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Thoughts on MMA #26: UFC 134: Silva vs. Okami


Estou de volta para falar de MMA, desta feita do UFC 134: Silva vs. Okami, que teve lugar no passado fim-de-semana e que marcou o regresso da UFC ao Brasil. Do evento vou destacar, como habitualmente, os três combates que mais interessado estava em ver....


Começo pelo embate entre o Brendan Schaub e o Antônio Rodrigo Nogueira. O primeiro foi finalista vencido da décima temporada do The Ultimate Fighter (onde perdeu, na final, para o Roy Nelson), mas ainda assim permaneceu na UFC, onde realizou quatro combates, obtendo quatro vitórias, algumas delas contra nomes de respeito. Com tudo isto, ele chegava a este combate muito bem lançado e com um recorde pessoal de oito vitórias e uma derrota, indo aqui à procura de uma nova vitória e de vencer mais um dos nomes conceituados da empresa.

É que o Antônio Rodrigo Nogueira é daqueles lutadores que dispensa apresentações, tendo sido uma das estrelas da PRIDE, continuando a sê-lo, também, na UFC (onde chegou a ser campeão interino da categoria Heavyweight), chegando a este combate com um impressionante recorde de trinta e duas vitórias, seis derrotas, um empate e um No Contests. Sendo que à mais de um ano que não o víamos combater, pois ele esteve este tempo todo a recuperar de uma lesão e fazia aqui o seu regresso, querendo fazê-lo da melhor maneira possível, ou seja, com uma vitória. Indo ao combate, este começou a grande velocidade, com os dois lutadores a distribuírem vários golpes sobre o adversário, sendo que o Antônio Rodrigo Nogueira tentava sempre levar o combate para o chão, enquanto o Brendan Schaub fazia de tudo para o manter em pé, para tentar tirar vantagem disso.

O que acabou por não acontecer, pois o Minotauro esteve muito bem, aguentou sempre as investidas do adversário e até quando parecia que o Schaub estava a ganhar alguma vantagem, ele contra-atacou em grande nível e com uma boa troca de murros derrubou o adversário, colocando-o KO e vencendo, assim, o combate. Sem dúvida uma grande exibição do Minotauro Nogueira, que se mostrou a grande nível, contrariando todos os azares e problemas que teve nos últimos tempos, respondendo a tudo isso com uma grande vitória, frente ao seu público, e penso que assim se vai deixar de falar da sua “reforma” nos próximos tempos. Quanto ao Brendan Schaub, certamente, voltará a ter as suas oportunidades, pois tinha vindo a vencer alguns lutadores de renome na empresa e no MMA, por isso, penso que esta derrota não trará nada de mal para ele e, certamente, que ele terá nova oportunidade de mostrar todo o talento num futuro próximo.


Destaco depois o combate entre o Maurício “Shogun” Rua e o Forrest Griffin. Estes são, sem dúvida, dois lutadores que dispensam grandes apresentações, sendo daqueles lutadores que todos conhecem e que deixaram a sua marca no mundo MMA. Começando pelo Shogun, também ele foi uma das grandes estrelas da PRIDE, sendo agora uma das estrelas da UFC. Foi campeão da categoria Light Heavyweight até à bem pouco tempo, tendo perdido o título para o Jon Jones, sendo que depois de ter sofrido essa derrota, ele esperava ter aqui uma vitória para assim, quem sabe, lançar-se na busca de uma nova oportunidade pelo título da categoria Light Heavyweight.

Com um recorde pessoal de dezanove vitórias e cinco derrotas, ele procurava levar de vencida o lutador que lhe deu as “boas-vindas” à UFC e que o acabou mesmo por o levar de vencida, num combate impressionante por parte do Forrest Griffin. Forrest Griffin esse que será um dos mais “famosos”, digamos assim, lutadores do mundo depois da sua vitória na primeira temporada do The Ultimate Fighter, onde na final levou de vencida o Stephan Bonnar, naquele que foi considerado (por altura do UFC 100) o melhor combate da história da empresa, e à que se dizer que, de facto, foi um grande combate e confesso que terei ficado fã de MMA e da UFC a partir do momento que vi esse combate, combate esse que aconselho todos a verem.

A partir daí, o Griffin entrou na UFC, realizou vários combates, obteve várias e impressionantes vitórias e foi, mesmo, campeão Light Heavyweight (tendo levado de vencida o Rampage Jackson, numa prestação e numa vitória impressionantes). Chegando aqui com uma recorde pessoal de dezoito vitórias e seis derrotas, o Forrest Griffin procurava dar seguimento às duas vitórias consecutivas que trazia para este combate, vitórias essas onde levou de vencida o Tito Ortiz e o Rich Franklin. Sem dúvida, que tínhamos aqui todos os dados lançados para termos um grande combate, mas as coisas não acabaram por ser bem assim, pois o combate acabou por não ter muita história.

Os dois lutadores entraram muito na expectativa, não arriscando muito, ainda que aqui e ali fossem acertando com um ou outro golpe no adversário. As coisas só aqueceram quando o Shogun, um pouco do nada e sem ninguém contar, acertou em cheio com um soco no adversário, o que fez o Griffin ir ao chão e ai o Shogun não “perdoou” e “acabou” com adversário, vencendo, assim, o combate por KO. Sem dúvida uma grande vitória para o Maurício “Shogun” Rua, que assim, quem sabe, possa volta a ter, num futuro próximo, uma oportunidade pelo titulo Light Heavyweight, ainda que, nesta altura, estejam alguns outros lutadores na “fila” para terem, também eles, a sua oportunidade. Quanto ao Forrest Griffin acabou aqui por sofrer uma derrota que não me parece que venha a ter grandes consequências. Acho que era uma derrota que poderia ser algo esperada, ainda que achasse que ele poderia voltar a dar aqui um “arzinho” da sua graça, mas acabou por não ser feliz neste rematch, mas certamente que não tardará a volta e em força.


E, por fim, o grande Main Event da noite, onde, frente a frente, estiveram o campeão Middleweight Anderson Silva e o Yushin Okami. O primeiro é, talvez, a grande estrela do momento no mundo MMA e é considerado, por muito boa gente, o melhor lutador da actualidade (confesso que não tenho uma opinião muito definida sobre isto, até porque, entre outros lutadores, temos sempre que ter em consideração o GSP quando fazemos comparações destas). Seja ou não seja o melhor do mundo, o que é certo é que o Anderson Silva é um grande lutador, na UFC só sabe ganhar, ao segundo combate ganhou logo o título Middleweight e nunca mais o perdeu, tendo o recorde de defesas de título bem sucedidas.

Com um recorde pessoal de trinta vitórias e quatro derrotas (só com vitórias na UFC como referi), o mais curioso é que a última derrota que ele sofreu foi às mãos, precisamente, do Yushin Okami, ainda que tenha sido à uns cinco anos atrás e resultante de uma desqualificação do Anderson Silva. O que é certo é que foi mesmo o Yushin Okami o último (e um dos poucos) a levar de vencida o Silva, sendo ele um bom lutador, oriundo do Japão, que chegava aqui com três vitórias consecutivas e com um recorde pessoal de vinte e seis vitórias e cinco derrotas. Ele encontra-se na UFC desde 2006, onde realizou doze combates, tendo vencido por dez vezes e tendo levado de vencida alguns nomes de renome na empresa.

Ou seja, estava tudo lançado para termos aqui um bom combate, muito bem disputado e com o Anderson Silva a ter o “peso” de “vingar” a derrota que havia sofrido frente ao Okami. No que ao combate em si diz respeito, à que dizer que este foi dominado, do primeiro ao último segundo, pelo campeão Anderson Silva. Mas à que dizer que o primeiro round não foi nada de especial. O Okami pouco ou nada arriscou, talvez com medo de cometer algum erro que o fizesse perder logo no round inaugural. E o Silva fez o seu “tradicional bailado” (não sei se aquilo terá um nome específico) e poucos ou nenhuns danos causou no adversário. O segundo round foi diferente, o Anderson Silva deve ter pensado que “já chegava de brincadeira” e foi para cima do Yushin Okami, sendo mais ofensivo e mais incisivo nos seus ataques, derrubando mesmo o adversário a certa altura, ainda que tenha “permitido” que ele se recompusesse.

Ainda assim, manteve o mesmo ritmo e, como se esperava, não tardou a voltar a derrubar o Okami e aqui não houve hesitações, partiu em definitivo para cima dele e foi soco atrás de soco, até o árbitro parar o combate e o campeão vencer por TKO. Penso que no geral era de esperar um pouco mais deste combate, principalmente, do Okami, que pouco ou nada fez para sair do Brasil com o título de campeão. Já o Anderson Silva esteve ao seu nível, desta vez não teve problemas em acabar com o combate quando teve oportunidade para isso e venceu mais uma vez na UFC, teve mais uma defesa de título bem sucedida e continua a bater todos os recordes. A pergunta que se coloca é: o que virá a seguir? Não sei responder, mas o campeão parece pronto para vencer tudo e todos, sempre em grande estilo...

De resto destacar, como sempre, os bónus da noite, onde o Fight of the Night foi, e muito bem, entregue ao combate entre o Ross Pearson e o Edson Barboza, que, de facto, foi um excelente combate.

Já o Knockout da noite foi, também ele, muito bem entregue ao Antônio Rodrigo Nogueira, que assim venceu o Brendan Schaub. E quanto ao bónus para a submissão da noite não pode ser atribuído pois nenhum combate terminou dessa forma.

No geral, penso que foi um excelente evento, tivemos bons momentos, bons combates e o card era muito bom, por isso, acho que não saímos desiludidos e penso que tivemos um regresso em grande da UFC ao Brasil, lugar onde, certamente, a empresa não tardará em voltar, pois é um mercado apetecível, com muito ainda por explorar. E o público acabou por estar fantástico, o que também “ajudou à festa”.

Bem, não tenho muito mais a dizer, espero que tenham visto e que tenham gostado do evento e que também tenham gostado da crónica e que deixem os vossos comentários sobre ambos os assuntos.

Quanto a mim, estarei de volta logo, em princípio, após o UFC Live: Shields vs. Ellenberger, que vai para o ar, se não estou em erro, no dia dezassete de Setembro.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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