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Quando o wrestling profissional se liga ao UFC = Ronda Rousey e a sua má reputação torna-se a melhor heel do business


No UFC 168 que aconteceu no passado Sábado no MGM Grand Garden Arena em Las Vegas, Nevada, assistiu-se a um evento de pro wrestling de grande beleza. Foi a ascensão da super heel Ronda Rousey e de uma forma espectacular....

Ronda Rousey, a actual UFC Women’s Bantamweight Champion começou como todos os grandes heels começam: no papel de babyface. Rousey era a bela campeã. Bonita, incrivelmente adorada e que se apresentava de forma prefeita no UFC e nos media. A completar isso está a grande atleta num espectacular desporto como o MMA.

Ela era universalmente adorada pelos fãs do UFC pelo mundo inteiro e o UFC sabia que tinha nas mãos uma grande drawer.

Para capitalizar essa popularidade, o UFC torna Ronda Rousey treinadora no seu reality show de longa data, o the Ultimate Fighter, Um show onde duas estrelas do MMA lideraram duas equipas de jovens talentos. A treinadora adversária de Ronda nessa temporada do Ultimate Fighter foi nada menos que Miesha Tate.

Tate e Rousey vinham há muito tempo a ter uma grande rivalidade. Em palavras mais simples, elas odiavam-se. E agora seriam forçadas a conviver uma com a outra durante três meses.

E como acontece em todos os grandes heel turns, a personagem de Ronda começa a se modificar lentamente.

Isso percebia-se ao ver ao show. Ronda Rousey era arrogante, confrontava e mantinha-se ignorante. Entretanto, Miesha Tate parecia estar contente por ali estar. Rousey sobressaia a cada episódio e no final da temporada, os fãs já estavam todos contra ela e viam em Miesha Tate a sua nova heroína.

Os fãs precisavam de mais. Talvez fosse o ambiente de reality show. Talvez fosse a edição cuidada do show. Talvez Ronda Rousey ainda fosse amorosa e aquela miúda encantadora que tínhamos conhecido no inicio do ano. E talvez devêssemos ver o UFC 168 para tirar as dúvidas se essa miúda ainda era aquela miúda adorável que gostávamos.

Foi como todo o babyface que se tornou heel na história do wrestling. A audiência queria acreditar que a sua mudança de atitude não tinha importância. Eles queriam acreditar que isto não levaria a nada. Isto tudo, até que o babyface faz algo que a partir daí não há mais volta a dar.

Quando Rousey apareceu nas pesagens um dia antes do UFC 168, ela não só viu mais apupos como se mostrou mais agressiva e mais violenta do que nunca. Rousey mostrava uma cara fechada para contrastar com o brilho do sorriso de Miesha Tate.


E assim chegou o pay-per-view.

Antes da luta, a entrada na arena que já tinha o ambiente do pro wrestling. Miesha Tate entrou como uma menina de dez anos. Ela parceria feliz e excitada por ai estar mas ainda que com sinais de amedrontada. Parecia focada. Rousey já entrou como que se quisesse matar alguém. Ela entrou de rompante. Sem sorrisos e com um olhar de puro demónio.

Miesha Tate entrou ao som de Roar de Katy Perry. Uma musica de babyface. Ela entrou a cumprimentar os fãs, relaxada mas ainda assim intensa. Miesha Tate mostrou a mesma expressão que John Cena tem quando entra para um grande combate. Ele obteve por larga margem a melhor reacção do público de Las Vegas.

Quando as luzes se apagaram para a entrada da campeã, esses aplausos transformam-se em apupos e assobios.

Ronda Rousey entrou ao som de Bad Reputation de Joan Jett, uma música que fez aumentar ainda mais o heat junto do público. Para além da forma como ela se apresentava, a música indicava que Ronda Rousey não queria saber de ninguém. “Bad Reputation” simbolizava a sua atitude e era o símbolo que o público precisava para se fazer ouvir.

Quando a luta começou, a tensão no MGM Grande era palpável.

A luta foi o que se esperava e a decorrer como todos os grandes combates de heel contra babyface. Rousey a destruir Tate mas Miesha a nunca deixar de lutar. O público explodia de cada vez que Tate aplicava alguns socos mas aplausos esses que paravam de cada vez que Rousey metia Tate de costas. Eventualmente os cânticos de “Miesha” começaram a ser mais agressivos para Ronda Rousey e esta teve de responder ao mostrar-se mais dominante.

Há medida que a luta decorria, a dureza de Miesha Tate era notória. Ela continua a lutar quando todas as outras já teriam desistido. O público respondia de forma espectacular ao dar a Miesha todo o seu amor.

Apear dos cânticos, “Rowdy” Ronda Rousey haveria de prevalecer e prenderia o armbar em Tate e assim Miesha não tem outra solução a não ser desistir.

Imediatamente após a luta, Miesha estendeu a sua mão como forma de respeito para com a performance espectacular de Rousey. Qual a resposta de Ronda Rousey? Olhar para ela de cima abaixo e ir embora, deixando-a de mão estendida.

O heel turn estava completo. O MGM Grand Garden Arena explodia literalmente em assobios. Afinal Miesha Tate tinha feito uma das maiores performances de babyface na história do UFC e tinha sido deixada de mão estendida.


E enquanto Tate era adorada por toda a gente, Ronda Rousey era a vilã das vilãs.

Ela mostrou a agressividade e arrogância mas muitas vezes o desrespeito. Isto foi um completo acto de desrespeito e num desporto onde o respeito é trunfo e o cumprimento depois de todas as lutas é sagrado, o que Ronda fez não agradou aos fãs.

A entrevista após a luta de Rousey poderá ter sido a melhor parte disto tudo. Ela justifica as usa acções. Ela afirmou que não poderia cumprimentar alguém que desrespeitou a sua família (parceiros de treino) mas mal se podia ouvir o que ela disso devido ao barulho que o público fazia.

Os fãs em casa estavam em choque. Ronda Rousey tinha feito um heel turn na nossa frente. Ela revelou a sua verdadeira personalidade e essa ninguém quer apoiar. E tal como a maioria dos heels, ela apresentou a verdadeira razão para o ter feito.

O UFC 168 será lembrado durante muito tempo. O heel turn de Ronda Rousey será lembrado para sempre. Ela não é aquela heel divertida. Ela é do tipo mau como Randy Orton, Triple H, Stephanie McMahon, ou mesmo Magnus e Dixie Carter. Ela é má, violenta e sem educação e muito boa naquilo que faz. Vocês não podem gostar dela pois têm de a odiar. E é aí que está a beleza disso tudo.

Não interessa se Ronda é má, violenta e sem educação na vida real. Não interessa se Miesha Tate é uma heroína. Não interessa se Daniel Bryan é o tipo porreiro e Triple H o patrão medonho. Simplesmente são personagens que estão a desempenhar e que temos de as aceitar.

Talvez devêssemos assobiar Ronda Rousey por ela ser heel, talvez a assobiar pois fez-nos querer que ela fosse esmurrada. Ela fez-nos pagar para ver a próxima luta. Ela fez-nos ver a sua próxima entrevista. Talvez Ronda Rousey tenha feito de todos umas marionetas nas suas mãos.

Seja como for, ela é heel e a sua má reputação é ouro.

Original de L. Randall com tradução de Wolve
Com tecnologia do Blogger.