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MMA: UFC on FOX 11: Werdum vs. Browne - Antevisão + Pesagens


A maratona de três eventos em oito dias chega ao fim com um card recheado de atrações. O UFC On FOX: Werdum vs Browne, décima primeira incursão da organização na TV aberta americana, traz em sua luta principal o duelo que definirá o próximo desafiante de Cain Velasquez quando Fabricio Werdum e Travis Browne se enfrentarem no octógono....

Ex-concorrentes ao trono de Ronda Rousey, Miesha Tate e Liz Carmouche tentam refazer seus caminhos visando uma revanche futura pelo título. Elas sucederão um combate que deverá deixar os fãs de pé, o duelo entre Donald Cerrone e Edson Barboza, forte candidato a luta do ano. Na abertura do card principal, o havaiano Brad Tavares terá sua maior missão quando bater de frente com o ex-medalhista olímpico Yoel Romero.

O card completo do UFC on FOX 11 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado: Fabricio Werdum x Travis Browne
Peso-galo: Miesha Tate x Liz Carmouche
Peso-leve: Donald Cerrone x Edson Barboza
Peso-médio: Brad Tavares x Yoel Romero

CARD PRELIMINAR

Peso-leve: Rafael dos Anjos x Khabib Nurmagomedov
Peso-meio-médio: Thiago Pitbull x Seth Baczynski
Peso-leve: Jorge Masvidal x Pat Healy
Peso-pena: Estevan Payan x Alex White
Peso-médio: Caio Monstro x Luke Zachrich
Peso-meio-médio: Jordan Mein x Hernani Perpétuo
Peso-mosca: Dustin Ortiz x Ray Borg
Peso-pena: Mirsad Bektic x Chas Skelly
Peso-pesado: Derrick Lewis x Jack May


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 16:20 horas do Brasil e 20:20 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Peso pesado: Fabricio Werdum (BRA) vs Travis Browne (EUA)

Depois de reescrever seu caminho fora do UFC, com direito a quebrar a histórica invencibilidade de Fedor Emelianenko e uma derrota patética para Alistair Overeem, ambas no Strikeforce, Werdum (17-5-1 no MMA, 5-2 no UFC) voltou ao octógono com outra postura. Em três atuações dominantes, ele espancou Roy Nelson, nocauteou Mike Russow e finalizou Rodrigo Minotauro. Ainda que não tenha nenhum top 5 na lista, a performance do gaúcho lhe garantiu uma chance contra Cain Velasquez antes de a contusão do campeão colocar Werdum na eliminatória deste sábado.

O que principalmente mudou no jogo de Werdum entre as duas passagens pelo UFC foi a evolução no muay thai, principalmente nas joelhadas no thai clinch, por conta dos treinos com Rafael Cordeiro. O jiu-jítsu de elite, o melhor da divisão dos pesados, continua lá, mas agora o “Vai Cavalo” não precisa levar as lutas para o chão com tanta urgência.

O havaiano Browne (16-1-1 no MMA, 7-1-1 no UFC) não chegou a ter duas passagens pelo UFC, mas sua evolução desde a estreia no octógono é das mais notáveis. A inexperiência custou um empate contra Cheick Kongo, mas a agressividade e versatilidade o fizeram enfileirar Alistair Overeem, Josh Barnett, Gabriel Napão e Stefan Struve, todos abatidos de modo violento.

O ponto forte do jogo de Browne é o kickboxing na longa distância, ajudado pelos 2 metros de altura e 2,01m de envergadura, mas pressioná-lo contra a grade mostrou-se uma tarefa pouco inteligente. Com defesa de quedas sólida, o “Hapa” evitou que grapplers de elite como Barnett e Napão o derrubassem e, de quebra, ainda os deixou na alça de mira de uma série de cotoveladas dos infernos. Contra Overeem, queixo de titânio para suportar a pressão do monstro holandês e chute alto frontal perfeito para capitalizar no queixo frágil do oponente.

Teoricamente há uma batalha de táticas envolvida neste combate, com Werdum claramente superior no chão e Browne em pé (ir para o chão, mesmo por cima, não deve ser uma opção para o americano). As últimas vitórias de Browne avisam que Werdum terá que ser paciente e metódico no momento de encurtar a distância para não cair nas cotoveladas. O ideal é que o gaúcho primeiro chegue ao clinch antes de derrubar, mas o melhor jogo de pernas e movimentação mais ágil do americano o colocam em vantagem. A expectativa é uma vitória por nocaute técnico de Travis Browne.

Peso galo feminino: Miesha Tate (EUA) vs Liz Carmouche (EUA)

“Cupcake” Tate (13-5 no MMA, 0-2 no UFC) ainda não sentiu o sabor de uma vitória no UFC, o que pode fazer com que desavisados pensem se tratar de uma lutadora sem nível. Porém, é sempre bom lembrar que a ex-campeã do Strikeforce vencia claramente Cat Zingano até ser nocauteada no terceiro round e que é a única a ter superado o primeiro round contra a campeã Ronda Rousey – no extinto evento, Miesha já havia sido a primeira a passar do primeiro minuto contra a rainha do MMA feminino.

O wrestling continua sendo a principal arma da lutadora que era conhecida pelo apelido de Takedown antes de mudar para Cupcake. Tanto ofensiva quanto defensivamente, ela foi a única a dar trabalho para as poderosas quedas de Rousey. Quedas, muita movimentação no chão, ground and pound e tentativas constantes de finalizações são usados por Tate seja lá quem estiver do outro lado do cage.

A ex-militar Carmouche () não durou tanto contra Rousey, mas pode se gabar de ter sido a maior ameaça da carreira da campeã. Na primeira luta feminina da história do UFC, Liz pegou Ronda num mata-leão sério antes de sucumbir à chave de braço da estrela. Na sequência, usou sua pujança física para massacrar Jessica Bate-Estaca no segundo round, depois de escapar de uma guilhotina no primeiro. Na última apresentação, Carmouche foi anulada pelo clinch de Alexis Davis.

O passado nas forças armadas americanas serviram para moldar o jogo de imposição física de Carmouche no MMA. Ela não é espetacular em nenhum ramo, tem uma trocação limitada, mas é perigosa quando consegue dominar fisicamente suas oponentes. Como Tate é pequena para a categoria, este pode ser um aspecto determinante no sábado.

A agressividade de Tate determinará o rumo do combate. Apesar de também não ser técnica trocando socos e chutes, Miesha impõe um ritmo de aproximação onde o clinch é o destino final independentemente da vontade da adversária. Quando isto acontecer, será a chance para Carmouche derrubar e chegar no chão por cima, para executar seu violento ground and pound. Porém, a qualidade de Tate no wrestling e sua intensidade na disputa por posições no solo serão vitais para conduzi-la a uma vitória por decisão ou até mesmo uma finalização no terceiro round.

Peso leve: Donald Cerrone (EUA) vs Edson Barboza (EUA)

Forte candidato ao posto de desafiante da categoria mais embolada do MMA mundial, Cerrone (22-6-1 no MMA, 9-3 no UFC) viu uma série de três lutas – as derrotas para Anthony Pettis e Rafael dos Anjos, entremeadas por uma vitória insossa sobre KJ Noons – deixar a meta mais longe. Porém, a finalização da noite sobre Evan Dunham e o nocaute da noite sobre Adriano Martins ajudaram a colocar o nome do Cowboy de volta à fila.

A mescla de kickboxing/muay thai com jiu-jítsu (ou o gaidojustu, modalidade criada pelo treinador Greg Jackson), condicionamento físico exemplar, mentalidade agressiva e atitude de caça-bônus fazem de Cerrone um dos mais empolgantes lutadores do mundo em qualquer categoria de peso e qualquer organização, capaz de nocautear e finalizar com a mesma facilidade. Seu wrestling no ponto de vista ofensivo, subestimado muitas vezes, e a capacidade de encurtar distância serão úteis neste sábado, enquanto que as falhas defensivas na luta olímpica não deverão ser exploradas pelo brasileiro.

Apontado por muitos como o brasileiro mais capaz de conquistar o cinturão que nunca veio ao nosso país, Barboza (13-1 no MMA, 7-1 no UFC) tem um belo retrospecto no UFC. Apesar de ter sido duramente nocauteado por Jaime Varner e ter superado um forte espancamento antes de virar contra Danny Castillo, o friburguense tem dois nocautes às custas de chutes baixos e entrou para a história com o genial nocaute com chute alto rodado diante de Terry Etim, depois de quase ter feito o mesmo com Anthony Njokuani.

Chutes. Poucos lutadores usam esta ferramenta de modo tão ostensivo quando Barboza. Os chutes baixos, que a maioria usa como preparação, são usados com fins devastadores pelo friburguense. A soma das faixas pretas de taekwondo e muay thai criaram ainda um leque raro, de onde chutes de todos os ângulos e distâncias podem sair. O boxe não está no mesmo nível, mas é bom o suficiente para montar combinações que normalmente acabam com o pé na cabeça ou no abdômen do incauto oponente.

Quando Joe Silva anunciou este confronto, lágrimas de emoção devem ter rolado nos rostos de fãs ao redor do mundo. Afinal de contas, não é todo dia que se juntam 19 bônus de performance no octógono – são 12 em 21 lutas de Cerrone entre WEC e UFC, mais 5 em 8 lutas de Barboza na maior organização do mundo.

A derrota para Varner e a quase derrota para Castillo (que deveria ter sido empate) devem ligar um enorme alerta no brasileiro. Ele normalmente deita e rola contra oponentes que o deixam tomar conta da distância, mas se mostrou vulnerável quando um oponente de mão pesada o pressionou. Deste modo, a mentalidade de avanço a todo custo de Cerrone deverá deixar o brasileiro desconfortável.

Quando o árbitro autorizar o início do combate, espere por momentos de trocação épicos. Caso a movimentação de Barboza esteja em dia, ele poderá encontrar uma brecha para nocautear Cerrone. Se tiver problemas para conter o avanço do americano, Edson vai sofrer no clinch e vai acabar de costas para o chão depois de ter o gás minado. O palpite sai do lançamento da moedinha, que caiu com Cerrone virado para cima. Vitória por decisão do Cowboy e dinheiro de luta da noite para os dois.

Peso médio: Brad Tavares (EUA) vs Yoel Romero Palacio (CUB)

Sem ninguém perceber, Tavares (12-1, 7-1 UFC) já se posiciona entre os melhores da divisão, com o segundo melhor retrospecto, atrás apenas do campeão Chris Weidman. Ninguém imaginava isso na época do fraco TUF 11, quando ele foi finalizado na semifinal pelo futuro campeão Court McGee, mas as vitórias dominantes sobre Riki Fukuda, Bubba McDaniel e Lorenz Larkin mostraram que o havaiano no mínimo merece respeito.

Boxe bem ajustado misturado a uma sólida dieta de chutes baixos e execução de quedas conduzem Tavares na estrada rumo ao topo da categoria. A falta de agressividade e excesso de metodismo tornam suas lutas pouco atrativas para o grande público, já que ele evita a todo custo correr riscos. Deu certo até agora, mesmo contra um trocador habilidoso contra Larkin, mas sábado a tarefa terá um perigo adicional para tirar Tavares da zona de conforto.

Ninguém deu muita bola quando o UFC absorveu Romero (7-1 no MMA, 3-0 no UFC) do Strikeforce, então com 35 anos, vindo de um ano e meio inativo e uma derrota para Rafael Feijão por excesso de gracinhas. Porém, nada como três nocautes violentos no octógono para todo mundo se assombrar com o cubano de punhos batizados pelo capeta.

Romero é o wrestler de melhor retrospecto a já ter pisado no UFC, dono de cinco medalhas em campeonatos mundiais (um ouro, duas pratas e dois bronzes), vice-campeão olímpico e campeão pan-americano. Porém, apesar do recheado quadro de medalhas, a transição do esporte de origem para o MMA não foi das melhores, uma vez que ele não aplicou uma queda sequer nas três lutas no UFC e ainda foi derrubado por Derek Brunson e Ronny Markes. Faz falta? Até agora, nenhuma, já que a faixa preta de jiu-jítsu obtida na American Top Team o tira de enrascadas no chão e o boxe desenvolvido com o irmão Yoan Pablo Hernández, campeão mundial dos cruzadores, acaba com a raça da concorrência.

Para nocautear o cubano, Feijão botou para jogo sua conhecida agressividade. O ritmo do havaiano terá que ser intenso e mais agressivo do que o normal. Por um tempo, Tavares será capaz de manter Romero distante, mas uma hora o latino conseguirá encurtar e chegar no pocket. Aí, meus amigos, quando a primeira pedrada entrar, a abordagem metódica de Tavares irá pelos ares. Ainda que a resiliência de Tavares o salve momentaneamente, ele dificilmente escapará do nocaute até o terceiro round.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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O ambiente de descontração da coletiva de quinta-feira deu lugar a um clima mais tenso entre Fabricio Werdum e Travis Browne na pesagem desta sexta, no Amway Center, em Orlando (EUA). O brasileiro bateu 105,5kg, mais leve do que nas vezes anteriores, e ficou quase 6kg abaixo do oponente, o americano Travis Browne, que marcou 111,4kg em cima da balança - o limite dos pesados é de 120kg. Na hora da encarada, os dois fecharam a cara e trocaram olhares intensos, de quem está faminto para disputar o cinturão do UFC contra o campeão Cain Velásquez. O duelo entre eles é a atração principal do card deste sábado, que foi inteiramente confirmado após todos os demais lutadores também baterem o peso de suas respectivas categorias, inclusive os brasileiros Edson Barboza, Rafael dos Anjos, Thiago "Pitbull" Alves, Caio Monstro e Hernani Perpétuo.

No coevento principal, Miesha Tate e Liz Carmouche foram saudadas pelo público, com vantagem para a primeira. Miesha pesou 61,5kg, enquanto Liz ficou com 61,2kg. Na encarada, nenhuma polêmica. Já Edson Barboza bateu 70,7kg e ficou no limite para a categoria em lutas que não valem cinturão. O americano Donald Cerrone pesou meia libra a menos, ou seja, 70,5kg. Os dois também se respeitaram no cara a cara e sorriam.

Na luta de mais destaque do card preliminar, nada de camisa provocativa ao jiu-jítsu para Khabib Nurmagomedov. Ele entrou primeiro no palco, com seu tradicional chapéu que protege do frio russo, e bateu 70,5kg. Rafael dos Anjos pesou a mesma coisa, e os dois fizeram uma encarada pacífica. Na sequência, muito aplaudido pela torcida em seu retorno após dois anos, Thiago "Pitbull" Alves bateu 77,3kg e também foi "copiado" por seu rival, Seth Baczynski.

O primeiro brasileiro a subir na balança foi o meio-médio estreante Hernani Perpétuo. O atleta da Nova União pesou 77,3kg, mesma coisa que seu adversário, o canadense Jordan Mein. Caio Monstro, companheiro de equipe de Hernani, apareceu na sequência e pesou 84,1kg, enquanto o oponente Luke Zachrich também bateu essa marca. A encarada parecia tensa, até que Caio não resistiu e sorriu, antes de cumprimentar Zachrich.

A primeira encarada da pesagem já foi bem tensa, entre os pesos-pesados Derrick Lewis e Jack May, mas os dois ao menos se cumprimentaram no final. Logo depois, Chas Skelly brincou ao fingir que daria um double leg em Mirsad Bektic, que respondeu fazendo um movimendo de joelhada. Já os moscas Dustin Ortiz e Ray Borg fecharam a cara e nem se deram as mãos. Os demais confrontos foram bem tranquilos.


UFC: Werdum x Browne
19 de abril de 2014, em Orlando (EUA)

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado (até 120,7kg): Fabrício Werdum (105,5kg) x Travis Browne (111,4kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Miesha Tate (61,5kg) x Liz Carmouche (61,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Donald Cerrone (70,5kg) x Edson Barboza (70,8kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Brad Tavares (83,9kg) x Yoel Romero (84,1kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg): Rafael dos Anjos (70,5kg) x Khabib Nurmagomedov (70,5kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Thiago Pitbull (77,3kg) x Seth Baczynski (77,3kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Jorge Masvidal (70,5kg) x Pat Healy (70,8kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Estevan Payan (66,2kg) x Alex White (66,2kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Caio Monstro (84,1kg) x Luke Zachrich (84,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Jordan Mein (77,3kg) x Hernani Perpétuo (77,3kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Dustin Ortiz (56,9kg) x Ray Borg (56,9kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Mirsad Bektic (66,2kg) x Chas Skelly (65,8kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Derrick Lewis (116,1kg) x Jack May (114,5kg)

 
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