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Slobber Knocker #115: Um Top Face... Dá para haver mais?


Altura para mais um Slobber Knocker. Introduzo o artigo desta semana muito rapidamente e já digo que será um artigo diferente, não será daquelas listagens - que não é propriamente o formato base deste espaço, mas é o que mais se sucede - e é um assunto um pouco mais reflectivo. Recorro, como sempre, ao meu habitual desenvolvimento por tópicos, mas aqui é feito apenas para situar o tema....

É daqueles temas que até dá para debate, mas isso vocês é que o sabem, se realmente querem aqui falar sobre isto ou não. Um tema básico: a existência de um babyface de topo e as condições existentes actualmente para existir um com a mesma força e propósito. Para iniciar a ideia, começo com exemplos passados e como funcionavam.

Nos velhos tempos


Se recuarmos ao passado, sabemos que deve ser a era mais importante para a existência de uma "cara da companhia". Não dá para pensar na WWF e no wrestling clássico sem vermos vermelho e amarelo à frente, sem nos lembrarmos de Hulk Hogan e do fenómeno da Hulkamania. Antes dele, Bruno Sammartino também encabeçava tudo o que tinha a ver com wrestling Americano, mas o seu caso corresponde a tempos diferentes - um reinado a durar anos, algo que já não se faz actualmente - mas pode muito bem ter sido com Hogan que este conceito começou. O do porta-voz inspirador que vai render rios de dinheiro.

Esta era a época perfeita para isso. Não havia Internet para existir a chata categoria de fãs onde nos inserimos, o kayfabe era coisa a sério e a malta vibrava com o wrestling, acreditando na sua veracidade. Em parte porque os combates não eram assim tão exageradamente teatrais como são agora, mas por aqui se começou a desenvolver o surrealismo das histórias e o irrealista heroísmo de alguns combates. E é nesse heroísmo que tinham que capitalizar, tinham que lançar um nome que a miudagem adorasse, fabricar-lhes um ídolo. Alguém em quem viam o "factor X", o "star appeal" e a capacidade de mover uma plateia. Lá encontraram carisma a transbordar em Hulk Hogan para o fazer.


E daí vinham as promos inspiradoras, os combates vencidos da tal forma heróica, os gestos imitáveis, a simpatia para os fãs. O essencial. E, com a coisa bem feita, e com a pessoa certa, a plateia ganhava as cores do performer e o que não faltava eram miúdos vestidos como o seu herói e a imitar-lhe as taunts. Hulk Hogan personificou isto ao longo da década de 80. Foi a partir dele que veio "aquele" combate chato que coloca o herói vulnerável até conseguir superar-se ao fim e vencer através da força de vontade, sem desistir e alimentando-se do apoio dos fãs. A dar uma inspiraçãozinha ao miúdo hiperactivo que esteja a ver e que queira ser igual.

Mas isso são outros tempos. Como disse, não havia "IWC" nem havia qualquer conhecimento do backstage ou sequer da veracidade - ou falta dela - da modalidade. Ninguém se queixava que Hogan estava sempre no topo, porque viam que ele realmente passava por cima de tudo e todos e era o melhor. Merecia lá estar porque ganhava. Ninguém ia para nenhum fórum queixar-se de ter o Hulk Hogan a ser-lhe enfiado pela goela abaixo. Até o queria ver, porque queria ver aquele tipo que é o maior e que ninguém deita abaixo. Nem notavam na move set reduzida - antigamente também não havia assim nenhum repertório tão extraordinário, mas há os que mais sabem o que fazer no tapete, por exemplo - porque viam que não era necessário mais que aquelas manobras que contavam com a participação vocal e gestual do próprio público. Era perfeito e havia condições para isso. Os tempos mudariam eventualmente e nem sempre ia haver paciência para o bonzinho patriota que te mandava tomar vitaminas e rezar orações. Teve que se virar a página.

Atitude


Temos que admitir uma coisa: a primeira metade da década de 90 na WWF foi um desastre. Continuaram a basear-se na ideia da década anterior quando já não pegava muito bem. Não conseguiram manter Ultimate Warrior no virar da década para ser o sucessor directo de Hulk Hogan e ficaram as coisas azedas entre os dois partidos. Logo continuaram numa difícil procura por um novo Hogan. Ao ponto de resgatar o próprio Hogan em 1993, para um reinado amargo, uma relação também azeda e para originar um mau momento de Wrestlemania. A procura tinha que continuar. Ainda por cima, recusavam-se a ter um lutador "pequeno" a encabeçar e a representar a companhia, logo recusavam-se a destacar Bret Hart como tal, mesmo que os fãs o preferissem. Ele ganhava títulos e constava em main events, mas nunca foi considerado "o tal".

Foi um tal de tentar forçar novos babyfaces. Pegaram no "Narcissist" Lex Luger, retiraram-lhe os espelhos e a atitude e viraram-no um Face patriótico, que conseguiu um powerslam em Yokozuna - já estão a ver paralelismos? Conseguiu ficar bastante over, mas não conseguiram tirar dali um Hogan e não durou assim tanto tempo. Continuaram a tentar. Até Diesel deixaram subir ao pódio e também não pegou. Shawn Michaels fartava-se de puxar cordas lá atrás para ser ele. Lá veio o desgraçado do Rocky Maivia, que só não era carregado para fora da arena, porque os fãs respeitavam as regras e não invadiam o ringue, mas se pudessem fazê-lo, faziam-no.


Cada vez mais crescia a necessidade de se desenrascar e estavam cada vez mais próximos do abismo. Do outro lado da estrada, a WCW apresentava mais "tomates" e mais atitude e enquanto aqui procuravam um novo Hogan, lá tinham pegado no próprio Hogan e torná-lo o mais interessante que podiam ter conseguido, transformando-o num maléfico badass. Começaram a achar que a palavra "atitude" era a palavra-chave e, através de uns bookings inteligentes, plantel carismático e uma boa lufada de ar fresco, criaram aquilo que, a partir de uma mera manobra de desespero, se tornou uma das mais marcantes eras do wrestling profissional: a Attitude Era. Não se confundam as coisas, isto não era uma WWF "madura", isto tinha de tudo menos maduro. Era bastante infantilóide, mas de forma "edgy". As coisas tinham mudado, a TV não era a mesma, não se procuravam moralismos forçados. A audiência pretendida era uma juvenil e adolescente que via a MTV e adorava o "Beavis & Butthead" e o "Celebrity Deathmatch" e se identificava com esse tipo de humor. Souberam bem como capitalizar isso.


Sim, as coisas tinham mudado. Mas não o suficiente para que não precisassem de caras representativas de topo. E se na década anterior, ficava bem um herói bonzinho a distribuir boas mensagens, nesta já não havia paciência para isso e queria-se alguém que distribuísse manguitos, regasse as pessoas e o próprio em cerveja e distribuísse Stunners a quem quer que lhe aparecesse à frente. Surge Stone Cold Steve Austin e surge ouro. Se o anterior tinha carisma suficiente para uma promo enérgica que encorajasse os miúdos, este Austin lançava mais carisma num arroto da sua cerveja do que muitos no seu topo na vida toda. Tinham aqui "o" tipo e era o que se adequava àquela era e ao que precisavam. Mas, não estavam numa de deixá-lo carregar a companhia sozinho, esta era uma era em que quantos mais tivessem atitude, melhor. Lembram-se do Rocky Maivia que todos detestavam? Chateou-se e desatou a insultar o público. E não é que já gostaram dele? Ele tinha jeito para a coisa! Remodelaram-no, abreviaram-lhe o nome para simplesmente The Rock e tinham aí mais uma estrela, que ainda hoje se pode considerar entre muitos, o melhor talker da história - e dada a sua seguinte profissão, o melhor actor - que fez de insultar uma arte. É em Stone Cold e The Rock que recaem as mais vivas e saudosistas memórias da Attitude Era para aqueles que então acompanhavam na sua miudagem - especial destaque aos que nem se apercebem da ironia de criticarem o produto dirigido a um público infantil. Os heróis anti-heróis que necessitavam. Mas que eram os heróis e que tinham o mesmo impacto e propósito que o antónimo Hulk Hogan de há uns anos atrás.

Um período de transição


Como nessa altura, era uma companhia que até pensava relativamente bem - falhava sempre nalguma coisa, é normal - fizeram a coisa certa. Acabar com a tal era. Total consciência de que as coisas boas são feitas para acabar enquanto ainda estão em grande e não ser esticadas até não dar nada e manchar o seu próprio nome. Foi em 2001 e não foi uma era assim tão grande, durou um punhado de anos. E teve tudo o que era necessário. As suas "galinhas de ouro" começavam a retirar-se: um cedeu às lesões, outro foi aproveitar talentos para Hollywood. Era tempo de renovar.

Mas não se transitou para uma era propriamente dita e algo que se possa denominar de forma legítima, não voltaram a ter. Também não tinham logo uma nova cara na companhia e tinham que tentar tirar partido de restos da era anterior: a pouca vontade que havia de ver heróis e dava uma certa sensação que o plano era tornar os maus nos lutadores de topo. Triple H ou Brock Lesnar são exemplos de alguém que se possa considerar neste cenário. Mas não era nada que se pudesse oficializar. Outra coisa que se sucedeu que fez com que a WWE colocasse os travões no seu conteúdo, aconteceu coincidentemente, uns meses depois de darem a era por terminada: o 11 de Setembro, que abalou o país e sensibilizou tudo e todos. Não foi só na rádio que foram banidas uma bela data de músicas aparentemente inofensivas mas que podiam achar que parecessem ofensivas. Em todo o lado, o conteúdo abrandou e foi controlado. Apenas os mais fortes e cuja "edginess" já era uma característica indispensável aguentaram. A WWE não quis o risco e manteve um meio termo no seu conteúdo. Era material "maduro", termo aqui utilizado apenas como forma de aproximar à intenção da descrição, mas não se destacava como "Trash TV". Era um mero programa com classificação TV-14.


Mas notava-se que não se iam ficar por aí. E notava-se a procura em conseguir um novo Face de topo outra vez. E desta vez podiam necessitar de um "throwback" mais longínquo. Lembrem-se que era ainda uma nação sensibilizada desde os acontecimentos de há uns anos atrás. O patriotismo voltava em força. Sentia-se outra vez a necessidade de um herói. E não um herói que insulta e bate em qualquer um por ser rebelde, um herói à antiga. Precisavam de mais um ou dois desses, mas não podia ser algo brusco, não podiam voltar aos 80s. Tinham que misturar todas as eras anteriores, procurar capitalizar em algo que atraísse os fãs, alguma moda, algum novo interesse. E, claro, tinham os miúdos em mira como alvo - sempre tiveram, convençam-se disso. Lá engraçaram com um rapper branco. Curiosamente, fez-se famoso com bocas de baixo nível a rimar, daí o paralelismo com a era anterior, mas a partir daí podiam criar qualquer coisa. Também havia um certo encanto num tipo animalesco cuja força intimidasse qualquer um, mas que tivesse coração e alma suficientes para superar o "lado negro" e dedicar-se ao bem. Refiro-me claro, a John Cena e, num ponto secundário, Batista.


Tinham em Cena uma estrela à boa maneira deles e misturava o bom que tinham as caras de topo das eras anteriores. Era super-heróico, movia com plateias e levava os miúdos à loucura. Mas não dispensava uns bons versos menos simpáticos para lidar com adversários. Batista funcionava mais como uma estrela de topo secundária e usufruía mais da "brand split" para ter o seu destaque. Este, um pouco menos enérgico, transmitia a força bruta e electrizante de um Ultimate Warrior - e vejam os paralelismos entre as suas taunts - sem necessitar de alguma característica extra. E realmente funcionava mais ou menos para Cena, como Warrior para Hogan. Nunca se estabeleceu como o "topo dos topos" e tal se vê pela sua dispensa desse estatuto, recebendo o direito à Heel Turn e eventualmente a sua saída da companhia - na Attitude Era haviam turns nos indivíduos de topo, mas isso são outros tempos. Entretanto, Cena continuava a evoluir de uma forma que... Evoluía cada vez menos. Contradição? Vejam lá o ponto seguinte.

De volta ao formato familiar


Durante esses anos, passaram um bocado confortável. Sem necessitar de estabelecer a "atitude" como uma coisa obrigatória, safavam-se com conteúdo mais "edgy". O Cena era um tipo de infantil diferente, existiam feuds mais violentas e sangrentas, tivemos um "revive" dos D-Generation X, trouxeram a ECW de volta, mesmo que sofresse uma alteração de formato mais tarde e a mera presença da Candice Michelle em televisão era permitida e pareciam estar à vontade com isso. Não era ainda um programa aprovado por pais conservadores e não estavam propriamente preocupados com isso e com a sua imagem. Mas algo teve que acontecer. Não foi a tentativa de homicídio de Vince McMahon que foi longe demais, mas foi por essa altura.

Enquanto fingiam uma morte em TV, uma verdadeira se dava e nem sonhavam eles os problemas que isso lhes ia trazer. Nem eles esperavam que aquele "no show" de Chris Benoit fosse definitivo e da seguinte vez que ouvissem falar dele, tanto ele como toda a sua família estariam mortos. Pelas mãos do lutador veterano. Maior abalo que aquela companhia alguma vez sofreu e eu nem me quero imaginar na pele de Vince McMahon ou simplesmente de dono de companhia em que isso aconteça. Lembram-se quando não se importavam muito com a opinião alheia em relação ao conteúdo? Aqui já não dava para continuar com isso e tinham mesmo muito a limpar. Até podem lidar bem com sendo um programa violento pouco preocupado em dar os melhores exemplos, mas quando têm um homicida no seu meio - e que, sem querer, antes de terem informações, até o homenagearam - as coisas são diferentes.


Vieram as prevenções e começou a haver mais segurança nos combates. Evitaram-se os bumps de cabeça - algo que Benoit acumulara - para evitar mais estragos e proibiram-se os golpes na cabeça com objectos como cadeiras, retiraram-se moves perigosos como o Piledriver, evitaram derrames de sangue. Mas um acontecimento deste calibre não pôde afectar só a companhia, o wrestling existe a escala mundial e foi toda a modalidade que ficou em risco. Em todo o mundo, companhias grandes colocaram as suas prevenções. E isso até acho muito bem, longe estou eu de ser aquele sádico fã que ainda não acha que eles fazem sacrifícios suficientes e ainda têm que se esbardalhar um pouco mais só para o meu malicioso entretenimento. Segurança acima de tudo. Mas a WWE, o lar do homicida tinha mais a limpar, tinha que se redimir perante todas as acusações que já vinham de antes e que pareciam culminar neste macabro acontecimento. Tinham que mudar as coisas e mostrar que o conseguiam. Orientaram o produto para uma audiência familiar e, com ajuda da estação televisiva, alteraram a classificação para "TV-PG" - com o "Parental Guidance" ainda ali para um conteúdo ainda violento - e fizeram sentir-se bem as alterações. Talvez uma era mais necessária para eles do que para nós mas só temos que compreender, aceitar e adaptar.


Mas, como em todas as eras anteriores, precisam de um homem que a encabece e que a represente. Então e vão... Procurar um novo? Para quê, se o que têm adequa-se perfeitamente? E daí, arranjaram uma estranha maneira de fazer algo que parecia impossível e que aqui é dito com um certo tom cómico - o Cena ficar ainda mais Cena. Cena cada vez mais se aproximava de um Hulk Hogan do seu tempo e foi nesta altura que talvez se tenha sobressaído mais. Não foi nesta altura que ele teve o seu maior reinado ou nada assim, mas foi quando a sua personagem virou, de forma definitiva, cara de merchandise para os miúdos. Já se acreditava em super-heróis outra vez e o que não falta nas arenas são crianças com as suas t-shirts coloridas. Cena voltou à raíz - o bom exemplo, a boa mensagem de lealdade, respeito e nunca desistir. Mantendo sempre a atitude positiva e o jogo limpo. Sublinharam as suas obras de caridade para com as crianças doentes que tanto o admiram, algo que não podemos desrespeitar, porque são boas obras que ele faz de bom grado. Não foi uma volta ao mesmo ponto, porque este "novo Hogan" era diferente. Já não vivia na década ingénua dos 80, e já havia demasiado acesso à internet - no caso do wrestling é mesmo demasiado. Nem toda a gente tem paciência para o John Cena porque estão fartinhos de saber que, ao contrário do que se pensava antigamente, ele é continuamente mantido no topo e não é ele que ganha através do seu próprio heroísmo. Nem toda a gente gosta de assistir a estagnação na sua programação favorita, ainda para mais quando é algo que dura há décadas. Nesta era, já existem mais manifestações pelos talentos da mó-de-baixo que sejam entusiasmantes. Uma era mais vocal. Tão vocal que já responde "Cena sucks" com o mesmo ou mais alto tom que um "Let's go, Cena!". Pode muito bem ser este tipo de "Top Face", para esta altura. O que nem toda a gente gosta. É estranho, mas já entramos aí e é a partir daqui que abro o ponto para a seguinte e final questão: conseguimos sair daí?

Então e agora?


Agora temos que analisar e ver se existem condições para ainda se criar mais um Face de topo, um "cara da companhia", recorrendo a métodos semelhantes ou se terá que se descobrir um novo método. Esse novo método poderá ser mesmo apenas ouvir o público e deixar as coisas fluir naturalmente, em vez de dizer-lhes com quem se devem manifestar e forçar coisas pelas gargantas abaixo. Afinal de contas, as plateias do presente e a grandeza e generalidade da comunidade de wrestling online originaram uma forma completamente diferente de ver wrestling e, consequentemente, de se fazer wrestling.

Temos que ter em conta aquele que ainda é, "by default", o Face de topo. John Cena. Qual é a percentagem do público que já não pode com ele? No caso dele, pronto, até arranjaram aquilo para se tornar uma marca sua mas, e os seguintes? Se pegarmos, por exemplo, em Roman Reigns, vemos que as suas reacções actuais e as de há uns meses atrás são completamente diferentes. Porque já o alteraram e começaram a moldá-lo para ser o sucessor. E o público já reconheceu isso e não gostou assim tanto. Então... Parece que assim não dá para criar um novo "top babyface". Se sempre que construirem um novo tipo para encabeçar e representar a companhia, ele for apupado para fora da arena e ninguém gostar dele... Qual é o propósito de ser um "babyface de topo"? A era em que o "top guy" dos bons é odiado por todos. Nem sentido faz.

Maneiras de lidar com isto, seria a de deixar de lado a necessidade de haver um indivíduo a representar uma companhia inteira. Olhando para o passado, vemos que resultava e que até dava jeito e fazia falta. Mas olhando para a forma como as coisas estão agora, já não parece ser bem assim. Logo podiam focar-se, mais alternadamente, em vários talentos, de modo a manter a coisa mais fresca e evitar que alguém se farte. Com isto, refiro-me a destaque bem distribuído por todos e não destaque a um esta semana enquanto os outros dormem e esperam pela vez deles. Algo bem preenchido. E assim também se evitavam aqueles espertos que também constam muito entre a IWC/CWO que não gostam de nada que seja popular e fazem de conta que não gostavam há um par de meses atrás e pediam o bendito push. Dar mais uma sensação de "ensemble cast" do que de "Cena & Ca.", utilizando-o como exemplo, pela sua actualidade.

Ou então, deixar simplesmente o público decidir quem. Em vez de procurar e provocar reacções do público, ouvi-los primeiro e fazer corresponder os pedidos, sem estragar nada e sem encher. Acabava por ficar a coisa bem distribuída e acabava por puxar um pouco mais pelos lutadores para que estes se esforcem e se superem em captar a atenção do público, em vez de seguir tais ordens para ser isto e ser recebido como aquilo. Seguindo isso, podíamos considerar essa era recente mas já a decorrer, com Daniel Bryan a encabeçar juntamente com - quando ainda era possível - CM Punk. Actualizando mais ainda, a malta vibrava, e com razão, com Dean Ambrose, mas infelizmente decidiram retirá-lo da TV para outros projectos nesta altura. Mas aguardemos o seu regresso, que anda a fazer muita falta. Dando asas ao público e sem estragar tudo e forçar enterros, até Dolph Ziggler ou Cesaro andavam lá encima. Também é uma maneira mas podia ficar aquela ideia de que "os melhores são os preferidos", porque era a mesma coisa que virar-se para um dos menos populares e dizer-lhe "não gostam de ti porque não vales um caraças". 


Com tudo isto já dito, não tenho grande resolução nem nenhuma teoria por aí além. Nem eu pretendia que todo o artigo culminasse nalguma ideia genial, porque nem eu sei bem o que deve ser feito. Apenas analisei as condições para tal privilegiado posto e fiz os paralelismos com épocas anteriores. E, de forma muito simples, por mim deixavam-se as coisas fluir naturalmente e ver como vai e para quem pende. Se não der, que se desfrute de um espectáculo mais colectivo. Apenas acho que não têm que forçar as coisas, se antigamente parecia uma necessidade, era porque as coisas fluíam naturalmente para lá e pediam isso, não acho que agora tenham que cumprir uma obrigação à qual talvez não consigam corresponder. Mas temos que ficar para ver, até pode ser que, à maneira deles, consigam fazer algo. Deixei aqui os meus cêntimos quanto ao assunto.

E agora é a vossa vez, claro. Um artigo mais voltado para o debate do que para um ponto objectivo, cabe agora a vocês comentar todo este desperdício de letras e palavras que aqui depositei, dar a vossa honesta opinião quanto ao assunto e responder à simples e previsível questão que é demasiado óbvia mas assim o é por não haver mais:

"No caso de se poder, quem achas que deva ser o próximo Face de topo?"

Estejam à vossa vontade e comentem, que este é daqueles artigos que espero que dê para um mínimo de (boa) conversa. E na próxima semana, verei se será possível trazer-vos mais um, ou pelo menos algo minimamente de jeito. Assim o tento sempre. Até lá passem bem e umas boas preparações para um novo ano lectivo, para a malta jovem que de lá se aproxima!

Cumprimentos,
Chris JRM

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