Slobber Knocker #137: "Slobber Knocker Road to Wrestlemania": 30-Man Battle Royal
Aos poucos já começa a cheirar a
Wrestlemania e já não temos mais paragens até lá, agora com o
Fastlane já passado. E o Slobber Knocker cá continua a batalhar com
a própria relevância para continuar a trazer artigos temáticos. E
dou-vos já as boas-vindas ao mesmo e introduzo uma série de temas
que se estenderá até à Wrestlemania.....
O título já deve servir de indicação
e orientação para o que será essa série de artigos. Como é
óbvio, entrarei também na estrada para a Wrestlemania, com o meu
próprio veículo e a cada semana debruço-me sobre um combate
diferente e analiso-o de todas as formas que me vier à cabeça
fazê-lo. Não é uma série de bookings fantasiosos, mas se me der
na telha de fazer um desses também pode acontecer.
As estruturas também são livres e
pretendo que sejam artigos diferentes do costume e, como sempre,
diferente do que se veja por aí, porque análises pré-Wrestlemania
existem a cada canto e recanto. Talvez sejam artigos mais breves. Ou
então, como eu nunca sei como vão ficar as coisas quando as começo
a escrever, ainda sai algo mais longo ainda. É ir fazendo e ir
vendo. O que conta é que seja um artigo perceptível e a focar-se
num particular combate que pode, ou não, já estar inteiramente
bookado na altura da escrita.
Para inaugurar vou para um simples que
segue uma nova tradição: a 30-Man Battle Royal em memória de Andre
the Giant. Uma boa medida, para mim, visto que é um método eficaz
de colocar o maior número possível de talentos no card, a competir
e, com sorte, a ter o seu momento naquele gigante palco. E uma battle
royal, quando é bem feita, consegue ser sempre entusiasmante. E o
que há para falar sobre um combate tão generalista como este?
Há as óbvias ponderações de
vencedores, spots, confrontos e até de possíveis pós-battle royal.
Mas o melhor mesmo é analisar umas coisas de cada vez.
Feuds:
- Apesar de já andarem um pouco mais
calmos, já deram teases e indícios de tensão entre Big Show e Kane
da Authority. Podiam construir isso mas não podia culminar num
combate na Wrestlemania entre os dois, visto que isso por esta altura
seria quase o mesmo que escrever insultos aos fãs nos bilhetes para
o espectáculo. Mas uma battle royal é um bom ambiente para terem um
confronto. É inevitável – isto tendo em conta que participa –
que Big Show volte a ser destacado como um potencial vencedor, tal
como no ano anterior. Na procura de mais algum gigante que lhe faça
frente e o lembre que ele não é o único com tamanho suficiente
para intimidar, havia alguém que tinha recordes em Royal Rumbles. E
começam as tensões entre os dois, a culminar no combate. Bonito
bonito era eliminarem-se os dois mutuamente, mas pode ser um spot
perigoso dado os tamanhos e os pesos. Mais fácil com gajos mais
atléticos. Mas é um cenário a considerar.
- The Miz e Damien Mizdow podem
entender-se aqui antes de se enfrentarem one-on-one. O embate entre
eles na Wrestlemania se calhar era muito. E se tivermos em conta que
talvez os irmãos Rhodes se defrontem de novo, seria muita tag team
rompida num card. Logo podiam continuar apenas a sugerir tensões e a
fazer o tease da separação, ficando a gota d'água na battle royal,
com um possível seguimento no Extreme Rules. E já está meio feito,
The Miz já está confirmado como integrante, agora só falta o
Mizdow fazer o mesmo para o irritar e... Eliminar Miz do combate.
Parece já escrito nos céus.
- Ryback e Erick Rowan podem muito bem
ter problemas com a Authority aqui. E isto tendo em conta que não
têm o seu próprio combate a propósito disso. Ia haver tanta gente
a querer isso quanto fãs do Cena numa arena da Ring of Honor. E não,
não contradiz o primeiro ponto que coloca Big Show contra Kane, não
há nada que impeça estes dois de começar a trabalhar em equipa e a
dar a falsa imagem de que está tudo bem. Até se começarem a
estorvar. Não há necessidade de meter degraus ao barulho, lembrem
ao Rowan e ao Show.
- Adam Rose e os Rosebuds já não se
dão há um tempo. E Rose já não anda a tratá-los muito bem. Nesta
battle royal existe uma oportunidade de fazerem o paralelismo com a
Royal Rumble mas com consequências maiores. Na Rumble, após
salvarem Kofi, não foram capazes de apanhar Rose. Neste combate
podem fazer o mesmo com um Fandango, por exemplo, com quem ele tem
tido vários combates, para não o apanharem a ele e o deixarem
furioso. Este retoma a sua rotina de cair à porrada aos desgraçados.
Mas desta vez não. Desta vez, neste palco gigante, os foliões
sentiam-se humilhados... e ripostavam. Temos que assumir que a
plateia iria ao rubro com a imagem de Adam Rose a ser atacado por uma
“mob” dos seus próprios Rosebuds e ter que fugir corrido a toque
de caixa. Rivalizaria com eles nas semanas seguintes, derrotando um
lutador independente/Rosebud de cada vez até ter alguém a
representá-los e a defendê-los. Pegue-se num Zack Ryder, que nunca
há nada para ele e ele deve gostar de uma boa festinha. Mas esta
última parte já é um devaneio maior e uma invenção de história
básica de Kickoff. Conta a primeira parte da acção como algo mais
plausível e a ter em conta.
Mas como em tudo o que seja combate,
tem que haver a especulação à volta do vencedor. Mesmo com 30
participantes e enquanto não estão todos anunciados, já se pode
fazer o mesmo agora.
Potenciais vencedores:
- Big Show: Não estou a torcer por
ele nem acredito que eles vão por aí. Mas não estranhem – isto
é, se ele não estiver colocado noutro combate do evento – se
fizerem o mesmo que no ano anterior e vendam Show como um favorito
entre os favoritos, porque é um gigante e não há maneira de o
atirar para fora do ringue, tirando todas aquelas vezes em que isso
aconteceu em todas as battle royals em que participou anteriormente.
Mas como ele agora é Heel – acho eu que aguenta até lá – já
parece um gajo mais ameaçador a proclamar isso. Mas não há
qualquer benefício na sua vitória para ninguém. Nem o público
dava um chavo para a vitória de Show – e aqui não conta heat de
Heel – nem ele anda agora a precisar de ganhar combates destes,
ainda mais porque têm “Giant” no nome. E como ele já não está
naquela feud com o Cody Rhodes de 2012, já não precisa de
“Wrestlemania moments”, já pode continuar a perder.
- Damien Mizdow: Têm nele o fecho
perfeito para o combate e um vencedor de levar o público ao rubro.
Tinham que ser muito burros – e sei que é esticado dizer isto,
dadas as burrices que eles já fizeram – para não capitalizar no
sucesso tremendo e merecido de Damien Sandow/Mizdow. E tem uma
história para contar com esta vitória, basta ficar ele e Miz no
final e termos o previsível momento em que Miz pede ao seu
“assistente” que se retire do ringue para lhe dar a vitória.
Algo que ele até pondera e chega mesmo a passar uma das pernas por
cima da corda. Mas detém-se e impõe-se. Ele é um competidor e
aquilo é a Wrestlemania, caramba! O barulhento do Miz pode voar pela
corda acima e ficar lá fora de olhos arregalados enquanto Sandow
pode, finalmente, desfrutar do apoio dos fãs. E prepara-se uma feud
para o próximo par de meses. Uma opção lógica e a considerar.
- Curtis Axel: Não vou mentir.
Markava que nem doido se isto acontecesse. Como apreciador e fã dos
seus dotes em ringue, reconheço a sua falta de carisma e restantes
dotes para o fazerem uma estrela credível. Mas desde a Royal Rumble
e o movimento “Axelmania” que têm conseguido algo que o torne
entretido – um “underdog” negativo que não consegue um chavo
por muito que se gabe do contrário. Eventualmente a plateia fica do
lado dele e ele pode ficar com um certo apoio à Heath Slater e eu já
faço parte dessa legião que ainda nem começou. Era genial que, com
esta história toda de que ele, não só é o verdadeiro vencedor da
Rumble, como ainda está a competir nela, eles marcassem a gigante
“upset” e fizessem Axel realmente ganhar a maldita Battle Royal
da Wrestlemania, para que este se andasse a gabar o resto da vida. E
se calhar não conseguir ganhar muito mais, ganhando um “push”
ilusório que o mantinha em TV mas como uma personagem mais cómica
que, quando quer, até consegue uns feitos importantes. Um Santino
com menos palhaçada, é suposto Axel manter-se sério, chateado e
convencido como sempre. Mas isto já é especular muito, ficando só
pelo resultado do combate na 'Mania, acho que seria de um tal
histerismo se Axel vencesse isto.
- Bo Dallas: Improvável mas nem seria
um mau regresso. E ele tem todas as possibilidades de o conseguir,
tudo o que ele tem a fazer é “Bolieve”! E até que lhe dava
jeito um push mais jeitoso e uns arranjos novos na mesma gimmick.
Eles salvaram-no da choça e fizeram qualquer céptico fã no NXT,
agora aproveitem isso.
- Erick Rowan: Isto tendo em conta,
também, que ele não tem o seu próprio combate. Só respiro de
alívio quando os vir a todos da Authority e rivais deles na battle
royal, em vez de fazer um combate foleiro de “final de no contest
em TV” para encher chouriço e aborrecer toda a gente. Com isso em
conta então, creio que Rowan esteja no meio-termo da possibilidade e
da total improbabilidade. Por um lado, é muito para ele, nem eu o
queria. Por esse mesmo lado, também não me parece muito que eles
estejam com vontade de dar alguma coisa ao gajo que nem se conseguiu
apurar para a Royal Rumble, nem derrotar o Big Show num combate parvo
inventado e sem sentido, a envolver degraus. Por outro lado, dá para
pegar por aí mesmo. Vingar-se da sua ausência da Royal Rumble,
vencendo outra battle royal e vingar-se de Big Show fazendo uma à
Cesaro para vencer isto tudo. Logo, há tanta coisa plausível como
não. Veremos. Alguém acredita nesta possibilidade e quer?
- Ryback: Não há grande razão para
além da oposição à Authority na qual também se envolve Erick
Rowan. E por ser o “Big Guy” a ganhar coisas de “big guys”.
Muito ameno com a plateia para causar grande agitação, mas alguma
coisa hão-de lhe dar eventualmente.
- Sheamus: Vinhetas e teasers a
dizer-nos que ele vem aí. Pode vir com algo na mira e pronto a
capitalizar em grande. Despachar 29 outros gajos como se duma rixa
num bar Irlandês se tratasse é um bom objectivo para o ex-WWE
Champion. Mas, infelizmente, vendo Dolph Ziggler a dirigir-se ao
título Intercontinental e a assumir que é com isso que ele se
ocupará, esse seu alvo deve acabar por ser Daniel Bryan. Logo, nem
deve ser suposto que Sheamus participe sequer se esse plano seguir
para a frente.
- Cesaro: Ele é que já está ocupado
com outras coisas e já tem, finalmente, um cinto para si. Senão nem
me parecia tão descabido que fosse ele repetir a proeza do ano
passado e de maneira semelhante, mas não igual. Para mostrar quem
manda, para mostrar que é possível repetir-se história e que se
calhar já não é tão possível, ou pelo menos bastante difícil,
ganhar a Cesaro nesta brincadeira. E dá-lhe alguma marca de força,
uma “streak de Wrestlemania” diferente. E talvez servisse também
para emendar o erro do ano passado de dar-lhe um “Wrestlemania
moment” tão grande sem seguir o push e deixá-lo cair tão
drasticamente. O que impede isso é que ele já tem mais que fazer e
tem outros trabalhos para o grande palco. Curiosamente, no ano
passado também já estava ocupado e na mesma divisão, mas não era
Campeão antes ou depois do seu combate e este nem sequer estava no
card principal. Desta vez já tem um cinto para defender.
- Alguém do NXT: Têm trinta posições
para encher de Superstars. Sem ter que recorrer à necessidade de
tornar isto na Royal Rumble para trazer nomes antigos para o “mark
out” nostálgico. Por que não introduzir alguém novo? Alguém que
teria uma boa recepção e que encontrasse logo um lugar no roster
principal. Para vender a ideia de força e domínio que existe numa
“battle royal” e estando já na altura... Não seria uma boa
maneira de introduzir Adrian Neville? Só não tragam é o Bull
Dempsey. Esse ainda se atira lá para fora sozinho...
E, como já disse, num combate com
trinta participantes, existem imensas possibilidades de vencedores.
Mas isto foi um olhar para as possibilidades. Não sei se há alguma
assim tão forte – para além do Mizdow – mas foi só para as
especulações. Contudo, um combate destes também dá para causar
diversão com spots. Principalmente num palco como a Wrestlemania.
Spots a considerar:
- No Royal Rumble não fizeram nada de
especial mas é possível que queiram apostar em mais alguma
maluqueira com Kofi Kingston. E desta vez, como não se tem que
esperar pelas entradas uns dos outros e já lá estão todos, pode
recorrer a uma ajudinha dos New Day. Como o gajo é tolo para fazer
destas, nem há muito espaço para palpites, é mesmo só esperar
para ver com qual é que se saem, se lhes der para isso.
- Alguém deve fazer uma mostra de
força descomunal para seguir o spot final do ano anterior. Via um
Shellshock de Ryback a Big Show como algo a pensar e a dar-lhe um
valente “Wrestlemania moment”. Se acham que um combate entre eles
teria mais espaço para fazer isso, eu digo que não, deixem estar,
aqui dá, os outros arrumam-se.
- Uma “upset” com uma eliminação.
Façam o Curtis Axel eliminar um “dos grandes”, quem quer que
esteja no combate que seja um desses – um tal ex-parceiro até
funcionava de variadas maneiras. Mas como disse anteriormente, por
mim era pô-lo a vencer logo.
- A tal táctica que mencionei com
Adam Rose e os Rosebuds. Podem salvá-lo algumas vezes, até o
deixarem cair. Aí então é que se entorna o caldo.
E para finalizar esta análise do
potencial combate que se possa avizinhar, aqui fica a parte parental
chata em que pareço estar a aconselhar. Apenas coisas que eles
deviam evitar este ano:
* 30-Man Battle Royal. Não façam como
no ano anterior em que se tornou uma 31-Man Battle Royal encima da
hora. Ainda para mais quando, olhando as circunstâncias, parece que
o competidore acrescentado depois foi o vencedor.
* Cesaro teve um
grande momento no ano anterior e conseguiram estragar tudo, para não
variar. Não cometam o mesmo erro este ano e usem este combate como
um bom empurrão a um Superstar.
* Para já, o combate é por um
troféu e está bem assim. Uma tradição anual que envolva vários
Superstars remonta a Money in the Bank, que dava um passe ao título
principal ao vencedor. Não precisam de mexer no prémio da battle
royal e pode ficar como está. Ainda para mais quando já houve uma
batalha destas, com o mesmo número de homens e com o mesmo prémio a
ser “levantado” nessa mesma noite.
* Um vencedor que caia bem
na plateia ou que cause uma reacção em condições. As implicações
podem não ser tão grandes, nem lá perto, mas sabe sempre bem ver
um Superstar merecedor a ser o único a ficar no ringue onde
estiveram trinta.
Creio não ter mais nada a apontar e
acho que já fiz uma análise completa à 30-Man Battle Royal a
decorrer na Wrestlemania. Pelo menos de acordo com o que eu pretendia
fazer, espero também que vocês tenham achado um artigo completo e
competente. O que quer que tenha sido, que tenham gostado.
Como já disse, planeio lançar mais
alguns para outros combates do card, ao longo das próximas semanas
até à Wrestlemania. Espero também que estejam receptivos e que
este primeiro artigo já dê uma boa amostra. É claro que não vai
ter exactamente a mesma estrutura, são combates diferentes e são
situações com pouco plano e que vou escrevendo e vão-me ocorrendo
os tópicos. O que se mantém sempre igual e igual a sempre é o
encorajamento à vossa participação, à qual vos convido. Estejam à
vontade para falar deste combate, dos tópicos abordados, dos
potenciais vencedores e tudo o que vier à cabeça. E se quiserem
preencher bem o tema, podem sempre pegar nesta questão:
“Vêem a 30-Man Battle Royal em
memória a Andre the Giant como uma boa e inteligente medida para dar
tempo de antena ao máximo número de Superstars possível na
Wrestlemania?”
Por aí me fico até à próxima
semana, em que espero trazer um novo combate do grande evento para
abordar. Espero que também estejam lá para o ler e comentar. Até
lá quero que fiquem bem e que continuem a ter uma boa Road to
Wrestlemania – ou que comecem a ter, dependendo da vossa posição
em relação ao assunto.
Cumprimentos,
Chris JRM