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Folha de Avaliação 2015 | Lucha Underground



Mais uma semana de reflexão do raio do ano que já começa a parecer que passou há muito tempo. Mas enquanto ainda houver assunto, é por aí que andamos e, tal como prometido na semana passada, é a vez de fazermos uma avaliação ao ano de 2015 dessa tão inovadora "companhia" que é o Lucha Underground. Entre aspas porque a companhia, o templo, é fictício, e isto é um formato completamente novo de série de ficção sobre wrestling com direito a àpartes sobrenaturais e tudo. Ainda não há nenhum igual, não há de haver nenhum parecido.

É então sobre esse programa vanguardista que nos debruçaremos, sobre todos os talentos que nos colaram ao ecrã. Aqui a divisão é feita de forma diferente. Isto não funciona bem como as outras companhias, como devem bem saber. Mas está cá a malta toda, ora verifiquem lá:

No alto do templo


Alberto El Patrón - Por outros lados tivemos o Alberto Del Rio de volta e toda a malta a desejar que tivessemos o El Patrón em vez dele. Gigante no seu percurso exterior à WWE, Del Rio foi ganhar ouro à AAA, visitou a Ring of Honor e, claro, aproveitando a estadia na AAA, foi ao templo. Lá encontrou o seu amigalhaço da AAA, o ex-AAA Mega Champion Texano, que o atacou de imediato. Foi uma das duas principais feuds que teve, onde chegou mesmo a defender esse cinturão em pleno templo. No entanto, a sua maior e principal feud foi com um outro conhecido seu, Johnny Mundo com nova atitude. Culminou num excelente combate no Ultima Lucha, que deu para banhar Mundo em sangue. A manchar tudo é o discurso de chegada onde El Patrón lamenta todas as traições e desgostos que teve noutra companhia... Apenas para lá voltar pela quantia certa, afastando-se da segunda temporada do Lucha Underground que tão bem o recebeu. Mas não há como levar a mal tudo o que ele deixou feito.

Johnny Mundo - O tal amigo do anterior. Uma das principais atracções do Lucha Underground, pode considerar-se o principal chamariz de espectadores de wrestling que não fossem atrás do componente "Lucha". E foi como "poster boy" que se comportou e foi roubando o show sempre que pôde. Sempre um dos maiores nomes e regularmente auto-denominado como a cara do Lucha Underground. Assim que um título foi concebido, o principal pressentimento era de que iria parar a
ele eventualmente. Mas simplesmente não atinava em derrotar Prince Puma pelo Lucha Underground Championship, mesmo que cada encontro fosse combate candidato a combate do ano. E ainda por cima andava sempre com El Patrón a perna. Deu-se o inesperado de alguém que era tão representativo e "Face de topo": uma severa Heel Turn que o colocou na rota do título de novo e o comprometeu com El Patrón no Ultima Lucha. Valeu-lhe a ajuda da preciosa namorada Melina e valeu para nós vê-la de novo. Já com um contrato fixo com a AAA e com Mundo longe de perder os seus dotes aéreos, prevê-se uma segunda temporada de Lucha Underground com mais deste louco do parkour...

Mil Muertes - Teve os seus altos e baixos. Mas, na verdade, o seu "baixo" foi apenas para culminar num alto muito grande. Trazia um dos backgrounds mais obscuros e era um dos que roubava mais atenção. Não propriamente por si, mesmo que tivesse o seu mérito, mas por vir acompanhado pela bela Catrina que, ainda por cima, gostava de andar por aí a lamber pessoas. Muertes encontrou-se numa rivalidade com Fénix e aqui meto o meu critério pessoal na matéria: os combates que tiveram constam entre os meus favoritos de todo o Lucha Underground e têm lugar cimeiro e garantido na minha lista de combates do ano. Tal também custou para Muertes, que perdeu Catrina para Fénix e entrou numa fase descendente. Mas estava tudo preparado para renascer. Deu-se o susto no Ultima Lucha, no main event, onde derrotou Prince Puma e fechou a temporada como Lucha Underground Champion, com um reinado de terror a prometer pairar sobre o templo - ainda para mais com nova assistência de uns discípulos meios esquisitos... E a Catrina outra vez, claro. Acabou o ano como a figura principal do Lucha Underground.

Prince Puma - Era tudo. O herói, o mais vistoso high flyer, o underdog, o Face de topo, tudo. Ainda por cima para tratar da parte comunicativa tinha Konnan, figura lendária. E, para quem sabia, era Ricochet por debaixo da máscara, popularíssimo lutador independente, que já muito impressionou com os seus dotes aéreos. Era um que já ia bem encaminhado desde o início. Logo não foi surpresa que tivesse muitas turras com a figura maléfica de autoridade Dario Cueto, nem que viesse ele a tornar-se o inaugural Lucha Underground Champion, com um reinado bem complicado e trabalhoso, com constantes desafios de Cueto como combates inesperados, ou bestas como o Cage a tentar parti-lo a meio. Como o bom underdog de sucesso, foi saíndo por cima, incluindo das desavenças com o seu ex-amigo Johnny Mundo. E volto a dizê-lo que tal se desenrolou em combates espectaculares, especialmente o Iron Man que durou toda a hora completa de um episódio. A coisa só viria a ficar preta no Ultima Lucha, quando perde para o monstruoso Mil Muertes. Não perdeu ímpeto ou adoração do povo, logo acredito que tenha toda uma segunda temporada para se vingar.

Outras Nobrezas Aztecas

Aero Star - Um bom lutador para abrir a categoria que se refere mais ou menos ao midcard ou a uma espécie dele, que existe no Lucha Underground, onde não existe uma hierarquia tão escandalosa. Aero Star seria uma boa definição de um midcarder do Lucha Underground, com o seu nome simplíssimo e aspecto genérico. Claro, com o normal requisito de ser um atleta de fazer cair queixos. Foi utilizado onde era preciso e integrou-se numa excelente rivalidade competitiva com Drago, numa "Best of 5 Series" que o adversário levou a melhor. No Ultima Lucha teve a chance de cimentar melhor o seu lugar ao ser um de sete competidores medalhados a lutar pelo Gift of the Gods Championship, sem conseguir vencer. É possível prever uma segunda temporada semelhante à primeira, nesse aspecto.


Angélico - Vá, este gajo é o Rei. Bem sabemos o quanto ele contribuiu para o Lucha Underground ser um must-see e fê-lo a partir do simples facto de ser tolo. Spots que marcam um combate, um episódio, uma temporada inteira. Angélico não tem medo de se atirar das alturas para dar espectáculo, como o fez por três - leia-se bem, três - vezes, uma num perfeito e perigosíssimo crossbody vindo do topo do escritório de Cueto, outra num missile dropkick do mesmo sítio e outra no Ultima Lucha onde passou por cima do público, sim, avançou a bancada. Também não foi estranho a ouro, ao ser um dos Trios Champions, com Ivelisse e Son of Havoc, numa das mais entretidas equipas disfuncionais que davam grandes combates e momentos quando era necessário. Com este gajo não sabemos o que esperar numa nova temporada, mas no mínimo podemos desejar que ele acabe inteiro!

Bengala - Um veterano que até já tem forte currículo no Japão. Deram-lhe a máscara mais fofa que arranjaram, suponho eu. Com essa máscara e o nome "Bengala" parece que não vem para intimidar muitos. Talvez não. Mas vem para lucrar pois o pouco que fez, já numa fase avançada da série, foi ganhar uma medalha que lhe garantiu lugar no combate pelo Gift of the Gods Championship no Ultima Lucha, que não conseguiu ganhar. É um indivíduo viajado e ocupado mas podemos muito bem ver mais e maior de Bengala este ano.

Big Ryck - É o Ezekiel Jackson zarolho, para quem vir de fora. E uma nota muito importante a fazer. Nunca fui fã dele. Nem podia estar mais longe disso. Mas até isso o Lucha Underground fez: torná-lo interessante. Inicialmente liderava a Crew mas acabou por ver os seus súbditos a virar-se a ele e a queimar-lhe um olho com um charuto. Originou a pála que contribuía para uma imagem badass. Reuniu nova crew com The Mack e Kill Shot - uma crew muito melhor se me perguntarem a mim - e ia tentando a sorte com os Trios Championships, sem sucesso. Aliou-se a Daivari e entrou no Ultima Lucha na tentativa de caçar o Gift of the Gods Championship, sem sucesso, em parte graças a uma distracção do próprio Daivari. Para o curto tempo em que lá esteve, uma temporada apenas, acabou por ser um Big Show do templo: estreou como Heel, virou Face com o ataque da Crew, andou meio tweener com algumas acções, virou Heel ao aliar-se a Daivari e acabou no Ultima Lucha traído e com abertura para a Face Turn. No entanto não se consta que Big Ryck fará parte da segunda temporada, logo por aí ficou.

Blue Demon Jr. - O tipo é uma lenda mas não foi das figuras mais assíduas no Lucha Underground. Muito graças ao seu amigalhaço Chavo Guerrero, que podia muito bem ter sido o seu único rival. A partir de uma rivalidade de respeito entre dois lendários lutadores integrantes de clãs lendários que sempre tiveram uma rivalidade lendária... Chavo teve que azedar tudo ao tornar as coisas pessoais e violentas. Arrumou Blue Demon no processo mas este regressou com Chavo como alvo. Foi tudo uma fantochada afinal e o verdadeiro alvo de Blue Demon Jr. era Texano, contra quem virou Heel e surpreendeu todos. Um pouco repentino e com um propósito meio desconchabado mas talvez outro combate com Chavo Guerrero no Ultima Lucha fosse previsível. O combate não teve desqualificações e Blue Demon Jr. venceu. Como Heel/Rudo, talvez tenha uma nova postura e mais protagonismo na segunda temporada.

Cage - Brian Cage na AAA. "They Call Him Cage" no Lucha Underground, pelo que a linda Melissa Santos dava sempre a entender. Havia uma forma simples de o resumir: uma besta. Forma física assustadora e um atletismo desproporcional mais assustador ainda. Podia muito bem ser o Brock Lesnar do Lucha Underground mas o seu domínio foi cortado assim que não conseguiu conquistar o Lucha Underground Championship a Prince Puma. Era sempre utilizado como reforço de peso mas não teve feud concreta até andar a trocar umas vitórias e umas derrotas e umas sessões de pancada com The Mack, que o levou a inaugurar o Ultima Lucha com um Falls Count Anywhere muito violento. E excelente também. Venceu, muito possivelmente, com o mais grotesco CurbStomp que se pode fazer a alguém em TV desportiva. Tem tudo para voltar a ser dominante na segunda temporada. Será que chegaremos a vê-lo como Campeão a algum momento?

Chavo Guerrero Jr. - Entre os produtores da série. Mas não se podia ficar por aí, claro que tinha que ir ao ringue. Para ter o primeiro combate do primeiro episódio. A desencadear a primeira rivalidade com Blue Demon Jr., já mencionada. Deu em nova feud com Sexy Star que é muito levada da breca até para ele. Com a coisa a dificultar-se e já a perder para Mil Muertes, desistiu. Claro que tinha que voltar e foi na história misteriosa e surreal de Black Lotus, onde a traiu e se aliou a Dario Cueto. Acabou a temporada com aquela bizarra trégua com Blue Demon, apesar da longa rivalidade e consta-se que venha uma segunda temporada bastante frutuosa para o Guerrero. Merecido, já ele passou por muita coisa!

The Crew - Bael, Mr. Cisco e Cortez Castro. Três dos mais típicos gangsters latinos que, inicialmente, contavam com Big Ryck na liderança. Tinha que dar asneira porque tinham ar de perigosos. E até eram mas talvez ladrassem mais que o que mordiam. Assim que se emanciparam de Big Ryck, podia vir um reinado de terror como Trios Champions... Mas os desgraçados simplesmente não atinavam e o trio disfuncional que tinha uma coxa e um gajo com asas tomava sempre a melhor. Eventualmente, Dario Cueto fartou-se de lhes dar oportunidades e sacrificou Bael. Sim, mataram o Bael em TV porque é a porra do Lucha Underground, não é um programa de wrestling como os outros, este leva o fictício e o surreal a outro nível. É que ainda por cima foi uma morte grotesca! Pouco rumo para os sobreviventes depois disso. Não os culpo, qualquer um ficaria traumatizado ao assistir à forma como Bael foi desfeito...

DelAvar Daivari - Este gajo! Aquele tipo que só sei que tenho saudades dele quando o volto a ver, até fez pouco pelo templo. Começou como um mero membro do público, ou assim era suposto parecer, acho que não o devíamos reconhecer. As coisas começaram a tornar-se físicas e ele começava a levar com gajos encima. Paciência, não era o melhor lugar. Mas desencadeou reacção e atacou Texano para rivalizar logo a seguir, originando a inesperada e improvável Face Turn do ex-AAA Champion. Andou com Big Ryck como guarda-costas mas acabou por se livrar dele no Ultima Lucha, com pouco realizado. Sem Big Ryck, não há problemas para resolver na nova temporada mas veremos se há algo bom para se fazer!

The Disciples of Death - Medonhos. E eficazes. Já perto do fim, quando Catrina recuperava Mil Muertes e ia atormentando alguma pobre alma ou outra no backstage, fazia-se acompanhar de três indivíduos esquisitos e tapados que gostavam de sair da fumarada. Esperava-se competição deles e, ao vir num trio, esperava-se algo mais específico. Que foi exactamente o que se sucedeu no Ultima Lucha, onde conquistaram os Trio Championships ao trio de Angélico, Son of Havoc e Ivelisse. Pouco tempo mas muito impacto e é com reinado de terror que iniciarão a segunda temporada. Na verdade os três mascarados não eram estranhos e eram três lutadores do mais baixo nível - que voltarão a aparecer aqui nessa categoria - Argenis, El Mariachi Loco e Ricky Mandel. Mais lhes valeu serem umas criaturas ruins.


Drago - Ah, adoro este gajo. A começar pelo seu aspecto peculiar, com uma máscara a parecer algo saído dos GWAR - e markei quando o Matt Striker fez a referência já depois de eu o ter pensado. Depois ainda tem os maneirismos e o seu atletismo em ringue. Deu em excelentes feuds com King Cuerno e Aero Star. Mas uma oportunidade pelo Lucha Underground Championship custou-lhe o acesso ao templo e Drago teve que sair. Porque é assim que o Dario Cueto funciona. E Drago saiu pelas chamas como um dragão a sério. Porque é o Lucha Underground. Assim que Drago encontrou uma lacuna para poder voltar ao templo, confrontou Dario Cueto e este cedeu-lhe a oportunidade, voltando a apimentar a estipulação: se Drago perdesse e não se apurasse para o main event do Ultima Lucha pelo Lucha Underground Championship, era banido do templo para sempre e ainda tinha que se desmascarar antes. A derradeira humilhação que evitou ao vencer e apurar-se. Mas aquele main event não era para ele e Mil Muertes tirou-o à força, com uma ajudinha de Hernandez, de quem se vingou no Ultima Lucha num "Believer's Backlash". Leia-se um Lumberjack em que o ringue está rodeado de fãs à chicotada aos competidores. Ou melhor, ao Hernandez. Uma temporada bem preenchida e, por mim, estaria na alta nobreza do templo, se tivesse chegado ao main event do Ultima Lucha. Fica para a próxima!

Fenix - Até foi um ano jeitoso aqui para o Fenix, que não ficou muito longe da primeira categoria. Pouco depois de estrear, teve um grande momento ao romper a invencibilidade de Mil Muertes e entrar naquela tal feud que já destaquei como contendo dos meus combates favoritos do ano. Pelo meio ainda andou com a Catrina ao lado e tenho a certeza absoluta que isso lhe causou imenso incómodo, tal como causaria a mim. Saiu por baixo num grotesco Casket Match e andou fora das nossas vistas por algum tempo. Mas voltou para gorda recompensa, ao usufruir do seu medalhão e garantir o seu lugar na competição pelo Gift of the Gods Championship. Custou-lhe entrar ali mas conseguiu e... Venceu. Para já, tem que se antever uma boa segunda temporada como Fenix ou, no mínimo, activa, visto que entra nela como Campeão e com uma chance ao Lucha Underground Championship para "depositar".

Hernandez - Aqui sempre tem uma entrada mais alegre que na Folha da semana passada. Aqui ainda tinha um contrato mais legal e tudo o que gravou saiu para a TV. Chegou como um aliado vilão para o Face de topo, amigo de Konnan que auxiliava o Lucha Underground Champion Prince Puma contra a sua vontade e prestes a virar-se a ele para lhe extrair aquele utensílio que cobiçava. Teve a sua chance ao título e numa tentativa de conseguir nova chance, perdiu-a para Drago, o que o enfureceu e o fez virar-se a ele e custar-lhe a chance. Era aí que estava o plano para o Ultima Lucha, em que perdia para Drago naquele tal combate em que fãs desatava, à chicotada ao multi-TNA Tag Team Champion. Já não está sob contrato com o Lucha Underground, mas quanto a este ano... Foi aqui que ele teve um bom ano, não no outro sítio para onde foi mentir...

Ivelisse - Vou-me mantendo controlado enquanto falo desta moça. Vou só referir-me ao quão badass ela é. Existiam planos para ela para toda a temporada. E não foi uma lesão que a impediu de os realizar, fez tudo o que tinha a fazer só com um pé. Lesionada, foi uma parte fulcral de toda a excelência que foi o trio com Son of Havoc e Angelico, que conseguiu ouro. Tinha-o sido mesmo sã. Isso só contribuiu para ser tão badass. Continuará a ser uma das grandes razões para assistir ao Lucha Underground, quer seja pelo que faz como... Para ver só, mesmo.

Jack Evans - O moço até podia ser de aparecer de vez em quando e de não se encontrar numa feud concreta em algum ponto. Mas quando aparecia, era para dar espectáculo, roubar uns suspiros de surpresa pelo seu estilo high flyer inigualável. E era recompensado por isso, com um medalhão e respectiva chance pelo Gift of the Gods Championship no Ultima Lucha. Até pode não ter ganho. E quem não perde é quem o vê. Talvez em 2016 seja semelhante.

Kill Shot - Excelente atleta de uso reduzido. Estreia promissora como parte da nova "Crew" de Big Ryck. A partir daí teve a sua oportunidade pelos títulos de Trios que não conquistou. Nunca chegou a ter algum rumo concreto até ao Ultima Lucha. Desconheço o seu rumo para a segunda temporada mas é um excelente atleta para se aproveitar neste ambiente.

King Cuerno - Talvez o que melhor definiria algum conceito de "midcarder alto sólido" no Lucha Underground onde não existem estratos tão vincados. Foi sendo um competidor consistente, acumulando feuds de qualidade com Drago ou Johnny Mundo e trazendo combates familiares para o templo como o Last Man Standing ou Steel Cage. Garantiu o seu lugar no Ultima Lucha no combate prestigioso pelo Gift of the Gods Championship que não conseguiu caçar. Espera-se uma entrada forte na segunda temporada pelo que consta. É mais um da lista dos grandes atletas - com um Suicide Dive perfeito, já elogiado aqui neste blog por um colega, que terei que destacar como um dos melhores que já vi, ao lado de os de um Davey Richards - que define o Lucha Underground, daí que até acredite que ele escale ao topo. Até já competiu pelo LU Championship antes.

The Mack - Adoro este gajo. Daqueles que vou assistindo e vou-me apercebendo, quase como se tivesse que dar uma cotovelada leve a mim mesmo a notar: o gajo está a tornar-se um dos favoritos. Daqueles contrastes de corpo e atletismo que surpreende sempre. Este abusa. E só tenho pena que não tenha feito muito ou participado em muito. Após a sua desventura com Big Ryck e Kill Shot, a sua carreira a solo só encontrou rumo quando trocou vitórias, derrotas e empates com Cage. Isso levou a um Falls Count Anywhere que inaugurou o Ultima Lucha e que conteve aquele spot que já mencionei. Foi com um excelente combate. E quero ver muito mais de Mack. A não confundir com o Mack Millitant, já agora.

Pentagón Jr. - Confesso que tive as minhas dúvidas. Ponderei colocá-lo na primeira categoria e aceito alguma oposição vossa. Era um dos mais atractivos competidores e teve um combate de implicações altíssimas no Ultima Lucha, a defrontar um lutador lendário e numa das mais empolgantes, misteriosas e por vezes macabras storylines que se desenvolveram na primeira temporada. Por cima disso tudo destaco-o como um dos maiores e melhores Heels vistos ultimamente. Até pode ter tido uma feud com Fénix no seu início - por curiosidade, são irmãos na vida real - mas o que bem recordamos é o que veio a seguir, quando andava a partir braços a torto e a direito a jobbers e não só. Nem a pobre da Melissa Santos se ia safando, se não fosse a Sexy Star, seu alvo seguinte, se não fosse o Vampiro. A partir daí desenrolou-se a feud mais violenta e intrigante de toda a temporada com a identidade do tal "amo" de Pentagon Jr. para quem ele fazia todos aqueles sacrifícios. Sim, era daquelas coisas que um gajo pensa nisso mas foi uma bela surpresa a revelação de Vampiro, a vítima de um combate tão violento como acabara de ser o embate no Ultima Lucha. Um impressionante desfecho de temporada e aguardamos a segunda. Pentagón Jr. foi um indiscutível destaque e não se espera muita diferença na segunda época.

Sexy Star - É verdade que por muito que eu destaque o quão badass é a Ivelisse, é na Sexy Star que eles colocam essa imagem. Anda no meio dos gajos e dá cabo deles todos, essa é que é essa. E foi com Chavo Guerrero a armar-se em esperto que começou a mostrar isso com mais força e foi o que levou para as rivalidades com Super Fly e Pentagón Jr. E não, nenhuma delas foi leve nem qualquer um deles estava muito preocupado em ser cavalheiro ou em não a magoar. Underdog residente e uma das favoritas dos fãs, não seria descabido recompensá-la de alguma forma, como o fizeram com um medalhão que lhe deu uma chance ao Gift of the Gods Championship no Ultima Lucha. Não conseguiu e acabou a temporada raptada... Pronto, está aí missão para ela este ano: sair dessa!

Son of Havoc - Só elogios para este Campeão de Trios. Um dos responsáveis por todo o entretenimento à volta daquele trio disfuncional, nem só de saltos do Angelico e da beleza e factor badass da Ivelisse se faz o trio. Son of Havoc era outra peça fulcral e ainda levava consigo o factor atlético em ringue que ainda tinha bastante peso na equação. Um dos vários "alumns" do Tough Enough, tinha estofo para se safar bem a solo. Mas a sua equipa, para já, é demasiado boa para ser ignorada na próxima temporada. Que nos dê muito mais. E promos e entrevistas também. É que digo-o com toda a seriedade: o gajo tem a melhor voz daquela gangada toda!

Super Fly - Parecia que era apenas mais um para número. Tornou-se notável quando se tornou vítima de Pentagón Jr. e contou com a ajuda de Sexy Star. Dario Cueto fez das suas e conseguiu que Sexy Star o desmascarasse. Foi a porta de entrada para a sua Heel Turn, sendo a "vendetta" contra Sexy Star o seu derradeiro acto até agora. A ver o que se pode esperar do seu futuro como vilão desmascarado.

Texano - Estrela de peso no templo mas a quem não quiseram escalar para um dos principais rostos da marca. Ex-AAA Champion, tinha como óbvio alvo o seu rival e homem que lhe retirara o cinto, Alberto El Patrón. Foi uma feud intensa e com lados bem definidos, daí que achasse a sua Face Turn a mais surpreendente. Já com o seu rancor a El Patrón mais esquecido, o povo apoiou-o nas suas missões contra Daivari ou Chavo Guerrero mas, outra grande surpresa da temporada, foi Blue Demon Jr. que levou esse ódio mais longe com uma Heel Turn a subir para o cimo do ranking de surpresas da temporada. Não teve sucesso no Ultima Lucha mas aguardemos pela segunda temporada a ver se existem mais surpresas a vir deste rapaz Texano Mexicano vindo da California.

A mais baixa hierarquia

Argenis - Tirando quando era um dos Disciples of Death, era maioritariamente um jobber. Como tal, teve o privilégio de ver o braço partido por Pentagon Jr. Para esta temporada... Pelo menos um Disciple of Death será.

Famous B - Chamava-lhe o JTG do Lucha Underground, com estima. "Jobber que viu o braço ir à vida graças ao Pentagon" também lhe serve como boa alcunha.

El Mariachi Loco - Tem dos melhores nomes, encaremos. Pouca visibilidade e mais um dos Disciples of Death. Apesar de tudo, ainda conseguiu vencer uma battle royal no "dark match" do Ultima Lucha!


Marty "The Moth" Martinez - OK, já não. A razão por incluí-lo aqui é simplesmente porque ao longo da sua estadia, ele era meramente vendido como uma piada que não dava uma para a caixa. Mas uma piada boa, o gajo era hilariante. Mas isso foi até ao fim, no Ultima Lucha ficamos a saber que ele é um psicopata. Raptou a Sexy Star, subiu de estatuto e temos razão para o ver nesta nova temporada. Talvez já não seja para rir.

Mascarita Sagrada - O pequenino, sim. Não era nenhum Hornswoggle ou nenhum El Torito destas bandas. Era credível mas como anão adorado por todos, tinha que ser o underdog que dava luta mas nem sempre conseguia. Assim não dá para títulos.

Pimpinela Escarlata - Dos meus favoritos. Quem não adora os seus hilariantes maneirismos? É claro que com esta gimmick faroleira e o seu estatuto veterano, há muito jobbing envolvido. Mas a este dava-lhe os títulos todos!

Ricky Mandel - Nome suficientemente parecido com Rick Martel para já ter causado essa confusão. Jobber e Disciple of Death, não deve dar em LU Champion este ano, digo eu.

Vinny Massaro - Porque até no Lucha Underground dá para haver daqueles gajos que nem se lembram.

Outros


Black Lotus - Sem competir, é um dos pontos centrais da série, com uma misteriosa história de vingança. A morte dos pais. E o Dario Cueto envolvido. No "twist" do final da temporada, afinal Cueto é inocente - ou, pelo menos, diz ele - e Lotus... Mata um homem. Porque no Lucha Underground pode-se. Um dos mais óbvios pontos a esperar na segunda temporada.

Catrina - Lambe pessoas. Assim não é justo, qualquer um quer jobbar para o Mil Muertes. Não compete em ringue mas faz mais estragos que toda a gente. Saltou de Mil Muertes para Fenix para Mil Muertes. Acabou a temporada com cinto em tudo o que era servo dela. Até nem foi mau ser a Catrina este ano. Nem estar perto dela ou ser lambido por ela, acrescento.

Dario Cueto - Alguém dê um prémio a este senhor. Qualquer um, nem que se invente. Uma das melhores personalidades relacionadas com wrestling ou qualquer coisa parecida como é o Lucha Underground. Heel exemplar e outro que tem que ser dos melhores ultimamente. Causador profissional de estragos que nos trazem tão boa TV. "Unique opportunities" para toda a família. Além disso tem dinheiro aos maços numa gaveta e um irmão enjaulado que mata pessoas. Rei.


Dragón Azteca - Um outro personagem misterioso da história de Black Lotus. Andava atrás dela. E até ia todo lampeiro como se estivesse do lado dela, mas ela mata-o. Pronto, há fins assim. Não deve ser para voltar na próxima temporada, então...

Konnan - Lendário lutador, figura de peso nos bastidores da AAA, foi ao templo também para desempenhar uma forte e importante personagem. Dedicou-se a ser manager de Prince Puma, mantendo sempre aquela mística de que nunca era de confiança, especialmente para o Prince Puma que parecia ser tão bom rapazinho. Já longe da forma para conseguir voltar ao ringue, ainda dava um soco, sofria um bump e fazia um corte quando era preciso. Lenda de serviço, cá estaremos para o ver este ano.


Vampiro - A gente a fiar-se, a pensar que só tinha um comentador "color" mais entretido, que até se passava e saltava da cadeira e ia para o meio do público reagir quando assistia algo mais louco - é rever as loucuras do Angelico e procurá-lo - e ele vinha a revelar que os seus dias de Vampiro não estavam acabados. Enfrentou Pentagon Jr. num dos combates mais violentos de toda a temporada - e feud também, lembre-se - e nem só isso podia chegar: era ele que andava a controlar Pentagón e eram para ele todos os sacrifícios de braços. Final de temporada mais aberrado veio da parte dele. E todos adorámos e queremos ver o que mais sai daqui.

E, como sempre, concluo esperando que não me tenha esquecido de ninguém e que esteja um artigo a gosto. Porque agora quero a vossa colaboração para enriquecer isto com os vossos comentários acerca do assunto, das categorias, do ano para o Lucha Underground, para as estrelas que o compõem, etc. Fazer disto vosso e já começar a antecipar a segunda temporada que... É verdade. Já está quase aí. Não percam e também tentem marcar presença por aqui porque há mais um parecido com estes para fazer relativamente ao NXT. Sem categorias e seguindo a linha de antigamente em que olho mais para o futuro do que para o passado, mesmo que funda sempre os dois. E então a partir daí podemos avançar para 2016 completamente. Até lá, boa Rumble, boa estreia do Lucha Underground e uma óptima semana!

Cumprimentos,
Chris JRM

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