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Folha de Avaliação 2017 | 205 Live


Continua a saga por 2017, que há muito povo para avaliar e realmente a minha palavra conta imenso para dizer o que está bem ou não. Estas introduções é que já devem começar a maçar. Já sabem o que venho aqui fazer e já vêem imediatamente ao que é referente. Não há categorias no ringue das cordas roxas, olhemos a uma lista mais breve que as anteriores de uma malta que não pesa tanto como outros. Recordemos o 205 da malta do 205 Live.


Akira Tozawa - Até teve um bom ano e num plantel que anda lá a ver se, no mínimo, se faz ser visto, até foi dos mais notórios. Conseguiu tornar-se over e conseguir uma ligação com o público através de algo tão simples como... A repetição de um som. Chegou mesmo a escalar ao ponto de ter sido Cruiserweight Champion no Verão, mas esse reinado não completou uma semana e voltaria a soltar o cinto para Neville, confundido muito povo que perguntava, então, para que lhe tinham dado o título. 

O que posso justificar é que quisessem recompensar Tozawa de alguma forma, como uma estrela ainda bem over, mas viram que era muito mais rentável manter Neville como Campeão e então permitiram-lhe um curto reinado para o currículo. Poderá ter sido algo como isso, mas o objectivo nunca foi muito claro. Além desse período, em que também fez parte dos Titus Worldwide, teve rivalidades com The Brian Kendrick e Drew Gulak, resultando em bons combates. Ainda é uma das mais significativas peças do 205 Live mesmo que já ande com o ímpeto que outrora já teve. Que não seja um 2018 de queda.

Ariya Daivari - Não é dos "main eventers" da divisão, se é que podemos chamar-lhe algo assim aos principais que rodam o título. Mas teve os seus momentos. Teve mesmo um período no Verão em que tentou a sua sorte na caça ao Cruiserweight Championship, metendo-se nos assuntos de Neville e Akira Tozawa. Com uma gimmick de ricaço oriental arrogante, consegue manter o seu acto como um Heel decente e é competente em ringue como um cruiserweight menos "flashy". 

Não vai mais longe com o seu nome... Porque o irmão também nunca foi uma estrela por aí além. Eu até que gosto dos dois e gostaria que Daivari, agora sem Zo Train, tenha um 2018 activo e onde possa ir encontrando uma storyline ou outra - que seja, pelo menos, quase tão divertida como a que teve com Jack Gallagher - para não ficar apenas como um membro do plantel "para encher".

Austin Aries - Aqui está um dos casos mais desapontantes do ano. Não foi ele, foi o que nos deram dele. E também não foi a qualidade do que nos deram dele, foi o quanto durou. Porque Austin Aries foi óptimo e o tempo que passou no 205 Live também foi estupendo. A recuperar de uma lesão, transitou para fora do NXT através da mesa de comentadores onde era também muito divertido de se ouvir - dotes orais teve-os sempre. Facilitou-lhe a passagem para o programa. 

Já lá estava, foi só levantar-se, entrevistar malta até chegar a altura de atacar Neville e marcar o seu lugar ali. Não tardaria até estar a lutar pelo Cruiserweight Championship por várias tentativas. Incluindo a Wrestlemania. O certo é que foram muitas tentativas e a cada uma delas, estavamos nós convencidos que seria dessa que ele venceria o título. Neville era um fantástico Campeão, a cena é que Aries realmente era praticamente ainda o único realmente digno de ser o seu sucessor. Mas nunca chegou a acontecer e não nos deixámos desanimar. Aries poderia ser o primeiro a abrir a porta de transição entre a divisão Cruiserweight e o restante plantel, ou podia rivalizar com qualquer outro entre as cordas roxas, que certamente o tornaria interessante. 

Em vez de qualquer uma dessas opções, sem que esperássemos, foi embora. E aí é que entrou o nosso desânimo. Tanta coisa, tanta expectativa e num instante foi embora. Correram todo o tipo de rumores, desde o descontentamento dele com este e aquele factor, ao descontentamento dos oficiais, já correu de tudo. O certo é que o seu 2018 não aparenta ser negro, ano em que não tardou a voltar a uma casa antiga e conquistar o Impact Global Champion, com a liberdade de lutar por todo o lado, ganhando mais cintos e cobrindo-se deles todos. Até consegue o insólito de combater com um actual Campeão na WWE. Acho que o ano lhe está a correr lindamente e assim pode continuar. Quem sai mesmo a perder é o 205 e quem acompanha.

The Brian Kendrick - Ele é o "man with a plan", mas parece que nem sempre têm plano para ele. Não é que ele precise de alcançar algo e eles têm noção de que é um valioso veterano e não o deixam cair. Apenas está... No midcard do 205 Live que, da forma como o programa é actualmente, não parece vantajoso para ninguém. Mas não vejamos nada prejudicial nisso, se o programa tivesse uma relevância de notar, Kendrick estaria a ter um percurso de veterano natural. Está a ter. 

O seu reinado como Cruiserweight Champion já foi em 2016 e 2017 foi o ano de ensinar lições. A bem ou a mal. Primeiro com a feud com Akira Tozawa, que trazia feuds semanais, que serviu para elevar o Japonês antes da conquista do título deste. Depois a feud com Jack Gallagher que conseguiu virá-lo para o seu lado e obter um parceiro. Seria estupendo se eles tivessem por onde pegar para torná-los mais relevantes e com mais espaço para serem agressivos e fazer atrasos. Algo tão longínquo como... O Raw. Mas isso está noutro universo à parte e foi rivalizando com Cedric Alexander ou os luchadores mais populares. Acabou o ano da melhor maneira: a rebentarem-lhe a cara à joelhada, cortesia de Hideo Itami. E no Natal! Pobre homem! Que recupere rápido e volte para um 2018... Possivelmente do mesmo. Não é que ele tenha propriamente algo a provar...

Cedric Alexander - Cedric Alexander padece de um mal que já aqui foi abordado por outros espaços. É um atleta fenomenal. Mas carisma e dotes comunicativos... Lá no fundo. Até na Ring of Honor, que é a Ring of Honor, ele chegou a ter a Veda Scott como manager. Isso faz dele um Superstar estranhamente popular mas, ao mesmo tempo, não muito over. Digamos que qualquer um se entusiasma a vê-lo em ringue, mas não se consegue investir o suficiente para se interessar por ele mesmo. 

Tem excelentes combates mas acabam por ser, muitas vezes, vazios porque tem pouco storytelling de interesse que carregue. Apesar de tudo, ainda tem popularidade logo foi elevado sempre que podiam. Regressou de uma lesão já no Verão e resolveu os seus assuntos pendentes com Noam Dar. Daí em diante, várias rivalidades para o manter ocupado se viriam a dar até começar a voltar a sua atenção para o Cruiserweight Championship, que ainda não conseguiu obter. Ou fugiam-lhe as oportunidades pelo título, ou perdia-as por azar. 

Quando teve finalmente a chance, foi roubado e agora que ia ter a sua nova chance... Diz que o Campeão andou a fazer asneiras e já perdeu a chance outra vez. Não foi um mau ano para Cedric e tem tido um estranho início de ano - Goldust a acompanhá-lo! - mas acho que já conseguirá o ouro que há tanto caça em 2018. A não ser que ande a fazer asneiras, como parece ser demasiado corrente nesta divisão, não vejo o que o impeça de ser Cruiserweight Champion este ano.

Drew Gulak - Quem diria. Ou se calhar, para muitos, não, para quem já o conhecesse da CZW. O certo é que Gulak parecia mesmo aquele que não passaria de apenas "mais um" ali. Depois lá lhe atribuíram a gimmick, a tal ligada ao seu passado na CZW, onde protestava contra o wrestling excessivamente violento da companhia. No 205 Live fazia campanha por um 205 melhor, no qual não há high flying, cânticos, etc. 

Começou de uma forma mais leve com Mustafa Ali, depois começou a encorporar os PowerPoints na feud com Akira Tozawa e estava formada uma estrela. Os seus dotes comunicativos e maneirismos tornaram-no cada vez mais over e agora no final do ano, como parte do "Zo Train", era a principal estrela do grupo e já tinha uma boa legião a torcer para que ele se emancipasse e iniciasse o seu próprio percurso em direcção ao Cruiserweight Championship. A começar o ano e com final abrupto do "Zo Train", anda a fazer campanha para se tornar o primeiro General Manager do 205. Por mim, 2018 era o ano em que se tornava Cruiserweight Champion! Está aqui a maior estrela do programa!

Enzo Amore - HOW YOU DOIN'?! Este... Não muito bem. Uma tremenda surpresa que tivemos este ano. Ele já ia ser potencialmente o Superstar mais polémico do ano, mas por boas razões! Teve muitas fases o seu ano. Começou ainda com Big Cass ao lado e competiu pelos Raw Tag Team Championships na Wrestlemania. 

Foi em equipa que se foi ocupando até chegar o mistério dos ataques anónimos a Enzo nos bastidores. Momento marcante, a revelação de Cass como o atacante, separando a equipa e lançando Amore como um underdog, que rivalizava com o ex-parceiro e contava com a ajuda de Big Show. Depois disto é que as coisas começariam a transitar. Em conjunto com uma má fama nos balneários, passou para o 205 Live devido ao seu peso mas com dotes em ringue muito aquém. Evidentemente inferior, foi subindo na divisão como um gajo matreiro, que mal sabia lutar. O caldo entornou-se quando, recorrendo a golpes baixos, ganhou o Cruiserweight Championship a Neville e irritou todo um mundo, porque o gajo que não sabia lutar e que supostamente portava-se muito mal e até parecia andar a ser castigado, ganhou um título que não merecia. 

No entanto, começou a tornar-se notável que era propositado, quando esse desrespeito também se dava em TV, com toda a divisão a virar-se a ele. Tal controvérsia trouxe imensa atenção à divisão, começou por ganhar o seu interesse e colocou Enzo numa posição central no programa, dominando uma plateia com o microfone e agindo bem como o vilão, líder do "Zo Train" que irritava toda a gente e, fora uma breve perda para Kalisto, mantendo-se Campeão até ao final do ano. O gajo como Cruiserweight Champion era dinheiro. Foi dessa forma que, mesmo com os seus dotes e com toda a polémica que trouxe, Enzo Amore foi mais uma das figuras do ano no 205 Live. Figura essa que já está apagada para 2018. 

Um escândalo de cariz sexual, no clima actual, provocou-lhe uma suspensão. O caso vai avançando e começam a surgir por aí as provas da sua inocência, mas já o caldo estava entornado pela forma como lidou com o problema, mantendo-o incógnito da companhia que o empregava. Já lhe foi retirado o cinto, já foi despedido, já andam a apagar a cara dele de todo o lado onde estivesse. Foi uma mina no ano anterior mas, para agora, já era uma mina demasiado precária a ponto de rebentar. Dependendo de como o caso se desenrole, a sua carreira pode ter acabado. Querem um Heel barulhento mas que seja bom em ringue? Vão buscar o Spud!

Gentleman Jack Gallagher - É, não tinha a certeza em relação ao que ia fazer aqui mas parece que "Gentleman" faz mesmo oficialmente parte do seu ringname. Gentleman Jack Gallagher. Uma das melhores personagens e um lutador muito dotado e peculiar. Perdeu muito ímpeto infelizmente. Começou o ano a capitalizar nos seus dotes cómicos, concluindo a sua feud com Ariya Daivari e tendo o privilégio de ser o único Cruiserweight a participar na Royal Rumble, para poder sacar de um spot cómico. 

Manteve a mesma postura mas a coisa ficou mais séria quando envolveu o Cruiserweight Championship que chegou a disputar com Neville, naquele que foi um dos melhores combates por aquele título. Depois teria The Brian Kendrick a causar-lhe as dores de cabeça todas até que este finalmente tivesse uma Heel Turn. Não desgostei e até era algo improvável. Mas não deu para capitalizar e foi a partir daí que começou a perder cada vez mais ímpeto. Que o recupere em 2018, com qual atitude seja.

Gran Metalik - Talvez se esperasse mais para um finalista do Cruiserweight Classic, que ficou mesmo apenas a uma vitória de ter sido o primeiro Cruiserweight Champion na história da nova encarnação deste título e divisão. Mas ainda não houve... Praticamente nada para Gran Metalik. Já tinha marcado presença na divisão no Raw, mal esta se inaugurou no ano passado, mas só se estreou e oficializou no 205 em Fevereiro deste ano. E foi tendo combates. Foi isso. Vai vencendo uns, perdendo outros, até acho que tem um bom rácio. Mas nada de histórias ou rivalidades. Por vezes lá é parceiro de um outro luchador e ajuda naquela de "temos os dois máscaras, vamos todos ajudar-nos uns aos outros." Mas nada em concreto para Gran Metalik. Foi por ter escorregado na corda na sua estreia? Ou vem aí um 2018 estrondoso para o antigo Máscara Dorada?

Hideo Itami - Ainda agora chegou e já o queimaram. Sugaram-no de entusiasmo e sugaram qualquer reacção que pudesse ter. Não digo que seja irremediável mas não teve um bom começo e não é este todo o potencial em que Hideo Itami pode ser utilizado. Agora que já estava sem azares e a ver-se livre de lezões no NXT, conseguiu arrebitar com uma Heel Turn. A sua subida - será "subida"? - não lhe deu grande propósito ou personagem, sendo apenas um gajo que grita por respeito. Curiosamente, um acto que já pertenceu a CM Punk, com que o paralelismo é inevitável. Já partiu o nariz ao Kendrick para colocar o seu finisher em risco e entrar o ano a rivalizar com um Jack Gallagher vingativo. É assim, confesso que acredito que seja mais que certo que ele venha a ser Cruiserweight Champion em 2018, mas dá para fazer muito melhor com este experiente e internacional Superstar.

HoHo Lun - Bom... Acho que tenho que o considerar aqui. Mesmo que nunca o tenhamos visto. Ele constava no plantel. Sim, nem no 205 o víamos e ele constava entre as estrelas do Raw! Era visto no NXT e era como jobber. Difícil classificá-lo assim. Saiu para tomar conta da mãe doente. Causa nobre, desejamos-lhe o melhor na recuperação e também o melhor na sua carreira em 2018. Não sei o quão abertas estão as portas para o seu regresso. É que o rapaz nem chance teve!


Kalisto - Nem todo o seu ano se passou no 205. E não sei porquê, se a integração é naturalíssima. Se queriam usá-lo para outras coisas, faziam aquela loucura de outra galáxia que é deixar os Cruiserweights competir também fora da divisão. Acho que eles não perdem a habilidade de lutar se as cordas tiverem outra cor que não roxo. Mas Kalisto foi fazendo outras coisas, dando os seus últimos passos no Smackdown, até ser transferido para o Raw, onde foi fazendo mais umas brincadeiras até descobrirem que aquele luchador, quiçá o mais pequeno de todo o plantel, tinha peso para ser Cruiserweight. 

Essas brincadeiras foram logo com Braun Strowman, que o tratou como lixo - literalmente - e até conseguiu uma vitória "upset" sobre ele num insólito "Dumpster match". Desentendeu-se com Apollo Crews, quando este se juntou à Titus Brand e, finalmente, lá o caçaram para o 205, onde não demorou a ser Cruiserweight Champion, derrotando o polémico Campeão Enzo Amore. Foi boa TV de Cruiserweights nesta altura, por acaso, mas o seu reinado durou um piscar de olhos e Enzo recuperou o cinto logo a seguir, deixando Kalisto pertencente a um mesmo clube onde conste Akira Tozawa. Não encontrou mais rumo concreto, como seria de esperar num integrante do 205 Live e foi-se juntando a outros luchadores com a possível motivação de que "usamos ambos máscara". Espera-se mais de Kalisto em 2018. Até no sentido de, é um Superstar bem galardoado que têm em alta consideração, devem voltar a resgatá-lo para encabeçar a divisão.

Lince Dorado - Bom, este tem o seu uso. Recorre-se regularmente a ele como jobber, como luchador de aprimoramento. Lá soma uma vitória ou outra, ganha algum ou outro pin em combates Tag Team no Main Event, mas é muito mais usado como jobber. Nunca integrou uma storyline concreta e nunca recebeu um push, mesmo que até tenha tentado a sua sorte num desafio esporádico pelo Cruiserweight Championship de Neville. 

Até chega a estar o seu tempo sem aparecer. Da mó mais baixa da divisão e o menos relevante dos luchadores. Esperemos que isso não lhe incomode muito, é um bom lutador. Para haver uma noção, já decorreu o Royal Rumble quando isto foi escrito e ele competiu no Kickoff onde deu para se rumorar, e precisar de intervanção para desmentir, que Greg Hamilton, a anunciá-lo, precisou de parar e perguntar ao árbitro o seu nome. A versão internauta tem mais piada. Mas a ver se arrebitam o rapaz...

Mustafa Ali - Mustafa é um entusiasmante wrestler, com uma das movesets mais atléticas deste plantel. O seu estilo em ringue mantém-no popular entre os fãs e não é raro que dê uns bons combates, baseados nos spots. Parece sempre o próximo Superstar que terá o push em direcção ao Cruiserweight Championship mas, por alguma razão, parece que isso nunca acontece. A sua feud mais concreta foi com Drew Gulak, automaticamente como um dos maiores high flyers, foi o seu primeiro alvo na campanha da "no fly zone". 

Saiu por cima, assim como costuma sair por cima da maioria dos seus combates de mero aprimoramento, seja no 205 Live ou no Main Event, onde aparecem muito. Teve uns confrontos com Neville, mais uma vez a dar grandes combates, mas sem grande fruto e foi um dos principais porta-voz na manifestação anti-Enzo que se levantou quando este ganhou o título. Também não pôde provar aquele cinto através disso. 

É popular, com bons combates no repertório, parece ser dos que aparentam estar mais genuinamente felizes por ali estar, mantendo-se sempre esforçado. E é uma peça relevante, dentro do possível, neste programa. Não compreendo porque é que não teve ainda uma storyline de candidatura ao título mais concreta. Creio que esteja para 2018 então.


Neville - Ah, as saudades! Está aqui a entrada sobre aquele foi, sem dúvida, o melhor do 205. O único que o acompanhava nisso... Realmente só o acompanhou, literalmente, durante o tempo que lá esteve. Com ele, o programa ainda valia mais a pena, nem que fosse só por ele. E, mesmo a encabeçar esta paupérrima divisão, era um dos Campeões mais sólidos do plantel. Parece que estavam finalmente a capitalizar como deve ser com Neville, depois de demasiado tempo a tentar, a não conseguir, a não tentar sequer. 

Fechou 2016 com uma Heel Turn que descobriu ouro por trás daquela faceta de "underdog" que não se lhe adequava tão bem como esta nova. Começou logo o ano a conquistar o Cruiserweight Championship. Daí para a frente foi listar os grandes combates e vê-los todos a tombar. Rich Swann, Jack Gallagher, Austin Aries, TJP, Akira Tozawa, para quem perderia o título mas recuperaria. Todos vítimas de Neville. É quando perde o cinto para Amore e mostra indícios de uma Face Turn - sem reverter para o Neville anterior - que se dá o triste: desaparece e não capitaliza na storyline. 

Ficamos sem Neville e mantém-se apenas a incógnita, o rumor sobre o que se passará mesmo, o certo é que Neville encontra-se num hiato, sob contrato mas sem aparecer. Um "walk out" à CM Punk mas menos mediático. Mas também a fazer muita falta. Ele ainda faz parte da WWE, mesmo que a coisa não esteja muito bem parada. Mas resta-nos desejar um regresso em 2018. Com outras companhias por onde optar e com uma sempre crescente popularidade da NJPW, a conquistar ainda mais terreno em território ocidental, não há problema em admitir que Neville não precisa do 205 ou do Cruiserweight Championship. Mas caramba, que aquele programa é que é capaz de precisar dele...

Noam Dar - O gajo tem piada. A sério, sigam-no no Twitter também, ele escreve como fala. Nunca fizeram muito para que o fizessem ser levado a sério e era mais voltado para a galhofa. Começou logo o ano a roubar Alicia Fox a Cedric Alexander e aí iniciaria o seu maior momento em TV da WWE até agora. O gajo fala engraçada e tinha uma maneira mais engraçada de dizer "Alicia Fox", o que resultava numa nova marca sua. 

Passou uns meses com Alicia Fox ao lado, rivalizou com Rich Swann à volta disso e envolveu-se numa feud que até meteu Sasha Banks, enquanto não lhe arranjavam ocupação. Foi depois disso e do regresso de Cedric Alexander que terminou tudo com a louca competidora e partiu para novos rumos. Que não teriam lá muita grandeza. Marinou no plantel, serviu de aprimoramento, juntou-se ao Zo Train. E não se impôs muito aí. Acabou o ano lesionado. E por acaso é gajo que quero de volta em 2018 e em breve. E que se aproveite mais dele, mesmo recorrendo à vertente cómica.

Rich Swann - Este é que foi! Até pode ter começado o ano a perder o Cruiserweight Championship mas nem foi isso o que mais lhe marcou o ano na negativa. Completou o resto do seu ano a rivalizar com Noam Dar e a contar com a improvável assistência de Sasha Banks, a ser vítima de Brian Kendrick e, o que o ocupou mais, uma aparentemente interminável e repetitiva rivalidade com o seu velho amigo TJP. 

Depois chegou a Dezembro, parecia que a coisa ia arrebitar mais, que ia dançar a caminho do Cruiserweight Championship, já com uma candidatura para disputar. E é aí nessa altura que elas se dão. Um caso de violência doméstica, com ainda outros pormenores chocantes como um caso de refém, levou-o a ser detido e imediatamente suspenso. No seu lugar, eu preocupar-me-ia com o seu 2018, sim, mas não era a pensar em Cruiserweight Championships ou nada disso. Estou eu a pensar se ele ficará empregado em 2018!

Tajiri - Isto foi entusiasmante! No início do ano, markámos todos com o regresso de Tajiri à WWE, a um plantel fixo, e vimo-lo a começar a rivalizar com The Brian Kendrick, outro veterano. Depois lesionou-se. Depois foi embora. OK, se calhar não foi assim tão entusiasmante...

TJP - Começou o ano ainda como TJ Perkins e como um babyface chato que era muito sorridente, tinha a mania que era gamer e fazia o dab. Resumindo, irritava toda a gente. Descobriram que podiam capitalizar isso com uma Heel Turn após a Wrestlemania, que o colocou como aliado de Neville, contra Austin Aries. Assim já podia irritar as pessoas à vontade, já que não dava para se desgostar assim muito do Neville, por muito azedo que ele fosse. 

Acabou-se a aliança e ele tentou a sorte pelo Cruiserweight Championship, a ver se arrebitava, já que não restava assim muito que lembrasse que ele já tivesse sido o histórico Cruiserweight Champion inaugural e vencedor do torneio. Embarcou na tal rivalidade "amigável" com Rich Swann que se estendeu por muitos combates entre os dois, até podiam ser sempre bons, mas eram muitos e seguidos e a malta já não tinha muita paciência para eles, especialmente porque havia pouco propósito e pouco a motivar. Mesmo depois de TJP se chatear, colocar a "amigabilidade" da feud de parte e atacar Swann, com inveja. Saiu por baixo na feud e tirou uma baixa para recuperar uma lesão. 

Voltou já em 2018 e não tem atinado, com derrotas surpreendentes que lhe causa reacções emocionais. Não sei no que vai dar. Aliás, não sei o que esperar do primeiro Cruiserweight Champion da nova encarnação do título, em 2018. Um seguimento muito directo disso, por acaso, não espero.

Tony Nese - Tem a melhor entrada deles todos, isso é certo. Entra a contar os abdominais como razões para ser melhor que toda a gente e torna-se dos meus favoritos, é assim mesmo. Veterano rapidíssimo que tem vindo a usufruir cada vez mais do seu físico e de um estilo de luta mais powerhouse entre os high flyers, para se destacar. Seria de esperar que o adorassem e o colocassem acima daqueles pequenotes magros todos. Mas parece que não. 

É que Nese também não é o melhor orador e mais carismático, é bem capaz de ter a sua personalidade toda depositada na entrada. Por isso a maior parte do seu 2017 decorreu sem grande assunto. Poucas histórias concretas a que se agarrar, foi lutando por aí, alternando entre vitórias e derrotas no 205 e no Main Event. Foi ainda ocasional parceiro de Drew Gulak e, lá para o final, também fez parte dos "Zo Train", dos quais chegou a levar uma sova que sugeria uma Face Turn. Que não foi, são só um grupo esquisito. Já em 2018, já não há Zo Train. 

Mas Tony Nese ainda tem os abdominais todos e as mesmas razões para ser melhor que nós todos e assim prosseguirá ao longo do ano. Não confio em muita fé repentina nele para o aproximarem do Cruiserweight Championship, para ser muito sincero, por muito fantástico que seja em ringue.

É esta malta. Sim, são menos e não têm uma luz de ribalta sobre eles que seja propriamente do mesmo tamanho que a de outros que aqui listei em edições de semanas anteriores. Mas tinha que ser feito e demos valor a todos estes grandes atletas. Por aqui fica esta edição e agora sim fica concluída a recapitulação da WWE. Mas o espaço continua, há mais 2017 para rever - caramba, já vamos para Fevereiro! - mas agora atravessamos a estrada e esntramos pela porta de outra casa. Não percam na próxima semana a Folha de Avaliação do Impact Wrestling!


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