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MMA: UFC Fight Night Abu Dhabi: Minotauro x Nelson - Antevisão + Pesagens


O décimo primeiro evento do UFC em 2014 será o sexto fora da América do Norte. Desta vez, o rico Oriente Médio volta a receber o octógono depois do malfadado UFC 112. Nesta sexta-feira, a du Arena, complexo a céu aberto localizado em Yas Island, Abu Dhabi, receberá o UFC Fight Night 39, com quatro empolgantes duelos em seu card principal....

Na luta mais importante da noite, dois dos mais populares pesos pesados da organização se enfrentam quando Rodrigo Minotauro e Roy Nelson tentam apagar as derrotas de seus últimos compromissos. Eles serão antecedidos pelo astro asiático Tatsuya Kawajiri, que tenta a segunda vitória no UFC contra Clay Guida.

Pela divisão dos meios-médios, o ressurgente John Howard tenta acabar com a invencibilidade do talentoso Ryan LaFlare. Na luta de abertura da porção principal da programação, um curioso duelo entre lutadores com origens na região: o descendente de palestinos Ramsey Nijem encara o iraniano Beneil Dariush.

 O card completo do UFC Fight Night Abu Dhabi: Minotauro x Nelson é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado: Rodrigo Minotauro x Roy Nelson
Peso-pena: Clay Guida x Tatsuya Kawajiri
Peso-meio-médio: John Howard x Ryan LaFlare
Peso-leve: Ramsey Nijem x Beniel Dariush

CARD PRELIMINAR

Peso-pesado: Jared Rosholt x Daniel Omielanczuk
Peso-galo: Rani Yahya x Johnny Bedford
Peso-médio: Thales Leites x Trevor Smith
Peso-pena: Alan Omer x Jim Alers


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 13:00 horas do Brasil e 17:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Antônio Rodrigo Nogueira (BRA) vs Roy Nelson (EUA)

Duas vitórias seguidas no UFC, só quando chegou. Desde que perdeu o cinturão interino para Frank Mir, Minotauro (34-8-1 no MMA, 5-4 no UFC) não conseguiu repetir um resultado. Ainda que os supersticiosos possam ver um bom sinal nesta sexta-feira, já que ele perdeu a última, o fato é que a fase do baiano está longe do auge: o segundo melhor peso pesado da história do MMA hoje é o 11º do ranking do UFC.

A combinação do boxe da escola de Luiz Dorea com o jiu-jítsu de Ricardo de la Riva, que o tirou de enrascadas para viradas de proporções bíblicas, tecnicamente ainda resiste e ainda foi acrescida de um decente jogo de clinch na grade. Porém, as inúmeras cirurgias em joelhos, braços e quadril, além do acúmulo de pancadas sofridas e dos 37 anos, foram minando o principal herói do MMA brasileiro. Com bem menos mobilidade e velocidade, Minotauro hoje sabe que o cinturão é um sonho distante.

Até dois anos atrás, Nelson () também só havia vencido duas seguidas no UFC quando chegou. Porém, após ser espancado por Werdum, emendou três nocautes seguidos no primeiro round, fazendo pessoas temerem seu punho direito e outros sem muito critério pedirem o posto de desafiante. Por sorte, Joe Silva tem juízo e não cometeu esta escalação. Nelson então foi enfrentar os mais habilidosos Stipe Miocic e Daniel Cormier. Novamente ficou sem ver a cor da bola e esfriou de vez os ânimos dos empolgados.

Nelson possui outras semelhanças com Minotauro. Uma delas é a junção de boxe com jiu-jítsu (faixa preta de Renzo Gracie), ainda que o primeiro apareça mais em momentos de decisão (Nelson não é muito de trabalhar combinações de mais de três golpes, mas fareja oportunidades como um cão de caça, qualidade desenvolvida nos treinamentos com o ex-pugilista Skipper Kelp) e o segundo não dê as caras faz muito tempo. Outra semelhança reside na facilidade em absorver castigo, ainda que a do americano atualmente seja superior. Para completar, ambos têm praticamente a mesma idade (Roy é 18 dias mais jovem que Rodrigo).

Poucos combates têm uma linha tão clara de desenvolvimento quanto este. Se não quiser andar na corda bamba e ficar no risco de receber uma bigorna no queixo, Minotauro deve usar a tática do clinch na grade, minando o curto reservatório de gás de Nelson. Esta tática é fundamental, já que a movimentação do brasileiro não é mais fluida como antigamente. Caso resolva trocar no primeiro round, as chances de Mintotauro acabar nocauteado são grandes. A aposta é que Rodrigo tenha dado ênfase ao preparo físico e à isometria nos treinos. Deixando Nelson se arrastando na segunda metade da luta, Minotauro pode conseguir uma dura vitória por decisão. Mas não será fácil.

Clay Guida (EUA) vs Tatsuya Kawajiri (JAP)

Houve um tempo que Guida (30-14 no MMA, 10-8 no UFC) era um dos mais empolgantes lutadores do mundo em qualquer categoria. De repente ele passou a lutar de modo burocrático (contra Anthony Pettis e Hatsu Hioki), fugindo do combate (contra Gray Maynard) e foi até nocauteado pela primeira vez (diante de Chad Mendes). No retrospecto recente, Guida tem 2-3 que deveria ser 0-5.

O Guida dos bons tempos era o típico lutador de MMA americano, bom de quedas, em evitá-las e com um boxe de alto volume de golpes lançados, tudo isso num ritmo quase doentio, sempre avançando sobre os adversários, não importando o quanto de sangue escorria em seu rosto. O boxe e o wrestling permanecem, mas a abordagem passou a ser menos agressiva. Até mesmo a movimentação mudou, deixando de ser linha reta na caça do oponente para círculos excessivos e desnecessários.

O velho Kawajiri (33-7-2 no MMA, 1-0 no UFC) há muito merecia uma vaga na maior organização do esporte no mundo, mas sua primeira vez no MMA ocidental deixou péssima impressão, quando foi espancado por Gilbert Melendez no Strikeforce. De volta ao Japão, Kawajiri baixou de categoria, conseguiu novas boas vitórias e recebeu o chamado de Sean Shelby. Na primeira vez no octógono, ele não decepcionou: passou o carro em Sean Soriano, finalizou o americano e pediu por um top 10.

A atuação no evento de Singapura, em janeiro, mostrou o Kawajiri dos velhos tempos. Ele foi perfeito nas quedas, aplicou pressão no chão misturando controle posicional com ground and pound e acabou nas costas de Soriano, anotando a décima submissão da carreira.

Kawajiri quis um oponente mais difícil e o recebeu. Ainda que tenha se tornado instável, Guida é capaz de frustrar o jogo do japonês. Kawajiri deve evitar o ritmo forte do americano, sem aceitar a pancadaria franca e encurtando a distância mesmo que na marra. Ainda assim será uma missão árdua, pois até Ben Henderson teve dificuldade no clinch com o Carpinteiro. Por outro lado, Guida pode facilitar a vida do Crusher se implementar uma movimentação lenta e pouco efetiva. Ainda assim a aposta é no americano, em decisão apertada.

John Howard (EUA) vs Ryan LaFlare (EUA)

Quando Howard (22-8 no MMA, 6-3 no UFC) foi demitido do UFC em 2011, depois de três derrotas seguidas, poucos acreditaram num retorno. Uma derrota para Leandro Batata no Brasil parecia ter deixado o octógono ainda mais distante. Mas a chance de voltar ao UFC ocupando um espaço no card em sua cidade, Boston, foi muito bem aproveitada. Mesmo na categoria de cima, John dominou Uriah Hall com autoridade. De volta aos meios-médios, Siyar Bahadurzada foi outro violento nocauteador controlado por Howard.

Wrestler de bom poder de nocaute, Howard hoje mostra uma consciência tática maior, o que o torna um adversário perigoso para quase qualquer tipo de lutador. Ele ainda é resistente, de bom condicionamento cardiorrespiratório e aguenta castigo – lembra da surra que ele sofreu diante de Thiago Pitbull, na primeira passagem pelo octógono?

Campeão do Ring of Combat, LaFlare (10-0 no MMA, 3-0 no UFC) chegou ao UFC sob forte expectativa. Em três lutas na organização, ele não decepcionou ao vencer em decisões incontestáveis um trio de ex-TUF: Ben Alloway (semifinalista do TUF Smashes), Santiago Ponzinibbio (finalista do TUF Brasil 3) e Court McGee (campeão do TUF 11).

Ofensivamente, LaFlare é um lutador muito interessante. O jogo de quedas e domínio no chão é inspirado no amigo Chris Weidman. Em pé, ele é capaz de imprimir um ritmo forte enquanto lança socos, chutes e joelhadas, até as voadoras, contra a concorrência. O lado ruim é o aspecto defensivo quando dominado no chão. Para sua sorte, esta não deverá ser uma opção tática para Howard na sexta-feira.

Podemos esperar um duelo movimentado, com LaFlare buscando a iniciativa e Howard trabalhando para chegar ao nocaute. Com a vantagem na envergadura, LaFlare será capaz de controlar a distância, mesclar combinações em pé com quedas e vencer por decisão, mantendo inviolado o seu retrospecto profissional.

Ramsey Nijem (EUA) vs Beneil Dariush (IRN)

O caminho de Nijem (8-4 no MMA, 4-3 no UFC) até a final do TUF 13 apresentou um wrestler forte fisicamente, muito competente nas quedas e clinch, mas unidimensional e monótono. Na final, tentou variar o jogo, mostrar que não era um lutador chato. Saiu para trocar e acabou nocauteado por Tony Ferguson.

A derrota serviu de lição. A partir dali, Nijem sempre soube que o wrestling seria sua tábua de salvação, mas ele não deixou de buscar evolução na troca de golpes. Como é forte fisicamente e tem ótimo condicionamento atlético, Ramsey é capaz de imprimir pressão o tempo inteiro, seja lançando socos ou em clinches na grade, mas ainda não perdeu a mania de deixar espaços na trocação. O negócio fica mesmo ruim no chão, quando se encontra em posição defensiva. E é aí que mora o perigo.

Dariush (7-0 no MMA, 1-0 no UFC) chegou à organização atual com boa reputação em competições de jiu-jítsu. No UFC, estreou contra Charlie Brenemann, quando venceu com um mata-leão após mandá-lo ao chão com um violento soco.

Além da proeminência na arte suave, Dariush é bom nas quedas oriundas da luta estilo greco-romano e vem desenvolvendo a troca de golpes. Suas combinações de jab-direto-chute baixo são eficientes, mas a parte defensiva ainda deixa a desejar. Aqui ele pode pagar um preço alto.

Em pleno Oriente Médio, ainda que seja um país pacífico, o UFC escalou um descendente de palestinos contra um iraniano. Além do político, este combate tem um interessante conflito esportivo. Nijem terá pela frente um adversário de uma das escolas mais fortes e tradicionais do wrestling mundial, ainda que Dariush não tenha seguido carreira na modalidade. Ainda assim, a batalha na grade e nas tentativas de queda será árdua.

Quando enfrentou um talentoso e unidimensional wrestler, Dariush soube aproveitar uma brecha para mandar o adversário a knockdown e capitalizar a oportunidade no solo. As brechas estarão lá novamente contra Nijem, mas o alto volume de jogo do ex-TUF pode também fazer aflorar as falhas defensivas do oponente. Diante deste cenário repleto de buracos, a aposta praticamente é decidida no cara ou coroa: Dariush por finalização.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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O "Gordinho" Roy Nelson havia perdido alguns quilos para sua última luta, quando pesou 112,9kg antes da derrota para Daniel Cormier, mas recuperou a quantidade extra e marcou 115,9kg na pesagem a céu aberto do UFC em Abu Dhabi, na manhã desta quinta-feira (fim de tarde nos Emirados Árabes). A diferença para Rodrigo Minotauro foi considerável, de praticamente 8kg. O peso-pesado brasileiro marcou 108kg, pouco mais do que havia pesado em sua última aparição, quando marcou 107,5kg antes de ser derrotado por Fabricio Werdum. Vale lembrar que o limite da categoria é de 120,2kg. Os dois farão o duelo principal do evento desta sexta.

A baixa do dia ficou por conta do combate entre os médios Chris Camozzi e Andrew Craig, que foi cancelado pouco antes da pesagem devido a um problema de saúde do segundo. Com isso, o card, que já estava com menos lutas do que o normal, ficou ainda menor, com apenas oito.

A pesagem em si, além da luta principal, ocorreu normalmente, e todos os atletas bateram o peso de suas respectivas categorias. Representando o Brasil, Rani Yahya bateu 61,5kg em sua estreia como peso-galo no Ultimate - ele enfrenta Johnny Bedford -, e o peso-médio Thales Leites marcou 83,9kg para o duelo contra Trevor Smith.

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado: Rodrigo Minotauro (108kg) x Roy Nelson (115,9kg)
Peso-pena: Clay Guida (66,2kg) x Tatsuya Kawajiri (65,8kg)
Peso-meio-médio: John Howard (77,6kg) x Ryan LaFlare (77,6kg)
Peso-leve: Ramsey Nijem (70,8kg) x Beniel Dariush (70,3kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-pesado: Jared Rosholt (108,9kg) x Daniel Omielanczuk (112,5kg)
Peso-galo: Rani Yahya (61,5kg) x Johnny Bedford (61,2kg)
Peso-médio: Thales Leites (83,9kg) x Trevor Smith (84,4kg)
Peso-pena: Alan Omer (66,2kg) x Jim Alers (66kg) 
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