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Opinião Pacifica #5 - O Problema



Para um wrestler ter algum sucesso na sua carreira, um dos aspectos que eu considero mais importantes para alcançar dito sucesso é a sua introdução a um publico, a sua estreia perante novas pessoas e novos auditórios, o elemento supresa dos fãs que não estão à espera do que receber de certo lutador, pois não conhecem nada dele, e conseguem formular uma opinião a partir do momento em que o vêm em frente a estes, no ambiente em que se encontram. E focam bem esta ultima parte, no ambiente em que se encontram, pois é bastante importante para algo que quero falar. Continuando, o “debbut” de um lutador numa certa empresa, diante de um novo publico, diante de um fã diferente daquele a que estava acostumado, é bastante importante, porque, como se diz, a primeira impressão é a mais importante.

 Hoje, o roster da WWE, contando com os lutadores masculinos e femininos, tem 44 pessoas que passaram pelo NXT de 84 que estão ativos. Ou seja, mais de metade do roster foi fabricado pelo território de desenvolvimento da companhia que tem vindo cada vez mais a ganhar mais popularidade e sucesso. Isto, claro , sem contar com aquelas temporadas horríveis que vimos no inicio no NXT, porque se conta-se essas, o numero subia ainda mais. Hora, o que quer isto dizer? Será que isto é um sinal de que o NXT está a ser um enorme sucesso como aparenta ser e que é mesmo o futuro da companhia, que a companhia irá depender completamente do NXT para formar as estrelas do futuro, ou será que o NXT poderá estar a fazer mais mal do que bem à companhia e poderá ser aquilo que irá levar o reinado de Vince McMahon ao chão? Ou até, será que existe uma zona no meio destes dois extremos, e que tem as suas qualidades e os seus defeitos, como uma zona cinzenta? É isso que tentarei falar aqui hoje.


O NXT é, no seu conceito básico e original, o território de desenvolvimento da WWE. Nunca foi suposto o NXT ter a popularidade e o sucesso que tem hoje em dia e, acima de tupo, nunca foi previsto o impacto que viria a ter no mundo do wrestling em geral. Algumas das maiores estrelas da companhia que domina o “negocio”, quer gostem ou não, vieram do NXT, como por exemplo: Seth Rollins, Roman Reigns, Dean Ambrose, Kevin Owens, Bray Wyatt, Sami Zayn, etc. O NXT tem estado a alimentar o Main Roster, tal como foi planeado, mas a verdade é que, com a velocidade a que se estão a formar estrelas no “território de desenvolvimento”, o Main Roster nunca, nunca terá capacidade para albergar tanta estrela junta no Main Roster. A brand split veio ajudar, visto que dá tempo a mais pessoal ter tempo e ter atenção, o que faz com que mais pessoal possa estar no main roster. Mas mesmo assim, não chega. Ainda à um mês e meio foram retiradas 7 pessoas do NXT para o Raw e para a Smackdown e já estão mais umas mãos cheias de pessoas prontas e com qualidade para subir. Se algo não for feito quanto a isto, a WWE irá entrar em sobrecarga de pessoal rapidamente.

A solução? Simples. Parar de contratar pessoal. A WWE tem, entre o Main Roster, o NXT e ainda o Developmenter Center, mais pessoal do que alguma vez teve na sua história, mesmo depois da aquisição da WCW, e tem pessoal que possa segurar o Main Event e o Mid Card da companhia por largos anos. Nunca vimos tantos wrestlers a debbutarem no Main Roster em tão pouco tempo como estamos a ver hoje em dia. Isto cria um problema enorme: demasiadas personagens novas em pouco tempo. Não está a dar tempo ao fã casual, de se habituar a tanta personagem e, maior parte das vezes, quando dá por si, já elas perderam muito do seu hype e estão no low-card da companhia, como o caso dos Vaudvillains que ganharam o torneio de tag para definirem o contender aos Tag Titles dos New Day logo a seguir à Wrestlemania e hoje em dia não passam de uma equipa de jobbers do Smackdown. No último ano, em especial, temos visto a WWE a contratar dezenas de wrestlers para a companhia, wrestlers que estavam a lutar com frequência e a receber destaque no ambiente em que estavam inseridos e que, ao chegar à companhia de Vince McMahon, não são utilizados da forma que devem ser utilizados, ou não recebem o destaque que merecem ou simplesmente, como já falei antes, não se adequam ao ambiente e ao estilo que a WWE tem.



A própria transição de ambientes dentro da companhia, do NXT para o Main Roster, é difícil para certos lutadores. Lutadores que estavam a ter sucesso no território de desenvolvimento da empresa, como Tyler Breeze, Apollo Crews, Baron Corbin ou equipas como os Ascencion ou os Vaudvillains, não estão a resultar perante o grande público do plantel principal da empresa. São personagens que resultaram em ambientes mais pequenos e públicos mais smarks, mas que num ambiente maior e um público Mark, não tiveram sucesso. E porque? Porque os lutadores não estão preparados ou não têm qualidade para terem sucesso no Main Roster? Em alguns casos, sim. Noutros casos, como dos Vaudvillains ou do Tyler Breeze, acredito que seja mais uma falta de aposta ou interesse por parte da gerência da companhia. Desistir de algum duas semanas depois de estes fazerem o seu debut é normal que de resultado a que estes caiam no low-card.

Agora falando relativamente ao exterior, aquilo que o NXT faz ás outras companhias do mundo. Nos últimos anos temos visto a WWE a fazer uma razia total às companhias "rivais" (na verdade, por muita qualidade que a NJPW, ROH e outras companhias a quem a WWE tem ido buscar talentos, tenham, nenhuma delas é um rival com dimensão suficiente para competir com a WWE). Kevin Steen, El Genérico, KENTA, Nakamura, Devitt, PAC, Chris Hero, Cláudio Castagnolio, Tyler Black, Jon Moxley, Biff Busick, AJ Styles, Uhaa Nation, Samuray del Sol, Karl Anderson, Lá Sombra, Austin Áries, Bobby Roode, TMDK, Samoa Joe, Sami Callihan e Rich Swann são apenas alguns dos nomes que a WWE foi buscar à cena independente nos últimos anos, sem contar com o pessoal que está a caminho da empresa como Ciampa, Gargano, Tommy End ou Cedric Alexander. Este pessoal é tudo nomes que estavam no mid card, upp mid card ou até no Main event das companhias onde atuavam.



Por um lado, a WWE está a "secar" as companhias independentes norte americanas com a enorme quantidade de talentos que anda a contratar. Obviamente que a capacidade financeira que a WWE tem é inigualável do mundo do wrestling atualmente é se ela realmente quiser contratar algum lutador, simplesmente contrata. Podem existir alguns lutadores que estão a fazer mais dinheiro nas indys do que fariam na WWE, como os Young Bucks ou Chris Hero, mas na generalidade, qualquer lutador tem o sonho de chegar à WWE. Por isso facilmente a WwE contrata qualquer lutador do mundo. As companhias estão a perder as suas grandes estrelas, nomes e caras que seguravam e levavam algumas empresas de wrestling menores ás costas, estão a migrar para a WWE e encontrar talento que os possa substituir não é fácil. Pessoal com starpower suficiente para meter companhias no mapa está a sair da cena e, com isso, vemos cada vez menos grandes nomes nas indys.

Mas por outro lado, estamos a ver cada vez mais wrestlers novos a aparecer. Pessoal jovem é com bastante qualidade está a aparecer e a criar o eu nome na cena independente graças aos lugares deixados vagos por todos aqueles que foram para Orlando. Pessoal como Lio Rush, Will Ospreay, David Starr, Trevor Lee, Adam Page ou Kamaitachi são jovens que estão a fazer o seu nome graças aos lugares vazios, lacunas nos Roster ds empresas em que se encontram. Com isto não quero dizer que estes jovens sejam meros substitutos. Aliás, alguns destes jovens, graças às oportunidades que estão a ter, estão a explodir e a tornarem-se nos melhores dos melhores, especialmente Ospreay.



Para concluir, o NXT é um caso particular hoje em dia. Um território de desenvolvimento com capacidades de tornar-se a sua própria brand e de fazer sucesso a nível mundial. Obviamente que isto aconteceu porque tem uma máquina chamada World Wrestling Enterteinament e um senhor chamado Paul Levesque por detrás desta. Tem as suas coisas boas e, sem sombra de dúvidas, está a formar o futuro da empresa de Vince, futuro esse que por aquilo que vemos, parece ser algo risonho, mas sinto que para isso acontecer algumas coisas irão ter que mudar. Nem todos os lutadores que sobem do NXT podem, ou têm sequer o potencial de serem Main Event , mas o que se pede é que devem uma continuidade ao trabalho desenvolvido durante, às vezes, anos, para que todo o lutador tenha a sua oportunidade. Que seja feita uma verdadeira aposta em novas caras, uma construção cuidadosa destas e que deixem o pessoal habituar-se a estas, não é mais de um mês depois de debbutarem já estarem regalados a serem jobbers ou então, o completo contrário, serem campeões mundiais, como foi o recente caso de Finn Balor.

O meu nome é Marco Paz e este foi o Opinião Pacifica desta semana. Espero que tenham gostado e venho desde já pedir desculpas pelo atraso e, como sinto que é a minha obrigação, vou explicar o porque, deixando um apelo a todos. Eu escolhi, a certo ponto da minha adolescência, ser bombeiro voluntário. Nas ultimas semanas, o trabalho dos bombeiros em Portugal tem sido exaustivo, com muitos incêndios a deflagrar em todo o país. Eu fui um dos muitos que andou serra a cima e serra a baixo a tentar combater aquilo que um par de pessoas sem noção fizeram. Peço-vos que tenham cuidado com as vossas matas, com as vossas florestas e que deiam valor aos bombeiros, pois fazemos muito sem nunca pedir nada, não queremos reconhecimento nem prêmios, mas um simples gesto de valorização, ajuda ou agrede cimento já nos vale tudo o que fazemos. E com este pequeno desabafo, despeço-me de vocês esta semana. Hasta!

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