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MMA: UFC on Fox 14: Gustafsson x Johnson - Antevisão + Pesagens



O octógono segue viagem para o velho continente para a primeira incursão na TV aberta em 2015. Pela segunda vez em sua história, o UFC volta a um estádio para realizar um evento. No próximo sábado, a Tele2 Arena de Estocolmo, na Suécia, receberá o UFC On FOX 14, com quatro duelos bombásticos em seu card principal....

No combate mais importante da noite, o dono da casa Alexander Gustafsson tem no americano Anthony Johnson um perigoso obstáculo separando-o de uma aguardada revanche contra Jon Jones pela coroa dos meios-pesados.

Retornando aos pesos médios depois de quase cinco anos, o veterano Dan Henderson encara o armênio Gegard Mousasi. Com a mesma tônica de recuperar o vencedor para pretensões de cinturão, os condecorados wrestlers americanos Phil Davis e Ryan Bader colidem. Imediatamente antes, o local Akira Corassani e o americano Sam Sicilia prometem pancadaria de peso pena para abrir a programação da FOX americana.

O card completo do UFC on Fox 14: Gustafsson x Johnson é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-pesado: Alexander Gustafsson x Anthony Johnson
Peso-médio: Dan Henderson x Gegard Mousasi
Peso-meio-pesado: Phil Davis x Ryan Bader
Peso-pena: Akira Corassani x Sam Sicilia

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-médio: Nico Musoke x Albert Tumenov
Peso-meio-médio: Sultan Aliev x Kenny Robertson
Peso-pena:  Andy Ogle x Makwan Amirkhani
Peso-meio-pesado: Nikita Krylov x Stanislav Nedkov
Peso-leve: Mairbek Taisumov x Anthony Christodoulou
Peso-pesado: Viktor Pesta x Konstantin Erokhin
Peso-pena: Paul Redmond x Mirsad Bektic
Peso-mosca:Neil Seery x Chris Beal

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 19:00 horas do Brasil e 21:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Peso meio-pesado: Alexander Gustafsson (SUE) vs Anthony Johnson (EUA)

Há lutas onde até mesmo o derrotado pode ser considerado vencedor. Foi o caso de Gustafsson (16-2 no MMA, 8-2 no UFC) no UFC 165, em setembro de 2013, quando o sueco apresentou o inferno a Jon Jones. Reconhecido a partir de então como capaz de destronar o campeão, Gustafsson voltou ao octógono em março, quando destruiu o inglês Jimi Manuwa na casa do adversário.

Como pode-se perceber, a fase do sueco é mágica. O boxe melhora a cada luta, não só no jogo de pernas, na manumovimentação e ataque em ângulos, mas também nas combinações, com golpes mais limpos e produzindo mais estrago. Os chutes também passaram a ser mais usados, não só para não deixar ataques rivais sem resposta, mas também variando-os como ferramenta ofensiva. Até mesmo a luta agarrada, antes um calo no jogo de Gustafsson, serviu para torná-lo o primeiro a colocar Jones no chão – ainda que ele tenha contado com o inesperado.

Assim como Gustafsson, Johnson (18-4 no MMA, 9-4 no UFC) vive um momento especial no UFC. Dois anos depois de ter sido escorraçado por não bater o peso dos meios-médios consistentemente, “Rumble” voltou como meio-pesado e atropelou Phil Davis e nocauteou Rogério Minotouro em menos de um minuto.

Johnson sempre foi um bom kickboxer, apesar da origem no wrestling, com potência absurda para um meio-médio tanto nos socos quanto nos chutes. No entanto, a mudança para a Blackzilians, sob o comando do holandês Henri Hooft, transformou a máquina de nocautear em um cara capaz de trocar em vários níveis, com combinações plásticas e versáteis, mas, principalmente, mantendo o monstruoso poder de destruição. De quebra, é capaz de aplicar quedas, ainda que precise de bastante evolução no jiu-jítsu, especialmente o defensivo.

Se este duelo transcorrer na maior parte do tempo em pé, os fãs verão um clássico. Qualquer erro que Gustafsson cometer poderá ser pago de maneira dolorosa, acordando com a lanterninha do médico no olho. Porém, o sueco é um ótimo lutador defensivo e tem queixo forte o suficiente para aguentar o tranco inicial.

Mesmo considerando que Alex aprendeu a derrubar, provavelmente a defesa de quedas de Anthony, que negou um wrestler campeão nacional como Phil Davis, será suficiente para parar as investidas do sueco, especialmente porque Johnson não será pego desprevenido como Jones foi. Assim sendo, o maior volume ofensivo de Gustafsson será o diferencial numa dura, mas clara, decisão dos juízes a seu favor.

Peso médio: Dan Henderson (EUA) vs Gegard Mousasi (ARM)

A vida não é fácil para um lutador de MMA com mais de 40 anos. Depois de nocautear Fedor Emelianenko em 2011, Hendo (30-12 no MMA, 7-6 no UFC) só venceu duas das seis lutas disputadas, ambas contra Maurício Shogun. De resto, foi arremessado como um boneco de trapo por Daniel Cormier, nocauteado em um minuto por Vitor Belfort e derrotado em lutas ruins por Rashad Evans e Lyoto Machida.

Hendo já foi um wrestler dos bons, com um forte jogo de clinch e dirty boxing na grade, quedas e controle posicional no solo, caindo por cima. Com o tempo, o míssil que ele mantém na extremidade do braço direito passou a colecionar vítimas. O problema é que, nos últimos anos, essa arma praticamente se tornou a única do arsenal ofensivo do veterano, tornando-o um lutador previsível e fácil de ser marcado, já que a movimentação aos 44 anos também não é mais de encher os olhos. Para piorar o cenário, a mudança de categoria se deu por causa da proibição do TRT, que diminuiu bastante o peso corporal de Hendo.

A alta expectativa sobre o desempenho de Mousasi (35-5-2 no MMA, 2-2 no UFC) no UFC ficou um pouco frustrada com os resultados obtidos no octógono. Em quatro lutas, todas liderando cards, venceu Mark Muñoz com muita autoridade, mas teve poucas chances diante de Machida e de Ronaldo Jacaré. A estreia, frustrada pela contusão de última hora de Gustafsson, pelo menos mostrou a tenacidade de Mousasi de lutar com o joelho estourado contra Ilir Latifi.

Poucos no MMA mundial, em qualquer categoria de peso, possuem arsenal ofensivo tão vasto quanto o de Mousasi. O sujeito é um kickboxer de elite, muito técnico, capaz de executar todos os tipos de movimento, ainda que não o faça em alto volume. O armênio também tem seus truques no chão – a raspagem que aplicou em Machida foi de manual – com guarda ativa, muita pressão por cima e instinto finalizador. A defesa de quedas não é mais a peneira de outrora, mas ainda o deixa em dificuldades em algumas situações.

O principal buraco defensivo de Mousasi é o clinch contra a grade, que é exatamente o ponto forte do jogo agarrado de Henderson. Como o europeu é difícil de ser acertado e se movimenta com muito mais fluidez que o americano, a Bomba-H terá pouca serventia neste duelo, então o melhor caminho para o americano é lançar socos com o intuito de esmagar o europeu na grade e ali tentar uma pancada avassaladora.

Vai ser fácil? Nem um pouco. O mais provável é que Mousasi domine a distância com seu fantástico trabalho de jabs e pontue. Caso seja agarrado, ele é bom escapando com joelhadas, desde que não fique com as costas na grade. Assim, a aposta é em vitória de Mousasi por decisão ou por finalização no terceiro round, aproveitando um já abatido Hendo.

Peso meio-pesado: Phil Davis (EUA) vs Ryan Bader (EUA)

Uma vez apontado como o futuro da categoria junto com Jon Jones, Davis (13-2 no MMA, 9-2 no UFC) esteve duas vezes próximo de uma disputa de cinturão. Perdeu a primeira eliminatória para Rashad Evans, recuperou-se batendo três brasileiros, mas voltou a sucumbir, desta vez diante da pressão de Anthony Johnson. Em seu último combate, tornou-se o primeiro estrangeiro a vencer três brasileiros no Brasil ao anular o jogo de Glover Teixeira.

Campeão nacional da Divisão I da NCAA pela superpotência Penn State University, Davis não conseguiu traduzir fielmente no MMA o quão bom ele é no wrestling. Não que ele seja ruim – é muito bom, na real, ainda que tenha habilidades defensivas e de solo que não são tão úteis numa luta de MMA -, mas não poderia ter sido sobrepujado por Evans, por exemplo. Em compensação, aprendeu a usar os punhos com eficiência e é um dos mais perigosos no chão, com vasto arsenal de finalizações.

Assim como Davis, um dia Bader (18-4 no MMA, 11-4 no UFC) também foi bem cotado na divisão. Jones foi o primeiro a pará-lo. A vergonhosa derrota para Tito Ortiz até afetou menos do que o previsto, mas os nocautes sofridos para Lyoto e Glover fixaram o americano como um porteiro do top 5 da categoria. A reescalada já tem três vitórias: Ovince St. Preux, Anthony Perosh e Rafael Feijão.

Bader não foi tão bom quanto Davis na universidade (Phil o venceu em 2005, quando foi All-American pela primeira vez), mas conseguiu adaptar melhor seu jogo de quedas explosivas para o MMA do que o wrestling defensivo e cerebral do rival. Em pé, “Darth” Bader possui mais potência em seus golpes, mas menos habilidade na combinação. No chão, também é mais destruidor no ground and pound e menos eficaz nas finalizações.

Reza a lenda que, ao juntar no octógono dois wrestlers de tamanho pedigree, o resultado é troca de socos alucinada. Se isso acontecer, a tendência é que Bader consiga êxito com o passar da luta – já que nenhum dos dois é um exímio trocador, o mais potente costuma ficar em vantagem. Por fazer melhor as transições, também é mais provável que Ryan consiga derrubar Phil. No fim das contas, decisão a favor de Bader.

Peso pena: Akira Corassani (SUE) vs Sam Sicilia (EUA)

Recuperado de inúmeras contusões, Corassani (12-5 no MMA, 3-2 no UFC) abriu sua participação no UFC pós-TUF 14 vencendo integrantes das castas mais baixas da divisão. Quando foi lançado aos melhores, sofreu nocautes em sequência para Dustin Poirier e Max Holloway. O sueco de origem iraniana entreteve em todos os combates, mas dificilmente passará de porteiro.

Corassani é um trocador de origem, especialista em caratê e faixa-preta de taekwondo, com boa potência nos punhos, além de mostrar razoável base de wrestling e estar evoluindo no jiu-jítsu sob o comando de Renzo Gracie (já alcançou a faixa roxa). Seu principal problema reside no campo defensivo de modo geral, seja em pé, onde é facilmente atingido, e no corpo a corpo, quando é derrubado com consistência por wrestlers superiores.

Sicilia (13-5 no MMA, 3-4 no UFC) saiu da edição seguinte do TUF e chegou a gerar expectativa pela imensa capacidade de nocautear. Porém, a dificuldade de mudar um plano de jogo o deixou em alternância de resultados: perdeu para o vencedor do TUF Brasil Rony Jason e venceu o vice Godofredo Pepey; nocauteou Cristiano Marcello e foi finalizado por Cole Miller e Katsunori Kikuno na última apresentação.

O ex-TUF 15 deveria ser a versão miniatura de Johny Hendricks: meio careca, barbudo, com um wrestling forte e uma pancada capaz de derrubar parede. Porém, nunca passou de uma cópia barata do ex-campeão dos meios-médios ao se enrolar em colocar o wrestling para jogo, sem conseguir variar o cenário de uma luta – exatamente a principal virtude desta arte de base. Sicilia vai se mantendo empregado pela capacidade de produzir entretenimento, saindo na mão como se não houvesse amanhã.s

Sempre é hora de Sam lembrar que tem origem no wrestling. Sábado é uma dessas horas importantes. Ainda que Corassani seja altamente atingível, ele é mais habilidoso, mais rápido na troca de golpes e pode complicar a vida do americano. Como as odds para a luta mostram, a parada aqui é equilibrada, tendendo a acabar em decisão a favor de Akira ou em um violento nocaute para Sicilia, com leve favoritismo para a primeira opção.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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O frio do inverno sueco parece não ter entrado na Tele2 Arena durante a pesagem do UFC em Estocolmo nesta sexta-feira. Normalmente contidos, os torcedores esquentaram o clima do evento, e agiram "à brasileira" quando o principal lutador do país, o meio-pesado Alexander Gustafsson, puxou um grito de guerra na língua local. Tanto Gustafsson quanto Anthony Johnson bateram o peso - o americano pesou 0,45kg abaixo do limite - e confirmaram presença no duelo principal. O único atleta a não bater o peso foi o peso-pena Paul Redmond, que pesou 1,3kg acima do limite de tolerância da categoria, e teve 20% da sua bolsa revertidos para seu adversário, Mirsad Bektic.

- Eu não duvido de Alexander, mas estou aqui para vencer e este é o meu momento - disse Anthony Johnson, que recebeu algumas vaias ao subir ao palco e falar ao microfone.

Já Gustafsson foi recebido como um autêntico ídolo nacional. Muito aplaudido e fotografado pelos fãs, que quebraram o protocolo e se levantaram para filmar a sua pesagem e a encarada, o gigante sueco falou rapidamente ao microfone antes de se dirigir à plateia.

- Ele é um adversário muito duro - disse Gustafsson antes de puxar um grito de guerra em sueco, levantando a torcida.

A maior curiosidade da pesagem foi a roupa de "go-go boy" usada pelo peso-pesado Viktor Pesta, que enfrenta Konstantin Erokhin. Mirsad Bektic tentou conquistar a torcida levando ao palco uma camisa do craque Zlatan Ibrahimovic, sendo aplaudido.

Outra reação curiosa teve a mãe do peso-pena inglês Andy Ogle. Durante a encarada do filho diante Makwan Amirkhani, a senhora fez menção de levantar-se e ir em direção ao palco para defender o filho.

Confira os pesos dos atletas:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-pesado (até 93,4kg) : Alexander Gustafsson (93kg) x Anthony Johnson (92,5kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Dan Henderson (83,9kg) x Gegard Mousasi (83,9kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Phil Davis (93,4kg) x Ryan Bader (93kg)
Peso-pena (até 66,3kg): Akira Corassani (65,8kg) x Sam Sicilia (65,8kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-médio (até 77,6kg): Nico Musoke (77,6kg) x Albert Tumenov (77,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Sultan Aliev (77,1kg) x Kenny Robertson (77,1kg)
Peso-pena (até 66,3kg):  Andy Ogle (66,2kg) x Makwan Amirkhani (65,8kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Nikita Krylov (93kg) x Stanislav Nedkov (93kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Mairbek Taisumov (70,8kg) x Anthony Christodoulou (70,8kg)
Peso-pena (até 66,3kg): Mirsad Bektic (65,8kg) x Paul Redmond (67,6kg)*
Peso-pesado (até 120,7kg): Viktor Pesta (108,4kg) x Konstantin Erokhin (103,9kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Neil Seery (56,7kg) x Chris Beal (57,2kg)

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