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Análise e Pensamentos do WWE RAW: Coração das trevas


O Análise e Pensamentos do WWE RAW avalia o semanal mais famoso da WWE, classificando todos os combates e segmentos tendo em conta a sua qualidade. No programa desta semana, que foi apresentado diretamente de San Jose, California, continuou-se o build-up para o Summerslam, que ocorre no final do mês, no Brooklyn. E isso incluiu uma promo lendária de Paul Heyman, que vendeu o combate Brock Lesnar vs. Undertaker de um modo que só ele consegue.



Quando o NXT encontra o RAW

Seth Rollins a desafiar John Cena para um combate pelo WWE World Heavyweight Championship e pelo United States Championship no Summerslam na semana após ter quebrado o seu nariz é um grande angle para um campeão que, de qualquer modo que se avalie, é o maior covarde dos últimos 20 anos. Ele encontrou uma brecha, uma fraqueza, uma forma de abater John Cena - e agora ele vai aproveitá-la.

Esta é a perfeita ocasião para Cena, como só ele consegue, superar as dificuldades uma vez mais.

E, independentemente do fato de você gostar ou não da personagem, do homem por detrás da personagem, da storyline, etc., existe um consenso geral que é exatamente isso que tem de ocorrer. Sendo realista, os programas da WWE melhorariam muito com Cena como a face da empresa mais uma vez.

O reinado de Rollins, afinal de contas, tem sido péssimo.

Durante esse reinado, ele teve dois combates com Neville (o mais recente na noite de segunda-feira) que mostram, em parte, toda a carga de storytelling que o NXT seguidamente nos apresenta. Rollins faz um open challenge, mas restringe os competidores que podem aceitá-lo mediante parâmetros tão ridículos que JoJo acredita que apenas El Torito enquadra-se no desafio. Mas Rollins, ao fazer isso, esquece-se de Neville - um lutador que, lembre-se, Rollins precisou batotar para vencer no último encontro de ambos (um pesar que os comentaristas não tenham referido isso).

A contenda pelo cinto mundial foi incrível, mas isso já era o esperado. A disputa contou com um dos melhores falsos finais de combate dos últimos anos, com Neville a aplicar o red arrow e conseguir o pinfall sendo, contudo, revelado que Rollins estava com os pés nas cordas. Isso foi tão sutil que, na verdade, eu cheguei a acreditar que teríamos uma mudança de campeão.

Neville então errou o segundo red arrow e sofreu um pedigree para perder. Todos ficam melhor apresentados em combates como este, com grande wrestling, ação frenética e um final limpo.

Todo esse segmento foi feito de maneira agradável e entretida.


Viver com medo

Algo que eu aprendi a amar sobre o booking de Brock Lesnar desde que ele regressou a WWE para seu trabalho como part-timer é o fato de que a WWE aperfeiçoou ao máximo a técnica de usar Lesnar de maneira inteligente. Você pode divergir comigo a respeito de segmentos como o de ontem, onde Lesnar fica como uma estátua em exposição enquanto Paul Heyman fala mas, neste caso, eu penso que você está errado.

Na realidade, creio que as promos de Paul Heyman, quando feitas na presença da Besta, ajudam a criar uma mística toda especial para Lesnar.

Tome o RAW de segunda-feira como exemplo. Lesnar vem ao ringue depois de Heyman o introduzir para tal. Ele pára e começa a olhar em volta, encarando os comentaristas e o público. Se você é espectador assíduo da WWE, isso o amedronta. Amedronta pelo fato de que, tomado o seu histórico recente, Lesnar se trata de uma força bruta que não pode sequer ser controlado. Ele causa impacto justamente porque é imprevisível - não se sabe como vai agir.

Desta vez, ele pegou um escadote de aço, colocou-o no ringue e ficou de pé sobre ele. Mas vamos ser claros sobre isso: quando ele levantou o escadote e ficou pronto para lançá-lo, todo e qualquer fã presente temeu pela sua segurança. Havia uma ameaça iminente que Lesnar fosse jogá-lo no meio da plateia, ferindo as pessoas que ali estavam. Convenhamos: mesmo que você não tenha pensado nisso, caso Lesnar, de fato, jogasse o objeto no público, não haveria qualquer surpresa - afinal, como dito, a Besta é imprevisível. Na verdade, a única coisa que pode-se esperar, de certeza, sobre Lesnar, é o fato de que ele vai causar destruição por onde passa.

Agora, reflita sobre o fato de que não existe ninguém no plantel atual da WWE capaz de trazer esta série de sentimentos invocados por Lesnar. Não existe ninguém próximo do seu patamar, sequer.

Numa nota adicional, o quão excelente foi a reação de Brock durante toda a promo de Heyman? Eu acredito que Lesnar permaneça ao lado de Heyman, até os dias atuais, pelo fato de que Heyman consegue invocar o melhor de Lesnar, como ninguém mais o faz.


O melhor do resto do show

Eight-Man Tag Team Match: A divisão de tag team tornou-se na divisão de Divas: a WWE, para que dar tempo a divisão de pares nos seus programas semanais, simplesmente atira todas suas equipes disponíveis em combates de múltiplos lutadores. E isso é algo péssimo - embora esses combates sejam sempre caóticos e o caos, no wrestling, é muito divertido. O trabalho de Xavier Woods foi sensacional, ao provocar os Primetime Players, que estavam na mesa de comentários: "Vocês comentando? De novo? Vocês deveriam, como campeões, estarem combatendo!" Nunca mude, Xavier. Ainda assim, por que a WWE é tão relutante em pushar qualquer outra equipe que não os New Day? Não estou reclamando do contínuo destaque que eles recebem - eles são ótimos, e merecem todo esse push - mas creio que duplas como os Lucha Dragons deveriam ter mais espaço. Adoraria ver Kalisto a singrar no roster principal.

Team Bella vs. Submission Sorority: Vocês leram certo. Paige, Becky Lynch e Charlotte agora são chamadas Submission Sorority. Estou com medo com o que vai acontecer quando a internet começar a gozar com este nome. A luta foi interessante, com as Bellas a serem excelentes no papel de time heel. Charlotte foi estabelecida como potencial contender ao cinto feminino, ao vencer Nikki por submissão. Isso foi bom.

Miz TV com Kevin Owens & Cesaro: Esta feud já é uma das mais satisfatórias na WWE. Owens provoca Cesaro pelo fato de ter tido mais sucesso, em poucos meses, do que Cesaro em vários anos. Cesaro responde ao apontar o fato de que Owens só foge de seus combates. O que há de tão excelente sobre isso? Ambos os lutadores têm fatos legítimos com que podem-se apegar  para promos e, é claro, os dois são fenomenais dentro do ringue, algo que nos dá toda a certeza que seus combates serão memoráveis. Enquanto ocorria a discussão dentro do ringue, The Miz, sentado ao fundo, foi O MELHOR, reagindo ao caos. Eu, com toda a certeza, contrataria-o para simplesmente ficar parado e acompanhar as minhas atividades diárias, reagindo a elas como fez no RAW. Foi a melhor prestação de The Miz em muito tempo.

Rusev vs. Mark Henry: Apesar de Rusev ser o sujeito que estava fazendo o squash, estou mais do que triste pelo fato da vítima ser Mark Henry. O Hall of Pain está sendo vandalizado e, cada vez mais, parece-me impossível de Henry recuperar-se dessa situação ultrajante. Ele não irá, na minha opinião, conseguir volver as suas glórias passadas enquanto a WWE teimar em enterra-lo junto ao grupo de lutadores medíocres do roster - o que é um erro por parte da empresa.

Zack Ryder vs. King Barrett: O público ao vivo não se importou e eu, muito menos. Tragam de volta Bad News Barrett.

Paige vs. Naomi: Este combate me coloca em uma posição difícil, onde sinto que deveria defender a WWE pelo fato de pôr um segundo combate de Divas no RAW. O problema? A contenda foi simplesmente atirada ao card do programa. Ela não avançou em absolutamente nada a revolução das Divas. Parece-me que, por vezes, um combate de Divas de 5 minutos, que sirva para algo, é melhor do que um de 15 que é completamente supérfluo.

Et tu, Roman: Enquanto faziam uma promo no backstage, Roman Reigns referiu-se a Dean Ambrose como "louco". Ambrose olhou para Reigns com cara de poucos amigos. Espero ansiosamente para ver se a WWE irá aproveitar isso num futuro próximo.

Caos no main event: Já que as grandes estrelas não estavam presentes para grandes angles no main event, a WWE avançou com a ideia de ter uma six man tag team match onde Roman Reigns, Dean Ambrose e Randy Orton combateram Bray Wyatt, Luke Harper e Sheamus. A contenda não foi ruim, mas também não foi excelente, e o show simplesmente terminou, sem deixar mensagem alguma em direção ao Summerslam, simplesmente mostrando os faces a comemorar. E não estou a exagerar, foi exatamente isso que aconteceu.

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Classificação: Este foi um show bom o suficiente para me entreter. B-


Original de Geno Mrosko com tradução de Johnmds
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