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Análise e Pensamentos do WWE RAW: Salve-nos, Lesnar


A WWE regressou ao USA Network para apresentar, como hábito, o Monday Night RAW. O show continuou as construções em direção ao Battleground, que ocorre no mês que vem, destacando a contínua ascensão da Autoridade, embora sem as presenças de Triple H e Stephanie McMahon. A seguir, analisamos tudo o que de melhor e pior incidiu nas três horas de programa.



Siga o líder

A WWE provocou a todos nós com a possibilidade de Kevin Owens enfrentar John Cena pelo United States Championship no RAW, antes de enfim anunciar que o oponente de fato seria Cesaro.

Basicamente, Cena VS. Cesaro foi mais do mesmo: um bom combate (Cena e Cesaro já nos habituaram a uma qualidade acima da média, sempre que se encontram). E é especialmente importante referir que a história dos Open Challenges pelo título americano também continua a mesma: Cena trabalha o suficiente para dar credibilidade ao oponente e fazer-nos acreditar que ele poderá perder o cinturão, mesmo que estivéssemos, inicialmente, totalmente convencidos do contrário. Enquanto a ação decorria no ringue, Owens ficou encarregado dos comentários, juntamente com JBL, Michael Cole e Byron Saxton. 

Claro que houve alguns problemas, como o springboard stunner botchado. Mas, no geral, a contenda foi de grande qualidade, digna de main event de um PPV (algo que já se torna tradição quando se fala de John Cena). E, pelo menos desta vez, a desqualificação ao final fez sentido. Na verdade, o final deste combate acabou ajudando todas as partes envolvidas.

Com exceção, talvez, de Cena.

Cesaro tinha Cena prendido no sharpshooter (que já era o segundo durante a luta) e parecia que, de fato, iria haver a mudança de campeão. Então, Owens teve de intervir, já que, no seu plano, apenas ele poderá tirar o cinturão de Cena. E isso ocorreu apenas depois do decorrer da disputa, que serviu para dar imensa credibilidade ao desafiante Cesaro.

Na verdade, a WWE tem, depois desse combate, uma nova oportunidade de pushar Cesaro, agora que Tyson Kidd está lesionado. E isto graças a (desculpem a minha redundância) John Cena, que tornou-se uma máquina de colocar lutadores over – mesmo que estes sempre saiam derrotados. E digo isso sem qualquer conotação negativa. Cena tornou isso uma forma de arte. É incrível a sua performance.

De forma conclusiva, pode-se dizer que John Cena VS. Cesaro beneficiou a imagem dos três lutadores que se envolveram neste segmento - e isso é algo raro nos dias de hoje.


Mais do que amigos

Meu Deus, o triângulo amoroso de Dolph Ziggler/Lana/Rusev está avançando rápido demais. A história sempre esteve instável, mas as performances consistentes de Rusev conseguem manter a rivalidade funcionando.

Agora estamos tendo segmentos inteiros dedicados a Ziggler e Lana (que não tem química nenhuma atuando juntos), onde ambos declaram seus amores de forma chorosa, levando a declarações absurdas como: “Rusev era controlador quando me relacionava com ele”, sendo que, na realidade, a relação de Rusev/Lana sempre foi o completo adverso disso.

Então, Rusev aparece no ringue e é humilhado por Dolph Ziggler, que ameaça quebrar a outra perna do russo. Esse segmento tratou Rusev como um total babyface, convenhamos. Sair de uma relação abusiva e rumar a um relacionamento onde o sujeito provoca o ex com insultos é praticamente sair do seis para o meia dúzia. 

E o que mais me entristece nessa storyline é o fato de que mesmo Summer Rae, que poderia trazer um ar fresco e ser uma personagem alheia a toda essa confusão, tem ganho um tratamento inadequado. Mesmo assim, a promo de Summer Era foi muito mais convincente do que a de Lana, especialmente porque sabemos, baseado nos meses em que Lana/ Rusev estiveram no NXT e, depois, no roster principal, que tudo o que Lana argumenta é mentira, é irrealidade.

Esse segmento tinha um grande potencial, mas tudo foi por água abaixo.


O melhor do resto do show

Relógios da Apple e carros: A abertura do show foi um segmento de 15 minutos com Seth Rollins dando presentes a Jamie Noble e Joey Mercuy e férias no Hawaii para Kane. Eu suponho que esse segmento era para ter sido engraçado, mas acabou falhando nesta matéria. Pode ser que existam wrestlers que façam um segmento desse tipo funcionar, mas eu, como espectador, não quero perder os 15 primeiros minutos do programa vendo uma troca de presentes entre amigos. A única maneira de ter salvo isso era a aparição de um babyface para destruir o carro e os cantores hawaianos.

Big Show vs. Mark Henry: Depois do segment estenuante que abriu o programa, somos tratados com um combate entre dois lutadores lentos como Big Show e Mark Henry. Henry está completamente perdido no roster e a sua derrota rápida não ajudou nem um pouco. A melhor parte foi The Miz, nos comentários, a explicar como vai escapar do ko punch de Big Show. Naturalmente, isso veio na sequência de um dos piores segmentos de abertura da história do RAW, então qualquer coisa pareceria de boa qualidade. Mas, sem brincadeiras, The Miz esteve AWESOME nesse segmento (me desculpem pelo excesso).

Paige vs. Alicia Fox: As  Bella Twins estão formando um exército, mesmo após meses sendo Divas ofensivas que, em teoria, deveriam ser odiadas por todas as outras lutadoras do roster. Alicia Fox deu uma grande prestação nessa contenda, dominando Paige e construindo o comeback da oponente. O final foi medíocre, mas pelo menos o decorrer da luta foi bem feito e o wrestling foi sólido.

Bray Wyatt/Roman Reigns: Wyatt revelou o verdadeiro motivo dos seus ataques sobre Roman Reigns: inveja. Ele trouxe algumas histórias pessoais, dizendo que seu pai o vilipendiava, que não era o filho preferido e conectou isso a ideia de Reigns é preferido de todos na WWE. Então, por esse motivo, Bray não permitirá que Reigns, jamais, alcance sucesso na empresa. É um angle curioso, mas tenho medo sobre como vai decorrer, dado o booking recente de Wyatt. Vai ser interessante ver se esta será mais uma feud para Wyatt sair derrotado.

New Day & Bo Dallas vs. Prime Time Players & Lucha Dragons:  Não existe grupo melhor que Bo Dallas, Kofi Kingston, Big E e Xavier Woods. Eles são, literalmente, o time perfeito. É muito divertido vê-los competir. O final me lembrou daquelas excelentes 6-man tag team matches com os The Shield a destruir tudo. Esse combate foi de boa qualidade.

King Barrett vs. Jack Swagger: É preocupante o quão rápido Barrett tornou-se um sujeito inútil, mesmo tendo sido campeão Intercontinental e King of the Ring a relativamente pouco tempo. Ele é apenas um lutador com uma gimmick estúpida que nunca vence. Então, na realidade, ele é Jack Swagger. Reparem no silêncio mortal do público enquanto este combate ocorria.

Roman Reigns & Dean Ambrose vs. Seth Rollins & Kane: Isso era uma luta sem desqualificações, mas isso não influenciou em nada e as duplas trabalharam como se fosse uma tag team match tradicional. Isso, é verdade, antes de Roman Reigns entrar no modo “LET’S RAGE” e começar a matar todo mundo com golpes de kendo stick, seguido do inevitável run in de Bray Wyatt que, por alguma razão, foi refreado por árbitros (a luta era No DQ, então não havia motivo para tal). No final, Ambrose fez outro job. O papel de Ambrose, nos últimos tempos, tem sido o de jobbar infinitamente. O mais estranho disso foi ver Roman Reigns a trazer mais dificuldades a Autoridade do que Brock Lesnar na semana passada. Claro, o seu destino foi o mesmo, mas o booking colocou Reigns com maior credibilidade do que o atual number one contender ao WWE World Heavyweight Championship. Não entendo.


Classificação: Alguns momentos excelentes (Cena vs. Cesaro) e outros, nem tanto (o segmento de abertura). C-

Original de Geno Mrosko, com tradução de Johnmds
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