Queen Of The Ring #9 - Esta Lucha Ainda Vai a Meio
Parabéns ao Wrestling Noticias
que hoje comemora uma década de existência! Acredito que tudo tem sido feito
para manter o blog em bom porto e no bom caminho ao longo destes anos e que com
a ajuda de todos, inclusive dos leitores, certamente que pelo menos mais uns 10
anos teremos pela frente. Estamos todos de parabéns!
Só mais recentemente é que me
juntei à equipa do Wrestling Noticias apesar de já andar pela blogosfera há
muitos anos e também na antiga CWO, no entanto o gosto pelo wrestling
manteve-se sempre e tenho agora nova oportunidade de escrever aqui. E como sou
recente resolvi também hoje falar de algo que se tornou recente na minha vida,
esse palco que alberga um monte de emoções e as testemunhas de um espetáculo
sem paralelo, Lucha Underground.
Hoje é dia de viragem na
programação da LU para a segunda metade da exibição desta segunda temporada,
com o lançamento do 13º episodio e se é verdade que o inicio pode ter sido
considerado algo calmo e mais lento, rapidamente os foguetes dispararam e
aqueles momentos memoráveis e fantásticos começaram a ter lugar no templo que é
casa desta fantástica produção. E porque estamos a chegar a meio da missa,
achei por bem enumerar alguns dos momentos que me fizeram as delicias nestes
primeiros 12 episódios e que, muito sinceramente, fizeram de mim uma ávida fã.
Primeiro do que tudo quero voltar
a referir que ver Lucha Underground é como ver arte na forma de wrestling. É
uma série e é um programa de wrestling ao mesmo tempo, é uma história contada
no ringue. Uma característica não existe sem a outra e tal torna o produto
muito especial. Acredito que não seja para todos, não, efectivamente este não
será do agrado de toda a gente mas em qualquer dos casos a inovação e a
originalidade do que aqui se vai produzindo é inegável.
Duas das figuras mais marcantes
desta primeira metade da temporada, e que merecem todo o destaque que se lhes
possa dar foram o Prince Puma e Pentagon Jr. Estes dois que iniciaram uma
rivalidade logo desde inicio que culminou com a adição de Mil Muertes, numa
incrível lucha pela defesa do titulo principal de LU em estilo 3 way match que
foi, muito honestamente, de se tirar o chapéu. Mais do que isso foi, a meu ver,
uma demonstração de como uma verdadeira defesa de um título deve ser, com tudo
a que tem direito, com todos os altos e baixos, com todos os spots a
funcionarem na perfeição, dentro e especialmente fora do ringue e com três
atletas que proporcionaram autênticos momentos de loucura e deixaram a sua
marca aqui retida na memória. Prince Puma e Pentagon Jr como dois favoritos do
público deixaram tudo em ringue mas valeu-se a supremacia do Mil Muertes que se
estabeleceu após este combate como top heel.
E sem sequer ter tempo para
respirar partimos do final deste combate para entrar imediatamente no seguinte
que foi igualmente de tirar o folego. Fenix resolveu dar uso ao seu Gift of The
Gods Championship para ter a sua luta pelo título, a ter lugar na semana
seguinte frente a Mil Muertes. E que luta foi esta! A cada momento uma nova
ofensiva ainda mais impressionante que a outra, um novo highlight sempre a
surgir num todo que foi um combate absolutamente brutal e memorável com o seu
cunha de pessoal que é sempre agradável, para espicaçar mais esta rivalidade.
Fenix e Mil Muertes demonstraram uma química enorme um com o outro no ringue.
Fenix saiu vencedor e acredito no entanto que não deixou o Mil Muertes na mó de
baixo com a perda do título até porque mal ainda estávamos a recuperar do final
deste combate quando Catrina anunciou que a festa do Fenix seria curta pois a
sua primeira defesa teria lugar no Aztec Warfare que teria lugar na semana
seguinte.
Um vez mais, partindo de um
momento alto na programação aterramos directamente no momento seguinte que foi
incrível e este sem surpresa nenhuma por já virmos habituados da primeira
temporada, mas este segundo Aztec Warfare não só foi impressionante como teve o
factor extra de ser pela luta pelo título. Aqui tudo aconteceu. LU conseguiu em
cerca de 40 minutos ter os seus luchadores a produzirem um combate longo com
muita gente mas com extrema qualidade e digo sinceramente sem nenhum momento
“morto” o que não é fácil em combates desta envergadura.
Em três semanas consecutivas o
título da Lucha Underground era defendido em grande estilo e uma vez mais a
demonstrar como tais defesas podem, e devem, ser sempre incríveis. Porque se se
trata de um título tem de ser especial. Se é o maior titulo da companhia ainda
mais mas muito sinceramente, para mim, não há nada mais depreciativo para um
título do que este ser defendido em combates sem cabeça, tronco e membros. Aqueles
combates “so porque sim”. Em verdade na Lucha Underground apesar de o título
principal ter mudado de mãos diversas vezes, nenhuma ficou a desejar e foi
sempre depois de grandes e excepcionais lutas o que valoriza os lutadores que
se encontram em luta e o próprio titulo em si. E para não ser diferente
novamente aqui no templo de LU tivemos a surpresa do regresso de Dario Cueto
para recuperar o seu templo e apresentar o seu irmão The Monster Matanza Cueto
que facilmente ganhou o Aztec Warfare e se tornou no novo campeão.
Estes foram os meus momentos
favoritos desta primeira metade da segunda temporada. Vimos muitas rivalidades
surgirem, que incrivelmente convergiram no Aztec Warfare fazendo ainda um maior
sentido e dando ainda maior ímpeto a essas storylines, principalmente entre
Jack Evans, PJ Black e Drago, entre Johnny Mundo, Taya e Cage, e até entre o
Texano e o Chavo Guerrero. Tudo fez absoluto sentido e faz-nos virar a página
para o que aí vem com grande entusiasmo e antecipação.
Dario Cueto encontra-se a
reforçar o seu estatuto como novo líder e patrón do templo ao mesmo tempo que o
seu irmão, The Monster Matanza Cueto se solidifica como aquilo que realmente é,
um monstro, que tem o título e que se um dia o vier a perder vai ser num
combate absolutamente brutal. Mas será mesmo? A verdade é que os main events
que tivemos a seguir quer entre Matanza e Fenix quer entre Matanza e Petangon
Jr acabaram por não ser aquele típico main event que sabemos que LU é capaz de
produzir, foram sim uma forma de afirmação do Matanza como alguém que destrói
tudo e todos, incluindo dois dos favoritos do templo. Mas em termos de
wrestling propriamente ditos, não foi nada de entusiasmante e acredito que
neste ponto seria interessante encontrar algum tipo de “fragilidade” neste
“bicho” a ser explorado e de forma a que, na eventualidade de uma derrota esta
não descredibilizar o maior monstro do templo que é este irmão de Dario Cueto.
Aqui entra, potencialmente, o Mil
Muertes em acção. Ele não gostou de ser eliminado do Aztec Warfare, claro, e
não ter conseguido recuperar o seu título perdido nessa altura e está novamente
à caça do mesmo e no episodio desta noite terá essa mesma oportunidade de o recuperar.
É sem dúvida com grande antecipação que aguardo este combate, tenho esperança
que talvez com a presença de Mil Muertes, que ironicamente salvou o Fenix de
ser destruído por Matanza, já seja possível termos um main event mais
impressionante e mais empolgante.
Ao mesmo tempo foi criado um
torneio de Trios para uma futura luta pelos títulos agora detidos pelo trio de
Ivelisse, Son of Havoc e Angelico, e que originou a formação de uma equipa
incrível entre Rey Mysterio, que se estreou no Aztec Warfare e mostrou o muito
que ainda tem para dar ao mundo do Wrestling, Prince Puma e Dragon Azteca Jr.
Este torneio para já está a funcionar bastante bem e a corresponder às
expectativas com bons combates. Suponho que terá continuidade a rivalidade
entre Cage e Johnny Mundo e Taya, assim como a exploração da história entre
Sexy Star e The Mack frente a The Moth e a sua querida irmã Mariposa, apesar de
ser sincera esta não é uma storyline que me empolgue muito. Algo que sim,
poderia trazer algo interessante à programação é a entrada de Lotus para alguma
acção depois de descobrirmos que talvez possa estar nos seus planos passar a
perna ao Dario de alguma forma. Fico a aguardar por algo do género.
Além disso também já foram dados
os primeiros passos para algo que aguardava com muita ansiedade, as lutas pela conquista
dos 7 medalhões que formam o Gift Of The Gods Championship que será novamente
formado após o Fenix ter usado o seu como direito pela luta pelo título
principal.
Estão dadas todas as cartas do
baralho para uma restante temporada soberba que espero que além de fazer jus ao
nome que LU já foi ganhando ao longo deste tempo, nomeadamente após o sucesso da
primeira temporada, também consiga superar-se a si própria e ser uma versão
ainda melhor nesta segunda temporada que tem estado ao rubro e tem primado pela
qualidade, pela originalidade e por constantemente nos proporcionar momentos
absolutamente incríveis.