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Thoughts on MMA #06: Lesnar vs. Velasquez


Como prometido na semana passada, estou de volta para falar de MMA, mais precisamente do UFC 121: Lesnar vs. Velasquez, evento muito bom, onde o destaque esteve, sobretudo, no combate pelo título da categoria Heavyweight, entre o Brock Lesnar e o Cain Velasquez. Como sempre, destaco os combates que mais interessado estava em ver.


Começo pelo embate entre Tito Ortiz e o Matt Hamill, combate que estava a criar alguma expectativa e onde praticamente toda a gente apostava numa vitória do Ortiz. Devo confessar que nunca fui grande fã do Ortiz, mas não era por isso que tinha quase a certeza que ele ia perder este combate. Não sei porquê, mas o Ortiz nunca me convenceu e não é nesta fase da carreira que o vai fazer. Acho que ele chegou a uma altura da carreira em que já nada acrescenta e é provável que não tarde a terminar a carreira, ou pelo menos a sair da UFC, pelo menos era o que se dizia que podia acontecer se ele viesse a perder este combate, o que acabou por acontecer.

Penso que foi criado um bom hype à volta deste combate, com a história do “professor” contra o “aluno”, devido ao facto de o Tito Ortiz ter sido o treinador do Matt Hamill quando este esteve no The Ultimate Fighter, sendo que foi o Tito quem teve maior destaque, o que se percebe, mas eu acho que se estava mesmo a ver que ele ia perder, pelo menos a mim parecia evidente. Indo ao combate, o primeiro round foi muito bem disputado e renhido, com bons momentos de parte a parte, mas também com muito estudo do adversário de ambos os lados, o que levou a que nenhum dos dois investisse muito, apesar de algumas boas investidas de parte a parte. O segundo round começou no mesmo ritmo, até que o Hamill conseguiu o takedown e, levando o combate para o chão, passou a estar por cima, dominando o adversário. No terceiro round, o Hamill voltou a usar a mesma táctica, esperando pelo momento certo para aplicar o takedown e, a partir dai, foi só controlar até à vitória por Decisão Unânime.

Acho que foi um bom combate, onde o Hamill foi um justo vencedor e, não sei, mas acho que algumas oportunidades, digamos, maiores podem começar a surgir para ele, pois está com cinco vitórias seguidas, contra bons adversários, e com certeza que as oportunidades podem aparecer. Quanto ao Tito Ortiz, nos últimos cinco combates tem um empate e quatro derrotas, não me parecendo que esteja algo de muito bom à sua espera no futuro. Contudo, não acredito muito no despedimento, pois apesar de tudo ele é um lutador que vende e a UFC não deve estar muito interessada em dar dinheiro de “mão beijada” à Strikeforce.


Destaco depois o combate entre Jake Shields e o Martin Kampmann. O primeiro é um excelente lutador que fez aqui a sua estreia na empresa, depois de ter saído da Strikeforce. Sou um fã do Shields e ansiava que ele viesse para a UFC, pois aqui vai ter a concorrência que merece e, certamente, será levado mais a sério do que era na antiga empresa, onde era o campeão incontestável, mas a empresa teimava, quase sempre, em dar mais hype aos seus adversários antes dos combates, do que ao próprio campeão. Quanto ao Martin Kampmann, é um bom lutador, não sendo dos nomes grandes da categoria, mas era um teste difícil para o Jake Shields, que estava interessado em fazer boa figura na estreia. O primeiro round foi equilibrado, mas com algum ascendente do Shields, principalmente, quando o combate foi para o chão, mas o Kampmann soube estar à altura e defender-se bem. No segundo round, viu-se o cansaço do Shields, aproveitado pelo Kampmann, que entrou muito melhor no round, mas sempre que o combate ia para o chão, o Shields conseguia controlar, não que causasse grandes danos no adversário, mas era ele quem estava por cima e tinha o controlo do combate.

No último round, o cansaço do Shields foi ainda mais visível e o adversário tentou tirar proveito disso, procurando, sobretudo, a submissão, mas o Shields foi aguentando e quando conseguiu ficar por cima voltou a manter o controlo, que lhe garantiu a vitória por Decisão Dividida. Um bom combate, muito bem disputado e renhido, com os dois muito bem e com o Jake Shields a conseguir uma importante vitória, que não agradou a todos, mas penso que o facto de ele ter tido que perder bastante peso, para lutar nesta categoria, condicionou-o bastante e, digamos, que ele fez os mínimos e conseguiu uma boa vitória, sendo que já se fala na possibilidade de ele ter uma oportunidade de lutar pelo título Welterweight. Não sei, mas é possível, pois ele é um grande lutador, vem de uma senda grande de vitórias, saiu da Strikeforce como campeão, pois nunca chegou a perder o título, e pode ter aqui a sua oportunidade. Quanto ao Kampmann continuará, certamente, a ter bons combates e a mostrar o seu talento contra bons adversários.


Por fim, o grande Main Event da noite onde o campeão da categoria Heavyweight, Brock Lesnar, colocava em jogo o seu título contra o Cain Velasquez. Começo por destacar o contender, que chegava ao combate com oito vitórias e nenhuma derrota, sendo que na UFC já tinha vencido um ou outro nome importante. Eu acho que o Cain Velasquez é um bom lutador e que já provou isso mesmo, por isso, esta oportunidade de lutar pelo título era merecida. Do outro lado estava o campeão Brock Lesnar, que despensa apresentações, e que queria manter o título e juntar mais uma vitória ao seu recorde. Estavam lançados os dados para termos um grande combate e foi isso que aconteceu.

O campeão entrou com tudo e começou logo a “distribuir fruta”, nada que incomodasse o adversário, partindo logo depois para os takedowns, para levar o combate para o chão que é onde ele se sente melhor. O que surpreendeu foi que das duas vezes que foi ao tapete o Velasquez defendeu-se muito bem e de imediato voltou a pôr o combate de pé. O Lesnar continuou com o seu jogo, mas o Velasquez soube defender-se e na altura certa desferir golpes certeiros e como já tinha ficado visível no combate com o Shane Carwin, o Brock Lesnar, depois de um golpe que o leve ao tapete, tem muitas dificuldades em defender-se e fazer o quer que seja para melhorar a sua posição. O Cain Velasquez vinha, claramente, com a lição estudada e, ao contrário do Carwin, soube aproveitar as oportunidades, pois quando mandou o Lesnar ao chão, não desatou a disparar murro atrás murro e a gastar energias desnecessárias. Muito pelo contrário, trabalhou no chão sobre o adversário, que tinha dificuldades em defender-se, e na altura certa desferiu os golpes que lhe garantiram a vitória.

Foi algo surpreendente e viu-se pela reacção do público na arena, mas não era nada que não se espera-se, eu pelo menos tinha levantado esta possibilidade, não que estivesse à espera que a vitória fosse desta maneira e logo no primeiro round. O Cain Velasquez está de parabéns e merece esta vitória, sendo que agora não vai ter tarefa fácil contra o Junior dos Santos, mas parece-me que conseguirá manter o título. Quanto ao Brock Lesnar terá que treinar esta situação de se saber defender quando está em posição difícil e, com certeza, que depois de um bom combate, contra um bom adversário, em que deve conseguir a vitória (pois, e apesar desta derrota, são poucos os que conseguem fazer o que fez o Velasquez), deverá voltar a ter uma oportunidade de lutar pelo título e quem sabe ter uma desforra desta derrota.


Queria ainda destacar o combate entre o Diego Sanchez e o Paulo Thiago, que, muito justamente, foi considerado o Fight of the Night e o Diego Sanchez, depois de uma derrota decepcionante contra o John Hathaway, que apesar de ser um bom lutador, estava, claramente, ao seu alcance, conseguiu aqui uma excelente vitória, tendo estado algumas vezes em situação delicada e a poder perder, mas conseguiu dar a volta por cima e conquistar uma importante vitória. Quase que apetece dizer que o “bom e velho” Diego Sanchez está de volta, mas teremos que esperar para ver se esta tendência se confirma.

Quantos aos bónus, como já disse, o Fight of the Night foi muito bem atribuído ao embate entre o Diego Sanchez e o Paulo Thiago. Quanto à submissão da noite foi muito bem atribuída ao Daniel Roberts, que desta forma levou de vencida o Mike Guymon. Sendo que no que diz respeito ao Knockout of the Night só podia ser mesmo atribuído ao Cain Velasquez que, de forma incrível, venceu o Brock Lesnar.
Penso que tivemos um grande evento, espero que também tenha sido do vosso agrado, e que também tenham gostado da crónica. De resto, só dizer que volto com nova crónica lá para meados do próximo mês, aquando do UFC 122: Marquardt vs. Okami.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.

Até à próxima...
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