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DezTaques da Semana (13.12.2015 - 19.12.2015)



Sejam bem-vindos a mais um atrasado DezTaques da Semana! Custou a sair isto e foi quase preciso puxá-lo com um gancho! Mas prefiro trazer isto um pouco mais tarde do que não o trazer. E que tenha só um leitor persistente e que fique satisfeito, é preferível. Com um novo pedido de desculpas, avanço rapidamente para o que interessa. É que tivemos uma tremenda semana!

10 - Para empatar


A TNA já anunciou que guardou as meias-finais e a grande final para a sua estreia no canal Pop, a acontecer já no início do próximo ano. Até lá ainda há um par de semanas. Não quer dizer que seja necessário acontecer muita coisa. Enche-se a edição desta semana com coisas simples: recaps, uma entrevista com um painel constituído pelos quatro semi-finalistas e dois combates para manter um gajo entretido. O primeiro combate foi de equipas e foi de oito homens, colocando dois grupos competidores no torneio um contra o outro. O grupo "Future 4" de Eli Drake, Jessie Godderz, Micah e Crimson juntou-se para enfrentar o grupo "X Division" do X Division Champion Tigre Uno, DJ Z, Manik e Mandrews. Desentendimento nos Future 4 por uma razão muito simples: ninguém suporta o Eli Drake. Logo ninguém queria fazer o tag para ele sair e deixaram-no estar sozinho e a levar de todos para perder. Não era um combate importantes, os outros três não se importaram de perder. O outro combate já era de um escalão maior e envolvia lutadores de diferentes grupos num Fatal 4-Way de eliminação. Saiu Bobby Roode por cima de Mr. Anderson, Eddie Edwards e Rockstar Spud. Decente e entretido, especialmente os momentos bizarros entre Spud e Anderson. Quanto à entrevista, ficamos a saber pouco mais que aquilo que se espera de quatro finalistas. Cada um afirma que vai ganhar e os Faces mostram preferência por enfrentar os Faces na final, igual com os Heels. Todos discutem menos o EC3 que prefere rir-se. E é o mais fino. Devolvam-lhe lá o título!

Nota: Também vimos uma montagem com EC3 em treino e na sua vida caseira. Destaque para EC3 a ser meramente EC3 com um pobre homem de limpezas da piscina.
Nota2: Josh Matthews a comparar a implosão da equipa "Future 4" com o rompimento dos Mega Powers. Josh, não. Josh, pára.

9 - Destinados a nĂŁo ganhar


É o que parece seguir Enzo Amore e Colin Cassady. O que também os segue para qualquer lado é a popularidade imensa. Hilariante só por si, com carisma a sair-lhes de tudo o que seja poro, iluminam e electrizam qualquer sala por onde entrem. Os New Day dos NXT, sem desviar de comparações que cada vez mais parecem inevitáveis. Só que estes já o eram antes. Esse "antes" já é bem longo e lembra-nos uma coisa. Para a sua dimensão, a dupla nunca teve os NXT Tag Team Championships. Tinham agora uma enorme chance contra os Campeões Scott Dawson e Dash Wilder. Vinham muito mais intensos e chateados que o que já alguma vez estiveram. Bem lutaram, deram tudo, combateram e tinham a plateia na palma da mão. Se fosse só a partir deles, o combate tinha sido um squash sem ponta de chance para os talentosos brigueiros Dash e Dawson. Mas estes aqui são duros de doer e foi isso que os levou aos títulos. Enzo e Cass também parecem continuar alguma maldição. Foi com um espectacular Shatter Machine a Enzo Amore do canto superior que deu a vitória e retenção aos NXT Tag Team Champions. Veremos mais desta luta ou novos candidatos já? É que a divisão de equipas do NXT já escalda!

Nota: Um dos pontos altos em termos de cânticos. Cantou-se por Enzo Amore ao som da "Seven Nation Army" e recorreu-se à "Hey Jude" para cantar por Big Cass. Outro de destacar? "Are you Dawson? Are you Dash?" a qualquer um dos membros da equipa Campeã. Como um gajo que os distingue bem e até gosta bem deles, posso dizer... Que isso foi hilariante!
Nota2: E quem estará a seguir na fila? Por mim, para prolongar um pouco mais o reinado de Dash e Dawson - algo que eu gosto sempre de fazer - ainda os punha em feud com os Hype Bros primeiro. Sei que não têm um terço da popularidade, mas quando chegar a vez de Jordan e Gable... É para ganhar. E perder os títulos... Nunca, sei lá!

8 - EC DUB! EC DUB! EC DUB!


Chegou a altura de ver o quarteto de veteranos da ECW a mandar uns quantos Wyatts por mesas dentro! Ou então não. Aqui já fizeram as coisas como deve ser e foram os Wyatts dominantes. "Dominantes" é palavra a sublinhar aqui. Erick Rowan foi o único a atravessar uma mesa e a ser eliminado da família. De resto... Os Wyatts fizeram questão de mostrar aos veteranos que conseguem ser mais Hardcore do que eles. Primeiro Rhyno é empurrado por uma mesa dentro, depois D-Von Dudley, Tommy Dreamer é surpreendido com um fantástico dive de Luke Harper e vai a seguir. Bubba Ray Dudley fica sozinho contra três e tinha más intenções. Pronto para pegar fogo à mesa, é interrompido e Braun Strowman trata de o fazer comer a madeira para dar a vitória aos Wyatts. Vitória com "V" grande num divertido combate de reacções mistas. As coisas tinham que se selar de uma vez e, nem de propósito, o Raw seguinte era em Philadelphia. O que pode ter lá havido de especial? Cenário perfeito para uma recordação da ECW num 4-contra-4 de regras extremas. Do tipo de combate maluco que raramente se vê a ser feito no Raw. Mas que o fizeram. E que conseguiu superar o combate do TLC. Fantásticos spots de Tommy Dreamer a arremessar Luke Harper por um monte de mesas, do cimo do palco, porrada por tudo na arena, um belo ricochete de uma cana pinchona que possibilitou um contra-ataque de Bubba Ray. De novo o domínio dos Wyatts. Nova vitória e o pin foi para o improvável Erick Rowan, aquele que tinha sido eliminado na noite anterior. Finalmente, uma feud em que os Wyatts saem por cima com o domínio que lhes deve ser associado!

Nota: O que perturbou muitos foi o facto de Strowman ter realmente atravessado uma mesa, mesmo que à patada. Não contou como eliminação quando muitos achavam que devia.
Nota2: Mau par de dias para Rhyno atravessar mesas, sendo as suas quebras em ambos os combates estranhas e um pouco constrangedoras.
Nota3: Erick Rowan devia ter ido pela mesa com o seu nome dentro... Se ela não tivesse cedido ao peso de Bubba Ray, felizmente já quando ele se levantava, para evitar estragos nos planos. Lá tiveram que improvisar e arranjar uma mesa nova muito rapidamente.
Nota4: Não me digam que sou o único que era capaz de rever aquela cana a pinchar do ringue para o exterior, para a mão do Bubba, por incontáveis vezes!
Nota5: E parece que se ficam por aqui os planos para os veteranos que vieram dar uma ajuda. Tommy Dreamer segue à sua vida e Rhyno... Talvez volte ao NXT para mais desenvolvimento. De qualquer das formas, fica um agradecimento pela graça que vieram deixar e por fazer isto valer a pena.

7 - Kill Owens Kill?


Um combate bastante esperado via Kevin Owens defender o seu título Intercontinental contra o adversário que já anda de volta dele a cheirar há muito tempo. Dean Ambrose. Ambos prometiam a vitória como é óbvio, mas o que vinha ser cumprido com certeza era um bom combate. Eles sabiam como o dar e deram-no. No meio de todo o queixume de JBL a lamentar a desgraça que seria ter Ambrose como Campeão, desenrolava um combate do qual não conseguíamos extrair um vencedor fácil. Podia ser qualquer um. Se, como eu, pendem sempre mais para a retenção do título a não ser quando é evidente ou já é tempo.. Talvez tenham sido surpreendidos. Dean Ambrose, após uma near-near-near-near-fall - pontas dos dedos, caraças! - consegue um surpreendente pin. E temos um novo Campeão Intercontinental lunático! Para desgosto de JBL, Ambrose celebra o seu merecido ouro. Enquanto todo o povo ainda celebra, Ambrose já tem trabalho no Raw e compete logo com Dolph Ziggler. Só coisa boa a sair daqui. Se Owens deixasse. O ex-Campeão, razoavelmente frustrado, interrompe o combate e ataca ambos. Ambos tentam ripostar. Owens é muito forte e sai por cima. Um bom Owens para prosseguir o seu percurso de recuperação de título e em seguida conseguir um plano para a Wrestlemania. E Ziggler parece estar envolvido!

Nota: Mal importadĂ­ssimo com uma Triple Threat com estes, de facto.
Nota2: E Owens ganhar a Rumble? É pecado? Ou querem pô-lo contra o Lesnar? É que também estou igual com qualquer um desses!

6 - Do it with Flair!


Stylin' and profilin'! Ou qualquer coisa parecida. Está mesmo a acontecer, Charlotte está mesmo a adoptar maneirismos Heel do pai e, da forma que as coisas estão a correr, é o mais interessante que lhe pode acontecer. Nunca pensei vir a dizer isto mas o Ric Flair até está a fazer bem à divisão de Divas e digo que nunca pensei dizê-lo porque nunca tornarei a ver uma associação de Ric Flair a mulheres como positiva para alguém. Depois de mais uma tentativa de estalo de Paige, Flair acompanhou a filha ao ringue para a sua defesa do título no TLC. E para fazer asneiras. Foi um bom combate e onde se via mais do crescimento de Charlotte como Heel, culminando naquele final em que Charlotte aproveita um trabalho começado pelo pai e retira a protecção do canto, onde acaba por arremessar a cabeça de Paige para vencer. Vitória à Flair. Becky Lynch ainda a questionou no backstage e foi pouco mais que ignorada. A questão tornou a vir à baila no Raw do dia seguinte mas de forma diferente. Num combate Tag Team onde Charlotte e Becky Lynch voltam a entender-se para enfrentar Brie Bella e Alicia Fox, Ric Flair volta a dar uma preciosa ajudinha ao puxar um pé de Alicia Fox. Becky nem se apercebe e apenas vê Alicia caída e aproveita para a prender num Dis-arm-her para vencer. Usufruiu da ajuda do Nature Boy, tal como Charlotte, mesmo que sem se aperceber mas isto já dá pé para conversa. Até porque a história se repetiu no Smackdown, quando Charlotte dá uma ajudinha indesejada a Becky Lynch para esta derrotar Brie Bella, de novo sem que notasse logo. Desta vez já se confrontaram no backstage e isto tem mais passos para dar.

Nota: O combate do TLC peca por colocar duas Heels a competir. Para além de ser difícil de escolher um lado moral - a malta escolhe quem quiser, de qualquer forma - dá aquela constante sensação de que as mulheres são todas odiosas e mesquinhas. Como se fosse descabido achar que a WWE poderia sugerir isso!
Nota2: Há mais factores que possam interessar na divisão de Divas. E por acaso também envolvem Becky Lynch. É que ela perdeu para Sasha Banks no Kickoff do TLC, saindo a perder com distracções das restantes Team BAD. Logo ela até tem muitas razões para se chatear com os métodos de Charlotte. Foi um combate competente, mesmo que a milhas do que estas já fizeram pelo NXT. E o povo quer é Sasha!
Nota3: Sasha Banks é bem recebida em qualquer lado? Sasha Banks será ainda mais bem recebida na sua terra-natal? Fácil, dêem-lhe um segmento e às amigas em que torturam a plateia com um penoso número musical, intencionalmente péssimo. Heat à força. Genial. Ou então nem por isso.
Nota4: E por falar em mais Sasha e mais Team BAD. Estas quiseram assistir ao combate de Divas do Raw de uma mais agradável e próxima vista: primeira fila da plateia. Com bilhetes e tudo. Já disse, o povo quer é Sasha!
Nota5: NĂŁo olhemos para a ideia das Team BAD terem que comprar bilhete para estar no Raw. Foi escolha delas!
Nota6: E as Team BAD de novo a assistir no Smackdown, agora como... Claque da Brie Bella?

5 - 'Tá o show roubado!


Lembram-se quando eu estava sempre a dizer que o combate entre as três equipas pelos Tag Team Championships devia ser um Ladder Match? Não dizia isso só porque tinha esse combate na gimmick do PPV para cumprir. Dizia-o porque sabia que com três equipas e, particularmente, estas três equipas, daria espectáculo. E aí está. Combate de abertura, combate da noite. Quem mais esperava isto? Eu sei que esperava e ainda assim deu para me pasmar. Spot atrás de spot de levar o público à loucura que já começava a gastar os seus chants. Corpos voavam por todo o lado, corpos batiam no aço, aço batia nos corpos. Tudo tolo naquele ringue, arriscavam-se como se não tivessem que fazer no dia seguinte. Ou no mesmo combate. É claro que o grande momento é o que todos sabemos. Finalmente um spot para fazer companhia a clips do Edge e do Jeff Hardy a fazer asneiras nas alturas, para exemplificar grandes momentos de combates Ladder em montagens dolorosas mas emocionantes. Aquele Salida del Sol a um Uso, do topo da escada, por outra escada horizontal dentro... Magnífico. Doloroso mas belo de se ver. Ainda para mais sabendo que ambos ficaram bem, saiu perfeito. Já tinham o show mais que roubado. E no meio de corpos, mal dava para entender quem é que podia arranjar forças para subir e resgatar os cintos. Sim, ainda era esse o objectivo. Parecia ser Kalisto. Logo ele, ainda por cima! Não ganhou medo das alturas depois daquela acrobacia e subia em direcção ao seu primeiro título no plantel principal. Obrigou Xavier Woods, que se encontrava nos comentários, a interferir de forma intencionalmente hilariante: atirando-lhe o trombone para as costas. Arma letal, permitiu a Kofi Kingston derrubá-lo e subir para reter os cintos e manter-se Campeão. Um grande combate que vai constar no monte para ordenar dos combates do ano. E New Day ainda Campeões!

O curioso viria no Raw seguinte. Claramente todos partidos, não havia acção planeada para nenhum dos integrantes deste combate. Logo os New Day vinham celebrar mas em vez disso, foram ao ringue... Mostrar respeito pelos seus adversários. Mesmo a reconhecer o tremendo combate que tinham tido. Os Usos e os Lucha Dragons foram ao ringue reconhecer o respeito e apertar as mãos aos Tag Team Champions, mas sempre de pé atrás. Tanto que assim que viram as costas, os New Day voltam a ser eles mesmos e começam a celebrar na sua habitual forma barulhenta. Sabe-se-lá porquê, isso perturbou as outras duas equipas que atacaram os New Day sem grande justificação e para fortes vaias do público de Philadelphia. No livro de qualquer um, isto seria uma Heel Turn sem tirar nem pôr. Mas olhamos as circunstâncias e vemos que os New Day ainda são, supostamente, irritantes e só o JBL achou aquele ataque um ultraje. Logo são só as morais da WWE a ser confusas, já é costume.

Nota: Os New Day disseram-no: redefiniram a divisão Tag Team que já estava recuperada, mas colocaram-na no mapa do plantel principal com muita mais força e respeito. E com tanta boa tag team no NXT, é bom que venham para algo forte...
Nota2: Novo combate com os Lucha Dragons no Smackdown, vitĂłria para os Mexicanos mascarados e campeonato marcado para o Smackdown especial da prĂłxima semana. Atirar-se por escadas dentro, de alturas assustadoras rende!

4 - Uma derradeira batalha final


Como tinha que ser uma semana tremenda e tínhamos que acabar a semana em grande, faltava um PPV servido a nós através da Ring of Honor. O Final Battle que nos trouxe um enxoval de grandes combates. Destaco aqui alguns dos principais e de maior relevo:
- Adam Cole vence Kyle O'Reilly num combate que não é a Fight Without Honor que se esperava. Com menos dentes partidos, não deixou de ser um grande combate entre dois competidores que vejo a ser grandes nomes no futuro do wrestling nas Ligas grandes. Cole venceu com manhas, o que obrigou O'Reilly a passar-se e a prendê-lo no seu Armbar característico para desistência inválida de Cole. Cole vence o combate mas O'Reilly parece vencer a batalha. Deixa os dois over e uma abertura para continuação.
- Roderick Strong tinha um grande desafio na defesa do seu ROH Television Championship ao enfrentar Bobby Fish. Foi um combate candidato a principal destaque da noite como se esperava e viu um finish estranho. Recorreram de novo ao "vamos deixar os dois over com uma semi-vitória para um" para favorecer Bobby Fish que conseguiu fazer Strong desistir mas fora da vista do árbitro. Foi a sua celebração prematura que permitiu uma vitória pouco limpa do TV Champion. Estranho mas não invalidou o combate.
- Os Kingdom a colocar os títulos Tag Team em jogo contra uma equipa demasiado dura: os War Machine, favoritos para vencedores deste encontro. Já se fala em contratos acabados para Michael Bennett e Maria Kanellis que os retirará da Ring of Honor no início do próximo ano - isso da procura da WWE ainda é só um rumor. Logo ainda mais se esperava este resultado. War Machine vencem e com convicção. Novos ROH Tag Team Champions e fica um agradecimento a Bennett, enquanto vai à sua vidinha. Ficamos à espera de o ver outra vez, em breve!
- O grande main event que vinha para sero combate da noite e que colocava dois grandes nomes a disputar o ROH World Championship. Jay Lethal a defender o título contra AJ Styles, homem que surpreendentemente nunca teve aquele título na sua posse. Muitos acreditavam que seria agora. Mas Jay Lethal é o Heel matreiro que, com ou sem manhas, sobe bem o seu jogo e consegue sair por cima. Custou mas conseguiu, Lethal volta a superar o obstáculo e derrota AJ Styles.
Ficou um Final Battle com qualidade suficiente para fazer muitos lamentar a sua data tardia, com tantas listas de melhores do ano a antecedê-lo. Vão por mim, é melhor deixar essas reflexões sempre para o fim.

3 - Onde Divas dão espectáculo


Mas mesmo a sério. É no NXT que encontramos uma das melhores workers actuais e muito possivelmente a maior babyface genuína em todo o lado. Bayley. Sem conseguir esconder um sorriso com os sempre originais cânticos do público Britânico, Bayley também vinha com uma missão. Ajudar a convencer o público de que Nia Jax é realmente uma competidora legítima e candidata ao seu título. Ou pela sua associação a Eva Marie ou pelo seu tamanho ou pelos laços familiares ou por ainda só ter sido exposta em squashes rápidos, Nia Jax ainda torce alguns narizes. Mas Bayley vinha destorcê-los. Um combate que, sem ser uma exploração de spots e técnicas como foram os clássicos com Sasha Banks - faltava aí uma peça importante para isso - contou uma estupenda história. Bayley entrou lá com outro nível de underdog e Nia Jax era ridiculamente dominante. Foi feito com uma envolvência do público para que cada respiro de Bayley fosse celebrado como uma vitória. Os kickouts que seriam exagerados aqui foram convincentes e deixavam qualquer um do lado da Campeã. Logo a seguir arrastam o espectador para a beira do seu assento quando Bayley utiliza as suas últimas - mas persistentes - forças para tentar fazer Jax desistir ou desmaiar. Sempre com o seu povo cantaroleiro a puxar por ela. Depois de toda a persistência, Nia Jax finalmente desiste e a arena Londrina explode. Resultado que surpreendeu muitos, combate de qualidade que talvez não tenha surpreendido tantos. Com uma Nia Jax ainda por conhecer, já se sabe o que a casa gasta com a Bayley.

Nota: Mais acção de Divas de elevada qualidade se deu entre Asuka e Emma, a abrir o evento. Talvez mais um resultado que tenha surpreendido mas é para manter Asuka ainda invicta. Nem distracções de Dana Brooke serviram de alguma coisa e a Japonesa fez o que ela faz bem, que é pôr meninas a dormir à patada. Fê-lo com Emma. E as duas deram-nos uma grande batalha.
Nota2: Confronto no backstage entre Nia Jax e Asuka. AntevĂŞ-se uma feud promissora.
Nota3: Com Nia Jax e Asuka a ocupar-se mutuamente, quem fica na corrida ao tĂ­tulo com Bayley? As duas? Emma/Dana? A EVA MARIE?!

2 - Como se disputa um tĂ­tulo


Longe de mim insinuar que noutros sítios não dão valor às disputas de título. Até acho que estamos bem servidos de campeonatos, a nível geral. É só para refroçar que o NXT não é nenhuma "minor league", exressão que já poderia utilizar mas umas certas afirmações de Kurt Angle trazem essa expressão à baila num reparo mais actual. E com Finn Bálor e Samoa Joe, duvido que restasse alguma dúvida. Um grande combate e um main event merecedor, que dividiu a plateia nos apoios individuais - ficou aquela certeza que se pode assumir de que a metade que cantava por um estava bem longe de desgostar do outro sequer. Fizeram um bom trabalho em abordar as animosidades entre eles e em equilibrar o combate. Afinal Samoa Joe ainda estava invicto. Mas Bálor é um Campeão fortíssimo. E ambos conhecem-se muito bem, era essa uma das principais histórias levadas ao combate, a velha amizade entre ambos. O combate tocou em todos esses pontos e sucedeu lindamente. Main event digno e vencedor justo. Bálor retém e Samoa Joe construiu um momentum de destruição e invencibilidade anterior a este combate para deixar o Campeão over com força. Torno a dizer aquela coisa de se fazerem as coisas como deve ser no NXT...

Nota: E já há alguém à espreita. Baron Corbin derrotou Apollo Crews num muito bom combate que serviu para demonstrar a sua constante evolução em ringue. Levou o suficiente para não colocarmos Crews de lado no topo da cadeia do NXT, mas daqui já retiramos a mensagem de que Corbin pode muito bem seguir em frente e em direcção ao título. Não foi preciso esperar muito. O próprio já o confirmou numa entrevista pós-combate.
Nota2: "You should have stayed in Ring of Honor!", exclama Baron Corbin. Que boca valente. É curioso que Apollo Crews nunca tenha propriamente integrado o plantel da Ring of Honor, mas uma excelente boca ainda assim.
Nota3: Esqueçam. O Finn Bálor vai sempre conseguir usar uma cartola melhor que vocês...
Nota4: Somoa Joe?

1 - E ELE CONSEGUIU!


Com isso refiro-me a Roman Reigns conquistar o bom povo. Em Boston e em Philadelphia, povo difícil e que começou esta brincadeira de o vaiar até aos quintos dos Infernos. Na companhia de Sheamus e a lutar pelo seu WWE World Heavyweight Championship, Reigns vinha com uma missão difícil e todos levavam expectativas baixas e vontade de ser duros. Alcançaram-se cúmulos como os incríveis cânticos de "We want Cena!". Arre, que a coisa está preta! É que o combate até estava a ser bem agradável. E é um "agradável" adaptável aqui porque o que não faltou foram corpos a encontrar superfícies pouco aconselháveis para tais quedas e arremessos. Logo para eles não estava a ser muito agradável. A interferência da League of Nations era inevitável e totalmente esperada. E para este grupo ter alguma força com a sua recente oficialização, convinha serem úteis. Daí que conseguissem dar a vitória a Sheamus. O melhor e mais doce estava para vir logo a seguir quando Reigns fartou-se de tudo e desatou ao estouro e cadeirada a Sheamus, a Del Rio, a Rusev. Triple H era o único homem que o podia acalmar. Ou era o único homem que Reigns queria desfazer mais que os outros. Um arraial de porrada com cadeiradas, powerbombs em mesas sem vontade de partir. Tudo selado com um Spear que viu o seu lanço começar na rampa e acabar num Triple H que já se retirava com assistência, quando se pensava que o enxerto já estava completo. A plateia estava doida. Com o gajo de quem não queriam saber momentos antes. É que isto dá para mudar opiniões! Eu sei que fiquei um gajo de Reigns naquele momento!

Mas ainda havia mais por vir no seguinte Monday Night Raw. Esperava-se o seu despedimento ou alguma manha que desse em história a prolongar-se até à Wrestlemania. É Stephanie McMahon que também descarrega a raiva dela em Reigns à estalo. E ainda nos faz um tremendo anúncio: Vince McMahon vinha ao Raw para despedir Roman Reigns! O chairman aparece a interromper e a cancelar um potencial épico entre R-Truth e Bo Dallas para chamar Reigns e tentar forçar-lhe um pedido de desculpas. Tudo o que teve foi um abanar de cabeça. Sheamus aparece antes que Vince fosse cometer alguma loucura - já estava sem casaco - e desafia Reigns pelo título. Vince dá-lhe o campeonato com a condição de que seria despedido se não vencesse. A coisa aquecia ali. E se não fosse suficiente, vai um chuto nos "tater tots" de Reigns. Tínhamos main event! Mas será que tínhamos audiência interessada? É que era Philadelphia e já tinha havido muito Reigns numa noite. Mas um Reigns de poucas palavras. Um Reigns que vinha prontíssimo para a acção e não se ficou por menos durante o entusiasmante combate. Tinha Superman Punches para Del Rio, para Rusev. Até tinha um para Vince! Vingou-se da tramóia de Vince de puxar o árbitro quando este chegava aos 3 na sua contagem. Não lhe serviu de muito. Nem o Brogue Kick de Sheamus. Assim que Roman consegue conectar o seu Spear, já Sheamus, a League of Nations e Vince McMahon dormiam. Acontecia: Roman Reigns era WWE World Heavyweight Champion! Perante uma plateia louca e em celebração! Conseguiram! Parabéns, mostraram que ainda sabem como fazer as coisas minimamente quando querem. Fãs de Reigns, saiam da toca que já faz Sol!

Nota: Vamos lá ver aquele Samoan Drop pela escada dentro outra vez, vamos?
Nota2: Uma lesão impediu King Barrett de interferir no TLC e no Raw. Cá para mim ele só é o mais esperto e já sabia que o Reigns se ia passar e preferiu ficar lá atrás quietinho.
Nota3: Boa ideia para favorecer Reigns no Monday Night Raw: fazê-lo falar pouco e andar mais à porrada. Está aí a sua essência e era tão simples.
Nota4: Mas a sério que tinham que tornar a carregar na tecla das piadas e trocadilhos testiculares?
Nota5: Vince McMahon a tirar a roupa enquanto vê Roman Reigns e Sheamus é algo que já passou pelas mentes cómicas mais malandras deste mundo fora.
Nota6: EntĂŁo se nĂŁo fosse o Vince, o Reigns ia ganhar com um Superman Punch. AtĂ© ele achava isso um pouco descabido. 
Nota7: Até deu para Roman Reigns dar uma promo para o povo de Philadelphia que já tanto o apupou e que agora tanto o louvava. É um caso em que "Roman Reigns" e "dar uma promo" na mesma frase não causa tanto constrangimento.
Nota8: O Smackdown abriu com uma promo de Reigns. Talvez não seja a melhor forma de começar. Mas veio Sheamus tentar expulsá-lo da arena e a recorrer a seguranças que Reigns varreu, um por um. Assim já está melhorzinho.

Outros acontecimentos de relevo:

- No recheado TLC, tivemos um combate competente entre Rusev e Ryback em que Rusev voltou a sair vencedor graças a uma ajudinha da Lana, que voltou a "magoar-se" para causar distracção. Mandou uma estalada nas costas do Ryback com força suficiente para se aleijar, é possível. Ryback perdeu os sentidos perante o Accolade.

- Num festival de cadeiras, nĂŁo havia Zeb para Del Rio ou para Swagger. Eram sĂł os dois a destruir-se Ă  pancada com ajuda de cadeiras. Foi com um Double Foot Stomp caracterĂ­stico seu, para cima de um monte de cadeiras, que venceu.

- Estas duas rivalidades fundiram-se no Raw seguinte, num combate tag team que favoreceu Del Rio e Rusev, já conhecidos e parceiros na League of Nations. Da fusão passou para a troca e foi Alberto Del Rio a enfrentar Ryback no Smackdown, sugerindo que possa haver uma caça ao título para Ryback. Problemas com a League of Nations já tem porque os pelintras custaram-lhe o combate!

- The Miz continua atrás de Neville e mostrou muito interesse nele após a sua vitória sobre Tyler Breeze. Parece que Miz também precisa da ajuda dele e quer aprender o sotaque para poder vir a fazer de James Bond no futuro. Digam o que disserem, estou a achar genuína piada a isto!

- E por falar em Tyler Breeze, parece ter um amigo novo. Pode não o levar muito longe no card mas acredito que possa ser divertido. Goldust! O "Bizarre One" parece ter encontrado fascínio no "Gorgeous One" e parece tê-lo perturbado. Até quis assistir de perto, na zona VIP com Summer Rae, no combate entre Breeze e Titus O'Neil que viu o Prime Time Player a vencer graças a distracção de Goldust, que não resistiu a umas selfies. Tragam de lá esses segmentos entre estes dois!

- Cheeseburguer derrota Brutal Bob Evans no Pré-Show do Final Battle, como todos esperavam e queriam. O moço é o futuro!

- Encontram-se novos candidatos aos ROH Tag Team Championships com os All-Night Express a derrotar os Briscoes e os Young Bucks. Nada a apontar contra mas até eram os que o povo preferia menos, do grupo...

- Booking confuso. Silas Young derrota Dalton Castle outra vez, quando se esperava o contrário, mas... Castle consegue os seus Boys de volta. Deixe-se o como e o porquê exacto no ar...

- Num combate bom que talvez permaneça mais próximo do fundo nas preferências do público, Michael Elgin derrotou o monstruoso Moose num combate repleto de intensidade e respeito. Este último destacado após o combate.

- Depois da escandalosa revelação de que o home por trás da máscara era Alex Shelley, ex-parceiro de Chris Sabin, eis que ele se junta a ACH e Matt Sydal para um combate contra os três Addiction e sai vencedor.

Figura da semana: Roman Reigns. Chama-se atinar. E nem Ă© da parte dele. Mas tremenda semana em que tĂŁo rapidamente se converteu heat.

O desaparecido: Curtis Axel. Se aqueles segmentos do "Where's Axel?" derem no mesmo que deram os "Where's Trent?", parto isto tudo.

Classificação: **** 1/2 Assim sim. É assim que devem ser as semanas, em que dá gosto gostar de wrestling. Um TLC bom, um Raw muito bom e um Takeover excelente a marcar a WWE e um tremendo Final Battle a selar a semana. Por acaso a TNA está em altura de transição e a encher chouriço. Fosse esta a semana das finais e da estreia no novo canal e era uma semana mais rica ainda. Mas não há razão de queixa!

Com um balanço positivo para esta semana, fecho mais uma edição. Espero e pretendo trazer mais uma na próxima semana, que já suponho que seja mais branda, com o pessoal a acalmar as rédeas para o Natal. Ao menos foi uma saída do ano em grande. Espero que não se tenham importado com mais um atraso e que tenham gostado. E que ainda estejam dispostos a mais uma antes do final do ano. Até lá ficam os meus mais sinceros desejos de um bom Natal a todos, que o celebrem como quiserem e como vos faça sentir bem. Ainda cá venho mais uma vez para os desejos de um Ano Novo! Boas Festas!

Cumprimentos,
Chris JRM

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