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Thoughts on MMA #09: Rampage vs. Machida


Como prometido na semana passada, estou de volta para falar de UFC, desta feita do evento que se realizou no passado fim-de-semana em Auburn Hills, Michigan, o UFC 123: Rampage vs. Machida, de onde vou destacar, como habitualmente, os três combates que mais curiosidade tinha em ver.

Começo pelo combate entre o George Sotiropoulos e o Joe Lauzon, sem dúvida dois excelentes lutadores que prometiam aqui um excelente combate. O primeiro, esteve na sexta temporada do The Ultimate Fighter e chegava a este combate com apenas duas derrotas (ambas fora da UFC) e com treze vitórias, seis na empresa. Já o Joe Lauzon esteve presente na quinta temporada do TUF e tinha tido até este evento oito combates na UFC tendo apenas perdido dois, um deles com o Kenny Florian, e mesmo não tendo vencido grandes nomes da empresa, teve sempre bons combates, tendo ganho, quase na totalidade deles, um dos bónus da noite que são sempre atribuídos no final dos eventos.

Como disse, estava tudo lançado para termos um bom combate e, de facto, foi o que aqui tivemos, não sendo de estranhar que está tenha sido considerada a Fight of the Night. O primeiro round começou com várias investidas de parte a parte, investidas que, claramente, iam causando danos no adversário e apesar de ter sido um inicio equilibrado parece-me que por esta altura era o Joe Lauzon que estava melhor, defendendo-se bem das tentativas de takedown do George Sotiropoulos e estando quase sempre por cima e em melhor posição.

O segundo round começou equilibrado, e com menos fulgor que o primeiro, mas depressa se percebeu que o Sotiropoulos estava melhor fisicamente do que o Lauzon, dominando-o por completo quando o levou ao tapete, acabando por alcançar a vitória por submissão. Sem dúvida um grande combate, entre dois excelentes lutadores, onde me parece que o factor físico foi determinante, pois o Lauzon parece ter esgotado todas as suas energias no primeiro round. Como disse, dois grandes lutadores, que certamente nos continuarão a proporcionar grandes combates no futuro.


Destaco depois o co-Main Event da noite, onde dois dos lutadores mais conhecidos por todo mundo se enfrentava. De um lado, Matt Hughes que nesta fase da sua carreira quer é combater e divertisse, não estando muito interessa em progredir para este ou para aquele lado ou em ter oportunidades para isto ou aqui, e do outro lado o B.J. Penn, claramente, interessado em voltar à rota do título Lightweight, depois de o ter perdido para o Frankie Edgar e de, no combate seguinte, não o ter recuperado quando teve a sua desforra.

São dois lutadores que dispensam grandes apresentações e, à partida, só poderíamos esperar um grande combate vindo destes dois. Mas a verdade é que o B.J. Penn não esteve com cerimónias e foi chegar, ver e vencer com aquele KO que deixou tudo de boca aberta. Foi, claramente, um vitória da “raiva” que ele tinha acumulada (basta ver que ele tentou ir embora logo após a vitória, mas os treinadores não deixaram) em relação aqueles que nos últimos tempos se fartaram de o deitar a baixo.

Agora não sei é se esta vitória chegará para o colocar na rota do título, pois apesar de impressionante e surpreendente (e de ter calado alguns detractores), foi uma vitória de vinte e um segundo... veremos o que o futuro lhe reserva. Quanto ao Hughes é pena, pois preparou-se (certamente bastante) para um combate em que só conseguiu estar vinte e um segundos e é normal que ele esteja triste e desmotivado, mas como referi, acho que nesta fase da carreira ele quer é combater, divertisse e, claro, ganhar, por isso, acho que depois de algum descanso ele estará de volta e voltará, certamente, em força.

E, por fim, o grande Main Event da noite, com mais dois “pesos pesados” da empresa e do mundo MMA: Quinton “Rampage” Jackson e Lyoto Machida. Já tive a oportunidade de escrever que não sou grande fã do Rampage e que acho que às vezes ele é mais “garganta” que outra coisa, apesar de saber de tudo aquilo que ele fez na PRIDE e até na UFC quando chegou à empresa. Mas a verdade é que nesta altura da sua carreira ele parece estar concentrado em tudo menos em ganhar combates e em ter boas prestações nesses combates e tinha para mim que uma derrota aqui podia deixá-lo em maus lençóis na empresa.

Quanto ao Machida, ninguém dúvida que é um dos melhores da categoria Light Heavyweight e venceu nomes fortes da categoria e foi um justo campeão, tendo conquistado o título ao Rashad Evans que até então nunca tinha perdido um combate. Aliás, o próprio Machida só foi derrotado no último combate que teve, contra o Maurício “Shogun” Rua, onde também perdeu o título da divisão (tendo sido uma daquelas derrotas que pode acontecer a qualquer um). Na prática, estava tudo lançado para termos um excelente combate, mas tudo ia depender da forma como o Rampage o ia abordar e se ia estar concentrado em dar tudo no Octagon para tentar vencer o Machida.

O combate começou, com os dois muito na expectativa e sem fazerem grandes investidas, a não ser alguns pontapés que o Machida ia acertando no adversário, até que o Rampage decidiu começar a investir, acertando alguns socos no Machida. Um primeiro round onde os dois estiveram muito na expectativa, ainda que víssemos algumas boas investidas de parte a parte. O segundo round foi, também, bastante equilibrado e com várias investidas de parte a parte, sem que, na minha opinião, se pudesse dizer que um ou outro estava, claramente, por cima do adversário. O último round começou como os outros dois e até pensei que ia ser mais do mesmo, mas a certa altura o Machida investiu forte sobre o Rampage, colocando-o em posição delicada, levando-o depois para o chão, com um takedown, estando ai sempre no domínio e vimo-lo tentar vencer por submissão sem sucesso.

Com tudo isto, a decisão teve que ir de encontro à pontuação atribuída pelos juizes e ai a vitória foi atribuída ao Rampage Jackson por Decisão Dividida e por muito que o pessoal na arena tenha adorado esta é uma decisão, no mínimo, polémica ou que, pelo menos, pode ser alvo de contestação. Sendo totalmente imparcial e pondo de lado se gosto mais deste ou daquele (até porque não sou um grande, grande fã do Machida), a verdade é que me pareceu que foi o Machida quem mais fez para merecer a vitória, os juizes não foram dessa opinião e à que respeitar... Com tudo isto, o Rampage ganha um novo fôlego na empresa e o Machida fica mais longe de lutar pelo título, mas julgo que isso, mais cedo ou mais tarde, acabara por acontecer.

Penso que tivemos aqui um bom evento, com bom combates, bons momentos e boas surpresas e, não tendo sido um grande, grande evento, foi um evento agradável de ver e que acabou por trazer bons momentos.

De resto, destacar, como sempre, os bónus da noite, onde, como já referi, a Fight of the Night foi muito bem atribuída ao embate entre o George Sotiropoulos e o Joe Lauzon.

Quanto ao KO da noite só podia, mesmo, ser atribuído ao B.J. Penn e a submissão da noite foi, também ela, muito bem atribuída ao Phil Davis.

Não tenho muito mais a dizer, espero que tenham gostado da crónica e do evento, e eu estarei de volta, em princípio, depois da grande final da presente temporada do The Ultimate Fighter, para analisar o que por lá se passou.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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