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Analise | NXT Takeover: Respect

Chegamos finalmente a mais um especial do NXT, e é bom recordar que estamos prestes a chegar à décima edição destes Takeovers, onde espero assistir a um evento histórico. Mas ainda estamos um pouco longe desse evento, e estou aqui é para falar deste Takeover: Respect. Confesso desde já, que este deve ser o Takeover para o qual tinha menos expectativas. Isto porque ainda há tão pouco tempo tivemos o Takeover: Brookyn e a maior parte do card é centrado no torneio em memória de Dusty Rhodes. 

Mas obviamente que estava bastante entusiasmado por finalmente ver Sasha Banks e Bayley no Main Event num Iron Man Match de 30 Minutos. O trabalho das Four Horsewomen tem sido divinal e acho que já lhes deveria ter dado esta oportunidade de fechar o show em Brookyn. 


Dusty Rhodes Tag Team Classic Tournament Semi-Final
Finn Bálor & Samoa Joe vs The Mechanics




Eu gosto das entradas especiais de Finn Bálor, mas foi tão bom desenjoar das entradas demoníacas e ter o irlandês a ter uma entrada "normal". Faz bastante sentido a WWE ter colocado as semi-finais a abrir o show enquanto que a final foi o combate que antecedeu o Main Event.

Eu gostei deste opener e em especial da história contada por estes quatro perfomers. Bálor e Joe são wrestlers excepcionais que estão a lutar em conjunto apenas para este torneio enquanto que os Dawson e Wilder já se conhecem bastante bem e têm uma maior química como equipa. Vimos a equipa heel a dominar a maior parte do combate, ao estar constantemente a recorrer a tags inteligentes, usarem algumas tácticas sujas  e focarem-se no joelho do NXT Champion.

O maior problema deste combate, foi que em nenhuma ocasião senti que os Mechanics tinham alguma chance de vencer isto, mas essa era uma tarefa demasiado árdua. Joe haveria novamente de entrar em acção e dizimar os Mechanics. Antes de avançar para o Muscle Buster, Bálor pediu o tag e vimos o samoano a hesitar por momentos, devido ao estado do joelho do seu parceiro. Muscle Buster seguido por um  Coup de Grâce garantiram-lhes a passagem para a final.

Após executar o seu finisher, Bálor vendeu bastante a sua dor no joelho,começando já a dar um tease daquilo que poderemos ver na final do torneio.

Rating: ***1/4

Dusty Rhodes Tag Team Classic Tournament Semi-Final
Rhyno & Baron Corbin vs Jason Jordan e Chad Gable






Mais uma vez há grandes diferenças entre as equipas. Os heels são uma equipa mais poderosa e dominante enquanto que Jason e Gable são babyfaces com maior domínio de técnica, mais ágeis e com uma ofensiva baseada no seu background de luta livre olímpica. Após Corbin e Rhyno e Corbin terem isolado Gable e diminuído o ritmo do combate, Jordan volta finalmente e a partir daí tivemos o comeback dos babyfaces. Foi também aí que o público começou a ficar completamente dentro do combate. Ao contrário do combate anterior, senti que ambas as equipas poderiam sair daqui com a vitória e acreditei em todas as near-falls. 

Não só tivemos o End of Days mais credível e brutal de sempre como o melhor combate da carreira de Baron Corbin. Gable é dos lutadores do NXT mais over neste momento, o público a puxar por ele ao ritmo da música de Kurt Angle foi algo espectacular de se ver.


Rating: ***1/2

Dana Brooke w/Emma vs Asuka



Uau, a Emma estava impressionante! Eu nunca tive a oportunidade de ver a Kana em acção, mas fiquei logo com a sensação que estamos perante uma verdadeira badass, o que é óptimo pois nem sempre os lutadores conseguem transmitir algo à primeira vista. E no ringue conseguiu comprovar essa ideia.

Gostei em especial do momento inicial, com Dana Brooke a desrespeitar a japonesa e não ter noção do que se estava a meter, sofrendo logo de imediato as consequências. Brooke iria ter uma ajuda externa de Emma que lhe permitiu dominar um pouco o combate, mas Asuka  trouxe algum do seu jogo de submissão e acabou por vencer ao prender Brooke no Asuka Lock. Bom debut da japonesa.

Rating: **3/4

Tyler Breeze vs Apollo Crews


Eu acho que Breeze está absolutamente stale há já algum tempo, mas a verdade é que apesar disso e de perder em praticamente todos os Takeovers, ele continua a ser um membro do roster bastante credível e vencê-lo acaba sempre por significar algo, porque apesar de não ser propriamente extraordinário no ringue não deixa de ser um worker bastante sólido.

Nenhum dos dois foi propriamente dominante, mas vimos o Prince Pretty a ser particularmente agressivo e a focar-se nas costas de Crews, isto após o ter atirado o seu oponente de costas contra a borda do ringue. Crews provou ter um bom selling no que toca a bumps, mas no que toca ao selling através de expressões faciais está obviamente atrás de Babyfaces de Main Event como Sami Zayn. 

Gosto que  WWE preferira que Crews não esteja constantemente a demonstrar o seu atletismo, para que sempre que faça algo como Standing Moonsault tenham muito mais impacto.

Rating: **3/4

Dusty Rhodes Tag Team Classic Tournament Semi-Final
Finn Bálor & Samoa Joe vs Rhyno & Baron Corbin




Tal como esperado, Finn Bálor não está a 100% devido ao seu joelho e a história do combate foca-se nisso. O irlandês começa o combate e é óbvio que o seu joelho é um grande alvo que Rhyno e Corbin procuram atingir. O NXT Champion até consegue evitar que os heels se foquem no joelho, mas assim que Corbin o atinge pela primeira vez, Bálor recorre ao tag e coloca Joe em jogo. O samoano ganha algum domínio, mas acaba os heels acabam por finalmente começar a dominar o combate.

Os babyfaces executam a primeira hot tag do combate, com Bálor a entrar e limpar um pouco a casa, mas é óbvio que o seu joelho não está a 100% e isso acaba com a sua ofensiva. A partir daí, Corbin a massacrar o joelho do campeão e este último a vender a lesão bastante bem. Bálor consegue sobreviver e com isso temos o segundo hot tag, com desta vez o samoano a entrar a todo o gás e a descarregar em Rhyno. Corbin ainda conseguiu distrair o ex-lutador da RoH o que levou a um Gore que poderia ter terminado o combate, não fosse Bálor impedir o pior. Bálor retira Corbin da equação, e Joe consegue evitar um segundo Gore ao desferir um pontapé no Man Beast. Segue-se um Muscle Buster e um Coup de Grâce.

Finn Bálor fez um excelente trabalho ao vender o seu joelho, mas tirando isso não há mais nada de especial neste combate. Esperava mais desta final, e para mim apesar de termos visto um combate bem sólido, não assistimos a um combate com a qualidade das meias-finais deste torneio.

Rating: ***

Após isto, a família de Dusty Rhodes está presente nesta entrega do troféu aos vencedores. Cody Rhodes dá um pequeno discurso emocional em memória do seu falecido pai. Cody é altamente consistente em tudo o que faz, seja em ringue ou no micro, adoraria vê-lo umas vezes no NXT.

Dusty Rhodes foi uma personalidade única e ao longo da sua vida entregou tudo a esta industria, por isso espero que este torneio se torne numa tradição no NXT.

30 Minute Iron Man Match NXT Women's Championship : Sasha Banks vs Bayley (c)



Nem sempre uma estipulação faz sentido num combate. Por vezes vemos a WWE a ter Hell in a Cell Match, TLC apenas porque "chegamos aquela altura do ano" ou a TNA a ter estipulações gira apenas "porque sim" ou porque "há pessoas que gostam. Não é o caso, após o último confronto entre Sasha Banks e Bayley, faz todo o sentido termos este Iron Man Match. O público estava obviamente ali em peso para ver o Main Event e isso notou-se logo no inicio com toda a  Full Sail completamente eufórica para para ver este capitulo decisivo nesta rivalidade entre Sasha Banks e Bayley. 

Começamos com uma série de tentativas de pinfall em que nenhuma das duas teve oportunidade de ser bem sucedida e uma série de contra-ataques dos principais golpes das lutadores,que acaba por  acentuar o facto que ambas as lutadoras já se conhecem bastante bem. Isto numa altura em que reinava um ambiente de competitividade e de respeito entre as duas lutadores, mas assim que Sasha teve oportunidade mostrou que estava ali para recuperar o seu titulo e mostrar quem era a Boss.


A persona heel de Sasha Banks começou a acentuar-se, com esta a obter o primeiro pinfall com recurso a uma estratégia suja, embora Bayley conseguisse empatar poucos minutos depois. Foi também nesta fase que Bayley a trazer uma agressividade que não costumamos ver habitualmente. Mas as coisas só haveriam de piorar, com a Boss a tornar-se mais agressiva e a atacar a campeã mesmo em frente de Izzy, a maior fã de Bayley que é apenas uma criança.  Após voltar-se a colocar novamente em vantagem, a Boss voltaria a demonstrar o porque de ser uma grande heel ao colocar Izzy a chorar, fazendo que toda a Full Sail a começasse a odiar.

Bayley haveria novamente de empatar o combate e a partir daí ambas as mulheres começaram a vender toda a exaustão e todo o dano devido ao combate. Os minutos finais são de uma grande intensidade, onde vemos alguma repetição dos principais spots do combate de Brookyn. Não são propriamente "cópias", pois há toda uma evolução que faz sentido. O maior exemplo disso é aquele Inverted Frankensteiner que desta vez Sasha escapa ao impacto e atinge a campeão com um Belly to Belly. Após isso, Sasha prende Bayley num Banks Statement que dura praticamente dois minutos. A campeão demonstra imenso coração para não desistir e acaba por reverter o finisher da sua oponente e apresentar uma nova manobra de submissão que lhe dá a vitória.



Todo o roster, incluindo Triple H, Stephanie McMahon e Sara del Rey ( treinadora da divisão feminina e mulher de Cesaro) vêem até à rampa louvar a perfomance das duas atletas. 

Talvez não tenha sido tão bom como o Becky Lynch vs Sasha Banks ou o Sasha Banks vs Bayley em Brooklyn, mas foi definitivamente um excelente combate. Cada uma delas foi bastante boa a desempenhar o seu papel, e foi refrescante ver uma atitude mais agressiva de Bayley ( que fez todo o sentido) e a interacção com Izzy foi muito bem executada.


Rating: ****1/4


Este foi um dos tais eventos em que compensou não ter grandes expectativas. Não houve maus combates e todos os envolvidos conseguiram entregar algo que foi no mínimo bastante sólido. Ao contrário de muitos Raws e alguns PPVs, aqui não houve lugar para overbooking nem para más decisões. Mais uma vez, Full Sail prova que é um dos melhores públicos no mundo o que só melhora o ambiente que envolve todo o show.

O grande destaque vai obviamente para o Main Event, onde além de podermos assistir a mais um grande capitulo contado pelas Four Horsewomen, tivemos muito provavelmente a despedida emocional de Sasha Banks, que mais uma vez actuou como uma grande heel. Se já tinha ideia que ela é a melhor perfomer feminina que passou na WWE, este Takeover: Respect veio apenas reforçar a minha opinião.


Figura da Noite: Sasha Banks
Combate da Noite: Sasha Banks vs Bayley
Nota Evento: 15,25/20




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