Ultimas

Literatura Wrestling | Yes! My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania - Capítulo 9


Está de volta a Literatura Wrestling, o espaço de traduções do blog que vos traz uma obra biográfica, na íntegra, reveladora das origens, vida e decorrer da carreira de alguns dos mais marcantes wrestlers que percorreram os ringues que acompanhámos com tanto gosto.

Todas as semanas vos traremos um excerto do livro "Yes!: My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania", publicado em 2015 por Daniel Bryan e pelo co-autor Craig Tello, a contar o crescimento e peripécias do "Yes! Man" até à sua chegada à WWE e ao main event da Wrestlemania. Boa leitura!


Capítulo 9: "Bottle Royal"
Quinta-Feira, 3 de Abril, 2014 - 15:48

Entre séries de exercícios, o bem equipado atleta bebe um trago da sua garrafa de água OKO, pressionada contra a sua barba. Ele tem-na transportado toda a semana - e todo o 2014, na verdade - visto que parou de usar garrafas de água de plástico em Janeiro como a sua resolução de Ano Novo. Aparenta estar a pegar, como se pode entender a partir dos seus colegas Superstars, que são vistos a carregar as suas próprias garrafas de plástico duro por Nova Orleães. Um recipiente de água enaltecido com o logo da Wrestlemania até faz parte dos sacos-presente de recepção ao hotel do plantel.

A tendência é uma pequena vitória para um homem à procura da maior vitória da sua vida na Wrestlemania.

"Tendo a acreditar que wrestlers podem ser uma raça particularmente desperdiçadora," concede ele, "mas acho que é a natureza do volume de viagem que fazemos. Simplesmente nos habituamos a deitar fora tanta coisa. Passamos por tantas garrafas de água nesta companhia. Não sei se influenciei os meus colegas Superstars, apesar de achar que contribuí com as garrafas de água OKO."

Ele acrescenta, "Pessoas olham para problemas globais e parecem tão incrivelmente vastos. A ideia por trás da garrafa de água é que é uma coisa pequena que eu posso fazer quanto a mim. Podes fazer pequenas mudanças, e essas pequenas mudanças tornam-se hábitos, e esses hábitos podem transferir-se para outras pessoas."

Em inícios de 2012, Bryan foi nomeado e por fim honrado ao ser considerado o "Atleta Mais Amigo dos Animais" pela PETA. Ele teve animais à sua volta durante toda a sua vida - os cães Millie, Mikey, Asparagus e agora a Josie, assim como os gatos Mitten e Chowder - e Bryan vê uma ligação vital entre todos os animais e o planeta, como parte de uma responsabilidade maior que ele reconhece.

"Proteger a vida selvagem é importante, assim como não fazer tudo tão homogeneizado ao ponto de vida selvagem e natureza não poderem existir," afirma Bryan. "Sinto que, como humanos, se somos a espécie-chave do nosso planeta, devíamos fazer o nosso melhor para mantê-lo vivo." Estas afirmações progressivas não são o que esperarias ouvir a meio dos exercícios de um wrestler profissional com o pêlo facial mais vasto na instalação inteira.



Pessoas estão sempre a perguntar-me em relação à minha barba, logo achei que mais valia abordar o assunto. Eu nunca pretendi deixar crescer uma barba; apenas meio que aconteceu. Crescer em Aberdeen é um pouco como crescer num mar de barbas. Uma enorme percentagem de homens trabalham no exterior ou nos moinhos pela cidade fora, e está frio e chuvoso uma boa parte do ano. Barbas ajudam a manter a cara quente, logo a maioria dos homens deixa estar, pelo menos, uma curta.

O meu pai quase sempre tinha uma barba. Havia alturas em que o via barbeado, e era simplesmente estranho, como se ele tivesse milagrosamente regressado à infância. Eu tentei deixar crescer uma barba várias vezes no final da minha adolescência, mas não sou propriamente dotado no domínio do pêlo facial, e na maioria das vezes, tentativas de deixar crescer pêlo facial apenhas me deixavam a parecer parvo. Apesar do comprimento da minha barba actualmente, nunca foi muito densa; intensidade de barba mede-se em folícolos por polegada quadrada, e as minhas são relativamente baixas.

A primeira vez que comecei a deixar crescer uma barba foi em 2004. Tinha acabado de voltar do Japão e calhava ter deixado a minha gilete num quarto de hotel. Visto que uma boa navalha custava à volta dos 10$ e eu sou muito comedido, decidi aguentar até precisar absolutamente para arranjar uma. Fui à seguinte tour no Japão algumas semanas mais tarde, ainda sem barbear. Eu estava prestes a fazê-la antes do primeiro espectáculo quando o Jushin Liger, um dos melhores wrestlers do estilo peso-leve da história, disse-me que gostava da barba curta. Ele disse que me fazia parecer mais velho e mais duro. Seria um idiota se fosse cortá-la logo depois disso.

Tendo a ir longe demais com algumas coisas, e não me barbear tornou-se uma dessas coisas. Andei seis meses sem usar uma navalha, e a minha barba tornou-se muito mais longa que o que alguma vez tinha estado. Rapar a cabeça acrescentou ao meu visual actualizado também. Em Junho de 2005, enquanto eu estava na Inglaterra, finalmente decidi tirá-la. Um dos factores foi o casamento da minha irmã, que estava a chegar, e eu queria estar presentável para isso. Outra razão foi que, na Inglaterra, ainda usava a minha máscara de American Dragon, e a barba fazia tudo parecer bem ridículo. A gota-de-água foi quando estávamos num bar local, onde uma mulher Inglesa de mais de cinquenta anos e corpulenta veio ter comigo e disse-me com um sotaque carregado, "A tua barba, parece a minha 'minge'." "Minge" é um termo Inglês para "vagina." Não conseguia tirar a imagem da cabeça, então fiz a barba no dia seguinte.

A minha barba actual cresceu basicamente da mesma forma. Comecei a mantê-la um pouco subtil, e depois deixei-a crescer um pouquinho mais, cerca de uma polegada mais em comprimento. Pouco depois do Kane e eu termos formado os Team Hell No, eu deixei de a aparar inteiramente, e cresceu até se tornar bastante longa. Por essa altura, parei também de acertar o cabelo, e ninguém sequer notou ao início porque estavam todos distraídos com o quão densa a minha barba estava a ficar. Muitas vezes quando estás na WWE, tens que pedir permissão para mudar o teu visual. Esta particular mudança no meu visual foi tão gradual que ninguém realmente notou até que, de repente, ali estava eu com cabelo comprido e esta barba grande.

Admito que por vezes, ter uma barba substancial pode apresentar desafios únicos. Uma vez, estava a viajar de saída do Canadá, e assim que passava pela segurança, o agente da TSA pediu-me para levantar o queixo. Ele depois deslizou os dedos pela minha barba como se estivesse à procura de alguma coisa lá dentro, o que achei bastante estranho. Eu fico com muito batido de proteínas preso na barba, e quando estou a treinar grappling ou jiu-jitsu, os pêlos da minha barba ficam espalhados por todo o tapete. Ainda assim, deixei crescer. Coloco shampoo e condicionador. Esses são basicamente os "segredos do Daniel Bryan para ter uma boa barba."

No próximo capítulo: Se recuarmos alguns capítulos e retomarmos a cronologia, lembrámo-nos do triste momento em que Daniel Bryan foi despedido da WWE pela primeira vez. Ainda o afecta, mas havia um vasto território à sua espera. Todo um Japão. Não percam o início do décimo capítulo, onde já se trata do crescimento oriental do nosso "minge-face"!

Com tecnologia do Blogger.