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Slobber Knocker #113: Rescaldo do SummerSlam


Sejam bem-vindos a mais uma edição do Slobber Knocker, que esta semana vos traz a habitual revisão do SummerSlam, que ainda está relativamente fresco e que ainda vai dando que falar. Com razões para isso, teve momentos marcantes e até foi um evento bastante sólido, que soube apresentar consistência no seu conteúdo e qualidade.

Conseguiram culminar várias rivalidades de alto calibre de forma digna e ainda tiveram um exclusivo: todos os títulos que se encontravam em jogo mudaram de mãos. Foi um evento agitado e dou-lhe um balanço bastante positivo. Agora tenho é que analisar a coisa, um a um, porque é assim que isto normalmente funciona.

Rob Van Dam derrota Cesaro no Kickoff


Um combate para preencer o Kickoff com pouco propósito. Acredito que RVD e Cesaro tivessem tantas razões para se enfrentarem como RVD teve de vencer. Nem eles estavam a rivalizar sequer, nem RVD precisa mais de vitórias do que Cesaro. Por esta altura, o caso já é preocupante. Estávamos todos contentes pelo destaque que estavam a dar ao Superstar Suíço quando vimos o seu espectacular desempenho na Wrestlemania XXX e na battle royal que venceu e até nos babámos com a aliança a Paul Heyman. Parecem ter deixado cair tudo e Cesaro já anda na mó-de-baixo outra vez. Parece que é assim com os bons. Ainda por cima, nem lhe deixam fazer o swing a miúdo, quase como quem diz "Não estejas tão over".

Este combate, sem qualquer background ou construção ou propósito, podia ser uma boa oportunidade para começar a restaurar Cesaro. Tinha uma vitória num palco importante, sobre um veterano respeitado ex-Campeão Mundial. Recuperava algum momentum e podia iniciar um novo trajecto em direcção a algum título - suponhamos o Intercontinental já de Dolph Ziggler, muita coisa boa viria a sair daí. Em vez disso, venceu Rob Van Dam porque sim. Porque deve precisar de muita construção para se aliar a um Campeão perdido que já deve ter mais tentativas de vencer outros títulos, que defesas do seu. Não tem grande rumo, mas ele arranja-se depressa, já Cesaro beneficiria daqui. Ficou um combate razoável, bom para o Kickoff e que desse para entreter. Os comentadores estavam demasiado ocupados a falar de tudo e mais alguma coisa menos do combate, para perderem o momento em que Cesaro faz troça do Rolling Thunder. Teve um momento bastante curioso com constantes tentativas de Five-Star Frog Splash de RVD, sempre para ser interrompido por um senhor Uppercut ali bem aplicado. 

No final, RVD sai vencedor, contra a minha vontade - como se eu controlasse aquilo. Combate com pouco propósito e ainda menos rumos, não se adivinha qualquer futuro para ambos a partir daqui. Mas também... Considere-se que era só um Kickoff.

Dolph Ziggler derrota The Miz pelo Intercontinental Championship e ganha o título


Daquelas coisas que não estava à espera, o que apenas fez com que soubesse melhor. Convencidíssimo estava eu de que não iam dar um reinado curto ao Miz, ainda para mais quando ele parece ter melhorado outra vez. Esta sua personagem de "estrela de Hollywood" de meia tigela iluso assenta-lhe e torna-o montes de vezes mais interessante e engraçado do que um babyface genérico qualquer. E assim já gosto dele outra vez. Já o Ziggler é o Ziggler. Há anos que ele merece o topo, há anos que o presenteiam com o fundo. Já não era sem tempo, que o recompensassem com alguma coisa outra vez.

Foi o combate encarregue de abrir o evento - após a abertura pouco pertinente com Hulk Hogan - e fez bem o seu trabalho. Deixava a coisa bem quente e apresentou-se como um combate bem bom. Já acima da média. Parece que este Miz não vem só com medo que lhe estraguem a tromba, perdão, a "Moneymaker". Também parece empenhado para combater como um wrestler autêntico. 

Desenvolveram bem a acção de forma equilibrada e deu para alarmar o mais ingénuo espectador de qualquer um podia vencer, em certos momentos. Primeiro ponto alto será o Superkick em cheio na Moneymaker que, não só tem aquele significado psicológico, como também foi lindo - daqueles Superkicks do Ziggler e o Miz até vendeu à homem. Mas o ponto mais alto foi a inversão de um Famouser, que resultou num bom Skull Crushing Finale. Bom spot mesmo que a câmara tivesse dado a impressão de um "no sell" por parte de Miz. O "kick out" foi o momento do pincho e estava ali a nossa esperança para que Ziggler realmente vencesse. E assim que capitalizou o Zig Zag, o pincho foi muito maior que o anterior. Ziggler era o novo Campeão Intercontinental e era finalmente recompensado após demasiado tempo na amargúria. Que se espere um bom, recheado e prestigioso reinado e que só perca para alguém muito digno.

Daqui para a frente, há mais entre estes dois. Já existiu um rematch mas Ziggler perdeu para uma contagem, o que lhe permitiu reter o título. E o que permite também a abertura para a "sequela" do combate do SummerSlam, já que o Miz gosta de falar nesses termos. Ric Flair já se aliou a Ziggler - e, aparentemente, também se esqueceu da sua antiga aliança com Miz, mas pronto, é o Flair, perdoa-se a senilidade - e ficamos por saber se é para levar essa parceria para a frente. Quiçá Flair esteja no canto de Ziggler, quiçá este roube o Figure Four Leg Lock a Miz. O certo é que há mais a fazer entre estes dois e espera-se que seja tão bom ou melhor como o bastante competente combate de abertura que nos deram neste SummerSlam!

Paige derrota AJ Lee pelo Divas Championship e ganha o título


Não esteve nem perto de constar entre os melhores combates da noite e ainda foram um ponto com menos de cinco minutos no meio de um card totalmente entretido. Mas é com estas duas que se tem dado o melhor da divisão das Divas em muito tempo. E se calhar as palavras chave são "estas duas", porque há pouco mais por onde tirar algo de qualidade suficientemente sólida na divisão feminina, justificando a prolongação desta rivalidade.

Já era fã da Paige há bastante tempo, de todas as maneiras que possam achar que sou fã, e não podia estar mais contente por vê-la ascender ao main roster para ser devidamente utilizada e não para ter combates de punhado de minutos no Main Event contra outra Diva inferior, enquanto o título das Divas anda a ser disputado à pressa. Paige subiu para o topo da divisão, onde deve estar - espero é que perdoem a Emma, porque ela também devia lá estar - e esta sua nova personagem só me deixa mais fã ainda, se fosse possível. A história tem mantido o interesse e têm explorado bem a loucura de ambas as competidoras para fazer das duas jovens notáveis nos programas semanais e com uma história palpável em vez de uma troca de vitórias e derrotas e puxões de cabelos - mas também houve isso tudo na mesma, só que tinha mais recheio.

Felizmente, tiveram um combate decente no Battleground e quiseram continuar. E ainda mais felizmente, deram um combate ainda melhor - mesmo que curto - no SummerSlam. Um bump duro de AJ e um aplaudível voo da mesma, parecia que fosse a Campeã a dominante. Decidiram ir contra a minha previsão e fizeram-me falhar logo os dois primeiros combates. Paige sai por cima de forma forte, com o seu antiguinho "RamPaige" e ainda "felicita" a sua "amiga" com um beijo que valeu mais para muitos do que o combate. Não esperava que Paige se tornasse já tão rapidamente uma bicampeã e certamente não esperava que AJ ficasse com este seu também segundo reinado tão curto. Mas fizeram-no e não há nada aí que me desagrade - claro que gostava de mais um reinado longo de AJ, mas ao menos, só perdeu para a certa.

Não sei se esta rivalidade tem assim muito mais a dar. Ainda tiveram uns problemas no seguinte Raw, a continuar os jogos mentais entre as "amigas". Mas já andam rumores de AJ se afastar da WWE por um tempo, daí a sua perda do cinto. Como nunca dá para se confiar em nada, temos que esperar para ver. Talvez queiram prolongar isto ainda mais, com todo este "back and forth". AJ ainda tem um rematch. Despacha-o já ou espera pelo Night of Champions? Depois dela, para quem mais poderá Paige voltar-se? Tendo em conta que ela já derrubou algumas boas anteriormente - Naomi e a versão psicótica de Alicia Fox - sobra uma boa feud com a mesma solidez desta com Natalya. E a Emma, não se esqueçam da Emma, valorizem-na um pouquinho.

Rusev derrota Jack Swagger num Flag Match


Não foram pelo "Flag Match" tradicional que esperávamos, que consistia mais num jogo de recreio do que num combate de wrestling. E com uma feud tão "Sgt. Slaughter vs Nikolai Volkoff" como esta, também não havia necessidade de deixar as coisas mais 80 ainda. Podiam até ter capitalizado na ideia de Swagger vencer sem que Rusev necessitasse de sofrer um pin. Mas não tomaram qualquer desses caminhos e tivemos um combate do mais normal e tradicional, com a única estipulação de que se ergueria a bandeira e se cantaria o hino nacional do país vencedor. Só isso.

Não sou lá grande adepto dese tipo de feuds de "escala mundial", a dar a entender que existe mesmo um conflito mundial a ser representado por dois wrestlers e que eles têm uma nação inteira por trás, representando tudo o que eles pensam. Também não sou grande adepto de costumes antiquados e já dei uma alcunha a esta feud e podia ter-lhe chamado "Lex Luger vs Yokozuna" ou qualquer coisa que não seja desta época. Mas tem sido uma história relevante, gosto do Rusev e até parece estar a arrebitar o Jack Swagger. Coisas bem feitas, até posso aceitar, não tenho outro remédio. E visto que gostei do combate, ainda não me posso debruçar em queixas.

Utilizaram a medida inteligente - quando bem feita - para deixar um perdedor parecer forte. Swagger não cedeu ao Camel Clutch e não desistiu, deixando-se assim, desmaiar, algo que pretende demonstrar o perdedor como forte, que lutou sempre até não conseguir ir fisicamente mais longe. Rusev também ficou favorecido por ganhar praticamente numa perna e prendendo o finisher a sofrer tanta dor quanto a que provocava. Mas sem o largar. Foi um combate entusiasmante e acho que estão a dar os passos certos para que Rusev não caia na amargura e vire alguma personagem de dança, como já muita boa gente tinha feito a críptica previsão.

Talvez tenha maior problema com o pós-combate. Não por estar ofendido com a patada a Zeb Colter, até pelo contrário. É pelo repentino escândalo ético que é agredir um sénior veterano de guerra e avô... Agora. O Rusev que o fizesse há uns meses atrás e era um herói. Qualquer um podia fazer o que queria ao Colter porque a malta assim o queria. E o Big Show já não lhe fez pior? Eu entendo que as coisas mudam radicalmente com as viragens de Face para Heel e vice-versa, mas a ofensa e nojo manifestados nisto não deixam de puxar conversa. Ao menos o JBL é o único consistente. E agora veremos como é o futuro de Swagger. Rusev já está de mãos cheias com Mark Henry e Swagger anda a tentar reconquistar o orgulho do público Americano que já não queria saber assim tanto dele, logo de início. E entretanto, já parece ter algo a resolver com Bo Dallas. Por mim, era já esta feud o foco - uma equipa também não era uma ideia tão má, se a sua Face Turn não fosse tão recente. Veremos quantas feuds se amanham para o Night of Champions sem tirar lugar a Champions - é certo que agora são só 5 e isso já depois de lembrar que Sheamus é um deles.

Seth Rollins derrota Dean Ambrose num Lumberjack Match


Se cabeças se baixaram de desilusão e a alegria foi substituída por um constrangedor desânimo quando se soube que a estipulação para o bruto combate e culminar de rivalidade azeda e intensa... Era um Lumberjack match... Não viram as coisas da mesma forma que eu. Eu tinha plena confiança nestes dois competidores e eles comprovaram porquê. E com certeza que foi o melhor combate Lumberjack que vocês já viram e que, enquanto não arranjarem outro par da laia destes ou os mesmos para mais um, o melhor que alguma vez verão.

Seth Rollins e Dean Ambrose provam porque é que são eles o centro principal da programação televisiva da WWE e o porquê de se apontar o dedo a eles logo de imediato quando se questiona em relação ao futuro da companhia. São apenas os indivíduos com a melhor feud actual e apenas os indivíduos que sacaram o combate da noite a partir de um combate Lumberjack. São Seth Rollins e Dean Ambrose e mais não é preciso dizer. São os lutadores que lutam por entre o público num combate Lumberjack, verifiquem lá nos registos quantos conseguem fazer isso e o quão fácil é de fazer.

Já a partir daí, tínhamos algo. Estes dois não estavam a seguir as regras do combate Lumberjack e estavam a rebentar-lhe as costuras para expandir a qualidade e intensidade do combate. Um ringue fechado por homens é demasiado pequeno para eles e transmitiram bem a ideia. O spot em que Rollins foi carregado que nem um Adam Rose para dar "aquele spot" do Ambrose a derrubar uma data de corpos é para ser lembrado. E Kane por perto já nos revela que vai sair asneira. Com a adição de um pouco de injúria, Ambrose tinha Rollins derrotado... Com o seu próprio CurbStomp. Não fosse Kane a interromper e a causar a bulha entre todos - daquela em que começam todos à porrada uns com os outros, sem razão para isso - para deixar o combate Lumberjack mais caótico ainda. E Goldust até teve direito a um momento de glória, ao ser o primeiro a impôr-se - fazia sentido que fosse o veterano que por acaso já conhece bem Kane e tem pouco a temer dele. Uma malinha para a cabeça de Ambrose sela o acordo e prova a moral da história: Rollins não consegue derrotar Ambrose por si só.

E há muita fruta a retirar daqui. Já levaram o caso para o Raw num Falls Count Anywhere - estipulação que eu pensei que fossem disputar já no SummerSlam - que foi mais uma brilhantinha de combate, a fechar o Raw em grande, com um spot a fazer "throwback" aos dias da CZW de Ambrose. E não deve ficar por aqui. Ambrose é capaz de se retirar por um tempo para fazer o tal filme que nos vai roubar a melhor personagem da WWE dos nossos ecrãs, por uns tempos. Não sei por quanto tempo, mas o melhor mesmo era Ambrose regressar com um Rollins já Campeão. Assim já estão a ver onde isso vai dar, não estão?

Bray Wyatt derrota Chris Jericho


Admitamos que quando vimos que iam haver turras entre estes dois, saltámos de entusiasmo. Mas que a história não ficou propriamente bem coordenada. Wyatt fala sempre daquela forma críptica, mas percebemos sempre, mais ou menos, porque é que ele ataca alguém. No caso de Jericho ainda fica ali a pairar no ar. É pelas suas ausências? A tal auto-aclamação como um salvador falso? Alguma coisa é. A gente acaba por desistir e render-se à ideia principal mais generalista: bons combates se extraem entre estes dois e Jericho tem mais um para deixar over.

O que compensou tudo isto foi o segmento de entrevista do passado Raw, o último antes do SummerSlam. Foi brilhante. E cabia agora aos dois aclamados Superstars, superarem o bom combate do Batleground, com um ainda melhor. Era para aí que pareciam apontar e parecem ter sucedido. Foi um combate acima do mediano, que apresentou mais uns spots empolgantes a deixá-lo uns furos acima do anterior. Deixou Wyatt over de forma forte - não só ele conseguiu ganhar de forma limpa, entrar na cabeça de Jericho com os seus habituais joguinhos mentais, resistiu a um Codebreaker... E, parte a realçar, fê-lo sem ter Luke Harper e Erick Rowan, da sua afamada Wyatt Family, a seu canto. Bray Wyatt sabe como "fechar um negócio" e sabe como fazê-lo sozinho.

Ficou bem jogada a vitória de Jericho no PPV anterior para lhe dar uma vitória significativa. O tipo tem um currículo que quem dera a todos, mas se só se deitar para todos, deixam de ter significado as vitórias sobre ele e ele perde o seu propósito. Mais uma vez, a sua visita é de curto prazo, logo não deve dar assim muito tempo para Jericho se meter em mais alhadas diferentes e ainda deve concluir esta feud com Wyatt com um renhido desempate que, seguindo a sequência, espero que seja então ainda melhor do que este. Para depois disto, Wyatt terá alguém com que se meter, com certeza. Nem que tente caçar algum títulozinho, que nem caía assim tão mal umas tormentas ao Ziggler - para além das que ele deve ter lá dentro...

Stephanie McMahon derrota Brie Bella


Um caso em que foi a história que carregou o combate, visto que não existiam grandes condições para retirar daqui algo estonteante. Os cantos de "you still got it" para Stephanie foram engraçados, mas não sei se são assim tão correctos. A surpresa não foi que ela ainda conseguisse, foi que conseguisse sequer. Já se safou em ringue, no passado, mas apenas através do "desenrascanço" e é bem possível que este Domingo ela tenha lutado o melhor da sua carreira. Todos a adoramos, mas sabemos que ela sempre foi 90% personagem - brilhante - e 10% wrestler.

Mas foi um combate bem entretido, não era o wrestling que ia interessar neste caso. O que ia interessar e assim fez, foi o domínio de Stephanie McMahon, que demonstrou que ela não era dominante apenas fora do ringue, também sabia dar uma coça dentro dele; o contar de história e a psicologia que envolvia vender a história das últimas semanas e meses para culminar neste combate; as óbvias interferências; o fantástico oversell de Triple H ao Baseball Slide da Brie Bella - para mim ainda é o melhor momento do combate todo. E claro, a previsível Heel Turn mas que ainda foi bem feita - e vendida pelos comentadores como o choque do ano, mesmo que se visse a milhas de distância. Ainda nem o combate estava marcado e eu já sabia que Brie e Stephanie se iam enfrentar e que Nikki ia fazer asneiras e custar o combate à irmã.

Com isto, esta história tem que ser o melhor que alguma vez envolveu as Bellas. Fica a perder por alguns segmentos que padecem de dotes de representação e algumas ideias menos boas como a Megan "Claire Lynch da WWE" Miller. Tem sido uma história entretida e até leva muitos tons à antiga e nem é só pelo palavreado que tende a ser evitado nos dias de hoje, a ser aqui cuspido como o mais comum e corrente discurso. Ainda tem mais para dar, se evitarem promos menos felizes como a do último Monday Night Raw, que colocou as irmãs frente a frente.

O mais interessante é que as implicações futuras disto vão dar ao Total Divas. Vejam lá o que esse programa já fez: colocou um "TV-14" em programação da WWE, reinstalou atenção na divisão feminina e agora até puxa histórias com um mínimo valor de entretenimento para os programas televisivos e PPVs grandes. É claro que isto terá mais desenvolvimentos. As duas irmãs enfrentar-se-ão em ringue brevemente e Stephanie continuará a vigiar de perto com um sorriso maléfico - ela também não tem outro, nem quando não quer. Nikki deve manter-se Heel e fica a questão: questionaremos a moralidade e ética de Cena por ter um relacionamento com uma Heel? Heel Turn à vista... No Total Divas?!

Roman Reigns derrota Randy Orton


Vendido como a derradeira prova para Roman Reigns. Mesmo que eu até ache que ele tenha tido desafios maiores. Mas isto significa "vender Randy Orton como um imbatível Deus Grego, mesmo que nem sempre nos importemos assim tanto com ele". E também há que ter em conta que... Ele ainda está a ser posto à prova. Após uma boa corrida com os Shield, em que ficou bem over com os fãs, agora que se emancipou dos seus companheiros e estão a apostar nele com força a mais, começam a expôr-se as suas fraquezas. E afinal os outros estão mais prontos para o main event e para "derradeiros testes" para o topo do que Reigns.
Mas assim continuaram e o próprio combate era um teste, a ver se entre estes dois talentos de topo, conseguiam provar o que queriam em segundo plano e apresentar um combate entusiasmante. Agora com o público a não se querer voltar tanto para Roman Reigns - só acho piada à quantidade de gente a dizer que nunca gostou dele e que ele nunca foi bom, como se isso se manifestasse há uns meses atrás - e com Randy Orton já na lista dos "veremos como te comportas e com quem trabalhas"... Tinham tarefa em mãos. A meu ver, ficou cumprida de forma competente.

Nem sempre o combate com o desenvolvimento mais rápido, mas apresentou qualidade, entusiasmo, equilíbrio e vendeu bem os estados mentais e objectivos de ambos os lutadores. Baseou-se em desenvolvimento progressivo e culminação de spots e finais falsos. Mais um RKO "daqueles", belíssimos para a fotografia, a deixar Roman Reigns forte por conseguir o difícil kickout. Tinham-no já bem vendido ali, mas ainda foi mais longe e conseguiu a vitória limpa com um Spear que também não se saiu nadinha mal para a fotografia.

Não se esperava que fosse dos combates da noite e não o foi. Mas não matou o clima e até pode ter superado algumas expectativas com a forma como se desenrolou no final. Roman Reigns continua a ser disparado em direcção ao topo e Orton, não se sabe se já está na fase de colocar malta over sem perder o seu estatuto de main event - contam-se já Daniel Bryan e Roman Reigns - ou se ainda vai apanhar o Cena no gordo e redondo número de reinados. Fica a dúvida se ainda há muitos mais desenvolvimentos para esta feud e o que estará a seguir para Reigns. Irá, eventualmente, culminar em Brock Lesnar?

Brock Lesnar derrota John Cena pelo WWE World Heavyweight Championship e ganha o título


Começo logo com confissões puramente pessoais e que talvez se inclinem para o lado controverso. Mas já em 2012, não fui assim grande fã do combate deles no Extreme Rules. Todos adoraram ver o Cena levar aquela carga de porrada e eu também a vi, mas o que também vi foi um daqueles típicos combates á SuperCena, só que elevado a 11 na escala de 10. Levou o triplo da porrada, teve um terço da ofensiva do costume, mas quando chegou à hora de ganhar, ganhou. Com o tempo, fui aceitando melhor o combate como uma variação nos habituais combates e pela sua pouco usual violência, a proporcionar umcombate inesperado e realista.

Avançamos dois anos para este combate e ainda mais "outsider" me sinto, quando na verdade, fui ainda menos fã deste e talvez demore mais a aceitar e esteja dependente de umas outras condições mais. Nem é pela questão de termos um part-timer a Campeão outra vez, também me podia incomodar, mas aqui é o menos. Não dá para eu ser fã de um squash, ainda para mais num main event de um PPV grande e a um dos/o principal Face de topo da companhia. O que aqui posso aceitar e compreender é o ponto de vista que já vi de que foi um squash realista, bem feito, mostrou Cena como um duro competidor que não resiste e que foi o passo lógico para fazer de Lesnar o monstruoso Heel que ele é. Ainda por cima disso, é o tipo que acabou com a streak do Undertaker na Wrestlemania, alguma coisa de extraordinária tinha que ter. Pronto, aceito e compreendo isso, mas não tem aí factores que me façam desfrutar totalmente do combate enquanto estou a vê-lo.

Outra coisa que não dá para me cair totalmente bem é que, se não desfruto muito quando um lutador ganha em combates em que apenas usufrui de quatro moves, não tenho muito por onde pegar quando um outro lutador o faz só com um. E tal como também sei que o Cena e outros que tal são melhores que aquilo que demonstram ser, também estou fartinho de saber que Brock Lesnar é um tremendo atleta extraordinário. Muitas maneiras de rebentar um gajo todo, sabe ele. E era disso que estava à espera, em vez disso ficou colado no German Suplex, de modo a ficarem as várias piadas no dia seguinte, quase como se fosse esse o objectivo. Também uso o meu lado compreensivo e vejo que isto fazia parte da estrutura do squash "ele faz o que quiser, como quiser e ganha". E até estava a gostar da sequência inicial que atordoou o Cena, mas eventualmente perdi o entusiasmo. Chegou a um ponto que uma meia dúzia de gatos pingados na plateia começou a cantar "boring" e, sei bem que é uma minoria, mas acabei por concordar com eles.

E por acaso, ao início até estava a gostar bastante. O rápido ataque com um F5 em tom provocador, foi um bom começo e já me deixou a antecipar uma boa bulha. A sequência inicial dos Suplexes também estava a gostar e percebi o seu objectivo - que até pode ser o mesmo que o final, mas prolongou-se demasiado para o meu paladar - e um dos meus momentos favoritos foi o pós-contra-ataque de John Cena, que viu Lesnar a imitar Undertaker na sua forma de levantar e a conseguir levantar-se antes que Cena, que aplicara o Attitude Adjustment, e a fazer troça dele por isso mesmo. Muito bom momento num combate que ainda me deixa um pouco de nariz torcido. Como sou sempre um gajo aberto á aceitação, incomoda-me cada vez menos e acabo por compreender e oferecer toda a confiança à visão dos restantes fãs que gostaram bastante deste combate. E assim deixo ficar.


Uma boa maneira de continuar isto - e até de me fazer elevar o valor deste combate - é fazer com que Cena, ou não apareça, ou apareça muito brevemente e com poucas palavras, sem sorrisinhos. O combate no Night of Champions deveria ser com uma estipulação extrema e um Cena mais negro e focado, sem tempo para taunts ou de olhar para o público sequer, traz ao ringue o seu lado mais violento, aquele capaz de compensar a sua falta de ofensiva do combate anterior, a seu ver e que faça o monstruoso Lesnar berrar de agonia. Até se resume, muito simplesmente, a um Cena interessante. Um plano que veria Cena ganhar mas levar a carga de lenha da vida dele na mesma - o plano que contei não é um squash invertido, Cena apenas ia dar tanto ou quase tanto como levava - para um cash-in de Seth Rollins não faz muito bem ao estatuto de Lesnar, que ficaria com um paupérrimo reinado de um mês. E Rollins ainda ia ter que se ver com ele e aí as coisas ficavam complicadas. Logo o mais evidente é que Lesnar volte a vencer. Só que desta vez, um pouquinho mais à rasca. Por culpa sua, por soltar um Cena que nem o próprio sabia que existia. Mas isto sou só eu para aqui com ideias. Afinal, quem raio sou eu, se nem sequer gostei propriamente do main event acima mencionado?

Com isto já tudo arrumado e com poucos segmentos para comentar - algo mais do que a introdução simples de Hulk Hogan? - creio que já seja altura para deixar o artigo ficar por aqui e deixar a palavra em vocês, que podem e devem comentar acerca dos combates aqui comentados e acerca dos comentários aqui tecidos sobre esses mesmos combates. E estejam à vontade para defender o main event, devem fazê-lo, e já deixei perceber que têm a minha compreensão e aprovação. Com isso, fica de forma muito geral:

"Que balanço geral fazes do SummerSlam de 2014?"

Com isto me despeço e farei por voltar na próxima semana, já com 21 anos, com o cuidado de não falhar, já que vi que afinal nem sempre é levado a bem! Fora isso, espero que fiquem bem, continuem a desfrutar do Verão enquanto dura e até à próxima!

Cumprimentos,
Chris JRM

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