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A Alternativa Fenomenal #41: "Royal Rumbles"








Saudações a todos, e bem-vindos a mais uma Alternativa Fenomenal. É de conhecimento geral que um dos principais momentos do ano no wrestling é o icônico Royal Rumble match, uma luta entre vários lutadores que combina os conceitos de Gauntlet Match e Battle Royal e, seja para o bem ou para o mal, é lembrada durante todo o ano. 

Por se tratar de um combate bastante antigo, datando de 1988, seria óbvio pensar que outras companhias também desenvolveriam suas próprias versões deste combate, e neste artigo, mostrarei quatro combates bastante similares ao RR que vemos todo mês de janeiro. Então, sem mais delongas, passemos ao texto;



Apesar da ideia do Royal Rumble ter surgido há 29 anos, muitos combates que seguem seu estilo surgiram apenas em tempos bastante recentes, com mudanças sutis em suas regras quando comparados com o combate da WWE. Alguns desses, inclusive, utilizam regras similares entre si, mas que diferem do padrão usado na RR.


                             Vencedor da segunda edição do Aztec Warfare, Matanza Cueto, junto a Dario Cueto



A principal mudança rege especificamente o método de eliminação. Na WWE, eliminação numa Rumble Match ocorre exclusivamente jogando o oponente por cima da terceira corda, sendo que este deve pôr os dois pés no chão para ser eliminado da luta. Outros combates do gênero usam regras de pinfall e submissão para eliminar participantes, enquanto outros mantém regras mistas.

Outra mudança costuma ser relativa à premiação dada ao vencedor. Enquanto na WWE o vencedor recebe um combate garantido pelo título mundial de sua escolha na Wrestlemania, alguns dos combates nas outras companhias premiam os vencedores com títulos, outros também recebem title shots, e há também aqueles que não ganham qualquer premiação. 




Adicionalmente, questões envolvendo número de participantes acabam não sendo muito relevantes, pois elas dependem mais do tamanho do roster disponível do que uma definição de regras. Todos os combates seguem a gimmick de um sorteio para definir o número de entrada de um lutador, e o tempo entre as entradas dos mesmos costuma ser de 90 segundos, com dois lutadores iniciando juntos no ringue. 

Posto isso, segue agora uma pequena descrição destes combates similares ao Royal Rumble, mas que por possuírem características próprias, conseguem ser diferenciados facilmente entre si. São estes os "Royal Rumbles" alternativos:



Aztec Warfare (Lucha Underground) - Apresentado no nono episódio da primeira temporada da Lucha Underground, o Aztec Warfare possui peculiaridades interessantes sobre seu conceito. Inicialmente, 20 lutadores competem nesta luta, sendo que eliminações ocorrem jogando o oponente pela terceira corda, com ambos os pés tocando o chão, mas também por pinfall ou submissão realizada dentro do ringue.


                                                        Logotipo oficial da Aztec Warfare


A única exceção para o número de lutadores, até então, é a segunda edição, onde 21 pessoas competiram, sendo o último a entrar na luta o eventual vencedor, Matanza Cueto. Além disso, o primeiro Aztec Warfare teve como função coroar o primeiro LU Champion da companhia, e devido a essa função, em todas as demais edições do AW o título esteve em jogo, com o campeão passando a defendê-lo no combate. 




Curiosamente, nenhum campeão que tenha entrado com o cinturão conseguiu manter o título na AW. Nas suas três edições, três lutadores diferentes sagraram-se campeões, com Prince Puma sendo o primeiro, e Sexy Star sendo a atual vencedora da luta.


Gauntlet for the Gold (GFW) - A versão do Royal Rumble da GFW foi apresentada logo no primeiro pay-per-view semanal da então NWA-TNA, em junho de 2002. Um tanto diferente da contra-parte da WWE, o Gauntlet for the Gold possui variações, com edições voltadas às Knockouts e até três edições com competição entre duplas.


                         America's Most Wanted (Chris Harris e James Storm), vencedores do primeiro GFTG de duplas


O número de participantes num GFTG costuma ser variável, estando entre 10 a 25 competidores, com o método tradicional de eliminação (jogar o oponente pela terceira corda) sendo aplicado. Entretanto, ao restarem apenas dois competidores, o combate se torna um singles match tradicional, com vitória definida por pinfall ou submissão. A única exceção foi no Bound for Glory de 2005, que adotou apenas eliminações tradicionais, visto que o vencedor do combate iria competir imediatamente contra o então NWA World Champion após a luta.

Nas duas edições voltadas às tag teams, o combate seguia o modelo comum, com um lutador entrando por vez, até apenas dois lutadores restarem. Nesse momento, seus parceiros de dupla se juntam a eles e o combate segue como uma tag match tradicional. Outra interessante variação o correu no Victory Road de 2007, chamada de Ultimate X Gauntlet, onde após as eliminações requeridas, o combate se tornou um Ultimate X match.




Normalmente, as GTFG são contestadas pelo título mundial (ou título da divisão em que a luta for inserida), ou pela posição de number one contender ao dito título. Das "Royal Rumbles" citadas aqui, esta é a mais duradoura, com 18 edições realizadas, sendo que 4 lutadores empatam com maior número de vitórias ao ganharem dois GTFG's: Petey Williams, Gail Kim, ODB e Eli Drake, que também foi o último a vencer nesta estipulação. O primeiro vencedor foi Ken Shamrock.


New Japan Rumble (NJPW) - A New Japan Rumble foi introduzida no Wrestle Kingdom 9, em janeiro de 2015, sendo desde então o combate de pré-show do evento. Nas três edições realizadas verificou-se um número variado de participantes, indo de 14 a 18 lutadores, e, diferente dos demais combates apresentados aqui, não houve qualquer premiação ao vencedor (talvez pelo fato de ser uma competição de pré-show onde os participantes costumam ser do low card da New Japan).


                                             Vencedor da primeira New Japan Rumble, Nagata Yuji


Para esta luta, a eliminação é realizada não só do método tradicional, mas também por pinfall e submissão no ringue, ou também por desqualificação. Como não há premiação específica, o combate acaba por não receber muito reconhecimento, com seus vencedores mantendo a vitória apenas como um pequeno adendo no seu currículo.




Em todas as três edições houve um vencedor diferente, com Nagata Yuji sendo o primeiro, e "Unbreakable" Michael Elgin o último.


World War 3 (WCW) - Criado em 1995, em evento auto-intitulado, o World War 3 era a "resposta" da WCW ao Royal Rumble. Concebido como um combate grandioso, o WW3 contava com 60 lutadores, divididos em três ringues, que diferentemente dos demais combates mostrados aqui, começavam todos juntos nos ringues.


                                                   Uma pequena visão do pandemônio que é o WW3


Em sua edição inaugural, as eliminações do combate seguiam o modelo tradicional, porém em 1997 foi instituído que um lutador seria eliminado se, de qualquer forma possível, deixasse o ringue onde foi alocado, e em 1998 foi acrescentado que pinfalls e submissões também seriam meios de eliminação.

Durante o combate, após 10 competidores terem sido eliminados em um dos ringues laterais, os 10 restantes seriam alocados ao ringue central. Essa regra foi mudada em 1997, onde a mudança para o ringue central aconteceria depois que 40 lutadores fossem eliminados. Obviamente, o último lutador no ringue era declarado o vencedor.





Na primeira edição do WW3, o vencedor recebeu como prêmio o WCW World Championship, que na época estava vago após ser retirado de The Giant (Big Show a WWE), porém nas demais edições o vencedor se tornava number one contender ao WCW Title. Inicialmente, o vencedor escolhia em que evento queria sua oportunidade pelo cinturão, mas a partir de 1997 o evento onde o combate pelo título ocorreria era fixo.

Quatro edições do World War 3 ocorreram, todas com vencedores distintos, sendo "Macho Man" Randy Savage o primeiro vencedor, e Kevin Nash o último.



Apesar de ser uma fórmula antiga, o formato do Royal Rumble mostra-se muito bem utilizado por diversas companhias, com os combates do estilo mostrando-se como formas muito eficientes de entretenimento e de (para alguns casos específicos) desenvolvimento de lutadores. Sejam eles maiores ou menores, sempre será divertido acompanhar combates do tipo, e seus vencedores sempre serão respeitados por vencerem tal desafio.

Por fim, como sempre, deixo para que os leitores digam qual o seu "Rumble" favorito nos comentários, ou se acham que faltou algum ser apresentado. Aproveitem  o texto, e até a próxima.
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