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Opinião do Leitor: Seth Rollins contra a maré


Durante os últimos anos tenho assistido ao sair de cena – bonito trocadilho que aqui arranjei, tendo em conta quem… não sai – de todas aquelas superstars que me prendiam ao ecrã. Primeiro foi Edge e Shawn Michaels. Depois Christian e CM Punk. Daniel Bryan tem passado grande parte do tempo no estaleiro. Chris Jericho, nas raras aparições que faz, serve de carne para canhão e (compreensivelmente) não tem o protagonismo que eu desejava que tivesse. Há ainda Dolph Ziggler, mas que não ata nem desata.

Por muito que goste do conceito de pro wrestling e aprecie o espetáculo em si, a ausência de intérpretes que sejam do meu agrado condicionam o tempo que dispenso para assistir aos eventos das mais diversas promotoras, com a WWE à cabeça. Por isso, pouco mais faço do que ver os PPV’s e ler os resumos do Monday Night Raw e algumas notícias no eterno Wrestling Notícias.

Ainda assim, daquilo que tenho visto, se há coisa que me tem satisfeito é o papel desempenhado por Seth Rollins. Posso até dizer que atualmente é dos poucos que me motivam mensalmente a ver o PPV, remando então contra a maré.

Já tenho lido por aí que não o consideram um campeão credível. Não porque não tenha qualidade, mas porque vence boa parte dos seus combates devido a artimanhas e não da forma meritosa.

Não creio, contudo, que isso seja sinónimo de falta de credibilidade. Na verdade, até acho bastante piada a um campeão heel com esse tipo de booking. Afinal, quando parece que estão reunidas as condições para que perca finalmente o Título da WWE ou que não hipóteses de ele o reter, acontece algo que mantém o ouro na sua posse. Isso deixa os marks danados e furiosos com ele. É isso que gera ódio e apupos, que faz com se crie um sentimento, neste caso, negativo. É isso que sim, dá a credibilidade a um wrestler para ser campeão.

Por ter um booking assim, as comparações com Edge tornam-se inevitáveis, embora Rollins seja muito mais do que uma promessa de novo Rated-R Superstar. Ao olhar para ele, vejo um estilo próprio, uma identidade, uma personagem singular e com um visual e move-set diferente, que o caracterizam.

É jovem mas com experiência – 29 anos de idade, 12 de ringue -, dá bons combates, proporciona boas promos, está integrado numa stable com muito tempo de antena e tem o futuro à sua frente. Tem tudo para ser um dos ídolos desta e da próxima geração.


Artigo escrito por David Pereira, jornalista d'A Bola
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