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MMA: UFC Fight Night 58: Machida vs. Dollaway - Antevisão + Pesagens


O UFC encerra sua temporada 2014 com a sétima viagem ao Brasil no ano. O Ginásio José Corrêa, em Barueri, na Grande São Paulo, será palco do UFC Fight Night 58, evento liderado pelo confronto entre Lyoto Machida e CB Dollaway, que mexerá com a parte de cima do ranking dos médios....

Pela categoria dos galos, Renan Barão dá o primeiro passo da recuperação dos problemas pós-perda do cinturão contra o canadense Mitch Gagnon, que defende série de quatro vitórias consecutivas. Antes, Antonio Carlos Cara de Sapato faz sua primeira apresentação após vencer o TUF Brasil 3. O oponente será o americano Patrick Cummins.

Nos três combates que abrem o card principal, Elias Silvério tenta manter a invencibilidade diante do russo Rashid Magomedov, Erick Silva tem pela frente o ex-campeão da RFA Mike Rhodes e Daniel Sarafian faz sua primeira luta após mudar de equipe diante do estreante Junior Alpha.

O card completo do UFC Fight Night 58: Machida vs. Dollaway é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio: Lyoto Machida x CB Dollaway
Peso-galo: Renan Barão x Mitch Gagnon
Peso-meio-pesado: Antônio Cara de Sapato x Patrick Cummins
Peso-leve: Elias Silvério x Rashid Magomedov
Peso-meio-médio: Erick Silva x Mike Rhodes
Peso-médio: Daniel Sarafian x Junior Alpha

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-pesado: Marcos Pezão x Igor Pokrajac
Peso-pena: Renato Moicano x Tom Niinimaki
Peso-pena: Darren Elkins x Hacran Dias
Peso-galo: Leandro Issa x Ulka Sasaki
Peso-meio-médio: Marcio Lyoto x Tim Means
Peso-médio: Vitor Miranda x Jake Collier

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 22:00 horas do Brasil e 00:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Peso médio: Lyoto Machida (BRA) vs CB Dollaway

A mudança de categoria surtiu efeito revigorante em Machida (21-5 no MMA, 13-5 no UFC). O ex-campeão meio-pesado aplicou um brutal nocaute sobre Mark Muñoz e ganhou uma chance de lutar pelo cinturão após dominar Gegard Mousasi na área de preferência do adversário. Em seguida, deu mais trabalho a Chris Weidman do que fizera Anderson Silva, ainda que tenha voltado para casa sem o cinturão.

O passar do tempo não fez com que Lyoto mudasse drasticamente seu jogo ou acrescentasse novas ferramentas. Uma das explicações para isso é que seu quebra-cabeça ainda não é solucionável para qualquer adversário, especialmente wrestlers agressivos como Dollaway. A diferença mostrada no último combate foi uma maior agressividade, ainda que tardia, algo que lhe faltou em algumas derrotas.

Não fosse uma controversa derrota para Tim Boetsch e Dollaway (15-5 no MMA, 9-5 no UFC) estaria com cinco vitórias consecutivas na categoria. Após perder para o Bárbaro, o Doberman nocauteou Cezar Mutante em pouco mais de meio minuto e dominou Francis Carmont. Uma vitória no próximo sábado seria a terceira contra um brasileiro no Brasil, feito realizado apenas por Phil Davis, já que Dollaway bateu Daniel Sarafian em São Paulo no ano passado.

Diferentemente de Machida, o americano mostrou evolução em seu jogo nos últimos combates, por isso mesmo saindo de uma posição intermediária na categoria para o 10º lugar no ranking oficial. De grappler com certo talento, CB foi paulatinamente evoluindo na troca de golpes, primeiro mostrando poder de pegada, mas ainda sem maiores habilidades para combinar golpes. Este lado ficou latente na última vitória, quando a técnica se aliou à paciência para superar Carmont.

O velho Dollaway, de abordagens intensas, mas nem sempre bem medidas, era uma vítima em potencial para o estilo pega-wrestler de Machida. Porém, dentro da evolução do americano, espera-se alguma resistência. A principal chance para Dollaway é derrubar o brasileiro e trabalhar o ground and pound e o controle posicional por cima, mas esta tarefa não será fácil. Dada a dificuldade que CB tem em lidar com ofensivas versáteis, a expectativa é que ele cometa algum ero defensivo e acabe sendo nocauteado no segundo ou terceiro round.

Peso galo: Renan Barão (BRA) vs Mitch Gagnon (CAN)

Depois de ser surpreendido por TJ Dillashaw e ver seu cinturão viajar para a Califórnia, Barão (32-2 no MMA, 7-1 no UFC) recebeu do UFC chance de revanche imediata, mas passou mal no processo final de corte de peso e deixou o UFC 177 sem luta principal na véspera do evento. Com isso, recebeu o castigo de voltar muitas casas antes de ter nova chance de recuperar a coroa.

Do outro lado desta balança, Gagnon (12-2 no MMA, 4-1 no UFC) faz boa campanha no octógono. Depois de ser finalizado na estreia por Bryan Caraway, o canadense emendou quatro vitórias consecutivas que o conduziram ao 15º posto do ranking oficial do UFC. Porém, os adversários batidos não chegam perto dos níveis de dificuldade e experiência de Barão.

Apesar da derrota para Dillashaw, o potiguar ainda é um dos melhores lutadores do mundo peso por peso, uma máquina de produzir ações ofensivas e de ótimo senso de proteção. Ainda que Gagnon seja um competente grappler, que mostra enorme eficiência para produzir espaços em busca de uma finalização, a diferença para Barão ainda é muito grande. Como é difícil imaginar que o canadense derrube o brasileiro, a expectativa aqui é que Renan use seus poderosos chutes baixos para desequilibrar a base do rival, conecte um direto potente e finalize um grogue Gagnon no pescoço.

Peso meio-pesado: Antonio Carlos “Cara de Sapato” (BRA) vs Patrick Cummins (EUA)

Pela primeira vez lutando após a conquista do TUF Brasil 3, o ex-campeão mundial de jiu-jítsu Cara de Sapato (4-0 no MMA, 1-0 no UFC) volta à sua categoria de origem. Como pesado, ele superou um duro caminho no reality show, culminando com a vitória dominante sobre o muito mais experiente Vitor Miranda na decisão.

Depois de ser brutalizado pelo desafeto Daniel Cormier em sua estreia no UFC, Cummins (6-1 no MMA, 2-1 no UFC) teve tempo para se preparar adequadamente para os combates seguintes. O resultado foi um nocaute violento sobre Roger Narvaez e um espancamento diante do veterano Kyle Kingsbury. O processo devolveu ao americano a aura de importante prospecto na categoria.

Este é um velho clássico do jiu-jítsu contra o wrestling, com o ingrediente adicional de juntar um campeão mundial da arte suave com um integrante da seleção americana olímpica de estilo livre. Tanto Sapato quanto Cummins evoluem a olhos vistos, deixando de ser lutadores unidimensionais para inserir capacidade técnica e muita potência na troca de golpes. Caso Cummins consiga derrubar, deixará o paraibano em situação ruim, visto que até mesmo para um ás do jiu-jítsu é complicado remover alguém com base de equilíbrio e pressão tão fortes no solo. Com Sapato superior na troca de golpes em pé e Cummins melhor no dirty boxing, nas quedas e no ground and pound, a aposta é que o americano sairá vencedor por decisão, que pode ser muito dura ou relativamente tranquila, dependendo da performance nas quedas.

Peso leve: Elias Silvério (BRA) vs Rashid Magomedov (RUS)

Ex-campeão meio-médio do Jungle Fight, Silvério (11-0 no MMA, 3-0 no UFC) passou a lutar como leve, categoria mais condizente com seu tipo físico. Ele ficou fisicamente mais forte, mas ainda ágil o suficiente para seguir desenvolvendo suas combinações de socos e chutes de boa noção de distância. No UFC, venceu o experiente Isaac Vallie-Flagg, além dos menos cotados João Zeferino (ainda como meio-médio) e Ernest Chavez.

Russo de excelente cepa, Magomedov (17-1 no MMA, 2-0 no UFC) vem da maior escola de wrestling da face da Terra, mas possui também um jogo limpo e vistoso na troca de golpes, com combinações tecnicamente limpas e controle de distância ainda melhor que a do paulista. Desde a estreia, em fevereiro, Magomedov venceu categoricamente Tony Martin e Rodrigo Damm, este em território brasileiro.

Duelo entre dois excelentes prospectos, mas com vantagem técnica para o lado russo em praticamente todos os aspectos do jogo. Por ser ofensivamente mais técnico e defensivamente muito mais capaz de negar os ataques dos rivais, Magomedov deverá lidar bem com a agressividade do Xuxu, negando o forte clinch do brasileiro e transitando entre o kickboxing de muita movimentação e as quedas. A aposta é que Rashid conquiste sua segunda vitória no Brasil sobre um lutador local em decisão com certa sobra.

Peso meio-médio: Erick Silva (BRA) vs Mike Rhodes (EUA)

Tirando a absurda derrota por desclassificação para Carlo Prater, Erick (16-5 no MMA, 4-4 no UFC) segue numa gangorra de resultados que mostra como o UFC errou a mão ao selecionar adversários para o capixaba. Após vencer um lutador de menor gabarito (Takenori Sato, Jason High ou Charlie Brenneman), o lutador da X-Gym foi consistentemente lançado contra integrantes do top 10 e acabou derrotado por todos (Matt Brown, Dong Hyun Kim e Jon Fitch).

Rhodes (6-3 no MMA, 0-2 no UFC) também é um prospecto que carrega (ou carregava) grandes expectativas, mas sucumbiu no octógono perante adversários muito talentosos, mas ainda sem a reputação dos homens que bateram Erick, isso por causa da profundidade absurda da categoria. Assim, perder para George Sullivan e Robert Whittaker pode ser considerado resultado normal, mas derruba fortemente o hype do aluno de Duke Roufus.

Este confronto provavelmente enterrará as pretensões do perdedor. O brasileiro deverá levar o terror no primeiro round, lançando toda sorte de combinações plásticas, envolvendo socos violentos, chutes que variam entre a cabeça, as pernas e o tronco, além de joelhadas com ótimo tempo de execução. Há uma considerável chance de Silva conseguir um nocaute ou finalização na primeira parcial e uma também grande possibilidade de cansar e ver a luta se esvair entre seus dedos caso as ações se prolonguem. Portanto, vitória por interrupção no primeiro round a favor do brasileiro ou decisão a favor do americano são as apostas. Jogue a moedinha para o alto e decida sua escolha. A minha caiu com a face de Erick para cima.

Antevisão original de MMA-Brasil 

-------------------------------------------Pesagens ----------------------------------------


 As dúvidas sobre Renan Barão estavam no ar desde agosto, quando ele falhou na tentativa de bater o peso para a revanche contra TJ Dillashaw, desmaiou no banheiro do hotel em Sacramento (EUA) e viu o duelo ser cancelado no dia da pesagem - foi substituído por Joe Soto. Mas nesta sexta-feira ele provou que superou o trauma e, aparentando tranquilidade e empolgação, bateu o peso em Barueri-SP, no "UFC: Machida x Dollaway", e confirmou a luta contra o canadense Mitch Gagnon. Vae lembrar que, como não há título em jogo, o brasileiro teve os 454 gramas de tolerância (uma libra) e marcou 61,7kg em cima da balança. Barão inicia, assim, sua caminhada para tentar retormar o cinturão dos galos (até 61,2kg) do Ultimate.

- A gente veio mais leve do que na última. Consegui perder o peso bem, treinando mais leve e deu tudo certo, graças a Deus. Ele não é um cara tão conhecido, mas é duro, vem de boas finalizações. Treinei para lutar com o melhor do mundo. Estou muito feliz por lutar diante do público brasileiro, esse calor humano todo. É maravilhoso lutar aqui - disse Barão, em entrevista ao SporTV após a pesagem no Ginásio José Corrêa.

A encarada de Barão e Gagnon foi dura, principalmente da parte do brasileiro, que chegou bem perto do adversário. O mesmo aconteceu no evento principal, pela categoria dos médios, só que da parte de CB Dollaway, que encurtou a distância para Lyoto Machida. O Dragão não se intimidou, levantou a cabeça e fez pose de luta. Um pouco antes, o americano bateu 84,4kg, enquanto Lyoto marcou 83,9kg.

- Já me sinto um peso-médio, mas sempre existe um estresse de bater o peso, por controlar a dieta. Felizmente consegui e estou bem preparado. É difícil focar numa atividade apenas quando se encara um adversário completo. Focamos em todos os aspectos da luta, em pé e no chão, e vamos ver como ela vai acontecer. A categoria está dura, e o CB está falando muito um pouco antes da hora. Com certeza ele vai passar um perrenguezinho amanhã - afirmou Machida ao SporTV.

O único dos 22 lutadores a não bater o peso na primeira tentativa foi o americano Patrick Cummins, adversário de Antônio Cara de Sapato, pela divisão dos meio-pesados. Momentos depois, nos bastidores, ele perdeu os 360 gramas que precisava e confirmou o duelo.

Elias Silvério protagonizou um dos momentos mais divertidos da pesagem. Um dos mais apaudidos pelo público, ele fez até uma dancinha e pediu ainda mais apoio. Após bater o peso dos leves, pegou um chuchu, em referência ao seu apelido, Xuxu, e brincou com o público.

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 84,4kg): Lyoto Machida (83,9kg) x CB Dollaway (84,4kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Renan Barão (61,7kg) x Mitch Gagnon (61,7kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Antônio Cara de Sapato (93kg) x Patrick Cummins (93,4kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Elias Silvério (70,3kg) x Rashid Magomedov (70,3kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Erick Silva (77,6kg) x Mike Rhodes (77,6kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Daniel Sarafian (84,4kg) x Junior Alpha (84,4kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Marcos Pezão (93kg) x Igor Pokrajac (93,4kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Tom Niinimaki (66,2kg) x Renato Moicano (66,2kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Darren Elkins (65,8kg) x Hacran Dias (66,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Leandro Issa (61,7kg) x Ulka Sasaki (61,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Marcio Lyoto (77,6kg) x Tim Means (77,6kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Vitor Miranda (83,9kg) x Jake Collier (83,9kg)
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