança com Mark Henry. 

Agora a entrada mais tímida para este artigo, porque é só acrescentar uma pitada de sal a algo que já está feito:

Eterna amizade


Que Damien Sandow e Cody Rhodes se iam enfrentar no SummerSlam, já sabíamos desde o final do combate no Money in the Bank. Mas até já podemos esticar um pouco as coisas e assumir que já sabíamos desde antes do Money in the Bank porque, confessemos, era uma possibilidade forte. Mas se calhar achávamos que a coisa ia ser mais apimentada. Avizinhamos um grande combate de qualidade, mas mais alguém estava à espera de algo mais em jogo do que apenas o tal "ajuste de contas" que já devo ter mencionado umas duzentas vezes por aqui?

O combate "Ladder" pela mala foi algo que já vi muito público a antecipar e até a mim mesmo chegou a ocorrer. Mas... Porquê? Porque não ganhou, pode chegar lá, queixar-se e tem uma oportunidade de lutar pela mala? Assim era bonito, qualquer um chegava lá e chorava "Eu ia ganhar mas ele não me deixou!" e pumba! Rematch. Tem que se arranjar alguma artimanha que faça algum sentido mais... Mas não muito, o que vale é que isto é a WWE, a lógica às vezes fica fora do prato.

Não sei se era preciso mais tempo ou se a história só tinha que desenvolver-se rápido. O segmento com Cody a atirar a mala à água mantém-se, foi um segmento bom, engraçado e à antiga e até contribui para a história pretendida. Não havia mala e Sandow traria logo a seguir a mala nova - que ele apresentou recentemente - e Cody teria um castigo imposto por Vickie Guerrero - tendo em conta que o incidente foi no Smackdown. Esse castigo seria um combate com um adversário difícil - atira-se para aqui um Ryback - e se perdesse seria forçado a cumprir aquele trabalho proposto por Sandow anteriormente de "burro de carga" ou "carregador da mala" como lhe queiram chamar. Cody tinha momentos em que até parecia que ia sair por cima, e acaba por ser Sandow a fazer os estragos que dessem na derrota de Cody e que o obrigasse a ser o servo do "salvador intelectual". Daí para a frente, o seu tratamento seria abusivo e ele não seria mais que um criado. E andava sempre com a mala. Damien nunca lhe tocava. Até que tenta fazer "cash-in" sem mala porque não é ele que a tem, andava com Cody que nem sequer estava por perto porque estava a fazer alguma coisa que Sandow tinha mandado - mas o Mr. Money in the Bank ia culpá-lo na mesma. Com esse incidente, os directores chegariam à conclusão que Sandow não estava a tomar posse da sua própria mala e ela pertencia mais a Cody do que a Sandow. Sei que não faz assim tanto sentido, mas eles já se saíram com pior.


Alguma lógica seria desafiada com esta "a mala é mais do Cody porque ele anda mais com ela" e para isso temos lá o JBL - e o Michael Cole a explicar o outro lado da história - para reclamar. A confusão teria então que ser resolvida. Assumindo que o combate entre ambos no SummerSlam já estava marcado, acrescentavam-lhe uma pitada de sal - um combate "Ladder" pela mala "Money in the Bank" para definir o derradeiro e indisputado "Mr. Money in the Bank". Tínhamos JBL para apontar o ultraje que isto era, tendo em conta que Sandow já tinha vencido o verdadeiro combate e nós não podíamos discordar, mas é como digo, eles já tiraram piores ideias e com menos lógica do chapéu. No final, Sandow venceria de qualquer forma e Cody não cairia mais no roster como lhe acontece constantemente - até pelo contrário, assim que Sandow fizesse o cash-in já ia ter logo um antigo melhor amigo à perna para retomar uma rivalidade...

Talvez não das mais lógicas e talvez precisasse de algumas semanas mais para construir isto tudo, não sei, há dois programas por semana mesmo assim. Mas amanhava-se qualquer coisa. Passemos então para o quarto caso que me ocorreu para encher isto e que é totalmente cheio de fantasia:

Quem tem saudades do título Cruiserweight?


É, já não é primeira vez que falo nisto e assim até parece que tenho uma certa obsessão com isto. Não sou assim tão devoto aos "pequenotes" ágeis, mas qualquer um concordaria que isto era giro e não estorvava nos dias de hoje - se soubessem onde o meter e não fizessem asneiras com ele. Tinha que se arranjar uma boa desculpa para trazer isto sem ser do nada "Olha, porque somos extremamente fixes vamos trazer o título Cruiserweight outra vez". Podia ter algum propósito na história e um método era utilizar isso como mais uma gota para a tensão entre Triple H e Vince McMahon. Vince continuava a rebaixar os lutadores pequenos? Olha o que o Triple H faz para os defender... Decide trazer um título que lhes dá destaque e nada que Vince fizesse o podia impedir. Um torneio ia sendo feito com os lutadores de pesos leves ao longo das semanas no Raw e no Smackdown, com uma final a ser disputada no SummerSlam.

O torneio também podia ter alguma história pelo meio do que só uns combates até que dois se encontrem no PPV. Metam artimanhas malucas pelo meio, como Brad Maddox a opor-se ao torneio, por ser o bonequinho do Vince, até que alguém lhe lembrava que ele também já quis ser lutador e tinha o peso ideal para aquele cinto. Maddox gostava dessa ideia e, como condição, impunha que ele participasse. O seu pedido era garantido mas já estavam as eliminatórias cheias para o Raw e o seu combate teria que ser no Smackdown. Não há problema, ele mantinha os planos. É óbvio que ele não ia combater assim às boas. No Smackdown ficaria entendido que ele subornaria o seu adversário, algum Heel pouco digno, digamos um Heath Slater que, mais derrota ou menos derrota, que importa. E este deitaria-se para ele e assim Maddox começaria o seu trajecto em direcção ao título. Só que não. Ele não estava propriamente em casa e estava no Smackdown, onde tem alguns problemas com a GM, Vickie Guerrero.

Ela agora é uma espécie de tweener, mas nesta situação em particular ia desempenhar o papel de Face. Avisaria Maddox de que os planos tinham sido mudados. Slater ia enfrentar um outro atleta. E para enfrentar Maddox... Vickie introduziria um tipo que teria uma simpática recepção... Um tal de Adrian Neville faria a sua estreia naquele Smackdown, squashando Maddox e começando o seu apuramento em direcção à final pelo título Cruiserweight no SummerSlam. O Slater, olha, quem quer que fosse o seu adversário, provavelmente também dava cabo dele porque... Vida de Slater. O espectacular Neville, que já tinha deixado os comentadores boquiabertos - aqueles comentários clichés dos comentadores impressionados - já estava também over com os fãs. Lugar garantido no SummerSlam e assim era. Do outro lado... Não é preciso inventar muito. Alguém que eles gostem e que gostem de glorificar de vez em quando e dar uma chance ocasional para não ser sempre a jobbar: Sin Cara. Apesar de não ter sido o sucesso que esperavam, ainda têm consideração pela superestrela Mexicana, portanto dava um bom combate. Face contra Face, combate de respeito e um título restaurado em jogo. Combate épico e Neville venceria, tornando-se Campeão pouco depois da sua estreia, representando esta nova era da divisão Cruiserweight, que viria a encabeçar.


Sei que é pensar longe demais, mas este "slot" estava reservado para isso mesmo. Fantasia até dar com pau. Mas nem é uma ideia assim tão má. Não pela história, essa pode ser extremamente disparatada, mas porque ter o Adrian Neville era brutal. Mas vá, achem o que quiserem acerca desta história.

Porque entretanto o artigo chegou ao fim. Já todas as ideias foram despejadas - felizmente, pensarão aqueles que só vêem trapalhada para ali - e agora passo a palavra a vocês, para expôr a vossa opinião acerca destas loucas ideias e até dar algumas vossas. Se quiserem também me podem mandar parar de fazer isto. Não quer dizer que eu pare, mas é o vosso direito. Para a semana cá estarei para a quinquagésima revisão do evento aqui em destaque.

Até lá, fiquem bem e bom SummerSlam a todos.

Cumprimentos,
Chris JRM

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