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Thoughts on MMA #18: UFC 129: St-Pierre vs. Shields


Depois de algum tempo de ausência, devido à falta de eventos com relevância para eu comentar, estou de voltar para falar de MMA, mais precisamente de UFC e do seu último evento o UFC 129: St-Pierre vs. Shields, do qual vou, como habitualmente, destacar três combates....


Começo pelo combate entre o Randy Couture e o Lyoto Machida, dois grandes lutadores que prometiam aqui um grande combate. O Randy Couture é uma das lendas vivas da modalidade e está, claramente, na fase final da sua carreira, mas não é por isso que nos deixa de proporcionar bons combates. Ainda assim, já não é o Couture que foi em tempos, o que se percebe, e já não luta pelos objectivos que lutava à uns anos atrás. Ainda assim tem dado muito bem conta de si e chegou a este combate com um record pessoal de 19-10, tendo ganho os últimos três combates em que participou.

Já o Lyoto Machida é um lutador de uma geração diferente, mas também com muita qualidade, tendo sido campeão da divisão Light Heavyweight durante muito tempo, tendo conseguido um recodr de dezasseis vitórias e nenhuma derrota até a altura em que perdeu o título para o Shogun. Depois disso sofreu uma derrota contra o Rampage, numa decisão muito contestada, e agora procurava aqui regressar às vitórias, para, quem sabe, se relançar na luta pelo título, que deve ser o seu principal objectivo.

Indo ao combate, este começou muito táctico de parte a parte e sem grandes investidas, tendo sido o Couture o primeiro a investir sobre o adversário, que foi respondendo a bom nível. Houveram várias investidas de parte a parte, com ataques e contra-ataques dos dois lados e com os dois a proporcionarem um combate muito equilibrado. Um primeiro round bem disputado, que apesar de não ter tido grande intensidade, acabou por se destacar pelo equilíbrio.

Já o segundo round, começou com um Machida mais ofensivo e mais atacante, que acabou por chegar à vitória com pouco mais de um minuto decorrido no round, com um pontapé incrível no Couture que ficou KO. Um grande KO, sem dúvida, que garantiu uma grande vitória ao Lyoto Machida que assim, quem sabe, poderá voltar a ter uma oportunidade pelo título Light Heavyweight e que provou ao Anderson Silva que não é só ele a saber fazer coisas destas. Já o Randy Couture, como já se falava antes do evento, anunciou, no final do combate, que este era o seu último combate e que ia pendurar as luvas.

Eu acho que isto ia acontecer mesmo que ele tivesse ganho, pois é um lutador com mais de quarenta anos e já algum tempo que se falava da sua possível “reforma”, o que é uma pena, pois ele é e sempre será um dos melhores lutadores de sempre do mundo MMA. Como acompanho o MMA à pouco tempo não vi todos os seus combates, mas pelos que vi tenho que lhe fazer uma vénia e dizer que é por causa de lutadores como ele que comecei a interessar-me por este mundo. Veremos se ele terá algum cargo ou alguma função dentro da UFC no futuro, o que me parece que seria algo que deveria acontecer.


Destaco depois o embate, pelo título Featherweight, entre o campeão José Aldo e o Mark Hominick. Os dois são provenientes da WEC, sendo que o Aldo tem uma sequência incrível de vitórias, tendo um total de dezoito vitórias e apenas uma derrota, que data do ano de 2005. Por seu lado, o Mark Hominick chegava a este combate com um record de 20-8, tendo vencido os seus últimos cinco combates.

Para o campeão era a estreia na UFC, enquanto que para o Hominick já era o seu segundo combate na empresa. No que ao combate diz respeito, penso que não vale a pena estar a destacar round a round, pois sendo um combate pelo título foram cinco. Penso que foi o campeão quem entrou melhor, mas o Mark Hominick conseguiu, depressa, equilibrar as coisas e acho que chegou a assustar os fãs que estavam a contar com uma vitória clara e dominadora do José Aldo. Aliás basta ver a pontuação atribuída pelos juizes para perceber que o Aldo não dominou por completo, como seria de esperar, nem venceu por TKO como quase toda a gente afirmava ao longo das últimas semanas.

Mas a verdade é que se a certa altura o campeão pareceu ir-se a abaixo, mas também é verdade que conseguiu recuperar e basta ver como ficou a cara do adversário para perceber isso mesmo, pois os médicos quase que pararam o combate tal foi o estado em que ficou a cara do Mark Hominick. Mas este quis continuar e quanto a mim muito bem, pois conseguiu um último round muito bom que acabou por não chegar, pois o Aldo saiu do combate ainda como campeão e com uma vitória por Decisão Unânime.

Penso que foi um excelente combate, muito bem disputado e, não quero ser injusto, até porque não acompanhei todos os combates do Aldo antes deste, mas a verdade é que me parece que se esperava um pouco mais do campeão, mas acabou por estar bem e talvez a estreia na UFC tenha pesado um pouco, mas acho que o combate foi bom, acabando mesmo por ser o melhor da noite, e certamente o José Aldo estará um pouco melhor no seu próximo combate.


E, por fim, o grande Main Event da noite que foi, sem dúvida, a principal razão para se terem batidos todos os recordes de assistência ao vivo num evento da UFC. De um lado Georges St-Pierre, do outro Jake Shields e em jogo o título da divisão Welterweight. O campeão GSP dispensa grandes apresentação. É um lutador como não há igual, sendo considerado por muitos o melhor lutador do mundo, sendo que já é campeão há muito, muito tempo e no seu record pessoal regista apenas duas derrotas contra as vinte e uma vitórias.

Já o Jake Shields fazia aqui o seu segundo combate na empresa, mas tem um passado, principalmente, na Strikeforce onde provou toda a sua qualidade e de onde saiu como campeão, pois nunca chegou a perder o título. Sou fã destes dois lutadores e ansiava por este embate, pois estava certo que íamos ter aqui um excelente combate. E o combate em si foi, para mim, o que se esperava e não sei porque é que muito boa gente ficou surpreendida, principalmente, com a estratégia do GSP.

Ele fez o que faz sempre: controla o combate e vai causando danos suficientes no adversário para conseguir vencer os rounds. Eu acho que ele desde que perdeu aquele combate com o Matt Serra, sem perceber muito bem como, passou sempre a usar esta estratégia e a verdade é que nunca mais perdeu depois disso. Aliás se virmos este combate e o combate que o campeão teve contra o Josh Koscheck, não encontrámos grandes diferenças.

Quanto ao Jake Shields, ai sim, acho que se esperava um pouco mais dele, mas o GSP é um grande atleta e não dá grandes hipóteses, sendo que o Shields em alguns momentos fez a sua parte, mas no global não conseguiu ultrapassar a força e a estratégia do GSP. O combate não foi excelente, mas acabou por ser bom e entretido e só não percebo porque é que depois do Georges St-Pierre ter sido declarado vencedor, por Decisão Unânime (e com toda a justiça), o público começou a assobiar, principalmente, tendo em conta que eram conterrâneos dele.

Estavam à espera de quê? Que só por ele lutar em casa e ainda por cima talvez contra o adversário mais forte dos últimos tempos ia mudar a estratégia? Não tinha muita lógica, pois não meus senhores? Quanto ao futuro não sei, mas já se fala, e à muito tempo, de um Anderson Silva vs. Georges St-Pierre, mas não sei, talvez o Shields tenha mais uma oportunidade de lutar pelo título. A ver vamos...

De resto só destacar, como habitual, os bónus da noite, onde o combate entre o José Aldo e o Mark Hominick foi distinguido, e muito bem, como a Fight of the Night.

Por seu lado, o Knockout of the Night só podia mesmo ir para o Lyoto Machida, assim como a Submission of the Night que foi, quanto mim, muito bem atribuída ao Pablo Garza.

Bem, não tenho muito mais a acrescentar. Acho que tivemos aqui um excelente evento, com bons momentos e bons combates, espero que tenham visto e tenham gostado e digam de vossa justiça nos comentários, sendo que também espero que tenham gostado desta minha crónica.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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