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Thoughts on MMA #10: TUF 12 Finale

Realizou-se no passado fim-de-semana o The Ultimate Fighter 12 Finale e hoje vou analisar o evento, debruçando-me, como é habitual, sobre os três combates que mais interessado estava em ver do card do evento.

Começo pelo combate entre o Demian Maia e o Kendall Grove. O primeiro é um bom lutador brasileiro que já à alguns anos chegou à UFC, tendo chegado invicto à empresa, mantendo-se assim nos primeiros cinco combates que realizou. Depois da derrota voltou às vitórias num combate que lhe garantiu a luta pelo título Middleweight, onde perdeu com o campeão Anderson Silva. Já o Kendall Grove chegou à UFC através da terceira temporada do The Ultimate Fighter da qual saiu vencedor.

Mas a verdade é que apesar de ele ter mostrado alguma qualidade no TUF, na minha perspectiva, ele nunca conseguiu confirmar essa mesma qualidade na UFC, estando sempre muito irregular entre a vitória e a derrota. Com tudo isto, estava aqui a apostar numa vitória do Demian Maia, mas sabia que o Grove ia dar luta e podia também vencer. O combate começou equilibrado, com investidas de parte a parte, mas pareceu-me que era o Maia quem ia criando mais danos do adversário e quem ia tendo uma maior supremacia, controlando melhor o combate, principalmente, quando este ia para o chão. Mas a verdade é que o Kendall Grove lá se ia aguentado e defendeu-se bem, mesmo nas situações mais delicadas. O segundo round começou com os dois mais na expectativa, mas o Maia voltou a estar melhor quando levou o combate para o chão e ai ganhou maior ascendente sobre o adversário.

O terceiro round foi renhido e bem disputado, principalmente, digo eu, porque o Maia não conseguiu levar o combate para o chão, sendo que o Kendall aproveitou para infringir alguns danos no adversário, que se soube defender e contra-atacar, controlando o round e conseguindo no final do combate uma justa vitória por Decisão Unânime. Sem dúvida, uma boa vitória do Demian Maia que pode, ou não (talvez não), ganhar aqui um novo fôlego para outros voos e quanto ao Kendall Grove continua a provar aquilo de que falei acima: muita irregularidade entre as vitórias e as derrotas, parecendo que não há muito que se possa fazer e dá-me ideia que esta regularidade será sempre algo que o vai acompanhar.


Depois destaco o combate que era o co-Main Event da noite, onde Stephan Bonnar e Igor Pokrajac mediam forças. O primeiro é um dos lutadores mais conhecidos da UFC, tendo sido o finalista vencido da primeira temporada do The Ultimate Fighter, onde protagonizou (com o Forrest Griffin) um dos que considero ser um dos grandes combates de sempre que já vi. A partir daí teve bons combates e bons momentos na empresa, apesar de, se calhar, ter prometido mais do que, de facto, cumpriu. Ainda assim, e não tendo um registo muito constante, teve sempre boas prestações e consegue fazer bons combates.

Já o Igor Pokrajac apesar do seu longo recorde, vinha apenas para este combate com três combates realizados na UFC, tendo perdido os dois primeiros e ganho o último, tudo com adversários sem grande nome. Indo ao combate, penso que os dois entraram a todo o gás, mas o Bonnar tratou logo de pôr ordem na casa e com um takedown levou o combate para o chão e ai foi ele quem controlou, procurando, sobretudo, a submissão e não deixando margem para a resposta do adversário. No segundo round, o Pokrajac entrou melhor e tentou alterar o rumo das coisas, mas o Bonnar respondeu à altura e com umas valentes joelhadas voltou a ter ascendente e com um novo takedown voltou a estar melhor e a controlar, só perdendo algum desse controlo quando levou uma joelhada (ilegal, diga-se) que o deixou algo mal tratado na região do sobrolho, sendo que com esta joelhada o Igor Pokrajac acabou por ser penalizado, tendo-lhe sido retirado um ponto por parte do árbitro.

Quanto ao terceiro round, foi dominado pelo Stephan Bonnar que no chão não deu a mínima hipótese ao adversário, que acabou por se aguentar até ao fim do round, sendo que mesmo no fim também o Bonnar acabou por ser penalizado com menos um ponto por ter atingido o adversário na nuca. Com tudo isto, o combate chegou ao fim e a vitória acabou por sorrir, como era de esperar, ao Stephan Bonnar, por Decisão Unânime. Uma excelente vitória do Bonnar que tentou sempre acabar o combate, e isso é de louvar. Quanto ao futuro, acho que o vamos continuar a ver nestes eventos ao “secundários” (se é que lhe podemos chamar isso) e a enfrentar adversários sem grande nome, mas certamente a continuar a proporcionar bons combates e a conquistar boas vitórias.


E, por fim, a grande atracção da noite: a grande final da temporada do The Ultimate Fighter onde Jonathan Brookins e Michael Johnson discutiam a vitória. Os dois eram membros da equipa do GSP e talvez terão sido mesmo os dois que mais se destacaram ao longo da temporada, por isso, mereciam aqui estar. Durante a temporada sempre fui mais fã do Brookins do que do Johnson, por isso, devo confessar que estava a torcer pelo primeiro que sempre em pareceu melhor lutador. Mas indo ao combate, a verdade é que o primeiro round foi dominado pelo Michael Johnson que acertou (e bem) o adversário com vários socos, deixando-o numa posição delicada, ainda que o Brookins tenha sabido aguentar-se.

Tudo isto depois de começo de round equilibrado e com investidas de parte a parte, mas que o Johnson não tardou em começar a dominar. Já o segundo round foi, totalmente, dominado pelo Jonathan Brookins que com um takedown nos primeiros segundos ganhou vantagem sobre o adversário e mesmo quando este conseguiu responder, ele voltou a contra-atacar com um novo takedown que lhe permitiu dominar todo o round. O último round começou com investidas de parte a parte, mas o Brookins voltou a conseguir levar o combate para o chão e a ficar por cima, tendo voltado a repetir o takedown quando o adversário se conseguiu pôr de pé e a partir daí não houve nada a fazer por parte do Michael Johnson. Com a decisão do combate a ir para as mãos dos juizes não havia grande volta a dar e a vitória só podia mesmo ser atribuída ao Jonathan Brookins, que assim venceu por Decisão Unânime.

Uma vitória muito merecida e muito bem conquistada que lhe permite entrar na UFC e prevejo que, com a qualidade que ele demonstrou, ele nos vai proporcionar bons combates no futuro e a sua qualidade ficou provada neste combate, pois nem todos conseguem uma vitória depois de serem totalmente dominados no primeiro round como ele foi. Quanto ao Michael Johnson parece-me que também vai ter a oportunidade de subir aos palcos da UFC, merecidamente, pois como referi estes foram, para mim, os dois melhores lutadores da temporada e proporcionaram-nos aqui um excelente combate.


De resto, destacar os bónus da noite, onde a distinção de Fight of the Night foi muito bem atribuída ao combate entre o Leonard Garcia e o Nam Phan, do qual o primeiro saiu vencedor, mas com uma decisão muito duvidosa, sendo que depois a UFC fez o que faz sempre nestes casos: atribuiu este bónus nestas decisões polémicas para dar ideia que o combate foi muito equilibrado e que a vitória podia ter caído para qualquer um dos lados, tentando provar, assim, a dificuldade de julgar por parte dos juizes.

Já o Knockout of the Night também foi muito bem atribuído ao Pablo Garza, que assim venceu o Fredson Paixão em apenas cinquenta e um segundos. A submissão da noite tinha mesmo que ser atribuída ao Cody McKenzie, já com a sua tradicional guillotine choke.

No geral, penso que podemos dizer que tivemos um bom evento, espero que tenham gostado dele e da crónica também e que deixem a vossa opinião sobre ambos os assuntos.

Bem, não tenho muito mais a dizer, estarei de volta com uma nova crónica depois do UFC 124: St-Pierre vs. Koscheck 2.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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