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Lucas Headquarters #17 - "Paul Heyman Guys" que o tempo esqueceu (parte 2)



Boas tardes, meus santinhos do pau oco! Como estão? Bem-vindos a mais uma edição do “Lucas Headquarters” aqui no sítio do costume, o WrestlingNotícias! Tudo a regressar ao trabalho ou a preparar-se para a contingência que aí vem a partir do dia 15? Seja como for, protejam-se maltinha, porque isto não está para brincadeiras e o bicho ainda não está dominado!

Mas deixemo-nos de coisas tristes e vamos à missão que me traz aqui esta semana: Acabar a nossa lista dos “Paul Heyman Guys” que se calhar vocês não se lembram, ou nem fazem ideia de quem foram. Aqueles que o tempo se encarregou de apagar da nossa memória, mas não aqui do WN!

E se calhar alguns destes até são conhecidos vossos e até tinham tudo para dar certo, mas ou não conseguiram ficar over com o público ou a sua carreira reservou-lhes outras sortes (ou até ambos).

Sem muito mais a dizer, vamos contar os últimos cinco “Paul Heyman Guys” que o tempo esqueceu! Mais uma vez, a ordem é perfeitamente irrelevante, o que conta aqui é que façamos uma viagem no tempo rumo ao canto mais profundo das nossas memórias. Vamos a isto!


#5 – Cesaro


Claro que muitos de nós nos lembramos do curto período de tempo em que (Antonio) Cesaro alinhou com Paul Heyman, mas a razão da inclusão dele por aqui prende-se precisamente com o facto dessa parceria ter sido curta, o que não deu tempo aos fãs para a saborearem como deve ser e que, por isso, o tempo levou a esquecer.

A aliança começou quando Cesaro venceu a primeira Andre The Giant Memorial Battle Royal e parecia bastante prometedora, como aliás todas as alianças onde Paul Heyman mete as mãos. No entanto nada de novo aconteceu para Cesaro e, a partir daí, foi sempre a descer, tornando-o num dos wrestlers mais subestimados do roster atual da WWE. 

E a malta sabia que a parceria não iria trazer nada de novo quando o próprio Heyman disse, certa vez, no podcast de Sam Roberts, que a única razão pela qual o colocaram ao lado de Cesaro foi para que o próprio Heyman aparecesse na TV e que os fãs se lembrassem que o outro cliente dele, Brock Lesnar, tinha derrotado pela primeira vez o Undertaker na Wrestlemania XXX.

Sinceramente, pessoal… De que serve uma parceria com Heyman quando o foco está no Heyman e não no wrestler que evoluiu sob o seu “comando”?



#4 – Curtis Axel



Ora aqui está outra parceria que tinha tudo para ter resultado, sobretudo porque falamos de um wrestler que tem muito em comum com nomes como Randy Orton, Charlotte Flair… e que é filho de "Mr. Perfect" Curt Hennig e neto de Larry "The Axe" Hennig, grandes nomes do wrestling no seu tempo. Só aí, mesmo que o talento não fosse muito (o que provavelmente é mentira) a coisa podia resultar… mas não resultou.

E a aventura a dois começou bastante bem, com Axel a vencer Chris Jericho logo num dos seus primeiros combates e a conquistar o Intercontinental Championship no Payback, a sua única conquista digna de relevo.

Depois que Heyman traiu CM Punk, Axel até continuou a ter uma grande quantidade de tempo de antena e bons combates, tendo retido o Intercontinental Championship e até vencido Punk no Night Of Champions de 2013 num No-DQ Elimination handicap match, no entanto, uma lesão na anca por altura do Hell in a Cell desse ano acabou por ser o início do fim para este “Paul Heyman Guy” esquecido no tempo. 

Num SmackDown de meados de Novembro, Heyman desfez-se de Axel, justificando que já não precisava mais dele e que também Ryback nunca chegou a aceitar uma proposta para trabalhar com ele, e no RAW de dia 18 desse mês, Axel perdeu o título para Big E (LANGSTOOOOOOOONNNNNNN), e a partir daí foi sempre a descer, até ter sido despedido da WWE por conta da pandemia do COVID-19.

Claro que, pelo meio, The Miz ainda tentou ressuscitá-lo e Axel ainda foi RAW Tag Team Champion com Bo Dallas na B-Team (GO! GO! GO!), mas sol de pouca dura...

Mais tarde, Heyman justificou o falhanço da parceria com Axel (e também com Cesaro) citando “falta de química”. Oh pá, tudo bem. Mas mais vale ter um manager que aposte neles e os faça ter algum tempo de antena (mesmo que a química não seja muita) do que eles andarem por aí perdidos quase servindo de jobbers. Mas isto sou eu…

#3 – Big Show

“Quem diria? Big Show como um ‘Paul Heyman Guy’? Não é possível!” – pensarão vocês. Mas foi, foi possível. Não uma, mas duas vezes, o que ainda torna isto mais possível ainda.

A primeira run de Big Show como um "Paul Heyman Guy" acontece em 2002. Na altura, Brock Lesnar era o alvo a abater – ironia do destino! – graças ao próprio Heyman. Era o Campeão da WWE mais jovem de sempre, mas não só.

Era também um verdadeiro Adonis que parecia que tinha sido esculpido a partir de pedra. O único senão é que já ia falando a la Mickey Mouse, mas enfim, pormenores. Pelo menos naquele tempo, ele fazia metade das suas próprias promos (isto já depois de prosseguir carreira a solo, quem não se lembra daquela promo épica com o Eddie Guerrero antes do No Way Out? Such good shit). 

Ora este nosso amigo (que já naquela altura fazia heel turns e face turns como quem muda de roupa… isto realmente há coisas que não têm emenda) foi apresentado como tendo “uma última chance de alcançar a grandeza” no Survivor Series de 2002, no famoso Madison Square Garden, no combate contra Brock Lesnar pelo WWE Champinoship. 

E alcançou-a. Alcançou-a porque, para espanto de todos, Heyman lixou Brock Lesnar à grande e à americana, fazendo com que o “World’s Largest Athlete” o derrotasse e acabando com a sua streak de invencibilidade.

A segunda run chega em 2006. E neste caso, meus amigos, é justo dizer que o que Paul Heyman dá… Paul Heyman tira. Ele tinha sido um dos grandes responsáveis pelo regresso da (WW)ECW e por colocar Rob Van Dam no topo da WWE, mas rapidamente se fartou dele.

RVD tinha Big Show derrotado, mas Paul Heyman não quis saber de fazer a 3-count depois do Five-Star Frog Splash, e instruiu Big Show a aplicar-lhe um chokeslam em cima de uma cadeira, selando a vitória em seguida. 


O público é que não gostou nada do que acabara de ver, e ficou de tal maneira furioso que foram atiradas bebidas e copos vazios durante a celebração do campeão. Videntes daquela época atrever-se-iam a dizer que isto era um prenúncio da chegada dos Street Profits à WWE anos mais tarde.

#2 – The Dangerous Alliance

Neste caso não vou falar apenas de um wrestler, mas de vários, alguns deles até bastante conhecidos: Arn Anderson, Bobby Eaton, Larry Zbyszko, Madusa (mais tarde Alundra Blayze), Michael PS Hayes, Rick Rude e Steve Austin, que formaram uma stable tendo Paul Heyman (na altura Paul E. Dangerously) como o “pai de todos”.

 Esta versão da Dangerous Alliance nada tem a ver com a versão da AWA, que consistia em Heyman como líder e Adrian Adonis e os Midnight Express (Dennis Condrey e Randy Rose) como restantes membros. Este grupelho só durou cerca de um ano, mas a sua influência no mundo do wrestling permanece até hoje.

Tudo isto começou quando Heyman foi “despedido” da WCW como comentador, mas sabia que ainda podia fazer valer a sua fama como manager. Mais tarde, no Halloween Havoc de 1991 quando Dustin Rhodes e Barry Windham foram atacados por Anderson e Zbyszko, deixando a impressão que algo em grande estava para chegar.

Mais tarde, aparece um fantasma da ópera muito pouco convincente, que rapidamente despachou Tom Zenk com um reverse neckbreaker. Esse fantasma, revelado pelo próprio Heyman, era nada mais nada menos do que Rick Rude, que o manager revelava ser o lutador ideal para executar uma espécie de “vingança” na empresa pelo seu despedimento como comentador.





Rick Rude teve então uma oportunidade pelo United States Heavyweight Championship no Clash of Champions XVII, e venceu o título após Sting se ter lesionado num joelho, graças a um ataque de Lex Luger e a uma distração de Madusa. Sting, coitado, ainda conseguiu voltar ao ringue para tentar defender o título e o público ainda via uma luz ao fundo do túnel, mas de nada serviu.

No mesmo show, Anderson e Zbyszko (aka The Enforcers) tinham que defender o World Tag Team Championship contra Dustin Rhodes e um parceiro mistério, que se revelou como sendo Ricky “The Dragon” Steamboat. Rhodes e Steamboat venceram os campeões, reclamaram os títulos e deram o mote para a formação da stable. 

O grupo implodiu em meados de 1992 no PPV conhecido como WrestleWar, num Wargames match. Zbyszko havia exposto a turnbuckle, mas acidentalmente acabou por acertar em Bobby Eaton com o pedaço de metal em vez de Sting, que aproveitou a falha e aplicou um armbar, selando a vitória.

Zbyszko acabaria expulso do grupo, que foi acabando quase sem ninguém dar por isso, já que os seus outros membros acabaram por encontrar sucesso como singles competitors.

#1 – The Miz


Aqui passa-se exatamente a mesma situação de “Stone Cold” Steve Austin: Nós nunca vimos (e agora muito dificilmente veremos) Paul Heyman como manager de The Miz, mas há coisas que se passam nos bastidores que um fã de wrestling nem sonha. E é aí que a influência de Paul Heyman alcança níveis estratosféricos.

Toda a gente se recorda (ou pelo menos já ouviu falar) do Mike Mizanin saído do Tough Enough de finais de 2004 (uma edição onde curiosamente um dos participantes era Ryan Reeves, mais tarde conhecido como… Skip Sheffield e posteriormente, Ryback). Miz acabou por não sair com a vitória, mas certamente teve mais sucesso do que o próprio vencedor, Daniel Puder, que acabaria por ser demitido em Setembro de 2005.

Ora, mais ou menos por essa altura, The Miz estava a treinar na Deep South Wrestling, onde Paul Heyman servia como uma espécie de “conselheiro”. Heyman certamente viu qualidade no jovem Miz, tanto que decidiu trazê-lo para a Ohio Valley Wrestling (OVW), que era na altura um dos territórios de desenvolvimento da WWE.

Na altura, o próprio Heyman descreveu Miz como um gajo ingénuo, e tomou para si a missão de o tornar num dos maiores heels da História do wrestling. E não é que conseguiu? Desde a parceria com John Morrison que lhe rendeu Títulos de Tag Team, até à sua carreira a solo onde atingiu o topo como WWE Champion, foi main-eventer e venceu várias vezes o Intercontinental Championship. 

Portanto se alguma vez se perguntarem de onde vem a gimmick arrogante (mas sempre must-see) do nosso A-Lister de eleição, a resposta é Paul Heyman. Vem de Paul Heyman. Graças a ele, The Miz é hoje um dos melhores e mais excitantes heels da História do wrestling, e sem dúvida será um futuro Hall of Famer.




Destes dez "Paul Heyman Guys" que aqui vos trouxe, qual consideram ter sido o melhor? E aquele podia ter realmente "explodido" com a ajuda de Heyman?

E assim termina mais uma edição dos "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página do WN, deixar a vossa opinião nos comentários, sugerir temas, tudo isso e mais alguma coisa. Para a semana cá estarei com mais um artigo!

Peace and love, meus amigos!

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