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Queen Of The Ring #8 - Entre o Bom e o Mau

Domingo 3 de Abril, o palco de emoções e de recordes a serem quebrados, no nome de Wrestlemania 32 em Dallas, Texas. Foi assim apresentada a Wrestlemania que tinha muito mas muito que provar. Hoje é dia 6 de Abril e o assunto ainda está "quente" e a precisar de ser endereçado. 


Na minha espécie de "preview" da Wrestlemania, feita com o que já estava definido na altura, falei aquilo que todos concordamos, que o build up foi muito fraco, muito aquém do que seria desejado mas que o próprio show poderia ter salvação, mas para isso a WWE tinha que se portar muito bem. Uma das melhores formas de redenção, se assim quisermos, tinha a ver com os resultados. E meu deus, se não foi uma mão cheia de desilusões. No entanto, por outro lado eu apreciei o show, foram umas 4 quase 5 horas até bem passadas madrugada fora. 

Imaginemos algo. Imaginemos que eu era alguém que gosta de wrestling mas que só vê wrestling assim muito esporadicamente. Alguém que no dia 3 de Abril se apercebeu do que estava em agenda e pensou "olha engraçado, hoje é a Wrestlemania, vou ficar a ver". E continuando na mesma linha de imaginação, eu ia gostar muito desta Wrestlemania. Como não vejo frequentemente, como não acompanho, como a continuidade não me importa, ou seja, tanto faz ganhar A ou B, então aí sim, esta teria sido uma boa Wrestlemania porque os combates não desiludiram. 


O ladder match a abrir foi tudo o que se esperava, caos espalhado por todo o lado, pessoas a voar aqui e ali e escadas partidas ao meio. Em seguida foi a vez de Jericho e AJ Styles darem o seu ar de puro wrestling numa luta extremamente bem disputada. Os New Day, essa equipa tão engraçada, contra os League of Nation que ninguém sabe o que são, também proporcionaram um excelente momento, ainda mais com a adição de Shawn Michaels, Mick Foley e Stone Cold para finalizar o "momento Wrestlemania". Foi bonito!

E depois o próprio Lesnar a desfazer o Ambrose que teimava em se levantar de (quase) tudo. Também foi bom. As Divas, que agora (felizmente) já não são Divas, e mediante um titulo novo de igualdade com o título máximo da companhia também deram show, foi finalmente um combate decente de mulheres na Wrestlemania. E o que dizer de Shane e Undertaker? Quase não há palavras para a maluqueira de Shane que todos adoramos ver. Uma Battle Royal com algumas surpresas, não extremamente interessante mas ainda assim agradável. E o Main Event, Triple H e Roman Reigns que tiveram, não um combate do outro mundo mas um combate bom ainda assim. 


Eu estaria satisfeita, se o caso fosse assim como apresentei. Mas não é! Eu, tal como provavelmente a maioria das pessoas que lê o blog, não vejo wrestling só de vez em quando, nem só porque sim. Eu acompanho, gosto de acompanhar, e é quase sagrado ver todas as semanas. E desse ponto de vista, o show foi bom sim, eu mantenho as minhas opiniões dos combates, mas a maioria dos resultados deixou a desejar. A Wrestlemania devia ser palco de decisões importantes, quer seja para porem fim a uma storyline quer seja para projectar o futuro e, uma vez mais, desse ponto de vista, eu não fiquei satisfeita. Resumindo: o booking da WWE foi igual a si próprio mais uma vez. 


Por um lado, apesar de um combate fantástico a abrir o show, tivemos Kevin Owens a perder o seu título para dar lugar a... Zack Ryder. Eu nem fiquei chateada por o Ryder finalmente ter o seu momento ao fim de tantos anos a ser tratado como lixo pela WWE, e acredito que foi especial, mas sabíamos que não era para durar, e logo no RAW, em 24h ele já perdeu o titulo para o Miz. Isto é o que se chama brincar com os títulos, neste caso o Intercontinental, algo que ao longo dos anos sempre me desagradou. Ryder podia não manter o título muito tempo, eu aceitava isso, mas também podia não o perder com o Miz e a sua esposa Maryse à mistura, imediatamente no dia seguinte. Para quê? 


Em seguida tivemos Jericho a derrotar AJ Styles naquele que seria o culminar da sua feud. Eu achei estranho AJ Styles não ganhar, confesso que me chateou um bocado maioritariamente porque Styles ainda tem tudo a ganhar na WWE enquanto Jericho já ganhou absolutamente tudo, e este já foi o 4º combate entre estes dois. AJ Styles devia ter ganho para poder seguir em frente para outros voos, até porque Jericho mais mês menos mês regressa aos seus outros afazeres que não incluem a WWE. 

Seguiu-se a, igualmente estranha e pouco entusiasmante para mim, vitoria dos League of Nation frente aos New Day. Primeiro, numa Wrestlemania os títulos da tag team também deviam estar em jogo, e não só no RAW seguinte como aconteceu. Em segundo eu já demonstrei o quanto os League Of Nations não me agradam e não fazem sentido como equipa pelo que ver os New Day perder na Wrestlemania enquanto campeões frente a este "conjunto de wrestlers" não caiu muito bem. 


A seguir tivemos aquele que tinha potencial para ser o melhor combate da noite, Lesnar e Ambrose num No Holds Barred Street Fight. Ora, todos sabemos que o booking do Ambrose é pior do que mau, abaixo de terrível, horrendo, porque o Ambrose é um lunático sim, é imprevisível e isso faz dele interessante, mas, infelizmente, perde sempre. E uma vez mais, perdeu. No entanto a WWE tem o Ambrose como alguém que, apesar de perder, aguenta muita pancada e muitos estragos até ceder. Eu não vi muito isso a acontecer nesta noite, o combate foi curto, e à primeira oportunidade de derrota, após uma F5 num monte de cadeiras, Ambrose, o almighty que aguenta quase tudo, não aguentou e perdeu uma vez mais. Mais do que o resultado, desagradou-me a duração do combate e a forma como parece que Ambrose perdeu quase "facilmente". 



Do Hell in a Cell entre Undertaker e Shane O'Mac não há muito a dizer em termos de resultado. Bem la no fundo existia uma esperança de ver Shane a ganhar mas era (quase) impossível e assim ficou provado. No entanto foram fantásticos os momentos e como já referi, a loucura de Shane é um dado adquirido e ao longo destes anos de ausência não ficou sequer mais calma, foi um combate louco e memorável. 

As mulheres da WWE fizeram-se valer em seguida num combate fantástico que eu adorei e que toda a gente queria que a Sasha ganhasse, eu inclusive. No entanto achei ser difícil devido a todo o hype feito com a Sasha ao longo da semana, e então Charlotte ganhou. Aqui gostava de acreditar que como Sasha talvez tenha perdido por ter sido agarrada pelo Rick Flair, talvez fosse possível pegar nisso e gerar uma feud com Charlotte pelo, agora novo, WWE Womens Championship. Mas não só o resultado não caiu muito bem na Wrestlemania como no RAW desta semana não vi nada acontecer com esse propósito. Tivemos ao invés a Natalya a confrontar a Charlotte. Porque? Para quê? 


Uma boa surpresa para mim, ávida fã de NXT, foi a vitória de Baron Corbin na Andre The Giant Memorial Battle Royal. Foi uma surpresa agradável e espero, muito sinceramente, que Corbin não se junte a uma lista de transições falhadas entre a NXT e o Main Roster porque, tal como muitos outros, não é por falta de talento que não pode ser aproveitado. 

E finalmente, a fechar a noite, Triple H e a, aparentemente, inevitável, vitoria do Roman Reigns agora novo campeão da WWE. Eu sou sincera, tinha muitas expectativas para este combate em termos de pensar quem iria aparecer para estragar a festa do Reigns, quem iria fazer uma entrada gloriosa e deixar o publico ao rubro para nos salvar de ter o Reigns campeão da WWE novamente. Mas nada aconteceu. Vieram os foguetes e os confetis e a transmissão terminou e não houve nada. Foi um dissabor bem grande. 


As asneiras não se ficaram por aqui e como tem vindo a ser hábito da WWE construir um caixão para os Wyatts ao longo destes longos tempos de não haver ideias melhores para eles, foi preciso ter Bray Wyatt, Braun Strowman e Erick Rowen a serem os "bodes expiatórios" de mais uma típico momento Wrestlemania do Rock? E do Cena? Mas porque? Eu confesso que ver isto foi o definitivo toque final no caixão que parece ser o destino final dos Wyatts. Mais um desperdício. 

No entanto, apesar destes azedumes todos algumas coisas foram melhores no RAW seguinte, os New Day tiveram finalmente oportunidade de defender os seus títulos e tivemos os Wyatts a atacar os League of Nations. Porque ou para quê? Ninguém sabe, esperemos que não seja mais uma feud para os Wyatts perderem. E esperemos que futuramente os New Day tenham adversários à altura. 



A estreia do Enzo Amore e do Big Cass finalmente aconteceu, é quase certo que teremos no futuro uma feud entre o Kevin Owens e o Sami Zayn, o Shane O'Mac esteve no comando do RAW e eu quero acreditar que não foi coisa de só uma noite, AJ Styles é o novo escolhido pela luta pelo título da WWE, após um Fatal 4 Way fantástico que viu o Cesaro regressar e a fazer das suas e ainda tivemos a estreia de Apollo Crews, mais um ponto positivo. 

A WWE tem neste momento muitas cartas para se redimir do mau booking que tem assombrado a companhia e espero que escolham o melhor rumo daqui para a frente.
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