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MMA: UFC 180: Werdum x Hunt - Antevisão + Pesagens | Definição do campeão interino dos pesados


Na aguardada chegada do UFC no México, a divisão mais nobre do MMA conhecerá mais um campeão interino quando os populares Fabricio Werdum e Mark Hunt colidirem no octógono. O vencedor do TUF 17 Kelvin Gastelum tem o mais importante desafio de sua carreira contra o experiente Jake Ellenberger.....

O México, principal potência do boxe mundial, finalmente receberá pela primeira vez um evento da maior organização de MMA do planeta. No próximo sábado, a Arena Ciudad de México, na capital do país, será palco do UFC 180, que vai definir mais um campeão interino na história dos pesos pesados.

Disputando o cinturão interino e uma vaga na luta de unificação, o gaúcho Fabricio Werdum terá a missão de impedir a sequência do conto de fadas do nocauteador neozelandês Mark Hunt, que atendeu a um chamado de última hora para substituir o contundido campeão Cain Velasquez.

Pela divisão dos meios-médios, um combate importante na definição de quem segue em frente na corrida rumo ao embolado top 5 quando Jake Ellenberger estiver frente a frente com a revelação em ascensão Kelvin Gastelum, americano filho de mexicanos.

Ainda mais agudo será o confronto válido pela categoria dos penas, disputado entre atletas de ascendência mexicana. Dennis Bermudez, recordista de vitórias consecutivas na divisão (empatado com José Aldo), encara o ex-desafiante Ricardo Lamas, que pretende não se distanciar do campeão.

O quarto combate de alto nível, mas que estará na parte preliminar do evento, colocará Jessica Eye diante de Leslie Smith, que encheu os olhos dos fãs na estreia, apesar da derrota. Este duelo também será analisado no presente artigo.

O card completo do UFC 180: Werdum x Hunt é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado: Fabricio Werdum x Mark Hunt
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger
Peso-pena: Dennis Bermudez x Ricardo Lamas
Peso-meio-médio: Chris Heatherly x Augusto Montaño
Peso-meio-médio: Edgar García x Hector Urbina

CARD PRELIMINAR

Peso-pena: Yair Rodríguez x Leonardo Morales (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Alejandro Pérez x José Quiñonez (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Jessica Eye x Leslie Smith
Peso-galo: Guido Cannetti x Henry Briones
Peso-galo: Marlon Vera x Marco Beltrán
Peso-pena: Gabriel Benítez x Humberto Brown 

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 22:00 horas do Brasil e 00:00 horas de Portugal 

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Cinturão interino peso pesado: Fabricio Werdum (BRA) vs Mark Hunt (NZL)

Cada um a seu modo, os dois protagonistas da luta principal do UFC 180 possuem duas qualidades em comum: são sujeitos carismáticos e deram belas viradas na carreira.

Werdum (18-5-1 no MMA, 6-3 no UFC) deixou o UFC pela porta dos fundos em 2008, nocauteado e insatisfeito com a redução salarial. Foi para o Strikeforce, onde finalizou Fedor Emelianenko numa das maiores vitórias da história do esporte, mas voltou a ser criticado após uma atuação desastrada contra Alistair Overeem.

O caminho de Hunt (10-8-1 no MMA, 5-2-1 no UFC) foi ainda mais tortuoso. O homem que bateu Wanderlei Silva e Mirko Cro Cop no PRIDE entrou em fase negativa. Foi finalizado em série e chegou ao UFC no maior baixo astral: Dana White só o incorporou porque teve que honrar seu contrato com o PRIDE, mas a intenção era dispensá-lo rapidamente.

O ano de 2012 marcou a virada definitiva de ambos. Hunt já havia vencido Chris Tuchscherer e Ben Rothwell em 2011, mas ninguém viu a primeira e todo mundo preferiu não ter visto a segunda. Em seguida, nocauteou de modo brutal Cheick Kongo, Stefan Struve e Roy Nelson, empatou com Antonio Pezão e perdeu dando muito trabalho para Junior Cigano. Já Werdum venceu as quatro lutas que fez no retorno ao UFC, sempre mostrando evolução a cada oportunidade, especialmente na troca de golpes em pé.

Fosse há alguns anos e este combate seria mais um grappler contra striker, mas graças ao gaúcho, a história mudou. O dono do melhor jiu-jítsu da categoria se tornou um trocador técnico e eficiente às custas dos treinos com Rafael Cordeiro. O muay thai de Werdum tem um thai clinch brutal e sólidas combinações de socos e chutes. Talvez não esteja ainda no nível do de Hunt, especialmente pelos ridículos poder de nocaute, queixo de pedra e controle de distância do Super Samoano. Por outro lado, a melhora de Mark no jiu-jítsu com Ricardo Libório ainda o mantém a léguas de distância de Fabricio.

Hunt disse que só precisa de um soco para nocautear Werdum. E ele tem razão. O problema é a diferença abissal no atleticismo entre ambos. Enquanto Hunt gastou o camp de três semanas para cortar os 18 quilos que ganhou após bater Nelson, Werdum está na altitude mexicana há dois meses se preparando para enfrentar a maior máquina do MMA mundial.

Por pelo menos um round, o gaúcho terá que diminuir as brechas que costuma dar para se safar das tijoladas de Hunt enquanto o faz gastar energia, seja se movimentando ou tentando se desvencilhar do clinch contra a grade. A partir do segundo, Werdum deve botar o wrestling para jogo, derrubar e amassar para, no terceiro, finalizar o farrapo que restar do bravo samoano.

Peso meio-médio: Jake Ellenberger (EUA) vs Kelvin Gastelum (EUA)

Quando foi pego por uma joelhada de Martin Kampmann, Ellenberger (29-4 no MMA, 8-4 no UFC) tinha seis vitórias seguidas e estava perto de virar desafiante. A recuperação veio em vitórias sobre Jay Hieron e Nate Marquardt, mas os reveses para Rory MacDonald e Robbie Lawler o arremessaram para longe do cinturão. Não pelas derrotas em si, mas pelas atuações apáticas pelo outrora explosivo Juggernaut.

Há duas explicações para o fracasso recente de Ellenberger. Uma é seu estilo tipicamente baseado nas raízes americanas, de forte wrestling e elevado poder de nocaute no boxe. O ponto negativo é que, do jeito que ele começou, segue até hoje, mostrando pouca evolução, mesmo dividindo os treinos nas ótimas Reign MMA, de Mark Muñoz, e Kings MMA, de Rafael Cordeiro. O outro motivo pode ser físico. Apesar de ter apenas 29 anos, Jake já fez mais lutas do que aniversários e o acúmulo que vem desde o wrestling colegial pode estar pesando.

Situação oposta à de Ellenberger vive Gastelum (9-0 no MMA, 4-0 no UFC), mais jovem vencedor de uma temporada do TUF. Aos 23 anos, o garoto colocou o experiente Rick Story em sua lista de oponentes batidos, ainda que o tenha vencido em decisão um tanto controversa. E isso pode ser um alerta, visto que Ellenberger e Story guardam semelhanças em seus estilos.

Outro ponto que diferencia Gastelum do adversário é que o jovem prospecto vem mostrando evolução. O sujeito que praticamente só sabia lutar no abafa da luta agarrada está aprendendo a trocar e usar a mão pesada, especialmente na curta distância, a fazer as transições e a trabalhar no chão alguma coisa diferente do que fazer peso por cima. Some-se a uma incrível força de vontade, disposição, coragem e força física acima da média na categoria para se ter um lutador perigoso e muito chato de se enfrentar.

O caminho para a vitória de Ellenberger é bem conhecida do lutador: volte a ser o que era até nocautear Marquardt. Mesclando quedas com combinações potentes de socos dentro de muita intensidade, especialmente no começo da luta, Jake poderá tirar proveito do começo lento de Gastelum e não deixá-lo ditar o ritmo da contenda.

O problema é que Ellenberger também tem começado de modo lento. E tem seguido lento e terminando lento. Deste modo, ele será engolido pelo furacão Gastelum. Se não houver uma mudança de pensamento, não há motivo para acreditar que isso vá mudar. Assim, a aposta é que Kelvin vença por decisão ou até mesmo finalize Jake no fim da luta.

Peso pena: Ricardo Lamas (EUA) vs Dennis Bermudez (EUA)

A ótima campanha de quatro vitórias seguidas, três delas sobre lutadores do top 10, levaram Lamas (14-3 no MMA, 5-1 no UFC) à disputa do cinturão, quando ele se tornou mais uma vítima do imparável José Aldo. A derrota, que aconteceu sem que Ricardo oferecesse maiores resistências, parece não ter causado efeito negativo. No retorno, Lamas dominou Hacran Dias e se recolocou na briga.

O ground and pound violento e a luta olímpica sempre foram as principais ferramentas de Lamas, mas ele não se resume apenas a isto. O “Bully” normalmente mostra bom controle da distância e encara trocas de golpes agressivas sem temor, apesar de ter encontrado enorme dificuldade neste ponto contra Aldo. No solo, o faixa preta de jiu-jítsu de Daniel Valverde é perigoso, especialmente se tiver o controle posicional por cima, o que normalmente acontece pela precisão de suas quedas.

Acredite se quiser, mas se vencer no sábado, Bermudez (14-3 no MMA, 7-1 no UFC) passa a ser o peso pena com a maior sequência de vitórias na história do UFC, à frente inclusive de Aldo. Desde que perdeu a final do TUF 14, Dennis não sabe o que é deixar o octógono derrotado, ainda que tenha tido ajuda dos juízes laterais em algumas situações. Mesmo assim, é um feito notável, ainda mais se compararmos com o retrospecto de Diego Brandão, que o venceu em 2011.

A evolução da época do TUF para hoje ajuda a explicar a série invicta. Bermudez era um wrestler com bom poder de nocaute, mas mais vontade do que técnica para lançar soco no vento. O wrestling segue de alto nível, tanto no clinch quanto nas quedas, os punhos continuam pesados e a disposição ainda é elevada. Porém Bermudez se tornou uma máquina que imprime um ritmo difícil de lidar e diminuiu a incidência de golpes desperdiçados com boas combinações de socos e chutes.

Normalmente quando dois wrestlers de bom nível se encontram no octógono, a chinela canta. Se isso acontecer aqui, Ricardo terá problemas. Ditar o ritmo da troca de golpes contra alguém como Bermudez é algo que a capacidade técnica de Lamas não alcança. Ele poderá deixar o oponente encurtar e tentar pegá-lo de surpresa numa queda, mas Dennis as defende como poucos na divisão. Na hora da verdade para estabelecer-se como um top 5, Bermudez deve anotar uma vitória por decisão.

Peso galo feminino: Jessica Eye (EUA) vs Leslie Smith (EUA)

Quando chegou ao UFC, Eye (10-2 no MMA, 0-1 no UFC) era considerada a melhor lutadora do mundo na categoria até 57 quilos, que não existe na atual organização. Lutando contra adversárias maiores, ela mostrou seu valor ao vencer Sarah Kaufman, em resultado que passou a no contest após Jessica ser pega com maconha no antidoping. Em seguida, ela encontrou dificuldade na pujança física de Alexis Davis, mas entregou uma guerra na derrota por decisão dividida.

Jessica é uma trocadora que larga combinações de socos e chutes em alto volume, embora aposte mais no boxe. Por ser normalmente menor e mais leve que as adversárias, ela se aproveita para apertar o ritmo para tirá-las da zona de conforto. O problema é que Eye faz isso na curta distância e acaba sendo muito acertada também. Este comportamento inclusive explica as duas decisões divididas que Jessica protagonizou no UFC. Quando atua com mais calma, na longa distância, Jessica costuma coletar benefício.

Não se engane pelo cartel de Smith (7-5-1 no MMA, 1-1 no UFC) nem pelo apelido de “Pacificadora”. Das quatro lutadoras que a venceram, apenas Barb Honchak, atual campeã do Invicta FC, era de sua categoria até 57 quilos. Kaufman, que a venceu duas vezes (a segunda já no UFC), teve imenso trabalho em ambas. Na luta seguinte, atropelou Jessamyn Duke em julho.

Smith, assim como Eye, é chegada num tiroteio no octógono. A diferença é que Leslie tem menos momentos de calma, lembrando até os irmãos Diaz, seus parceiros de treino. Deste modo ela se mostra uma lutadora altamente empolgante, mas acaba tornando seu retrospecto instável, já que ela bate e deixa bater, mas nem sempre fica com o ritmo sob controle, coisa que Nick e Nate fazem melhor. Smith chuta bastante e de modo versátil, mas acaba ficando à mercê de quedas, ainda que esta não seja uma situação que Eye deverá explorar.

JUma coisa vocês podem apostar: a madeira vai piar com vontade neste combate. Smith e Eye não sabem fazer lutas monótonas e não tem porque ser diferente ao trancá-las no octógono.

Neste cenário, temos o problema de a luta praticamente virar loteria, o que torna bem difícil um prognóstico. Para não ficar em cima do muro, a maior capacidade de respirar e pensar sob bombardeio deve ajudar Jessica a eventualmente mudar o ritmo e vencer por decisão.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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Fabricio Werdum guardou sua melhor provocação a Mark Hunt para a pesagem do UFC 180, nesta sexta-feira, na Arena Ciudad de México, na Cidade do México. O lutador brasileiro, que disputa com o neozelandês o cinturão interino dos pesos-pesados no evento de sábado, surpreendeu ao vestir uma máscara adaptada, simulando um balão de oxigênio, e oferecê-la ao adversário. A ideia era insinuar que “Vai Cavalo” está voando e tinha gás até para emprestar.

Mark Hunt até teve seu apoio. Um grupo de torcedores levou uma bandeira da Nova Zelândia e fez festa para o “Super Samoano”, que ficou no limite da categoria: 120,2kg. Ele inclusive filmou sua pesagem com uma microcâmera para mostrar a todos que conseguiu bater o peso. Em seguida, entrou Fabricio Werdum, serenado por gritos de, “Uh, Vai Cavallo”. Ele bateu 105,2kg, vestiu a máscara e a ofereceu ao rival, que a jogou no chão, e os dois partiram para uma encarada mais séria, que conquistou aplausos do público.

Hunt também foi curto e grosso em sua entrevista pós-pesagem, apenas agradecendo a Deus pela oportunidade. Werdum, por sua vez, jogou para a torcida e puxou novamente o coro de sua música de entrada, o mariachi “Cielito Lindo”.

- Nós treinamos muito forte. Quero agradecer a todos pelo apoio. Quero ver todos cantando amanhã. Viva México, Oss! - discursou Werdum.

A torcida mexicana não encheu completamente a seção das arquibancadas destinadas a ela, mas fez muito barulho sempre que um lutador do país surgia no palco. Quem também conseguiu uma grande reação, mas adversa, foi o argentino Guido Cannetti, que ganhou fama como “vilão” do TUF: Latin America. Ele foi muito vaiado e xingado pelos torcedores, mas seu adversário no card, Henry Briones, o cumprimentou antes da encarada.

A americana Jessica Eye, por sua vez, foi muito assediada ao tirar a roupa para se pesar. Com um biquíni verde-amarelo, a lutadora de Cleveland foi alvo de muitos assobios, e encarou intensamente Leslie Smith, que se pesou com uma roupa bem mais sóbria, um top e um short. Nas pesagens das finais do TUF, a torcida ficou dividida na luta entre os pesos-galos Alejandro Perez e José Quiñonez, mas se manifestou intensamente durante a pesagem dos finalistas do peso-pena. O nicaraguense Leonardo “Shimmy” Morales entrou com a bandeira de seu país e foi bastante vaiado pela torcida, que, obviamente, torcia por seu adversário na final do peso-pena, o mexicano Yair Rodríguez. Aos gritos de “Pantera”, seu apelido, Rodríguez bateu 61,2kg e vestiu um poncho com dois coldres de balas, levando a torcida à loucura. Morales esquentou a encarada, encostando a testa em Rodríguez, que manteve-se frio. O matchmaker Sean Shelby tratou de separar os dois rapidamente.

Ídolo local na capital mexicana, Augusto “Dodger” Montaño apareceu com um chapéu e o tirou para a torcida, que gritava seu apelido. Após marcar 76,7kg, ele encarou seu adversário, Chris Heatherly, de bem perto, e o americano não recuou: encostou a aba de seu boné no rosto dele.

O outro momento mais quente veio na encarada do coevento principal. Listado como mexicano no card, apesar de ter nascido nos EUA, Kelvin Gastelum entrou sob gritos de “Kelvin”. Ele bateu 77,1kg de primeira, após ter problemas para bater o peso na última luta, e vibrou muito. Seu adversário, Jake Ellenberger, marcou 77,6kg e provocou muito Gastelum na hora da encarada. Gastelum deu uma risada irônica de canto de boca e manteve o foco no momento.

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado (até 120,2kg): Fabricio Werdum (105,2kg) x Mark Hunt (120,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6*): Jake Ellenberger (77,6kg) x Kelvin Gastelum (77,1kg)
Peso-pena (até 66,2kg*): Ricardo Lamas (65,8kg) x Dennis Bermudez (66,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Augusto Montaño (76,7kg) x Chris Heatherly (77,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Edgar García (77,1kg) x Hector Urbina (76,7kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-pena (até 66,2kg*): Yair Rodríguez (65,8kg) x Leonardo Morales (65,3kg) (Final do TUF)
Peso-galo (até 61,7kg*): Alejandro Pérez (61,2kg) x José Quiñonez (61,2kg) (Final do TUF)
Peso-galo (até 61,7kg*) : Jessica Eye (60,8kg) x Leslie Smith (60,8kg)
Peso-pena (até 66,2kg*): Gabriel Benítez (65,1kg) x Humberto Brown (66,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Henry Briones (60,8kg) x Guido Cannetti (61,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Marco Beltrán (61,7kg) x Marlon Vera (61,2kg)

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