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Thoughts on MMA #08: Marquardt vs. Okami


Esta semana estou de volta para falar de MMA, mais precisamente do UFC 122: Marquardt vs. Okami que se realizou no passado fim-de-semana na Alemanha. Sabemos que os cards que vêm à Europa nunca são os melhores, ou pelo menos não estão recheados de nomes sonantes, ainda assim tivemos aqui um bom evento e vou, como sempre, destacar três dos combates realizados.


Começo pelo embate entre o Krzysztof Soszynski e o Goran Reljic. O primeiro é para mim um bom lutador e já havia mostrado isso quando participou no The Ultimate Fighter ainda que não tenha ganho a temporada onde participou. Ainda assim, a UFC manteve-o nos seus quadros e, num total de seis combates, tinha vencido quatro. É certo que não venceu nenhum nome grande, mas teve sempre bons combates e quanto a mim entrava aqui como favorito contra o Goran Reljic, que apesar de ter chegado invicto à UFC e de ter vencido o seu combate de estreia, nunca se conseguiu impor, perdendo os outros dois combates que fez na empresa.

Como referi, ao olhar para este combate pareceu-me que o favoritismo ia para o lado do Krzysztof Soszynski e foi ele que entrou melhor no combate, ainda que o Reljic tenha dado bem conta de si, mas nunca conseguiu estar por cima do adversário, pois mesmo quando conseguiu o takedown acabou por ficar numa posição delicado e caso o round tivesse mais uns segundos não me admirava que o tivemos a sofrer uma submissão. No segundo round, o Reljic entrou melhor e voltou a apostar no takedown, mas mesmo indo ao chão voltou a ser o Soszynski a controlar, fazendo o mesmo quando o árbitro deu ordem para que eles recomeçassem o combate de pé. Ai o combate tornou-se algo enfadonho, mas pareceu-me sempre que era o Soszynski que estava a controlar as operações.

No último round, o Reljic queria, de novo, levar o adversário ao tapete com um takedown, mas este defendeu-se bem e aproveitou a posição delicado em que o croata se meteu para lhe causar danos, que fizeram com que o Soszynski estivesse por cima e ao ataque no resto do round, sendo que o adversário só não ficou KO porque lá se foi conseguindo defender. Com tudo isto, o Soszynski venceu o combate por Decisão Unânime, quanto a mim muito bem, pois foi ele que dominou o combate, que não foi um grande, grande combate, mas foi bem disputado e teve um terceiro round muito agradável de se ver e onde o Soszynski mostrou ser claramente melhor.


Depois destaco o combate entre o Amir Sadollah e o Peter Sobotta. O primeiro é também ele um produto vindo do The Ultimate Fighter, tendo vencido a sétima temporada, e lembro-me, perfeitamente, dessa temporada e de eu ter achado que ele era sem dúvida um dos favoritos a ganhar e quando isso aconteceu pensei que ele tinha tudo para se impor na empresa. Ora isso não aconteceu muito bem assim, pois a sua carreira tem sido de altos e baixos, tendo, à partida para este combate, um saldo de três vitórias e duas derrotas, vitórias essas contra nomes que não são dos melhores e derrotas contra adversários que estavam perfeitamente à sua altura.

Quanto ao Peter Sobotta não o conhecia muito bem, apenas sabia que tinha perdido os dois combates que fez na UFC e a única coisa que me pareceu que o podia beneficiar era mesmo o factor casa, pois ele é Alemão. No que diz respeito ao combate, foi o Amir a entrar melhor, sempre cheio de vontade e na ofensiva, como lhe é característico, mas o Peter Sobotta conseguiu equilibrar bem as coisas e assistimos a um primeiro round muito bem disputado e equilibrado. No segundo round, o Amir esteve melhor que o adversário, que ainda foi tentando responder aqui e ali, mas sem grande sucesso, sendo, sem dúvida, o Amir aquele que mais atacou e que mais danos causou no adversário.

O último round foi parecido com o segundo, com o Amir melhor e a defender-se bem das investidas que o adversário ia fazendo, sendo que me pareceu que por esta altura o Sobotta já se encontrava bastante cansado e foi com alguma naturalidade que vimos o Amir Sadollah vencer o combate por Decisão Unânime. No que ao futuro diz respeito, gostava que o Amir ainda viesse a confirmar aquilo que chegou a prometer, acho que ainda está a tempo disso e quanto ao Peter Sobotta é certo que já conta com três derrotas seguidas (tendo, assim, perdido todos os combates que fez na UFC), mas é um lutador ainda bastante novo e tem tudo para evoluir e conseguir algo melhor para a sua carreira.


E por fim, destaco o Main Event da noite, que era, claramente, o combate que mais sobressaia do card e aquele que eu mais queria ver. Frente a frente estavam Nate Marquardt e Yushin Okami, dois lutadores que à muito estão na UFC e que já deram muitos combates (alguns deles muito bons) aos fãs. O Marquardt chegava a este combate com um recorde de 30-9-2 e o Okami com um recorde de 25-5. Olhando assim à partida estava mais a apostar numa vitória do Nate Marquardt, ainda que soubesse que o Yushin Okami é um adversário forte e que neste combate a vitória poderia sorrir a qualquer um dos dois.

O Nate Marquardt entrou a todo o gás e tentou, por duas ocasiões, submeter o Yushin Okami que, com uma tremenda calma, se conseguiu safar nas duas ocasiões e conseguiu tirar proveito da posição em que se encontrava para ganhar alguma vantagem sobre o adversário. Foi um primeiro round bastante equilibrado e com os dois muito bem, não tendo nenhum dos dois arriscado muito, mas arriscaram o quanto baste. No segundo round, tivemos um inicio um pouco táctico, sem grandes investidas de parte a parte, até que o Marquardt, com um takedown, conseguiu ganhar alguma vantagem sobre o adversário, ainda que não lhe fosse criando grandes danos. E quando o combate voltou a ficar de pé, penso que até foi o Okami a ter alguma supremacia.

No terceiro round, os dois estiveram bastante espectantes, sem fazerem grandes investidas, sendo que foi o Okami quem esteve mais activo nesta fase, com o Nate Marquardt a tentar, também, algumas investidas, mas sem a intensidade das do adversário. Ainda assim ele conseguiu ainda ganhar alguma vantagem com mais um excelente takedown, mas foi “sol de pouca dura”, pois o Okami defendeu-se bem e voltou a colocar o combate de pé, onde voltou a estar melhor. Com tudo isto, teve que se recorrer à pontuação dos juizes, que atribuíram a vitória ao Yushin Okami por Decisão Unânime, o que faz com que ele venha a ter uma oportunidade de lutar pelo título da divisão Middleweight. Quanto ao Nate Marquardt é pena não poder ter também uma oportunidade, pois já à algum tempo que a merece, mas acredito que, mais cedo ou mais tarde, essa oportunidade venha a surgir.

De resto, não tenho muito mais acrescentar a não ser referir os bónus da noite.

Quanto a mim, o Fight of the Night foi muito bem atribuído ao combate entre o Pascal Krauss e o Mark Scanlon. Quanto ao Knockout of the Night também foi muito bem atribuído ao Karlos Vemola, assim como a submissão da noite que foi atribuída ao Dennis Siver.

Por fim, só referir que, devido a doença, o Alessio Sakara não esteve presente no evento e, por isso, o seu combate contra o Jorge Rivera não se realizou. Com isto, o embate entre o Duane Ludwig e o Nick Osipczak foi “arrastado” para o card televisionado.

Bem, não muito mais a dizer, espero que tenham gostado da crónica, do evento e que deixem a vossa opinião sobre ele. E para a semana cá estarei para falar do UFC 123: Rampage vs. Machida que terá lugar no próximo fim-de-semana.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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