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Thoughts on MMA #05: Bisping vs. Akiyama

Boas pessoal, estou de volta para falar de UFC, desta feita do UFC 120: Bisping vs. Akiyama, evento que decorreu no passado sábado em Inglaterra, e que não tendo um card cheio de nomes sonantes, acabou por ser um bom evento, com alguns bons combates. Como sempre fica a análise aos três que estava mais interessado em ver.


Começo pelo combate entre o Cheick Kongo e o Travis Browne, sendo que o primeiro é um lutador com algum nome, bem conhecido do público e que à vários anos combate na UFC, enquanto o segundo estava apenas no seu segundo combate na empresa, sendo que ainda não havia perdido nenhum combate. Parecia-me que podíamos ter aqui um bom combate, equilibrado e com a vitória a poder sorrir a qualquer um dos dois, sendo que foi isso que aconteceu, tirando a parte do “bom combate”, pois tivemos um combate algo fraco. O combate começou com os dois um pouco na expectativa e sem fazerem grandes investidas, sendo que foi o Browne quem esteve em maior evidência no primeiro round, ainda que o Kongo fosse equilibrando as investidas do adversário.

No segundo round o Kongo entrou melhor e mais activo, indo para cima do adversário, dominando assim o round, não dando grande hipóteses ao Browne de responder. O terceiro round foi equilibrado, mas com o Kongo, mais uma vez, a estar melhor e a conseguir dominar o adversário, estragando a “pintura” quando agarrou de forma insistente os calções do adversário, o que fez com que o árbitro lhe tirasse um ponto e como a decisão da vitória foi para os juizes, o combate acabou com um empate, sendo que o Kongo acabou por pagar caro aquela insistência em agarrar os calções do Browne, pois como venceu o segundo e o terceiro rounbd teria ganho o combate, não fosse aquele ponto que o árbitro lhe tirou (e muito bem).

Acho que podíamos ter tido um combate melhor, esperava um pouco mais do Browne, que apesar de invicto não convenceu muito neste que terá sido o seu grande teste até agora. Quanto ao Kongo, sem deslumbrar, teria ganho o combate não fossem as razões que já referi. Como referi, este era daqueles combates que se anteviam equilibrados e em que a vitória poderia sorrir a qualquer um dos dois, sendo a única coisa que desiludiu foi a sensação de que o combate poderia ter sido bem melhor do que foi.


Depois, um dos homens da casa (pelo menos em termos de país), Dan Hardy, enfrentava o Carlos Condit, sem dúvida dois excelentes lutadores que prometiam um grande espectáculo. O público estava finalmente animado depois de estar algo apagado durante o evento, influenciado pelo Hardy, claro, e tínhamos os dados lançados para assistir a um grande combate. O Dan Hardy, depois de se estrear na UFC, tinha quatro vitórias seguidas, tendo vencido alguns lutadores de valor, tendo perdido no seu último combate contra o GSP, não tendo, assim, conseguido conquistar o título da divisão Welterweight. Com isto, ele procurava aqui, perante o seu público, ganhar novo fôlego, quem sabe, que o voltasse a colocar na rota do título.

Já o Carlos Condit, depois de várias vitórias no WEC e depois de uma estreia na UFC com uma derrota, vinha de duas boas vitórias e pretendia confirmar este seu ascendente. Como disse, estava tudo lançado para termos um grande combate e os dois não desiludiram, pois desde cedo foram para cima do adversário e fomos vendo ataque e contra-ataque, sempre com os dois a tentar provocar dano no adversário e não ficando na expectativa. Estávamos ainda no primeiro round, com as hostes bem equilibradas, quando o Carlos Condit saca de um soco de esquerda, que, do nada, pôs o Hardy KO e lhe garantiu a vitória. Confesso que esperava um KO neste combate, mas por parte do Hardy, que é um grande especialista em terminar combates dessa forma.

Tal não aconteceu e o Condit venceu, e bem, não deixando de ser, pelo menos para mim, um pouco surpreendente, ainda que não seja um resultado que me espante de todo. Tenho é pena que o combate tenha acabado assim tão depressa, pois pela intensidade que os dois estavam a colocar no combate, pela procura da vitória que estavam a ter, se o combate tivesse durado, pelo menos dois rounds, tinha, sem dúvida, sido em grande. Ainda assim, não nos podemos queixar, sendo que com esta derrota o Dan Hardy fica mais longe de voltar a lutar pelo título e o Carlos Condit, não digo que vá já ter uma oportunidade, mas sem dúvida que marcou aqui pontos importantes.


Por fim, destaco o grande Main Event da noite que foi, de facto, um grande combate, tendo mesmo recebido o bónus para Fight of the Night. Michael Bisping e Yoshihiro Akiyama eram colocados frente a frente e, devo confessar, que sendo o Bisping inglês esperava um maior entusiasmo do público, que lá foi apoiando, sem entrar em êxtase, como seria de esperar. O Yoshihiro Akiyama é um lutador muito conhecido no Japão e que lutou quase sempre por lá, tendo-se estreado na UFC à pouco tempo, com vitória é certo, mas depois perdeu para o Chris Leben à uns meses.

O Michael Bisping foi o vencedor da terceira temporada do The Ultimate Fighter, é um lutador mais do que conhecido, agrada a uns e é detestado por outros, sendo que uma coisa que lhe é característica, pelo menos na minha opinião, é ser capaz de quando menos se espera fazer um grande, grande combate, e quando toda a gente espera que ele brilhe e não dê hipóteses ao adversário ele acaba por desiludir. Eu confesso que sou um fã do Bisping e tinha a certeza que aqui, desse por onde desse, ele tinha que ganhar e foi o que ele fez, sendo uma vitória indiscutível, ainda que o Akiyama se tenha batido muito bem.

O primeiro round foi muito mexido, com bons momentos de parte a parte e com Akiyama a colocar o inglês em apuros com um soco de direita muito bom, mas o Bisping soube estar à altura, recuperar e vencer o round. No segundo, o Akiyama entrou melhor e procurou desde cedo ficar em vantagem em relação ao adversário, mas o Bisping esteve mais uma vez muito bem, e conseguiu equilibrar, invertendo a tendência do combate com o seu jogo de mãos e com os seus pontapés sempre certeiros. O último round, voltou a ser bem disputado e só quebrou um pouco porque o Bisping acertou com um pontapé em cheio no Akiyama, no sítio onde dói mais aos homens (sem intenção, claro), o que obrigou o árbitro a parar o combate para perceber se o Akiyama conseguia recuperar para depois continuar.

Foi o que aconteceu e os dois voltaram à carga e apesar de ter sido um round equilibrado, o Michael Bisping foi sempre superior e ganhou de forma justa e incontestável o combate por Decisão Unânime. Quanto ao futuro, é difícil dizer o que espera o Yoshihiro Akiyama, pois teve duas derrotas, mas penso que terá mais uma ou outra oportunidade, pois esteve bem em ambos os combates que perdeu, principalmente neste. Já o Michael Bisping continuará a ter as suas oportunidades, espero que sem grandes altos e baixos, pois penso que só quando ele melhorar este aspecto é que ele poderá vir a lutar por um título, coisa que nunca aconteceu e que não deixa de ser algo estranho, apesar de se perceber.


Em suma, penso que foi um bom evento, penso que tivemos bons combates e acabou por ser um evento entretido de se ver.

Destacando os bónus da noite, sendo que, como referi, o Fight of the Night, foi para o combate entre o Michael Bisping e o Yoshihiro Akiyama, sem contestação possível. Já o Knockout of the Night foi muito bem atribuído ao Carlos Condit e a Submission of the Night foi, também ela, muito bem atribuída ao Paul Sass.

Penso que não há muito mais a dizer, espero que tenham gostado da crónica, do evento, e para a semana cá estarei para analisar o UFC 121: Lesnar vs. Velasquez que vai para o ar no próximo fim-de-semana.

E pronto, fico à espera dos vossos comentários, criticas e sugestões e da vossa opinião não só sobre este tema, mas bem como de outros que achem por bem opinar.
Até à próxima...
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