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Thoughts on MMA #29: UFC 135: Jones vs. Rampage


Realizou-se no passado fim-de-semana mais um evento da UFC, desta feita o UFC 135: Jones vs. Rampage, onde o título Light Heavyweight foi posto em jogo pelo campeão Jon Jones contra o Quinton “Rampage” Jackson. Hoje vou, então, falar deste evento, destacando, como habitualmente faço, os três combates que mais interessado estava em ver.....


Começo por falar do combate entre o Nate Diaz e o Takanori Gomi. O primeiro foi o vencedor da quinta temporada do The Ultimate Fighter, onde já chegou com algum “palmares”, principalmente, na WEC. E desde que venceu o TUF tem estado na UFC, onde vai alternando, com alguma irregularidade, entre vitórias e derrotas, sendo que com duas derrotas nos dois últimos combates e com um recorde pessoal de treze vitórias e sete derrotas, ele pretendia, claramente, reencontrar aqui o rumo das vitórias.

Já o Takanori Gomi fazia aqui o seu quarto combate na empresa, sendo que nos três anteriores apenas regista uma vitória. Com um vasto palmares na PRIDE e com um impressionante recorde pessoal de trinta e duas vitórias, sete derrotas e um No Contest, o japonês pretendia conquistar aqui uma vitória e ganhar mais algum ímpeto na empresa. Mas a verdade é que não teve muita sorte, pois Nate Diaz foi claramente superior. Sempre por cima e sempre a colocar o adversário em má posição, o Diaz foi controlando o combate como quis. O Gomi ainda ia respondendo, com um ou outro bom golpe, mas sem grande eficácia, sendo que quando o combate foi para o chão, foi uma questão de tempo até o Nate Diaz “arrancar” uma submissão e alcançar a vitória, ainda no primeiro round.

Um combate sem grande história, é certo, mas que trouxe um Nate Diaz que, mais uma vez, mostrou toda a sua qualidade, vencendo um bom adversário, mas penso que ele tem que manter alguma consistência nos combates e, principalmente, nas vitórias, se ainda sonha com voos mais altos na empresa. Qualidade e potencial ele tem, mas tem que demonstrar a cada combate que faz que merece ir para “voos mais altos”.


Destaco depois o embate entre o Matt Hughes e o Josh Koscheck. O primeiro é, claramente, daqueles lutadores que dispensam apresentações. Membro do Hall of Fame da UFC, campeão Welterweight duas vezes e com um recorde pessoal de quarenta e seis vitórias e oito derrotas, o Matt Hughes fez o seu primeiro combate na UFC à cerca de doze anos e é claramente uma das lendas vivas da empresa e do mundo MMA. Claro que já não é o mesmo Hughes que foi no passado, nem pode ser, até perdeu no seu último combate para o BJ Penn em vinte e um segundos, mas continua a ser um grande marco do desporto e um dos nomes que os fãs querem sempre ver lutar.

Quanto ao Koscheck, é um dos “indesejados” junto dos fãs, esteve na primeira temporada do The Ultimate Fighter e conta com um registo pessoal de quinze vitórias e cinco derrotas. Este era um combate que ele à muito vinha pedindo, foi preciso o Diego Sanchez lesionar-se para o combate acontecer, mas agora que ele tinha ali o adversário que sempre quis, certamente, que não ia querer perder a oportunidade de sair daqui com uma vitória, mesmo que tenha estado sem combater bastante tempo depois da derrota contra o Georges St-Pierre pelo título Welterweight, combate de onde saiu muito mal tratado. Mas a verdade é que ele se apresentou em excelente condição, concentrado no objectivo e fez o que tinha a fazer.

O combate ficou decidido no primeiro round, mas tem que se dizer que foi um excelente round, muito bem disputado de parte a parte. Os dois partiram para a ofensiva e desferiram vários golpes sobre o adversário, ainda que sempre me parecesse que o Josh Koscheck fosse tendo alguma vantagem. E ele acabou por confirmar isso mesmo quando foi acertando murro atrás de murro no Matt Hughes e este foi cedendo, cedendo, até ir ao chão e ai o Koscheck acabou com o combate e venceu a um segundo do round acabar com um impressionante KO.

Sem dúvida uma grande prestação do Josh Koscheck que, finalmente, teve o combate que tanto desejava e venceu com uma excelente prestação e agora veremos o que se segue, ainda que o Dana White tenha dito que ele não voltava a lutar pelo título, se não estou em erro, mas nunca se sabe, ainda que haja, para já, muita gente “na fila” para ter a sua oportunidade e confesso que não o estou a ver voltar a lutar pelo título num futuro próximo, mas, certamente, que estará, para breve, envolvido num excelente combate. Quanto ao Matt Hughes, há quem diga que se retira, há quem diga que volta para combater, aconteça o que acontecer será sempre uma lenda e se tiver mais um ou outro combate certamente que virá melhor preparado e terá um grande prestação e tentará, a toda o custo, reencontrar o rumo das vitórias.


E, por fim, o grande Main Event da noite, onde, frente a frente, estiveram o Jon “Bones” Jones e o Quinton “Rampage” Jackson, com o título Light Heavyweight em jogo. Começando pelo campeão, o Jon Jones é, claramente, uma das grandes estrelas do momento. Dizem que ele é o futuro, mas ele já provou, claramente, que também é o presente, tendo provado isso mesmo quando ganhou o título contra o Shogun, num combate incrível por parte do actual campeão. Com treze vitórias e apenas uma derrota no seu registo, é visível a evolução do Jones ao longo do tempo que tem vindo a lutar na UFC e a sua enorme qualidade levou-o à conquista do título da divisão, tendo agora aqui a sua primeira defesa contra um adversário de respeito.

Como já devem ter percebido, pelo que fui escrevendo em crónicas passadas, não sou grande fã do Rampage, mas ele é, de facto, um dos grandes nomes do MMA, sendo que já não vai atingindo o nível que atingiu em certas alturas no passado, mas continua a ser sempre um grande adversário seja contra quem for. Com um registo pessoal de trinta e duas vitórias e oito derrotas, o Rampage chegava aqui com bastante ímpeto depois de duas importantes vitórias que o colocaram na rota do título, ainda que a vitória contra o Lyoto Machida seja sempre muito discutível, para não dizer outra coisa. Antiga estrela da PRIDE e antigo campeão da divisão, o Rampage procurava aqui voltar a conquistar o título, mas, pelo menos para mim, o Jon Jones era, claramente, favorito e confirmou esse favoritismo. Indo ao combate, o primeiro round foi controlado pelo campeão, ainda que tenha havido pouca acção e ele não tenha estado tão agressivo e tão certeiro como é habitual.

O que já não aconteceu no segundo round, onde ele esteve bem melhor e acertou vários golpes no adversário, sendo que bem no final do round partiu para a submissão (de uma forma incrível), mas o round chegou ao fim e ele não conseguiu acabar, logo ali, com o combate. No terceiro round, o domínio do campeão continuou, o Rampage ia tentando dar o “ar da sua graça”, mas sem grande sucesso e sem conseguir superar a força e o ascendente do adversário. O combate parecia caminhar para as decisões, mas o Jon Jones não terá querido esperar tanto tempo e percebendo que estava, claramente, em vantagem sobre o adversário, foi para cima dele, colocou as coisas a seu favor, levou o combate para o chão, aplicou a submissão e venceu o combate, mantendo, assim, o título.

Penso que foi um excelente combate, não sei se seria de esperar mais do Rampage, mas a verdade é que o Jones não lhe deu grandes hipóteses e controlou sempre o combate a seu belo prazer e foi, claramente, superior e mereceu sair daqui com a vitória e com o título. Acho que a certa altura ele tentou ser um pouco “Anderson Silva”, o que se calhar era escusado, mas provou, mais uma vez ser um grande lutador e, certamente, que vai dar grandes alegrias (e combates) aos fãs e prova, a cada combate que passa, que já é um dos melhores lutadores da actualidade. O senhor que se segue é o Rashad Evans e está ai mais um grande combate em perspectiva e, certamente, que as nossas expectativas não serão defraudadas.

E para terminar, destacar, como é habitual, os bónus da noite, onde o Fight of the Night foi, e muito bem, entregue ao combate entre o Jon Jones e o Quinton “Rampage” Jackson que foi, de facto, um excelente combate.

Já o Knockout da noite tinha mesmo que ir para o Josh Koscheck, que assim venceu o Matt Hughes. E a submissão da noite penso que também foi, também ela, muito bem entregue ao Nate Diaz, na vitória sobre o Takanori Gomi.

Não tenho muito mais a acrescentar, penso que no geral tivemos um bom evento, com bons combates e bons momentos, espero que tenham visto e que tenham gostado, ficando eu à espera das vossas opiniões, e espero que também tenham gostado da crónica e que digam o que acharam sobre ela.

Quanto a mim, estarei de volta já para a semana, se nada fora do normal acontecer, para trazer a análise do UFC Live: Cruz vs. Johnson que vai para o ar no próximo fim-de-semana.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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